Aurora Vermelha escrita por Dauntless


Capítulo 4
Capítulo 3 - Ele, de novo


Notas iniciais do capítulo

É um capitulo breve, mas o próximo vai ser maior e mais engraçado
Música: I love it - Icona Pop



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Dei graças á Deus por não ser uma boate gay, na última vez que Tereza me levou para uma, levei uma apalpada na bunda de uma mulher, uma não, várias e tive que carregar Tereza até sua casa.

A boate estava lotada, isso sempre acontece em noites de sexta-feiras, mesmo no inverno.

–Uiiiii, cada homem aqui, pelo amor de Deus! - elogiou Tereza, olhando pra bunda de um homem alto e musculoso passando por nós enquanto dançava. - Foco Tereza, viemos aqui para comemorar o aniversário da sua melhor amiga - falou consigo mesma. - Vamos Dançar!

–Não sei... está muito cheio, como vamos dançar se não tem nem espaço para os meus dedos?

–O quê? - gritou ela. A música saia de cinco caixas de sons e era impossível ouvir alguém de uma distância de cinco centímetros. - É só empurrar todo mundo que aparecer na nossa frente! - Sem perceber, ela já estava roçando a bunda em dois caras que estavam dançando, enquanto os jovens ao meu redor me espremiam.

–Vou pro segundo andar, aqui não dá!

–Não! Fica! - Tereza puxou o meu braço - É o seu aniversário, temos que botar esse lugar pra quebrar!

–Não consigo me mover - falei, sendo empurrada. - Vou pegar algo para beber! - gritei mais uma vez.

–É o quê?

–Vou pegar algo para beber!

–Tudo bem! Volte pra cá depois hein! Enquanto você estiver sentada vou estar aqui dançando. - Ela deu outro ''uhu'' e me distanciei.

Quando subi, tive uma visão melhor da pista de dança. O segunda andar era cercado por grades nas laterais, enquanto a pista de dança ficava logo no meio, como um enorme buraco quadrado. Tereza subiu em cima de um palco para poli dance. Aquilo não era nem um pouco bom, logo ela estará enfiada em algum canto beijando alguém e eu teria que carregá-la pra casa outra vez. Andei até o bar para pedir alguma bebida.

–Identidade por favor - pediu o barman.

Entreguei-lhe a minha identidade falsa e ele ficou analisando e contando quantos anos eu tinha.

–21 anos hoje - murmurou ele - Parabéns! Estou feliz que tenha vindo comemorar aqui.

–Obrigado - dei um sorriso falso a ele.

Depois de um minuto, o barman voltou com um drink vermelho e a tequila que eu tinha pedido

–O drink é grátis, por conta da casa - piscou pra mim

Sorri novamente. Peguei a tequila e jorrei tudo para dentro.

–Então ela é fã de tequila. - sussurrou uma voz masculina familiar atrás de mim.

Will logo vi.

–Anda me seguindo ou o quê? - perguntei

–Não iria perder meu tempo te seguindo - sentou -se ao meu lado - venho aqui nas sextas, duas tequilas por favor - pediu ao barman - E você, está me seguindo?

–Não! Claro que não, também não perderia meu tempo te seguindo - falei meio aborrecida

–Então o que está fazendo aqui? Você não é menor de idade? Como conseguiu essa tequila? vou denunciar essa boate por vender bebidas para menores.

–Para a sua informação, eu tenho vinte e um. - olhei para ele com raiva. - Estou fazendo o mesmo que você, tendo uma noite de sexta e...

–E...?

–Comemorando meu aniversário - falei baixo. Comecei a beber o drink vermelho.

–Então ela está fazendo aniversário hoje, que interessante, está anotado na agenda para o ano que vem, 13 de janeiro, Danna. - Fez gestos com a mão como se estivesse realmente anotando em uma agenda, uma agenda imaginária. - Posso ver a sua identidade?

–Por que?

–Porque eu acho que você não tem vinte e um.

–Não vou deixar você ver a minha identidade, eu mal te conheço.

–Verdade, você está mentindo. - ele sorriu e me lançou um sorriso sexy. - Mas não vou acabar com a sua graça porque hoje é o seu aniversário. - e piscou levantando o copo de tequila.

–Cadê a Crystal? - perguntei ironicamente.

–Pra que você quer saber?

–Ela é a sua namorada, não devia estar te acompanhando? - perguntei olhando pra ele, que estava virado pra frente de cabeça abaixa, olhando os copos da tequila.

–Não estamos mais juntos.

–O que quer dizer com isso? Vocês terminaram? - de repente quis saber mais sobre a sua vida.

–É o que acontece quando duas pessoas não estão mais juntas. Mais duas por favor! - pediu ele ao barman.

–Vocês pareciam tão felizes hoje de manhã. Você fez alguma coisa com ela?

Ele não me respondeu, estava me ignorando.

–Eu vou te contar, mas só porque eu sei que nunca mais vou te encontrar. - Will se ajeitou na cadeira e a girou para me encarar. - Promete que essa história morrerá com você?

–Prometo.

Will terminou o outro copo de tequila.

–A verdade é que o nosso relacionamente era negócios e não amor. Meus pais forçam o namoro desde quando eu ainda estava no útero da minha mãe.

–Não acha que é meio grandinho pra deixar as outras pessoas forçarem um namoro?

–Ah, você quer saber dos detalhes também?

Me senti envergonhada naquele instante, então fiquei em silêncio e terminei o drink.

–Olha Danna, é complicado.

–Não precisa me contar, você já respondeu a minha pergunta.

–Não leve isso pro lado pessoal.

–Eu não estou, ok? Eu não estou.

Passou se um tempo e Will já havia pedido no total de 11 tequilas

–Meu pai... eles é presidente do banco central, os dois... os dois nunca tem tempo pra nada, - ele estava fora de si e estava falando coisa com coisa. - por isso minha irmã se infiltrou no mundo das drogas e eu... virei a decepção da família.

Continuei em silêncio.

–Ele quer que eu ocupe o cargo no lugar dele, mas eu não quero, aquilo tudo é muito chato, é um saco. Mais duas! -pediu novamente ao barman

Will estava bêbado, Tereza também devia estar.

–Não precisa beber mais, você está ficando mal... - me aproximei dele para deter o seu copo. Pensei que Will fosse agir, mas ele não reagiu. - Amanhã você vai ter a pior ressaca da sua vida.

–Isso alivia a indignação que eu sinto por dentro e eu não vou ficar de ressaca, nunca fiquei e não é amanhã que eu vou ficar - Ele parecia muito firme ao falar isso.

–Por acaso você veio de carro?

–Si-si-si-sim, por que?

–Você não vai poder dirigir - Will estava deitado com a cabeça no balcão. - Olha pro seu estado!

–Teeennh-nh-nho esssxxxcolha? - O que ele disse?

–Me dê a sua chave - pedi a ele.

Will tirou uma chave que mais se parecia com um isqueiro, tinha um botão estranho que abria as portas de longe, e a chave ficava escondida dentro, eu nunca havia visto isso antes.

–O que-q-q-q você va-va-va-vai fazer? - perguntou

–Vou te levar pra casa, não vou te deixar ir sozinho, ainda mais nesse estado.

–Vo-vo-vo-cê dirige? Danna di-di-rige?

–Sim, tirei carteira a pouco tempo.

Tirei a carteira de motorista mesmo não tendo um carro. Para certas situações como essa, ela era muito útil.

–Na-não vou pra casa! Mer-mer-meus pais voltaram de viajem-em, eles não podem me ver assim!

–Espere aqui, vou chamar a Tereza - me levantei do banco

–Tere quem?

Não o respondi, corri pela boate em procura dela e nada. Entrei no banheiro e vi Tereza agachada em uma cabine vomitando no vaso.

–Ai meu Deus! Agora são 2 bêbados.

Para descobrir qual era o carro, apertei o botão da chave e ele piscou. Carreguei Tereza até o carro de Will, era o mesmo Toyota que eu tinha visto ontem. Subi novamente para a boate e acompanhei ele, coloquei seu braco no meu pescoço e o ajudei a descer até a rua. Senti um frio na barriga quando ele apoiou sua cabeça na minha, isso porque ele era mais alto que eu. Coloquei ele no banco de carona da frente a apertei seu cinto.

–Parrr-la londi-i-ii vamuuu-uus? - O quê?

–Se você não se importar em...

–Nai me importo-to com naa-aa-da, desde-e-e q-q-ue nai see-e-e-eja com ca-sa e aque-queles velhoites pra mim ta tu-do-do marravila. Parraisu. - Eita bafo, 15 tequilas e ele ainda conseguia falar... a única palavra que eu entendi foi paraíso. Vou considerar isso como um elogio.

Levei Tereza pra casa primeiro e segui para o Brooklyn. Para a minha casa. Carreguei novamente Will pelas escada e ele subiu abraçado na minha cintura, senti vários calafrios pelo corpo quando finalmente chegamos e o empurrei para o sofá. Não devia, mas fiz, tirei o chinelo que ele usava e sua jaqueta. Só faltava uma coisa, o cinto. Tirava ou não? Se eu não tirasse o cinto, iria marcar e atrapalhar a respiração dele, levando em conta a posição em que estava, e se tirasse, ele iria insinuar amanhã. Bom... ele já iria mesmo, então resolvi tirar. Quando finalmente consegui retirar o couro de sua cintura, Will abriu os olhos e me observou. Ele levantou a mão para acariciar o meu rosto.

–Você é linda, sempre foi.

Ficamos um tempo nos encarando. Ele se aproximou do meu rosto e quando eu senti a sua respiração, me afastei. Ele estava bêbado e com certeza não sabia do que estava fazendo.

–Volte a dormir.

Entrei no meu quarto e bati a porta atrás de mim. Fiquei um tempo encostada na nela, sabendo que Will estava lá. Não sabia se conseguiria dormir direito, mas tomei um banho e fui direto pra cama e dei uma breve espiada no relógio. Eram 3 da madrugada, amanhã seria um longo dia.

E eu tinha um estranho em casa.


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Notas finais do capítulo

Logo postarei o próximo capítulo, vai ser bem mais longo e divertido, até lá ;)



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