Aurora Vermelha escrita por Dauntless


Capítulo 10
Capítulo 9 - Almas Gêmeas


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é bem fofinho, aproveitem!



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''Rápido rápidooo, estou muito atrasada'' Pensei

Era sábado a noite e eu já estava super atrasada, Will iria chegar em meia hora e nem banho eu tinha tomado. A culpada disso tudo era Tereza, ela tinha me ocupado a tarde inteira.

Meu banho foi de 5 minutos e sai tropeçando nas coisas ao cruzar a sala até o meu quarto. Peguei um vestido azul tomara que caia, coloquei os brincos esmeralda e uma corrente fina cor dourada no braço e uma no pescoço combinando. Resolvi não colocar o cordão que o Eric tinha me dado, pois era uma ocasião diferente. Corri desesperadamente até o banheiro secar meu cabelo com o secador e o penteei. Quando eu estava passando o delineador, a campainha tocou. Fui atender.

Não era quem eu esperava que fosse. Era Eric quem estava ali.

–Eric? O que você está fazendo aqui? - perguntei assustada.

Eu não o esperava ali, esperava Will, não ele...

–Eu vim lhe fazer uma surpresa, você vai a algum lugar? - perguntou olhando o meu vestido e para o meu pescoço, que não tinha o cordão que ele tinha me dado.

–Eu... na verdade eu... vou sair

–Uau, então deve ser muito especial né? Por acaso é algum encontro? - perguntou fazendo cara feia

–Mais ou menos... - falei quase gaguejando

Eric estava com uma blusa regata branca cobrindo seus músculos com uma blusa xadrez de manga comprida vermelha por fora, usava uma calça jeans rasgada e um all star.

–Oi Eric - Sussurrou uma voz do corredor.

Essa não, era Will.

–Will? - olhou espantado - Por que você está de terno e todo arrumado e... o que está fazendo aqui?

Will e eu ficamos nos encarando.

–Ok, o que está acontecendo aqui? - Eric ficou encarando nós dois

–Eu vou levar Danna para jantar - Falou Will

–Sério? Vocês dois estão... juntos? - perguntou assustado

–E só um jantar de amigos - finalmente falei

–Entendo... bom, já que vocês estão tão ocupados, eu vou embora

–Mas...

Não terminei, Eric desceu escada a baixo. Eu queria descer para falar com ele, mas essa noite eu tinha um compromisso, ele estava bem na minha frente. Will estava de terno preto com um buque de rosas vermelhas na mão.

–O que deu nele? - não o respondi - Bom, não importa agora - ele voltou o olhar da escada pra mim - São pra você - ele me deu as rosas

Peguei-as e cheirei, estavam com um aroma muito bom. Convidei Will pra entrar.

–Desculpe, estive fora a tarde toda fora, voltei a pouco tempo e não me arrumei ainda - Dei meio sorriso

–Não tem problema, demore o quanto quiser, desde que você fique linda como sempre, eu não me importo - Falou ele se sentando no sofá - Não exagere na maquiagem, eu gosto da sua beleza natural.

Sorri e voltei pro meu quarto. Terminei de passar o delineador, coloquei um pouco de sombra, blush e um gloss, nada exagerado. Peguei um salto preto fechado e furado na ponta. Penteei mais o cabelo, peguei a minha bolsa e um casaco.

–Vamos? - perguntei

–Claro - respondeu ele caminhando até a porta - Exagero na maquiagem, eu disse pra não exagerar - ignorei-o

Peguei a chave nova e tranquei a porta.

–Colocou outra fechadura? - perguntou ele levantando as sombrancelhas

–Pensou o quê? Que iria deixar um estranho com as minhas únicas chaves?

–Talvez

–Ficou totalmente enganado então

Seguimos escadas abaixo e avistei um carro diferente, era um Toyota Hilux preto. Eu sei disso porque esse era praticamente o carro dos meus sonhos. Parei de andar e meu queixo caiu.

–AI-MEU-DEUS, ESSE É O CARRO DOS MEUS SONHOS - Andei até o carro para tocá-lo

–Sério?

–Sério!

Will abriu a porta do carona da frente.

–Não vamos nos atrasar mais não é? - Ergueu a sombrancelha

–Claro - Sorri respondendo e subindo no carro.

Will fechou a porta e caminhou para o lado do motorista, ligou o carro e seguiu caminho.

–Quantos carros você tem? - perguntei

–Só tenho esse e o outro

–Você ''SÓ'' tem esse e o outro? - falei fazendo aspas - Nem que eu trabalhasse a minha vida inteira eu conseguiria ter um carro desse.

–Não acredito que estou comecando a ficar com ciúmes do meu próprio carro - disse

–Não seja bobo, afinal, para aonde estamos indo? - perguntei o encarando

–Para o Coast.

–Você só deve estar brincando?! Aquele restaurante só tem gente riquinha e metida - afirmei

–Obrigado pelo elogio, aliás você está falando de si mesma, logo vai estar lá - falou ele

Foi a última frase que se foi ouvido até chegarmos ao restaurante. E quando eu estava falando de gente riquinha e metida, eu estava falando a verdade, logo na entrada, uma adolescente de mais ou menos quartoze anos estava berrando com os pais na porta. Saia uns ''EU ODEIO A MINHA VIDA!'' e alguns ''EU ODEIO VOCÊS, EU ODEIO ETERNAMENTE VOCÊS''. Tive uma vontade enorme de falar algumas coisas para aquela garota, tipo como ela tem sorte de ter os pais dela, de como a vida dela era boa e confortável....

Ao ver a minha reação diante daquela cena quando saimos do carro, Will me olhou confuso.

–O que foi? - Perguntou

–Nada, vamos? - disse mostrando a ele que o recepcionista o tava chamando.

–Boa noite senhores - Disso o homem chique formalmente

–Reserva dos Palmers - Falou Will

–Olá senhor Palmer, me acompanhe por favor senhores.

Nunca vi tanta formalidade em toda a minha vida. O homem chique nos guiou até a uma mesa com duas cadeira que ficava na varanda do predio. Will puxou a cadeira para mim e se sentou. O homem de meia idade deu os cardápios.

–Bona apetite - E saiu

–Então era isso, jantar a luz da lua. Que romântico! - falei o encarando e rindo

–Você merece - disse

Comecei a olhar o cardápio. Arregalei os olhos, só tinha coisas caras . O meu maior dos problemas era que eu olhava os preços ao lado.

–Já comeu caviar? - perguntou Will

–O que você acha? - ergui a sombrancelha

–Quer provar? É bom - falou

–Não sei, parece nojento

–Não é, GARCOM! - gritou ele

Will pediu o caviar.

–Que tipo de vinho você prefere Danna? - perguntou

–Tinto - respondi

Não demoro muito para o garçom trazer o caviar e o vinho. O caviar era uns ovinhos meio pretos em cima de um molho branco e um pedaco de peixe frito.

–É só a entrada - falou Will - Experimenta!

Peguei o garfo, coloquei um pouco na boca e mastiguei. Não era ruim, tinha um gosto estranho. Will olhou pra mim querendo resposta.

–É estranho mas não é ruim.

Comemos o caviar e pedimos comida de verdade. Will pediu uma lagosta e eu pedi galinha.

–Não me olha assim, eu tenho alergia a lagostas - Falei respondendo ao seu olhar.

Conversamos sobre muitas coisas, principalmente sobre Tereza e Eric, conversamos sobre como nos conhecemos, conversamos sobre nossos trabalhos, Will ficava se achando sobre ser um agente do FBI e de como era bom fazer parte da ''liga da justiça'', rimos bastante. Só não chegamos a um assunto, nossas famílias.

–O que vai querer de sobremesa? - perguntou

–Acho que nada, eu estou cheia - falei

–Você é muito magrinha devia comer mais

Olhei pra ele de cara feia. Will pediu a conta e estavamos novamente no carro.

–Vou levá-la para um lugar muito especial - falou ele sorrindo na esperança de eu não contrariar.

–Já esta tarde

–É um lugar especial para mim, prometo que te deixo em casa - Implorou

–Tudo bem tudo bem - revirei os olhos.

Will deu aquele sorriso dele e seguiu caminho. Ele dirigia pela costa mesmo, sem ir para a cidade. Depois de um tempo, ele estacionou em frente a uma casa de praia grande.

–Venha - ele abriu a porta e me ajudou a descer.

Estava ventando muito, eu estava com o meu casaco, mas não era o suficiente, vendo a minha situação, Will me deu a parte de fora de seu terno. Ele pegou a chave no seu bolso e abriu a porta.

–Entre

Entrei. A casa era bem decorada a moda antiga, logo no ínicio tinha a sala e mais adiante uma varanda.

–Venha - me guiou até a varanda. - Foi aqui que eu e minha irmã passavamos a nossa infância, os nossos avós maternos nos criaram.

Eu comecei a perceber que estavamos entrando em um assunto que eu não queria.

–Quando eles morreram - continuou - Eu e minha irmã nos mudamos para a casa dos meus pais, ela tinha 7 e eu 10 anos, moramos lá até hoje - Ele se sentou no corrimão da varanda, fiz o mesmo - Meus pais nunca me deram atenção o suficiente, nem pra minha irmã, eles só pensam em trabalhar, viajam a todo instante e nós quase nunca vimos eles.

–Qual e o nome da sua irmã? - perguntei

–Zoey - respondeu - Eu não a culpo de estar internada agora, a culpa são dos meus pais.

–Eu sinto muito - o confortei

–Lembra da noite em que você me encontrou na boate? - perguntou

–Sim, o que que tem?

–Eu não vou la toda sexta, naquele dia, eu havia brigado com meus pais, joguei tudo na cara deles e na frente da Crystal.

Me senti um pouco encomodada com esse nome. Will percebeu a minha reação.

–Não se preocupe, não temos nada, nunca tivemos, era tudo farsa - Falou me trazendo pro seu lado e me dando um beijo na testa - Se quer saber, nunca fizemos sexo

Encarei-o franzindo o cenho

–Ok, não fale mais nada

–Você está certa, eu não vou falar mais nada, sua vez agora - disse

Eu não me sentia muito a vontade falando de mim. Eu nunca havia dito a ninguém, nem mesmo Tereza e Eric sabem.

–Eu não sei se é uma boa ideia - falei

–Não estou te precionando ok?

–Espera eu... eu quero contar, - suspirei - O meu pai era dono de uma empresa de cosméticos, nós éramos muito felizes, eu minha mãe e meu pai, mas quando eu tinha dois anos, algo aconteceu, meu pai perdeu tudo e acabou se matando - suspirei e pequenas lágrimas cairam dos meus olhos - Nós éramos ricos, tinhamos uma mansão, tinhamos carro, tudo o que você possa imaginar, mas perdemos tudo.

–Por quê? - Perguntou Will me abraçando ainda mais forte.

–Eu não sei, minha mãe nunca me contou o motivo, tudo o que eu sei é que um homem chamado George o visitava frequentemente - suspirei mais uma vez - Minha mãe nunca se perdoou e ficou debilitada de trabalhar. Então ela se casou novamente, só que o cara era um porco, ele trabalhava, mas nunca fazia nada em casa, vou falar de um modo mais simples, ele me espancava. - parei pra pegar fôlego

Will segurava a minha mão

–Não precisa continuar, está tudo bem - falou ele

–Não, eu preciso - tomei fôlego - A quatro anos atrás, minha mãe ficou com tuberculose, isso fazia com que ela tivesse mais chances de morrer. Quando Jim me mandou fazer um sanduíche pra ele, eu fui ver minha mãe, tivemos uma breve conversa, eu tentava convencer ela de ir ao médico, mas ela se recusava. Minha mãe disse que a hora dela tinha chegado e ela... ela... morreu na minha frente - lágrimas saiam dos meus olhos sem parar - Dias depois, eu fuji de casa e encontrei Rogers, foi ele quem me ajudou, foi ele quem ajudou Eric, o apartamente onde eu moro, é dele. Ele é como um pai pra mim, era ele quem ia para a reuniões de pais, ele se dizia o meu tio - sorri lembrando de uma situação - Se não fosse por ele eu ja teria morrido.

Will me apoiou no peito dele, ele cheirava menta.

–Não se preocupe, eu estou aqui com você agora, não se preocupe - falou tentando parar meu choro.

–Eu tenho medo de um dia encontrar Jim, tenho medo dele fazer alguma coisa comigo

–Eu estarei do seu lado, aliás, eu posso prendê-lo por isso - deu uma pausa - Não se preocupe, estarei com você, ele nunca mais fará um mal a você, eu pometo.

Enxuguei as lágrimas e desci da varanda, Will fez o mesmo. Ele parou na minha frente e nos encaramos.

–Obrigado - agradeci

Estiquei minhas mãos para acariciar o rosto dele. Will comecou a acariciar as minhas bochechas. Me ergui mais um pouco e o beijei. Ele retribuiu, esse sim era oficialmente nosso primeiro beijo de verdade. Coloquei meus bracos no seu pescoco e ele envolveu minha cintura com os seus. Ficamos assim por muito tempo até que o celular do Will tocou. Ele atendeu e depois desligou.

–Como eu prometi, vou te levar pra casa.

Fiz que sim com a cabeça e fomos para o carro. Quando estávamos a caminho da minha casa, adormeci. Fiquei inconsciênte por um tempo até sentir bracos me carregando. Will estava me carregando para o meu apartamento, até que finalmente senti minha cama, ele tirou meus sapatos e fechou a porta.


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Notas finais do capítulo

Vou revisar o 10 em breve okay?? Reviews pf??



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