Aurora Vermelha escrita por Dauntless


Capítulo 11
Capítulo 10 - 4 de Julho


Notas iniciais do capítulo

Primeiro de tudo, eu queria agradecer aos comentários de vocês, é sério, eu não minto quando digo que eles me motivam. Tenho muito medo de vocês me abandonarem rsrs
Eu nunca escrevi tanto na minha vida, nunca escrevi tantos detalhes, eu acho que lendo ''Marcada'' evolui minha escrita. Will seu canalha @#@#@*$% e !@#$%*& -nn brinks, espero que curtam.



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Esse sonho estava começando a me assustar, como eu conseguia sonhar aquilo toda dia? como era sempre a mesma coisa? A única diferença era que eles ficavam mais e mais felizes a cada dia que se passava. Como eu não consigo ver o rosto deles? Isso torna tudo muito sinistro. Eu sabia onde estava, estava com o mesmo vestido de ontem e eu não conseguia abrir meus olhos por causa do sol, seus raios batiam em meu rosto e estava começando a me deixar com calor. Eu me lembro de tudo o que aconteceu ontem.

Desabafamos, eu fui a idiota que chorou e que borrou a cara de maquiagem por causa das lágrimas. Será que eu fiz a coisa certa em contar pra ele? O que ele tem em mente da pessoa que eu sou agora? Para não ficar vermelha por causa do sol, me levantei e fiquei sentada na cama. Coloquei a mão na cabeça porque ela estava doendo. Olhei para o despertador que estava do lado da minha cama, marcava 09:18. Me joguei pra tráz, estava muito cedo para um domingo. Espera, onde estava o Will? Será que ele estava lá fora? Talvez ele tenha saído ou tenha voltado pra casa ontem.

Me levantei novamente e fiquei sentada na cama encarando a janela. Sol e neve? Que ótimo, as ruas estavam cheias de lama. Andei até o armário para pegar uma roupa limpa. Abri a porta do quarto e tive uma pequena decepção, Will não estava lá. Tomei um longo e confortável banho quente, fiquei bastante tempo embaixo do chuveiro deixando aquela água queimando minhas costas e deixando-a refrescando minha cabeça. Devo ter batido meu recorde de tempo no banho. Acho que já estou no choveiro há uma hora, minha pele começou a ficar murcha, rapidamente fui terminando o banho.

Abri a porta do banheiro e me deparei com Will na cozinha, ele estava cortando bacon com uma toalha branca no ombro.

–Finalmente, pensei que você nunca mais sairia do chuveiro - falou ele sorrindo pra mim e me olhando com aquele olhar

Entrei no banheiro rapidamente de novo. Eu estava de toalha, não deixaria ele me ver assim de novo e eu não estou exagerando.

Ouvi um suspiro

–Pode vir, estou virado

Abri a porta e vi que ele estava mesmo virado. Corri para o outro lado da sala até a porta do meu quarto e me vesti. Sempre que ele estava aqui de manhã acontecia alguma coisa. Nem tive vontade de passar maquiagem, ele dissera que gostava da minha beleza natural. Quando abri a porta, andei diretamente pra cozinha e me sentei no banco.

–O que está fazendo? - perguntei

–Não sei qual é o seu café da manhã favorito mas preparei ovos mechidos e bacon - Will colocou um prato na minha frente.

–Você está com sorte hoje, acertou - afirmei

–Então, realmente estou com sorte - ele me encarou

Peguei o garfo e comecei a comer, estava ótimo

–Nada mal - comentei

Ele riu. Will não deve ter passado a noite aqui, ele estava com roupas diferentes e estava bem arrumado.

–Tenho um compromisso agora - falou olhando para o relógio do seu pulso

–Tudo bem, onde é esse compromisso tão importante? - perguntei não querendo me entrometer na vida dele.

–Eu... é... já ia comentar sobre isso - gaguejou um pouco - Eu vou pra São Francisco hoje a noite e não sei quando volto - Disse sem olhar pra mim

–Entendo... é o seu trabalho, certo? - o encarei - É do seu trabalho não é?

–Acha que é sobre o meu trabalho? - me olhou meio confuso

–E não é? - o observei confusa

Will demoro a responder com a cara fechada.

–Claro, an... é sim

–Eu entendo - falei comendo uma tira de bacon - Quanto tempo acha que vai demorar?

–Não sei, mas devo voltar antes do feriado de independência.

O QUÊ? 4 de julho? Ok, não há motivo de eu estar me exaltando, respira, respira.

–É seu trabalho - falei

Will tirou o pano do ombro e veio ao meu lado.

Por que eu estou tão revoltada? Não tenho motivo. A menos que ... que... eu esteja... an....

Apaixonada por ele.

Ok, eu? apaixonada pelo Will? Como isso pode acontecer? Se eu estou apaixonada por ele, será essa paixao verdadeira? Esse aperto no coração e esse frio na barriga que eu sinto quando ele esta perto de mim, seria paixão? Eu... estou tão confusa.

–O que houve? - perguntou ele sério. Will estava muito sério ultimamente, ele não tem feito nenhuma palhaçada e nenhum deboche.

–Nada - respondi de imediato - Então acho melhor você ir, tem uma jornada grande pela frente.

Ainda do meu lado, ele me levantou da cadeira e me deu um longo beijo na testa.

E saiu.

Então era isso o que iria acontecer, Will iria embora. Ele se foi e eu estou parada aqui que nem uma idiota. Justo agora quando eu descobri estar apaixonada por ele.

Só veria ele daqui a metade de um ano.

A noite, recebi uma ligação.

Era Eric.

–Hey você, aonde esteve? - perguntei

–Com você que eu não estava - falou brincando

–Então, quer fazer alguma coisa amanhã a noite? - perguntei

Eu acho que devia isso a ele.

–É disso que eu queria te avisar. Estou no aeroporto agora, estou pegando voo para Los Angeles outra vez.

Ah não, ah não, ele também?

Perai.

Los Angeles? Will dissera São Francisco, tudo bem que ambos ficavam na Califórnia, mas era locais bem diferentes.

–Desculpe minha caramelo, foi repentino, fui pego de surpresa, desculpe não poder ir ai me despedir - Falou se desculpando

–Sem problemas - falei - Will está aí? - perguntei, mas me arrependendo logo em seguida

–Não, ele está de licença por um mês, por quê?

Como assim licença por um mês? Will havia me dito que iria viajar por causa do trabalho não havia dito? Ou... ou ele estava mentindo pra mim. Mas por que ele mentiria pra mim? O que ele iria fazer até 4 de julho? Estou realmente muito confusa.

–Pra onde ele disse que iria? ele mencionou pra você? - perguntei

–Na verdade, não. Eu não falo com ele des daquele dia ai na sua casa. - fez uma pausa - Vem cá, vocês estão namorando?

Não respondi na hora.

–Mais ou menos, na verdade, não. - Will não havia me pedido em namoro. Derrepente, senti uma pontada na barriga

–Eu não quero me entrometer nem nada, mas ele não é para você, estou falando como seu melhor amigo caramelo - ficou sério derrepente - Ele é um cara perigoso

Talvez isso seja verdade, ou não. Cara perigoso? Will? O que Eric quis dizer com isso? Will não era mau, era?

–Bom minha caramelo, vou entrar no avião agora. E desculpa por não poder passar ai, sério, eu queria ter passado , ir a Nova Iorque é uma coisa rara e ver você também, mas meu chefe praticamente me arrastou de casa, eu sinto muito...

–Eric, pode parar de lamentar? eu entendo seu idiota, por acaso viramos estranhos agora?

–Você tem razão, então.... quando eu chegar em Los Angeles eu ligo pra você, tudo bem? - perguntou

–Claro, não se preocupe, tenha cuidado

–Vou tomar, eu te amo - disse com sinceridade na voz

–Também te amo

E desligamos.

Coloquei o celular na cabeceira e me deitei na cama. Então é isso? Todos vão embora e as coisas voltam a ser como antes? Esse colapso que a pessoa por quem eu estou apaixonada causou e pelo meu melhor amigo está se desfazendo. Eu vou trabalhar todos os dias com um pedaço de alegria faltando. O pior de tudo é saber que o Will mentiu pra mim, por quê será que ele fez isso? Não será só um mal entendido? Licença por um mês e viajem para São Francisco? O que eu vou fazer agora?

Peguei meu celular e liguei para o Will, pra que esclarecermos as coisas. Tentei a primeira vez e deu caixa postal, tentei mais uma vez e deu o mesmo, na terceira também. De alguma forma, eu estava me sentindo mal por isso. O que nós fizemos nesses dias, o que isso significou pra ele? O nosso jantar, os nossos desabafos... O nosso beijo. Será que eu fui só um jogo pra ele? alguma diversão? Nesse momento eu estou me sentindo uma idiota. Eu sabia o que iria fazer. Se é isso o que vai ser então que seja. Vou voltar a minha vida e fingir que nada disso acontecera. Será difícil, mas vou tentar. Passarei mais tempo com Tereza, que foi a única que ficou do meu lado nesses anos todos. Eu devia isso a ela. Como posso ser tão iludida a ponto de pensar que uma paixonite pode ser melhor que a verdadeira amizade?. Como nos velhos tempos, peguei o celular e disquei o número de Tereza e como sempre desabafei tudo pra ela.

~ 4 de julho (5 meses e meio depois) ~

–Você acha que isso é engraçado? - perguntei a Tereza que não parava de rir do meu cabelo.

Ás vezes acho que eu sou cega. Invés de comprar tinta de cabelo castanho, comprei tinta da cor vermelha. Meu cabelo estava ruivo castanho e eu nem sei com quem eu estou parecendo agora. Acho que um pouco de Shakira dos velhos tempos, quando ela era ruiva. Não, não está tão vermelho assim. Meu cabelo estava parecendo com o da Jean Grey.

–Cara, você esta hilária - continuou a gargalhar - Agora só falta você colocar uma peça de roupa azul e branca pra ficar a típica americana em pleno 4 de julho - e gargalhou mais ainda.

–Merda! - suspirei

–A Danna, não está mal, você fica bem ruiva, mais não fica uma ruiva mais bonita do que eu - Se gabou

–Nunca me imaginei ruiva, nunca mesmo - falei me olhando no espelho

Eu e Tereza estávamos no meu banheiro pois eu queria dar um jeito no meu cabelo

–Eu quero voltar a ter as minhas ondas castanhas - argumentei

–Deixa de ser besta, fique ruiva, não á tãão mal assim é? - perguntou ela

–Não mas...

Eu? Ruiva?

–Bom então declare isso como uma mudança de visual

–Você tem razão - olhei para o relógio - Ai merda! Estamos atrasadas, estou me atrasando muito, ultimamente tenho me preocupado muito com a aparência

–Isso é bom garota, e Central Park pode esperar , os fogos são ás dez e ainda são oito.

–Você sabe que não é bom chegar lá depois, sabe que não vai sobrar lugar. - falei começando a passar maquiagem

–Ahh que se dane mesmo, é sé uns fogos idiotas por causa da independência, nada de mais

Tereza foi pra sala assistar as notícias, que eram as únicas coisas boas passando na TV agora. Ouvi o repórter falar '' UAUU a Central Park está ficando cheia pra ver os fogos. Nova Iorque inteira esta reunida, o pessoal está todo animado hoje hein, crianças, adultos, idosos, todos estão reunidos nesse feriado '' Me vesti rapidamente com uma blusa listrada com as cores azul, vermelho e branco e coloquei meu chapéu alto também listrado como a blusa, estava de calça jeans azul escuro e all-star preto, aproveitei e peguei meus óculos escuros para caso eu não aguente ficar olhando. Tereza desligou a TV e pegou a cesta que estava em cima do balcão na cozinha e saimos. Ela vestia calça jeans azul escura também e estava com uma blusa azul e branca, usava uma sapatilha preta e estava com faixas vermelhas na mçao. Na cesta, havia alguns sanduíches e refrigerante. Iriamos fazer um piquinique noturno no Central Park, como todo ano. Estavámos a caminho do ponto de ônibus, tempo estimado de chegar até lá é de meia hora, sem contar o engarrafamento todo.

Sim, o repórter estava certo, quando chegamos, tivemos dificuldade em procurar um espaço para ficarmos sentadas. Bem no centro, havia um espaço e nos aconchegamos ali. Pegamos a toalha pra forrar a grama e pegamos um sanduíche para cada uma.

E os fogos começaram. Era um mais lindo que o outro, óbvio que as cores deles eram azul, vermelho e branco. Somos fanáticos pela nossa pátria e somos muito leais ao nosso país.

No meu terceiro refrigerante, senti que minha barriga iria explodir se não fosse ao banheiro. Como os bares estavam abertos, entrei em um que eu frequentava para que eu não pagasse. Quando finalmente estava aliviada e com fome, resolvi parar no MCDonald's já que Tereza devoro todos os sanduíches. Estava completamente lotado. Já me acostumara a isso. Entrei na fila e fiz o pedido do sanduiche número 1, o meu preferido. Não ia voltar pro parque de jeito algum, Tereza iria devorar esse sanduiche se eu o lavasse. Comeria lá mesmo, mais paz...

Subi para o segundo andar, onde não estava muito cheio. Escolhi uma mesa que ficava colado a parede, era mais confortável. Quando me sentei e comecei a comer o hambúrguer, percebi algo estranho. Ops!

Será que eu estava mesmo ficando cega ou vi o... o estranho Will sentado no outro lado da sala? Ele estava acompanhado de Crystal. Ela continuava bela como nunca, seus cabelos estavam perfeitamente presos em um coque. Bom, eles não devem ter me reconhecido por causa do cabelo e certamente não me reconheceriam se eu colocar meus óculos escuros. Vi pelo reflexo da janela, estava irreconhecível. Fiquei observado -os , nem tinha reparado que parara de comer o hamburguer. Crystal olhava-o com tanto brilho nos olhos... Will não demonstrava reação, os dois estavam em uma mesa redonda pequena de dois lugares. Cystal se ergueu um pouco pra frente e... e... beijou Will.

Alguma coisa parecida com um alicate estava apertando meu coração até ele explodir, minha barriga começou a se contrariar e senti meus olhos começando a se encherem de água. Corri para o banheiro. Parei em frente ao espelho e tirei os óculos. Meus Deus, meu olhos estavam inchados e vermelhos, como eu posso ser tão idiota em deixar ele fazer isso comigo ainda? Ok, como eu prometi, esqueceria de alguns fatos de 5 meses atrás. Não acreditava que faziam 5 meses. Minha vida tem sido tão normal que eu nem notara. Enxuguei as lágrimas e coloquei o óculos de volta. Iria ser forte, passar pelos dois como se eu não os conhecessem e iria embora, voltaria para o parque. Abri a porta do banheiro e me esbarrei com alguém.

Não era mulher, era um ser grande.

–Opaa, banheiro errado, desculpe - Will, não ousei olhar em seus olhos

–O banheiro masculino é no outro lado - murmurei baixo

–Eu te conheço? Você me parece muito familiar - exclamou

Essa não, ferrou. Calma Danna, fique calma, respire e saia dessa local.

–Não - andei pra frente esbarrando nele.

–Danna?



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Notas finais do capítulo

Eu sempre acabo complicando as coisas né?? AHSUAH
Reviews??



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