As fãs iam a loucura, gritavam, arrancavam cabelos, desmaiavam enquanto os Beatles tocavam músicas como "Love me do", "Can't buy me love" e "Please please me". O tempo passava, os Beatles cantando e tocando, e eu só olhava para uma pessoa: o John. Eu o observava da cabeça aos pés, e até, tinha que me segurar pra não chorar de emoção, por que ficava pensando como era sorte minha estar lá, acompanhando os Beatles no seu show.

Passaram-se aproximadamente 50 minutos e o show já estava prestes a acabar. Concluiram o show com a música Baby's in black, o que fez alguns casais do show dançarem uma valsa. Ou pelo menos tentarem, no meio daquela multidão, era quase impossível até se coçar.

Então, o show já estava acabando, e estavam todos indo embora, e eu, não fiz diferente, fui embora também. Resolvi pegar um atalho que fazia a volta no lugar onde os Beatles acabaram de fazer o show. Estava caminhando normalmente, quando de repente levei um tombo por uma pessoa que tinha acabado de passar por mim.

– Moça, você está bem?

– Acho que es... Vo-vo-você é o...

– Sim sou eu, John Lennon.

– Nossa, me desculpe, eu não tinha te visto passando, me desculpe mesmo.

– Não, você não tem que se perdoar, eu que me desculpo por ter batido em você sem querer.

Não aguentei de tanta emoção por estar cara a cara com John Lennon que agora me fitava profundamente, então desmaiei ali mesmo, no meio de um beco que estavamos.

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2 horas depois

Acordei então, e tinha um médico ao lado da cama onde estava deitada, me examinando.

– Hãn? O que houve? Onde estou?

– É, você vai ficar bem, vai sentir dor de cabeça, mas isso passará - Disse o médico, que agora saira dali calmamente.

Escutei o médico falando com alguém atrás da porta do quarto onde estava, mas não consegui entender o que falavam.

De repente, vejo alguém entrando no quarto, era John Lennon. Fiquei surpresa, e confusa ao mesmo tempo.

– O-o que a-aconteceu? - Perguntava eu gaguejando pois estava na frente de John Lennon, e na cama dele! (Eu acho.)

– Eu tombei com você num beco, e depois desmaiou. Falava John com um tom de voz muito calmo, enquanto segurava minha mão.

– Se sente melhor, querida?

– Mais ou menos... Minha cabeça dói. - Eu ainda não podia acreditar que era meu ídolo, meu Beatle preferido na minha frente!

- Vai passar. Disse John que acabara de dar um beijo em minha testa.

– Afinal, eu ainda não sei seu nome. Poderia me dizer?

– Melissa. Melissa Jones.

– Além de linda, tem um nome lindo também?

– Ah, obrigada. - Agradeci corando.

Após isso ficou um silêncio naquele quarto, e John me fitava com aqueles lindos olhos dele.

– Então... O médico falou comigo e ele disse que você precisa de um pouco de repouso, pois você bateu forte a cabeça. Se... se você quiser pode dormir aqui. - Disse John quebrando o silêncio do lugar.

– Ah muito obrigada, mas não quero incomodar, você já fez muito por mim, me recolheu para sua casa, trouxe um médico aqui...

– Isso era o mínimo que eu podia fazer por você, linda.

Corei um pouco e disfarcei olhando para a janela, que para meu azar (ou minha sorte) estava chovendo, e muito forte.

– Ah não! Está chovendo, não tenho como ir pra casa. - Falei com a cara de uma criança que a mãe foi no mercado e não a trouxe nenhum doce.

– Eu já falei, pode dormir aqui, não será incômodo.

– E você? Essa não é sua cama?

– Sim, mas eu posso dormir no sofá.

– Que isso John, se é que posso te chamar assim. Sua cama, você dorme nela. Eu posso dormir até no chã...

– Não! Eu faço questão de dormir no sofá. Afinal, quem precisa de cama? Tenho meu sofá, é melhor que essa cama chata aí. Disse John com um sorriso no rosto.

Dei uma risada baixa, e então concordei, pois não vou brigar com meu ídolo né?

– Ok então, se você diz...

– Boa noite, princesa. Disse John, acompanhado de um beijo na bochecha, quase perto da boca.

Naquele momento, fiquei tão vermelha quanto um tomate. Quase não conseguia falar nada.

– Boa noite para você também.

John estava saindo, mas voltou para perguntar se eu não queria comer alguma coisa, ou se eu estava com sede.

– Não, muito obrigada.

– Caso precisar de alguma coisa é só me chamar ok? E a cozinha é aqui, dobrando a direita.

– Obrigada John, mas por enquanto não preciso de nada.

John saiu do quarto, e eu apaguei a luz do abajur ao meu lado e, em cerca de minutos, adormeci. Estava muito cansada por causa do show, e também com dor de cabeça por causa do tombo.

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Acordei no outro dia, eram 10:00 da manhã, e um sol forte batia nas janelas, iluminando todo o quarto. Levantei, abri a porta do quarto e saindo dali, me dei de cara com John, que estava com uma xícara de café na mão, e o fiz derramar o café por sua roupa e pelo chão, pois bati nele sem querer.

– Ai meu deus John, me desculpa, desculpa mesmo, eu limpo isso para você.

– Relaxa Mel, agora estamos kits pelo tombo que você levou na noite passada. John deu uma leve risada.

Olhei para o chão, e comecei a rir também. Mas mesmo assim, fui limpar o que estava no chão, pois era o mínimo que eu podia fazer por ele.

O tempo passou, olhei pro relógio e me assustei.

– Nossa! Já é meio-dia! Preciso ir para casa agora!

– Fui dar tchau para John, e estava quase indo embora, quando ele me puxou pelo braço levemente.

– Não vá, vamos almoçar num restaurante se quiser, mas não vá agora por favor.

Meus olhos se encontraram com os dele denovo e eu não pude resistir ao seu charme.

– Tá bom, eu fico, mas só para o almoço! Não quero incomodar nem um minuto mais.

– Ok, vamos em um restaurante ótimo aqui pertinho, adoro comer lá.

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Chegamos no restaurante, nos sentamos e o garçom veio anotar os pedidos. Esperamos até ele chegar e ficamos conversando por enquanto.

– Então, Melissa, me fale sobre seu namorado, se é que posso perguntar sobre isso para você.

– Ah John, eu não tenho namorado. Dei uma leve risada.

– Mas como uma mulher tão linda como você não tem namorado?

– Apenas não achei o cara certo ainda.

– Talvez ele esteja na sua frente... - Disse John, e um silêncio permaneceu por alguns segundos ali.