Watashi No Uta O Kiite escrita por Priih _ ncesa


Capítulo 41
Contradição bonita...


Notas iniciais do capítulo

Música do capítulo: Utsukushiki Mujun wo Idako Mono yo, do Inoue Kazuhiko (vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=pwu7NqMyhbo), que para quem não sabe é o seiyuu (dublador) japonês do Kakashi! A tradução foi feita por mim a partir do romanji/kanji e de uma tradução mais ou menos que eu encontrei em inglês. Não lembro dos links, por isso não vou os colocar aqui. Perdão se a tradução ficou confusa ou errada, mas esse foi o melhor que eu consegui! Enfim, espero que gostem do capítulo!
Ja nee~



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Capítulo XL

- Nee Kakashi... – Jun disse, chamando a atenção do grisalho que andava ao seu lado. – Tem certeza que está tudo bem?

- Hai, eu estou bem Jun. Não precisa se preocupar. – Na verdade isso era uma grande mentira. Ele não estava bem, não estava nada bem. Só a pespectiva de andar pela antiga rua de Obito já lhe embrulhava o estômago. Aquela vez em que ele havia ido até a casa de Obito, ou melhor, até a casa de Jun, havia sido algo feito por impulso, e ele realmente não havia pensado em muita coisa quando fizera aquilo. Tudo o que preenchia a sua mente naquele dia era Jun.

- Não tem como eu não me preocupar! – Jun exclamou, exasperada. Ela podia ver claramente a angustia de Kakashi. – Não tem como eu não me preocupar depois do que você me falou. Você não precisa passar por isso Kakashi...

- Jun... – Kakashi suspirou. Jun só estava tornando as coisas mais difícies. – Eu apenas tenho que fazer isso, ok?

- Demo...

- Eu sei que você está angustiava por me ver sofrer. Mas tem coisas que apenas nós próprios podemos fazer, não concorda? – Parou e se virou para a jovem, pondo a sua mão no ombro esquedo dela.

Jun desviou o olhar. Sabia disso, mas mesmo assim estava preocupada. Ela se importava com Kakashi, e não o queria ver sofrer. Suspirou. Tentar o convercer do contrário não adiantaria de nada, tudo o que ela podia fazer agora era apoiá-lo, e quem sabe, se ele permetisse, ficar ao lado dele.

- Ok. Eu concordo. Eu só não o quero ver sofrer... – Murmurou.

- Se a situação fosse contrária, eu também faria o que você está fazendo. – Sorriu e deu um leve aperto no ombro dela, para em seguida retirar a mão. – Não ia querer vê-la sofrer. – Kakashi continuou a andar e Jun deu uma leve corrida para se emparelhar com ele novamente.

Estavam se aproximando cada vez mais do começo da rua de Jun, a antiga rua de Obito. Rua essa pela qual Kakashi passou incontáveis vezes. O grisalho engoliu em seco, e quando estava para virar a esquina e finalmente adentrar na rua, estacou. Ele não ia conseguir.

- Kakashi? – A jovem percebeu que o grisalho havia ficado para trás. E seu coração falhou uma batida ao ver o rosto angustiado dele. Kakashi apertava com força a placa de ‘vende-se’ na sua mão.

- Jun, eu... – Ele só queria sair correndo dali.

- Vamos Kakashi. – Ela lhe estendeu a mão. – Você realmente quer fazer isso, não quer? Então eu vou ficar ao seu lado. Vou lhe apoiar na sua decisão. Vamos! Pegue a minha mão! – E balançou a mão na frente do grisalho.

- Obrigada Jun... – Murmurou e segurou a mão que a jovem lhe estendia, entrelaçando seus dedos. Aquele simples toque já lhe dava um pouco mais de confiança.

- Você não precisa olhar. Vire seu rosto para o lado, ou olhe para o chão. Eu vou lhe guiar Kakashi. – Jun virou a cabeça por sobre o ombro e tentou sorrir. – Você confia em mim?

- Sim, eu confio... – Kakashi sussurou e apertou a mão de Jun em resposta, deixando que ela lhe guiasse pela rua.

Mesmo não olhando ao seu redor, Kakashi sabia exatamente aonde estava. Engoliu em seco e apertou mais a mão de Jun. Ela o havia salvado mais uma vez.

Suspirou e abriu a boca, não para falar, e sim para cantar.

Sono hohotsutau ame wo, tsuki no namida to yobouka

(A chuva que cai pelo rosto, devo chamá-la de lágrimas da lua?)

Sora no kodoku kimi ni, katari kakeruno darou

(O céu solitário, para você falará)

Havia começado a nevar, por isso Kakashi havia se lembrado daquela música em particular. Os pequenos flocos de neve pareciam pequenas lágrimas que o céu sem estrelas ou lua chorava.

Sentiu o olhar de Jun sobre sim, mas não parou de cantar ou olhou para cima. Estava concentrado nas palavras que cantava e nos seus pés, respectivamente.

Subete ni shitawa rete

(Sendo ansiados por todos)

Naiteiru Hitamukina

(Chorando por aqueles olhos determinados)

Sono hitomi kioku no naka

(Dentro das memórias, com aquele olhos que eu vi)

Mita hitomi to kasanarite...

(Deixe que elas se entrelassem)

Suas memórias... Ah! Como as suas memórias o faziam chorar!

Ele não conseguia mais se lembrar das boas memórias sem que as ruins viessem. Ele esperava que ao conseguir superar aquele obstáculo, isso mudasse. Pois havia muitas memória de Obito que ele guardava com carinho. Queria parar de sofrer.

O aperto de Jun na sua mão se intensificou, quase se tornando doloroso. Sorriu. Não tinha palavras para agradecer o que a jovem estava fazendo por ele.

Utsukushiki mujun wo idaku,

(Aqueles frágies e violentos)

morokute hageshiki mono tachi

(Que carregam uma contradição bonita)

Te wo furereba, kiesou demo

(Mesmo que pareça que ela pode desaparecer com um toque)

Yuruginai kokoro wo motsu mono yo

(Para aqueles que em um coração forte)

Sim, aquela era uma contradição bonita. Jun tão frágil, meiga e jovem estava conduzindo alguém que supostamente deveria ser forte, mas que também tinha uma grande bagagem emocional e já havia vivido muito mais. Suspirou.

Utsukushiki mujun wo idaku,

(Aqueles frágies e violentos)

Tsuyokute hakanaki mono tachi

(Que carregam uma contradição bonita)

Nakusu tameni, kimi wo nozomu

(Eu espero por você a fim de perder)

Kono mune no, mujun ni hohoemi wo

(Esta contradição em meu coração, sorria)

Jun queria se voltar e abraçar a Kakashi.

A música que ele cantava carregava tanta tristezas e tantas lembranças. Era lindo. Porém triste. Não sabia como definir direito todos os sentimentos que a cançam continham. A dor de Kakashi doía nela. Suspirou e apertou o passo. Tudo o que ela podia fazer por Kakashi era passar o mais rápido possível por aquele lugar

Kimiga futo dakishimeta nara,

(E se você, de repente me abraçar)

Umoregi mo hana ga sakudarou

(Mesmo nessa madeira podre, flores florescerão)

Aa~ tsuyu no ma de kieyuku yume

(Ahh como o orvalho, o sonho que está desaparescendo)

Sou~ kimi wo watashi no yume ni shiyou

(Sim, eu farei de você o meu sonho.)

Jun virou a esquina para a antiga rua de Kakashi no mesmo momento em que ele terminou a canção.

- Pronto! – Jun disse aliviada e, sem pensar duas vezes, atirou os seus braços ao redor do pescoço de Kakashi, o abraçando.

- Arigatou... – Ele murmurou, a voz um pouco embargada.

Ele não afastou a jovem, como ela pensou que ele faria, ao contrário, ele passou seus braços ao redor da cintura fina dela e enterrou seu rosto na curva do seu pescoço.

- Kakashi, você...? – Perguntou preocupada ao escutá-lo fungar. Provavelmente estava chorando.

- Só mais um pouco... – Pediu com a voz abafada e apertou mais a jovem nos braços. Não queria se separar dela ainda. Talvez se ela o abraçasse com mais força, flores floresceriam na alma dele, como dizia a música. E como dizia a música, ele faria dela o seu sonho.

- Quanto tempo você quiser... – Jun afagou-lhe os cabelos. – Quanto tempo você quiser... – Repetiu, e lágrimas vieram aos seus olhos. Como doía ver a pessoa que amava sofrer!

- Pronto... – Kakashi suspirou, e depois de secar os olhos que quase havia transbordado de lágrimas, se afastou de Jun.

- Kakashi...? – Chamou preocupada a jovem.

- Eu estou bem.

- Não! Você não está! – Exclamou e tentou se aproximar, mas Kakashi recuou.

- Eu preciso colocar a placa Jun... – Murmurou e se encaminhou para a sua antiga casa, a terceira casa contando a partir da esquerda do lado direito daquela rua.

Jun suspirou e seguiu-o. Kakashi era teiomoso, muito teimoso.

- É essa a sua antiga casa? – Jun parou ao lado de Kakashi e observou a pequena e pálida casa, não muito diferente da sua.

- Sim, essa é a casa da minha infância... – Kakashi se aproximou e pendurou a placa na caixa de correio. – Acho que agora está feito... – Se afastou dois passos e observou a placa que destonava naquele lugar. Caçou algo do bolso, e de lá tirou um molho de chaves.

- Você vai entrar?! – Jun perguntou preocupada.

- Quero ver se ainda há algo importante aí dentro...

- Mas... – Jun mordeu a lingua. Sabia que falar alguma coisa não iria mudar nada, mas estava cada vez mais preocupada com Kakashi. – Você vai ficar bem?

- Se você estiver comigo... – Kakashi lhe estendeu a mão e deu um meio sorriso. – Eu vou ficar bem.

Jun suspirou e aceitou a mão do grisalho.

- Vamos!

Continua...


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Notas finais do capítulo

Eu tive que buscar no google como se escrevia '40' em número romano hahahahahaha enfim... Gostaram do capítulo? O próximo será o último desse 'arco' da placa 'vende-se' :) e depois disso as coisas vão se encaminhar para o final! Muito obrigada a quem está acompanhando e comentando!
Ja nee~