Good Day Sunshine escrita por Nowhere Unnie


Capítulo 25
Capítulo 25 - Arnold Grove


Notas iniciais do capítulo

Gente, mil desculpas por ter demorado esse tempo todo! Vou deixar as justificativas pro final, agora vamos ao que interessa... rsrs



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Saí da escola com o George e subimos no mesmo ônibus que o Paul. Eu pensei em correr para sentar do lado dele, que estava vazio, mas mudei de ideia ao lembrar o tipo de reação que George tinha quando ficava irritado e me limitei a sorrir e acenar para ele enquanto passávamos pelo seu banco. Quando nos levantamos para descer, vi que tinha uma sem-vergonha qualquer se atirando em cima dele e me arrependi profundamente de não ter largado o George para sentar ao seu lado como queria, mas ele parou de conversar quando nos viu passando e acenou.

— Até amanhã! — Ele se despediu com um sorriso de tirar o fôlego e eu sequer consegui responder, apenas sorri de volta com outro aceno.

— Até! — George respondeu e me puxou pela mão, como se soubesse que eu não queria sair dali.

Ainda de mãos dadas, fomos caminhando por Wavertree até chegar a uma rua estreita com um conjunto de casas idênticas e entramos no número 12. Mal chegamos e deixamos as mochilas no sofá da sala, ele voltou a me puxar pela mão e fomos direto para um pequeno aposento nos fundos da casa que era usado como cozinha.

— Mamãe, já cheguei e trouxe a Megan pra almoçar aqui. O almoço tá pronto? — Ele perguntou animado, espiando as panelas no fogão de ferro à lenha, que exalavam um cheiro realmente bom.

— George, se você trouxe sua amiguinha seja mais paciente! Quer que ela pense que você é um esfomeado? — Ela o repreendia em um tom bem-humorado e os três começamos a rir assim que ela terminou aquela pergunta retórica, porque o George ser um esfomeado era um fato que ninguém ignorava. — Vai tirar esse uniforme e quando ficar pronto eu aviso. Seus irmãos nem chegaram, ainda está cedo para o almoço e você sabe...

— Tá bem! — Ele revirou os olhos, como se suas esperanças de que só aquele dia seria diferente tivessem acabado.

Voltamos para a sala e, enquanto eu o esperava trocar de roupa, senti algo passar entre minhas pernas e o sofá. Olhei para baixo assustada, mas não consegui conter um “own” quando vi que era um lindo gato de longos pelos brancos e logo me abaixei para fazer carinho nele, que ronronou de forma ainda mais fofa que seus pelos macios. Não demorou muito para ele se cansar de mim e continar seguindo em direção à cozinha, como estava fazendo antes.

— Ei, volta aqui! — Exclamei rindo e fui atrás dele, que saiu pela porta dos fundos, indo direto para o pequeno galinheiro que tinha ali, mas as galinhas e o galo nem se preocuparam com isso. O gato também desistiu rápido deles, ou talvez tenha ido até ali apenas esperando a sorte de encontrar o galinheiro aberto por um descuido.

No quintal da casa também tinha uma lixeira anexada à parede, um minúsculo canteiro de flores e o único banheiro da casa. Senti um arrepio só de pensar em como devia ser para eles acordarem de manhã no inverno para estudar e trabalhar, porque eu já sentia pavor só de encarar meu chuveiro gelado dentro de casa mesmo e minha mãe sempre esquentava água em uma panela gigante para evitar fugas do banho.

Parei de pensar naquilo e voltei a procurar o gato, que já estava andando entre as flores, como se estivesse procurando a parte mais fofa de terra para deitar. Fiquei ali com os olhos brilhando diante daquela ternurinha, até que George apareceu, desviando minha atenção.

— Ah, você tá aí! — Ele disse sorrindo, se recostando no beiral da porta.

— É, vim atrás dele... — Eu respondi, apontando na direção do gato, o que fez George disparar pelo quintal de repente ao ver que o animal estava rondando o canteiro, então o pegou no colo e voltou para perto de mim.

— Pipoca, quantas vezes já disse que o jardim não é sua caixinha de areia?! Sempre que você faz besteira, quem leva a bronca sou eu! — Ele brigava com o gato, mas sem resistir a acariciar seus longos pelos.

— Seu gato se chama pipoca? — Perguntei, rindo da cara dele porque até seu animal de estimação tinha nome de comida.

— Que foi? É porque ela é branquinha... — Seu tom de voz mostrava que ele estava um pouco ofendido pelas minhas risadas. — E é uma menina, tá bem?

— Ela é linda! — Me aproximei e cocei a barriguinha peluda dela — Deixa eu segurar? Essa danada fugiu de mim!

— Tá bem, toma. — Ele disse rindo e me passou a gata — Você gosta de gatos? — Ele perguntou enquanto entrelaçava os dedos no cercadinho do galinheiro, o que fez com que todas as galinhas começassem o maior alvoroço lá dentro.

Fazia sentido elas não terem medo da gata, mas do George sim. Nunca se sabe quando elas vão virar jantar, como um perigo desse por perto...

— Eu adoro! São tão espertos e fofinhos! — Respondi em um tom exageradamente meigo, que até eu mesma estranhei.

— Ela tem filhotinhos, você quer ver?

— Quero sim! — Respondi animada e o acompanhei até um dos quartos, onde tinha uma caixa de papelão no canto, que formava um bercinho improvisado com uma colcha para 5 gatinhos dorminhocos.

A gata pulou do meu colo e entrou na caixa, protegendo seus filhotes da pessoa estranha que tinha invadido sua casa.

— Sai, Pipoca, deixa a Megan ver os gatinhos! — George pegou a gata mais uma vez e me aproximei da caixa, contendo a vontade que tinha de pegar todos eles e apertar.

— Eles são tão lindos! — Eu exclamei emocionada, me abaixando para fazer carinho neles só com o dedo indicador, porque pareciam frágeis demais. Um deles, o único que era todo branco como a mãe, ao contrário dos outros malhadinhos, acordou e ficou me olhando com aqueles olhinhos azuis curiosos. Levei as mãos ao rosto enquanto o admirava. -Que coisinha mais linda! — Depois voltei a acariciar o topo de sua cabeça, no mesmo instante ele voltou a fechar os olhos e começou a esfregar a cabecinha nos meus dedos.

— Olha só, acho ele gostou de você! — Uma voz feminina disse logo atrás de nós, me pegando de surpresa e ao George também.

— Louise! — Ele exclamou em um tom de reprovação enquanto se virava em direção à garota. — O que você tá fazendo aqui?

— Eu moro aqui, esqueceu?

— Quero dizer aqui dentro do meu quarto! — Ele continuou, ainda mal-humorado pelo susto.

— Eu vim ver os filhotinhos, não posso? — Ela entrou e sentou em frente à caixa, olhando para os gatinhos que estavam ali dentro. — É uma pena que a gente não possa ficar com eles...

— Por que não podem?

— A gente sempre dá os filhotes pra alguém, a mamãe acha que um gato só já dá trabalho demais... — Ela explicou enquanto pegava dois gatinhos, um ela colocou no colo e me entregou outro, aquele branquinho.

— Você pode ficar com ele se quiser, Megan! — George o ofereceu a mim como um presente, se abaixando do meu lado.

— Ah, minha mãe não me deixa ter animais, ela acha que vou jogar eles pela janela ou algo assim... — Mesmo contrariada eu tive que recusar aquela gentileza e George olhou preocupado de mim para o gatinho, então logo me expliquei. — Isso é por causa de um mal entendido com os gatos da minha avó quando eu tinha cinco anos. Eu já disse que não faço mais isso, mas ela não acredita... Na verdade usa isso só como desculpa pra não me deixar ter um bichinho!

— Que pena, eu acho que você ia se dar muito bem com esse aí... — George esfregou a mão pelas minhas costas para me consolar, quando viu a cara de tristeza que eu fiz ao falar aquilo.

— É mesmo, ele já está ronronando, olha! — Louise acrescentou, cheia de ternura na voz. — Ele gosta mesmo de você! — Ela colocou o gatinho que estava no seu colo de volta na caixa e murmurou “E pelo visto não é o único dessa casa” em meio a risadinhas enquanto pegava outro filhote.

Eu fiquei corada e George imediatamente tirou a mão das minhas costas, voltando a acariciar a gata, que ainda estava no seu colo. Aquele silêncio constrangedor não durou mais que alguns segundos.

— É verdade o que a mamãe disse?! Que o George trouxe uma garota pra casa?! — Uma voz surgia através do corredor e os três nos viramos para olhar quem apareceu na porta em seguida.

— Peter! Você podia ser mais discreto, né? — Louise deu uma bronca no irmão, que logo se retratou, com um forçado arrependimento.

— Ah, me desculpe! — Logo deu um passo para trás, desaparecendo no corredor e voltou rapidamente, dessa vez simulando surpresa. — Ohhhh, nós temos visitas! Olá, tudo bem? Veio olhar os filhotes para adotar um? Se quiser levar o George também eu não me importo... Assim fico com um quarto só pra mim!

— Ahaha muito engraçado, Peter! — George disse sarcasticamente enquanto se levantava. — Então, acho que esqueci de apresentar vocês, né? Megan, esses sãos meus irmãos Peter e Louise. E ela é a Megan da escola, o que pelo visto vocês já sabem e por isso vieram direto pra cá! — Ele completou mal-humorado, colocando a gata em uma cama, que devia ser a sua, e pegou o violão que lá estava. — Vem Megan, vou tocar umas músicas enquanto a gente espera o almoço.

Devolvi o gatinho à caixa e me levantei também, desejando que George não segurasse minha mão de novo porque senão eu morreria de vergonha, mas ele o fez e em seguida começou a me puxar para fora do quarto.

— Ah! Olha só, Lou, nosso bebê está crescendo! — Peter disse em um tom emocionado de escárnio e logo deu uns tapinhas de leve no ombro da irmã. — E você me dá licença porque quero me trocar... — Ela também saiu pelo corredor e, enquanto ele fechava a porta, lhe deu uma ordem como brincadeira. — E vê se não atrapalha os pombinhos!

— Não liga pro Peter, Megan... Ele acha que tem graça mas é um bestalhão! — George se desculpou pelo irmão, que não parecia ser muito mais velho que a gente.

— Verdade, é só você ignorar, que uma hora ele se cansa... Pode ficar à vontade! — A irmã mais velha disse, antes de entrar em uma das portas do corredor e nós dois voltamos para a sala.

George tocava violão muito bem, não que eu entendesse alguma coisa de música, mas não se parecia em nada com a forma desafinada que meu primo Ted tocava, então deduzi que ele era realmente bom.

Eu poderia ficar a tarde inteira ali ouvindo os suaves acordes do seu violão, mas logo a senhora Harrison nos chamou para almoçar. O cheiro que vinha da cozinha era maravilhoso e devo ter saído da sala mais animada para comer que o próprio George.

Já estávamos todos sentados à mesa quando o primogênito da família adentrou o local, se desculpando pelo atraso, e se sentou ao lado de Peter, que logo o cutucou.

— Ei, Harry, o George trouxe uma garota!

— Ai, Peter, você nunca viu uma garota na vida, não? — Louise indagou, já irritada com a infantilidade do mais novo.

— Claro que não, Lou! E se viu, nunca chegou perto, você por acaso já o viu com alguma? — O irmão mais velho zombou e todos na mesa começaram a rir, menos Peter, que amarrou a cara e finalmente parou de fazer gracinhas.

— Agora chega de implicância com seu irmão e voltem a comer! — A mãe ordenou em seu tom de voz mais autoritário, ao que todos obedeceram.

Quando terminei de almoçar e achei que não poderia haver nada melhor do que aquilo, a senhora Harrison voltou com uma travessa de pudim, depois com uma pequena travessa de gelatina e, por fim, trouxe um bolo de chocolate com cobertura e tornou a se sentar.

Olhei com a maior cara de felicidade para cada uma das sobremesas e não sabia qual escolher, pois todas pareciam muito saborosas.

— Você pode pegar o que quiser, Megan, sirva-se à vontade! Aqui tem que ser assim porque cada um só come um tipo de sobremesa... — A mãe de George esclareceu, como boa anfitriã.

De fato, Louise estava pegando uma fatia do bolo, enquanto Peter já se deliciava com a gelatina de morango e Harry comia seu pudim apressado, porque seu horário de almoço estava chegando ao fim e tinha que voltar para o trabalho. E George, sem causar nenhnuma surpresa, estava com duas tacinhas de sobremesa à sua frente, uma com pudim, a outra com gelatina e já estava cortando uma fatia de bolo quando sua mãe o repreendeu.

— George! As sobremesas não vão sair correndo, então não faça vergonha na frente da visita e coma uma coisa de cada vez!

— Tá beeeeem... — Ele resmungou contrariado e largou a faca e a fatia do bolo, tentando se decidir entre o pudim e a gelatina.

— Eu fico com esse aqui! — Fui mais rápida que ele para decidir e peguei o pudim, rindo da careta de invocado que ele fez, mas logo ele também começou a rir e comeu a sua gelatina.

 


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Notas finais do capítulo

Então, eu comecei a trabalhar e ainda estou perdida com os horários durante a semana, porque eu estava acostumada a dormir o dia inteiro e ficar aqui a noite escrevendo, mas agora não posso mais fazer isso D: Peço que tenham só um pouquinho de paciência até eu me acostumar com toda essa mudança e voltar ao ritmo normal de escrita...
Tenho duas notícias: uma boa e uma má.
A boa é que o próximo capítulo não vai demorar, porque já está quase pronto! Na verdade era a continuação desse, mas ficou grande demais e eu dividi em dois...
A má é que essa fanfic não acaba nunca e vou ter que dividir em duas também, isso se vocês ainda aturarem a história até lá -q
Enfim, mais uma vez obrigada por tudo e até a próxima!!