Logo quando cheguei na escola, percebi que tinha algo errado. As pessoas riam e apontavam para mim, murmurando entre si. Fingi que não via ou ouvia nada, mas ficou difícil fingir quando vi uma foto minha no mural da escola, toda rabiscada e com uma mensagem:

  "Se liga, garota, o Castiel merece coisa melhor."

 Não precisei investigar para saber quem tinha feito aquilo. Afinal, qual é a única pessoa que não gosta de mim a ponto de fazer isso? Que me mandou ficar longe do "seu" Castiel? Que fica revoltada toda vez que estou perto?

 Ambre. Ela me paga. Arranquei a folha do mural e saí em passos largos para o pátio. Afinal, se ela não estava no corredor, em qual lugar mais estaria?

  - AMBRE! - gritei ao abrir a porta do pátio.

 Ela me encarou debochada, como se duvidasse que eu fosse fazer alguma coisa.

  - Nathalie, calma. - falou Castiel - Eu cuido disso.

  - Não, você não cuida! - bati o pé - Eu sou bem grandinha e sei resolver isso, Caz, obrigada!

 Eu avancei até a Ambre e a cada passo que eu dava ela parecia perder mais o sorriso cínico.

  - Ora, você ficou revoltada por causa da foto? - ela riu e as suas "amigas" riram também - Eu só falei a verdade.

  - Você vai ver a verdade quando eu... - eu levantei a mão, mas alguém segurou meu pulso.

  - Nathalie, nada de brigas. - disse Nathaniel.

  - Não é briga, é acerto de contas. - puxei meu punho - Sua irmã quer provocar como mulher, vamos ver se ela sabe lutar como mulher.

 Eu joguei minha mochila no chão e ergui os punhos na frente do rosto. Claro, eu não estava sendo justa. Sou campeã em sete artes marciais diferentes, além de que estava fazendo boxe antes de sair da minha antiga cidade, mas quem liga?

  - Sabe Ambre, você deveria pedir desculpa. - riu Castiel - Ela é campeã em sete artes marciais diferentes.

 Nathaniel ficou pálido. Numa luta corpo a corpo, ele não seria páreo para mim, isso é verdade. E ele sabia disso.

  - Venha Ambre, não é tão corajosa? - perguntei.

 Uma multidão estava se formando. Eu dei um passo a frente. Ia dar um soco nela, mas abri a mão do final, e o som do tapa se tornou claro. (Crianças, não façam isso se não forem campeãs em sete artes marciais diferentes e se puderem evitar) Minha mão formigou. Puxei os cabelos loiros dela para que ela ficasse frente a frente comigo. Sua bochecha esquerda estava com a marca exata da minha mão. Minha esquerda sempre foi mais fraca.

  - Olha, querida. - falei cínica - Não ouse me desafiar de novo. Não ouse tentar me humilhar de novo. Não ouse chegar perto do Castiel de novo. Caso isso aconteça, eu vou arrancar fio por fio dessa sua cabeça de loiro tingido com tinta barata.

 Eu puxei seu cabelo ainda mais, a jogando no chão. Sorri e a olhei de cima. Layla puxou os aplausos. Logo, a diretora veio ver o que estava havendo.

  - Nathalie, venha comigo AGORA! - ela gritou.

  - Claro, senhorita diretora. - falei respeitosamente.

 Eu peguei minha mochila do chão, coloquei-a nas costas. Fiz reverências de agradecimentos para as minha plateia. Notei Nathaniel me olhando decepcionado. Olhei para ele altivamente até que ele desviasse o olhar e segui, tranquila e calmamente para a sala da diretoria. Castiel me sorriu quando eu passei e senti, pela primeira vez em muito tempo, que tudo estava bem.