Aurora Vermelha escrita por Dauntless


Capítulo 5
Capítulo 4 - Quem ele pensa que é?


Notas iniciais do capítulo

Me diverti muito escrevendo esse capitulo, espero que gostem



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Há tempos não sonhava com coisas bonitas. Eu não estava no sonho, só como uma observadora. Uma velhinha estava sentada em uma cadeira balançante na varanda de uma casa branca. Ela parecia feliz, estava sorrindo. Um outro velhinho apareceu na porta da casa, os dois se encararam por um tempo e ela se levantou. O velhinho pegou a sua mao e eles entralaçaram seus dedos. Ele a puxou para fora da casa e quando sairam, suas aparências mudaram por completo. Os dois viraram jovens, ela estava bela, seus cabelos cor de mel batiam perfeitamente na cintura. Ele, era mais alto, e seu corpo era bem definido,  seus cabelos curtos estavam bem comportados. Só tinha um problema, eu não conseguia ver seus rostos. Os dois riam, se divertiam correndo um atrás do outro pelo campo e se beijavam. Parecia uma cena de filme, a cena era perfeita e muito romântica. Dava para ver que os dois realmente se amavam pelo comportamento, bem que eu queria estar no lugar dela. Era uma cena de paz, ambos usavam branco, ela estava de vestido comprido e ele usava uma camisa com manga e calça , ambos estavam descalços . Se eu visse aquilo na vida real, já teria chorado.

Acordei com o despertador, eu estava com tanto sono ontem que tinha me esquecido de desativá-lo. Que ótimo, é muito prazeroso ser acordada ás sete da manhã em pleno sábado. A minha sorte, era que sábado e domingo eram meus dias de folga. Me levantei rapidamente da cama e sai do quarto para poder ir ao banheiro. Tinha me esquecido que havia um hóspede dormindo no meu sofá.

 Will ainda estava dormindo na mesma posição e do jeito como ele estava ontem. Eu mesma não acreditava que hospedei um cara que conheci a dois dias que eu nao sabia nada a respeito. Eu podia muito bem ter deixado ele em algum hotel ou talvez ter deixado ele lá na boate sozinho, mas acho que fiquei com pena dele. Andei de fininho até chegar ao banheiro que ficava no outro lado da sala. Quando terminei a minha ducha, percebi que tinha me esquecido das roupas, na verdade eu não me vestia no banheiro, mas me esqueci do hóspede. Me enrolei na toalha e sai, comecei a andar de fininho novamente e Will ainda estava lá, deitado na mesma posição, ainda dormindo, como uma pessoa normal faz em sábados de manhã, aliás, estava nevando lá fora, tenho sorte do apartamente ter um aquecedor.

–Estou gostando da vista... que paraíso - disse Will de olhos arregalados me observando, entrei rapidamente no meu quarto e tranquei a porta.

Que filho da mãe! Me troquei rapidamente e penteei o cabelo. Parei em frente a porta para pegar fôlego para o que der e vier, encarar aquele ser lá fora que eu aposto que vai querer respostas. Will ainda estava deitado no mesmo estado. Sem dar nenhum pio, fui para a cozinha.

–Então quer dizer que nós... - ele se sentou

–Não, não aconteceu nada!

–Bom, eu não estou com o meu cinto - sorriu levantando uma sombrancelha.

Sabia! Sabia que isso iria acontecer, eu não devia ter feito aquilo, ele e só um estranho.

–O quê? Queria acordar com uma marca na barriga? Olha que eu odeio ver sangue

–Tem certeza? Tudo o que eu lembro era alguém abusando de mim.

–Ninguém abusou de você ta legal? Você ficou na sala e eu no meu quarto, não aconteceu nada.

–Beleza

Dei meio sorriso a ele

–Posso usar o banheiro? - ele se levantou

–Claro, ve se toma um banho, você está fedendo - disse preparando o pão - Tem toalha no banhei... - ele tem problemas? por que esse estranho entrou no meu quarto?

Will saiu com a toalha que eu tinha usado. Larguei o pão no balcão e corri atrás dele. Ele estava começando a me irritar, sério.

–Eiiii - mas ele fechou a porta mais rápido - a minha toalha! por que você pegou a minha toalha? eu disse que tinha toalha no banheiro! -gritei

–Prefiro a sua, me sinto mais confortável

–Prefere rosa? - cruzei os bracos

Ele ligou o choveiro me ignorando

–Você não tem esse direito, está na minha casa! E você continua um estranho pra mim! - gritei - Não acredito que vai se rossar todo na minha toalha. - Bela manhã estressante.

Voltei pra cozinha e comecei a mecher no pão de novo, passei manteiga e coloquei-os na torradeira. Se o Will quiser comer alguma coisa, ele que compre na rua, ele que morra de frio na neve, não me importo, quando mais cedo ele for embora, melhor.

Quando acabei, Will ainda não tinha terminado, a água que ele estava gastando agora, eu gastava em uma semana. Duas horas de banho, esse foi o tempo . Quando ele destrancou a porta e apareceu semi-nu na , não contive e meio que babei um pouco. Nunca tive um convidado desse tipo aqui, não na minha casa. Will era... ele era... era maravilhoso, sua barriga era definida e seus músculos eram cativantes. Ele não era bombado, era... era... era normal. Que nomal, óbvio que ele não era normal, olhei para baixo da sua barriga e comecei a gargalhar.

–O que foi?

–Bela saia - falei - rosa combina com você!

–Também acho - ironizou - Aonde está o meu carro?

Ainda rindo, me levantei da bancada e peguei a chave para ele que estava em cima da mesa do centro

–Lá embaixo, o que você vai fazer? - voltei ao normal

–Pegar uma muda de roupa, sempre deixo uma no carro

–Você vai assim? - comecei a gargalhar novamente

–Qual é o problema? - parei de rir

–Nenhum e só que... você está semi-nu, vai pra rua assim? ainda mais com essa neve toda lá fora?

–Não vejo problema nisso.- deu de ombros

–Mais você está semi-nu, está quase pelado! - me sentei na bancada de novo

–E...? - corei e percebi que eu estava parecendo uma namorada ciumenta e preocupada.

–Olha, a culpa não vai ser minha se você pegar um resfriado

–Sem problemas - sorriu ele - tanto faz - e saiu

Que estranho louco, ele era um sem noção. Ok, e por que eu estou me preocupando com ele? não to nem ai, tomara que ele tenha ido embora, mas eu queria a minha toalha de volta!

~Sete minutos depois~


–CADÊ A MINHA TOALHA? - explodi

Will havia voltado vestido e sem a minha toalha

–Guardei - ele se jogou no sofá

–COMO ASSIM GUARDO? ISSO É ROUBO SABIA?

–Ué, você me emprestou, posso ficar com ele - pegou uma revista na mesa e começou a folhear as páginas

–NÃO, DE JEITO NENHUM! EU QUERO A MINHA TOALHA! - cruzei meus bracos e fiquei batendo meus pés.

–Se acalme, você está muito nervosa

Respirei profundamente e soltei o ar bem devagar.

–Então Will, pode por favor devolver a droga da minha toalha?

–Não

Respirei profundamente de novo

–Por quê?

–Lembrancinha - Ele piscou pra mim, me contive para não gritar de raiva - Tenho uma dúvida... - ele fechou a revista e começou a olhar para mim, eu ainda estava em pé de braços cruzados - Por que você me trouxe pra cá? Por que não me deixou lá na boate?

–Eu e... precisava do seu carro - falei meio gaguejando

–Está mentindo - Will ergueu uma sombrancelha pra mim

–Não! Tereza estava bêbada e você também então... você não tinha condições de digirir

–Mais o que isso tem haver em me trazer pra sua casa? Por que não me deixou em algum lugar? Em algum hotel por exemplo

–Não lhe devo satisfações

Ele ergueu uma sombrancelha

–Pode parar de agir como uma criança? Nem parece que você fez aniversário ontem - ele me encarou - Vê se cresce!

Não respondi. Depois de um tempo, resolvi tomar uma iniciativa, aquela sala estava quieta demais pra duas pessoas

–Eu acho melhor você ir embora

Fui direto pro meu quarto e tranquei a porta, senti que Will vinha atrás de mim, mas ele desistiu, depois de alguns minutos com o ouvido grudado na porta, ouvi Will bater com a porta. Ele havia ido embora e eu... sozinha denovo.



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