Between You And I escrita por Kath Dévior


Capítulo 6
"... relief exists I find it when I am cut..."


Notas iniciais do capítulo

O nome do capítulo já é dramático suficiente, certo? Bem, eu estou super insegura em postar isso, tudo bem que eu avisei que teria mas, então.. As coisas estão tensas, por favor gostem, irá ficar tudo bem.



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Para minha felicidade o “grande trânsito” de Forks não estava empestado de carros do colégio, cheguei em casa calma e silenciosa. Mamãe ainda não tinha chegado, coloquei o CD de Adele no som, e procurei a música Lovesong, subi para o meu quarto, arrumei algumas  coisas, acompanhando o refrão da música, depois tomei banho e não me importei com o que tocava, sentei na cama e fiz minhas lições, a mamãe chegou atrasada para o almoço que eu tinha esquecido de fazer. Desci as escadas correndo.
-Mãe, desculpa! Eu fiquei lá em cima e esqueci de fazer o almoço! – Informei fazendo cara de piedade, ela sorrio.
-Calma, Rose. Eu trouxe comida pra a gente, a Rebecka falou que você não estava muito bem na escola e eu deduzi que iria ligar o som bem alto e se trancar lá em cima.- Ela disse colocando uma sacola com comida em cima da mesa. Senti o cheiro e parecia ser coisa da casa da Alice.
-Graças a Deus que você me conhece – Ri, depois vi ela pegando só um prato, olhei de lado. – Mãe, aonde você estava mesmo?
-Na casa da Esme, criatura curiosa. – Ela me lembrou rindo, colocando comida no meu prato.
-Vai sair? – Perguntei, sentando-me à mesa e começando a comer com pouca vontade.

-É, a noite eu vou sair com o Charlie, a Esme e o Carlisle.
-Pera, Charlie? O pai da Isabella Swan?
-É, você conhece a filha dele?
-A uns dois anos, ela faz algumas matérias comigo mas, a gente não se fala muito...
-Entendi. Eu vou me arrumar lá em cima, depois quero sua opinião querida. – Ela sorriu, e subiu pro quarto, terminei de comer, lavei a pouca louça do café mais o meu prato e fui pro quarto também, terminei minhas atividades do colégio e fui arrumar o cabelo para o colégio.
Lembrei dos velhos tempos que era como uma festa pra a gente o dia de arrumar o cabelo, sempre era na segunda por o fim de semana acaba com ele, e bem poderia ser uma festa de novo. – sorri com meu pensamento, peguei o celular e liguei pra Alice.
-Lice?
-Oi amiga, você está melhor?
-Sim, tá fazendo o que?
-Quem? Eu? Deitada ouvindo Remember When.
-Ta mandando seus sentimentos ir embora é? – Disse rindo.
-Alguns quem sabe...
-Alice, vem pra cá arrumar o cabelo? Lembra quando a gente fazia isso?!
-Claro que lembro! – Ela respondeu alto demais pro meu ouvido aguentar.-Eu já estou pegando minha jaqueta, vou passar na casa da Becka.
-Eu ia ligar pra ela mas, já que você faz minha parte... tudo bem.
-5 minutos – Ela desligou o telefone, joguei o meu em cima da cama e peguei as coisas no banheiro pra improvisar o nosso salão. Alguém bateu na porta e não podia já ser a Alice.
-Sim? – respondi sem abrir.
-Rose, vem ver como eu estou e fazer minha maquiagem..- Mamãe chamou. Abri a porta, e ela estava linda em um vestido no joelho azul marinho, solto, de mangas caídas, e um cinto fino abaixo do busto.
-É. Você está linda, o Charlie vai gostar. – Ri, saindo de perto dela.
-Rose! – Ela me censurou, entrei no quarto e peguei a maquiagem dela, ela sentou-se na cama e eu comecei a passar as primeiras coisas e a campainha tocou.
-Entra Alice! – gritei o quarto, ouvi a porta se abrir e as vozes das meninas subindo.
-Quarto da mamãe – gritei mais uma vez, e elas entraram de porta á dentro.
Eu terminei de fazer a maquiagem da mamãe e elas ficaram olhando, depois Alice veio dar seus retoques mágicos, onde nem tinha defeitos visíveis a olhos nus, e eu acho que os dela estavam vestidos. – ri do meu pensamento.
-Que foi Rose? – Alice perguntou me olhando.
-Pensei uma coisa aqui...
-O que?

-Que seus olhos usam roupas. – Rebecka caiu na risada.
-Por que? – Ela revirou os olhos, voltando a passar um gel na minha mãe.
-Por que eles enxergam coisas não visíveis a olhos nus. – Ela riu junto comigo, terminou a maquiagem da mamãe, desejamos boa sorte, levei ela até a porta e Alice já estava no quarto lavando o cabelo de Rebecka no banheiro.
Voltei para o quarto, penteei meus cabelos e Alice se apossou deles.
-Ei, baixinha pensei que ia cortar os cabelos. – Rebecka falou olhando o tamanho que estavam.
-É, Lice já estão nos ombros. Vai deixar crescer?
-É, eu estou gostando dele desse tamanho. Por que? Não fica bom?
-Claro que fica, fica bem melhor.
-Pra não mentir, nem pegar vocês de surpresa eu tava querendo pintar ele de loiro.- Olhei torto pra Alice e Becka arregalou os olhos.
-NÃO, NÃO! Duas Rosalie’s não minha vida, não. Pelo amor de Deus! - !la atirava as mãos pro céu, com a maior cara de piedade do mundo. Eu e a Alice ríamos juntas.
-Calma, só foi um pensamento. Acho que vou pintar ele de preto.
-Mas, ele não é quase preto? – Perguntei, olhando Alice pelo espelho.
-Exatamente, quase preto. Mas, ao sol ficam um castanho avermelhado, eu quero preto, preto! Negro!
-Tá, você quem sabe. Se de errado a gente coloca tinta nele de novo.-  Ri novemante, ela já estava terminando de passar a chapinha nos meus cabelos.
-Rose, por que não faz cachos nas pontas? – Alice trocou um longo olhar com Rebecka, que arrumava as unhas sentada na cama.
-Tente. – Apenas falei e ela deu um sorriso satisfatório. Começando a mexer no meu cabelo dividindo e passando o babyliss, formando um cacho grande e definido.
Ela terminou, e começou a arrumar o de Becka, e eu arrumava o dela, era uma fila de cadeira, uma mais alta que a outra pra podermos alcançar.
Alice sempre usava o cabelo muito lisinho, muito normal. Como ela tinha mudado no meu resolvi da uma escova mal dada no cabelo dela, e deixar as pontas menos definidas. Deu um caimento perfeito, e ela estava com um visual totalmente diferente, parecia até ter mais cabelo. – ri com o meu pensamento, olhando a imagem de nós 3 no espelho.
-Meu Deus, eu vou sentir tanta falta disso. – Ao mesmo tempo me imaginei quando tinha 8 anos, em cima de uma banquinho junto com Alice e Rebecka aprendendo a se maquiar. Aos 12, quando começamos a fazer questão de arrumar os cabelos. Aos 15 quando tivemos a nossa ultima noite juntas antes de Alice ir para Londres.
Senti uma lágrima involuntária cair no meu rosto.
-Rose? O que foi? – Alice me olhou, com seus olhos que mais me faziam mal, mais me traziam memória e no fundo deles? Escondiam os melhores momentos da minha vida.
Os olhos dela... os olhos de Emmett. Eram de um mar tão completo os dois.

Sem pensamento algum, virei as costas pra elas e corri pro banheiro, me tranquei lá e desatei a chorar. Era um choro puro, parecia que minha alma se desmanchava junto com as lágrimas, parecia que eu era feita de lembranças, de pedaços, de problemas, de erros, de limitações. Eu sempre teria que abrir mão de uma coisa pra ser feliz, pra viver. Eu não podia ter tudo, parecia uma leia estabelecida ; Rosalie Hale, nunca poderá viver em completa paz, e completa.
Alice e Rebecka gritavam e batiam na porta o máximo que podiam, eu ouvia os sussurros de Alice pedindo por todos os santos que eu saísse daquele banheiro mas, eu não tinha forças pra sair dali.
Passei horas escorada na parede e sentada naquele chão frio, elas se calaram e não bateram mais na porta, não ouvi a mamãe chegar. E me senti melhor, a voz de Alice me lembrava tudo que eu queria esquecer. Me levantei sem fazer barulho algum, e comecei a olhar minha imagem de frente ao espelho. Mais uma vez um flashback em minha mente, mas, dessa vez era um flashback meu, de todas as minhas progressões, erros, descobertas, até lembrei de quando eu descobri o que tinha dentro da caixinha do correio. Que por penitência eu olhará todos os dias e nunca via nada, não costumavam nos mandar muitas encomendas, e que uma certa vez encontrei uma carta para a mamãe. Foi como se eu estivesse realizado um sonho, e quem dera que os sonhos da vida real fossem assim, tão simples, tão perplexos, tão realizáveis.
Me senti fraca mais uma vez e cai no chão por derrota, olhei do lado e tinha uma caixinha de lâminas; concerteza eram do depilador, que mamãe devia ter usado e esquecido por motivo de pressa ali.
Sem quer nem pra quê eu puxei a caixa pra perto de mim, a abri e peguei uma das lâminas, passei na ponta do dedo e vi o sangue jorrar, afiada.
Der repente, só pensamento ruins invadiram o meu eu, todas as minhas derrotas por menores que fosse perto dos problemas que eu via os maiores sofrer agora elas pareciam tão ignorantes, tão indesejadas, eu queria colocar aquilo pra fora de mim e eu não sabia como, mas, eu precisava tirar aquele peso das minhas costas.
Olhei pro meu pulso e mais uma vez pra lâmina, usei toda a coragem que tinha e a cravei no meu pulso, sai arrastando ela lado a lado, vi o sangue jorrar mais uma vez, e os pingos caírem no chão branco, fazendo barulho no silêncio da noite.
Arranquei a lâmina do meu braço, ao redor de todo o pulso, era o máximo que eu aguentava, e claro aquilo não tinha aliviado nada, ou melhor eu só tinha uma nova dor a me preocupar. Joguei a lâmina longe de mim, se antes eu já estava sem forças, agora eu não portava mais nenhuma. Deixei meu corpo cair no chão e simplesmente cedi a dor.


- Alice.

Eu não entendi o por que de tanto alvoroço, estávamos em um momento tão bom pra do nada Rosalie da um ataque desses, eu também não sabia o que se passava em sua cabeça, e eu já tinha batido nesta bendita porta mais de 400 vezes, ela não iria abrir. Como eu a conheço, ela não queria que eu a visse chorando, que Rebecka a visse assim. Mandei Becka ir dormir na cama de Rose, e falei que depois eu iria dormir. Mas, na verdade me encostei na porta e fiquei esperando até a hora em que ela fosse abrir.
Já era tarde da noite e ouvi algum barulho dentro do banheiro, preferi continuar sem me mexer, talvez ela abriria a portar se pensasse que todos estariam dormindo.
Mas, não. Horas depois eu ainda estava ali acordada.
... eram 06:00 da manhã e o despertador da Rose acabara de tocar pro colégio, me levantei e o desliguei. Rebecka se mexeu na cama mas, preferi não chamar ela, pelo clima aqui eu acho que não iríamos ao colégio. Não sem Rose sair daquele banheiro.
Fui até a janela, que já tinha as cortinas abertas da noite passada e me debrucei lá, tentando achar um jeito de entrar naquele banheiro e ver por que diabos Rosalie ainda estava lá.
-Bem! – Falei um pouco alto, me virando rapidamente de volta pro quarto.
Esse banheiro deve ter mais de uma chave para casos de emergência.. ou talvez, os banheiros tenham as mesmas trancas.
-É isso, Alice! – Falei novamente em voz alta mas, Rebecka não estava tendo nenhuma reação a minha conversa com as paredes.
Corri pras gavetas da Rose, eu achei tudo que existia nesse planeta menos algo parecido com uma chave, que não fosse a do seu carro. Sai porta a fora indo pro quarto da tia Liz, e assim como eu previa: As benditas chaves eram iguais. 
Peguei em um bote rápido a chave do banheiro, e eu esperava que a tia Liz não chegasse em casa, se não as coisas seriam piores, e que meus pais não inventassem de ligar, nem nada do tipo.
Voltei pro quarto e Becka estava sentada na cama, ainda se esforçado a abrir os olhos.
-O que é isso, Alice?
-Uma chave, do banheiro, da tia Liz, que é igual ao da Rose. – Falei pausadamente como uma idiota, ela deu um breve sorriso, jogando os cabelos para trás e agora de dando conta do que acontecia.
-Pera, a Rose passou a noite toda ai? Já são 06:30 da manhã, devíamos está nos arrumando pro colégio.
-Bem, do jeito que as coisas estão aqui hoje não vai ter colégio algum. Agora eu vou abrir logo isso aqui e tirar essa louca de dentro.- Me aproximei da porta, e comparei só pra ter certeza que era a chave certa, coloquei ela no lugar e a rodei, senti um alívio no meu coração. Alívio o qual não durou muito tempo... Abri a porta e paralisei.

-REBECKAA! – Gritei sem reação alguma, senti o medo em meu coração disparado.
Rebecka! Corre aqui. – Eu falava tremendo que as palavras mal saiam. Ela entrou, e ficou tão assustada quanto eu, éramos duas mortas vivas no meio de uma cena de uma quase suicida.
-Meu Deus... ela.. se cortou. – Rebecka quebrou o silêncio com lágrimas nos olhos.
-Ela era totalmente contra isso, ela até ajudou uma garota na 4ª série.
-Eu sei, eu lembro. – Falei crispando os lábios para conter as lágrimas.
-Rebecka fecha a porta, vamos tirar ela daqui. A tia Liz não pode ver isso.- Rebecka saiu e eu procurei forças pra levantar meus pés e ir até ela, depois de muito esforço, me abaixei e levantei sua cabaça, colocando-a no meu colo.
-Rose? – falei por falar, eu sabia que ela não iria acordar com facilidade. Rebecka voltou e me ajudou a levar ela até a cama, por mais Barbie escultural que a loira doida fosse, ela pesava.
-Alice... por que? – Becka me perguntou deixando as lágrimas rolarem.
-Eu não sei, Becka. – Respondi o mais sincera que pude, puxei Rebecka pra um abraço.
-As coisas ficaram bem? Como eram antes, Lice? – Ela me olhou, e eu me senti como ela, e as coisas pioraram, pra mim quero dizer. Eu não sabia qual resposta dá, por que eu era quem estava precisando de várias.
-Eu acho que sim Becka. Agora vamos limpar aquilo no banheiro. – Fui até o banheiro abraçada com ela, lá encontramos a caixa com as lâminas e o sangue dela no chão, o sangue dela formava um poça única, e era uma média quantidade mas, ainda não tínhamos visto como tinha ficado o lugar cortado.
Terminamos de arrumar o banheiro, e eu me sentei em cima do vaso, e Becka no chão. Dei um pulo, quando ouvi a porta de frente bater.
-Ai meu Deus, é ela. – Rebecka falou com desespero na voz.
-O que a gente faz? – Perguntei o mais baixo que pude.
-Finge não está aqui. 
-Você fechou a porta direito?
-Sim. E a tranca da Rose é diferente da do quarto da tia, não se preocupe.- Ela tentou me acalmar, sorrindo fraco, retribui.
-Rose, Alice, Becka? Vocês estão ai? – A voz da Tia Liz soou bem na porta do quarto.
-Rose... vi o carro da Alice ai na frente. – Ela disse batendo na porta. Rezei pra Rose não acordar, nem nada cair, se não as coisas iriam se complicar.
-Devem ter ido pra escola com o carro da Becka.. – Ela se afastou da porta, e batendo em seguida a do seu quarto. Deslizei na parede quando ela saiu.
-Uffa, tivemos sorte. Agora é fazer pouco barulho que ela vai trocar de roupa e ir trabalhar. – Saímos nas pontas dos pés do banheiro e eu me sentei na ponta da cama de Rose, e Rebecka no chão. Esperamos a tia sair e ficamos no quarto simplesmente esperando ela acordar, só que isso estava demorando muito.
Alice, a gente devia jogar água nela, ou algo pra ela acordar. Isso não é muito normal.
Becka ela deve ter tido uma mal noite, mas, vamos tentar sacudir ela. Me ajoelhei do lado dela em cima da cama e Rebecka veio pelo outro lado, e começamos a chamar seu nome e sacudir sua cabeça levemente.


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Notas finais do capítulo

E ai? Eu espero que tenham gostado, eu estava passando por uma fase ruim quando escrevi, e talvez nem tudo sejam flores certo?. Bem, quero reviews, irei postar o próximo mais rápido, Beijos.



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