Watashi No Uta O Kiite escrita por Priih _ ncesa


Capítulo 15
Kimi ga suki


Notas iniciais do capítulo

A música continua sendo a mesma do capítulo passado, When first love ends da Vocaloid, Hatsune Miku (letra e tradução: http://letras.terra.com.br/vocaloid/1594401/traducao.html, vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=IBQvnBkimp8&feature=related). Não me matem, ok?
Enjoy~



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/227248/chapter/15

Capítulo XIV

Arigatou sayonara

(Obrigada, adeus)

Setsunai kataomoi

(Esse amargo amor não correspondido)

Ashi wo tome tara omoidashite shimaru

(Se eu olhar para trás agora, eu poderia pensar em voltar para o nosso passado,)

Dakara...

(Então...)

– Kakashi... – tentou mais uma vez.

Arigatou sayonara

(Obrigada, adeus)

Naitari shinai kara

(Eu não vou chorar agora)

Sou omotta totan ni fuwari

(No momento em que eu pensei isso, gentilmente)

Maiorite kuru yuki

(a neve começou a cair suavemente, quando eu toquei)

Furetara okete kieta

(Dissolveu e desapareceu)

– Estou te escutando.

Ekie to tsuduku oodoori

(No caminho para a estação,)

Yorisotteru futari tanoshi sou

(Um casal se aninha, feliz)

"Hora mite hatsuyuki!"

("Hey, esta é a primeira nevasca da estação!")

Kimi to anna fuu ni nari takute

(Eu queria que fosse assim com você)

Ela abriu a boca para falar, porém um casal abraçado passou por lá. Esperou que eles passassem para poder finalmente falar as palavras entaladas em sua garganta.

Hajimeta tsukutta

(Eu fiz isso pelo primeira vez)

Teami no MUFFLER

(Um cachecol feito a mão)

Doushitara watase tan darou

(Como eu poderia dar isso para você?)

Ikuji nashi kowakatta dake

(Uma covarde, estava apenas com medo)

Kakashi já tinha uma boa ideia do que a jovem iria lhe falar, e lhe doía o coração em pensar em como as palavras dela lhe atingiriam e a resposta que ele teria de lhe dar, e lhe doia ainda mais aquela música, justo aquela música, servir de fundo para essa cena.

Omoide ni naru nara

(Se isso virar apenas lembranças)

Kono mama de kamawa naitte

(Não a nada com o que e preocupar,)

Sore wa honto nano?

(Certo?)

– Por favor, não me odeie pelo que eu vou falar, e nem continue a me evitar, isso machuca – ela se encolheu, estava com frio. A roupa que vestia não era para um dia de neve – apenas se lembre dos momentos legais que passamos juntos, ok?

Arigatou sayonara

(Obrigada, adeus)

Itsukai konna toki ga kita shimau koto

(Um dia, eu sabia que um momento)

Wakatteta hazu da wa

(Como esse aconteceria)

Nano ni...

(Mas...)

– Sim. Não vou mais lhe evitar, e nunca vou esquecer dos momentos em que passamos juntos – ele engoliu em seco. Aquilo estava mais para uma despedida do que para uma confisão.

Arigatou sayonara?

(Obrigada, adeus?)

Karada da furueteru

(Meu corpo está trêmulo)

Mousugu ressha ga kuru noni

(O trem chegará a qualquer instante)

Sore wa ima ni natte

(Isso está me incomodando)

Watashi wo kurushimeru

(Agora)

Jun escutou o barulho do trêm chegando. Tinha pouco tempo para falar as palavras que ainda estavam presas em sua garganta.

Tsunagaritai

(Queria que nós estivéssemos conectados)

Dore hodo negatta darou

(Já perdi a conta de quantas vezes eu desejei isso)

Kono te wa karappo...

(Minha mão está vazia)

Nee sayonaratte kouiu koto?

(Mas, isso é o que nós chamamos de adeus, não é?)

Kakashi também escutou o barulho do trêm, que estava quase sobrepondo a melodia distante, mas com seus ouvidos treinados, ele ainda podia escutar uma nota ou outra. Suspirou. Só podia ser ironia.

Ika naku cha

(Eu sei, eu tenho que ir)

Sonna no wakatteru

(Também sei,)

Kimi ga yasashii koton mo shitteru

(O quanto gentil e amável você é)

Dakara...

(Então...)

Nee – ela falou, a voz falhando e lágrimas se acumulando nos cantos dos olhos – muito obrigada por sempre ter sido gentil comigo – estava protelando o maxímo que podia.

– Não me agradeça por isso – ele falou, um singelo sorriso no rosto – não tem como eu não ser gentil com você. Sempre o serei, independente do que aconteça.

Ela também sorriu, um sorriso fraco em comparação com aquele doces e largos sorrisos que ela sempre lhe dedicava.

"... Kono te wo hanashite yo"

("... Por favor deixe-me ir)

– Acho que eu tenho que falar logo, não é? Meu trêm está chegando... – ela olhou para o trêm que se aproximava cada vez mais.

– Demore o tempo que quiser...

Deaete yokatta

(Estou tão feliz que nós nos conhecemos)

Kimi ga suki

(Eu te amo)

Nee Kakashi... – finalmente ela iria dizer – Kimi ga suki... – ela disse ao mesmo tempo que a música – eu te amo – repetiu.

Kakashi já sabia que era isso que ela iria falar, mas mesmo assim as palavras dela lhe atingiram com força. Ele ficou momentaneamente desnorteado até encontrar novamente as palavras.

Gomen, perdão, mas eu não posso responder aos seus sentimentos – ele disse, uma bola se formando em sua garganta.

– Eu já sabia que essa seria a sua resposta – ela sorriu, um sorriso triste, e em seguida uma lágrima escorreu. Um tapa na cara de Kakashi. Aquela menina não merecia sofrer de amor por ele – desde que você começou a me evitar.

Gomen – ele repetiu e fitou o chão. Não iria aguentar olhar as lágrimas da jovem.

Eto... – ela disse e lhe deu as costas, não queria que ele visse suas lágrimas – meu trêm chegou. Obrigada por me escutar.

O trêm estava parado a alguns metros de distância, e Jun começou a se dirigir para ele.

Kakashi levantou o rosto, os olhos marejados de lágrimas que ele se recusava a deixar escorrer. Ele observou a jovem andar, e depois começar a correr em direção ao trêm. Ele queria lhe falar tantas coisas. Queria lhe explicar o porquê de não poder retribuir seus sentimentos. Gostaria de lhe falar o porquê não lhe entregara a décima terceira música.

Kakashi havia mentido quando disse que a música não estava pronta. Realmente, aquela havia sido a única música, das treze, que ele havia composto toda nessa semana, mas não tivera coragem de entregar para a jovem.

Fechou os olhos e deixou as últimas estrofes da música entrarem no seu corpo.

Arigatou sayonara

(Obrigada, adeus)

Hitokoto ga ie nai

(Eu não consigo dizer uma única palavra)

Ima dake de ii watashi ni yuuki wo

(Apenas por um momento, dê me coragem para falar)

"Ano ne..."

("Hey, hm...")

Abriu os olhos assustados quando escutou o barulho de algo caindo no chão.

– JUN! – Chamou e correu até onde ela havia caido de quatro – Você está bem? – Quando chegou lá, ela já havia sentado na neve e limpava o rosto e as mãos. Se agachou ao lado dela.

– Eu estou bem – balbuciou por tras das mãos.

– Vem cá – ele segurou seu pulso – vamos nos sentar ali para ver se você não machucou nada. Eu lhe disse mais cedo para tomar cuidado para não escorregar por cauda da neve... Venha.

– Me solta! – Ela gritou e puxou o pulso da mão de Kakashi, que ficou momentaneamente desconcertado – Não seja gentil comigo! Não agora!

Ele recolheu a mão. Ela tinha razão. Ele havia acabado de rejeitar sua confisão, ser gentil com ela agora só partiria mais ainda o seu coração.

– Perdão.

– Pare de se desculpar! – Ela começou a soluçar. Apenas queria entrar no trêm e chorar sozinha. Já sabia que essa seria a resposta de Kakashi, mas mesmo assim doia, doia muito – Você não tem culpa de não sentir o mesmo que eu sinto por você!

Mas era aí que Jun se enganava. Kakashi sentia por ela exatamente o mesmo que ela sentia por ele, mas ele não podia deixar esse amor florescer por diversas razões, a principal sendo que estaria indo embora para a America em pouco dias.

– Jun...

– Vá embora!

Kakashi engoliu em seco. Ele era um canalha. Nunca deveria tê-la beijado. Mas talvez esse amor impossível fosse ocorrer de qualquer jeito. Talvez fosse ocorrer desde o momento em que ele pussera os pés pela primeira vez naquele bar, atraído pela bela canção da jovem.

Suspirou.

– Que se dane – disse e puxou as mãos da jovem, deixando seu rosto livre.

– Mas o qu- – foi interrompida.

Ii kaketa kuchibiru...

(Os lábios que estavam prestes a falar...)

Kimi to no kyori wa zero

(A distância entre nós se tornou zero)

... Ima dake wa naite ii yo ne?

(...Posso chorar, somente nesse momento?)

Mou kotoba wa iranai

(Não é preciso palavras)

Onegai gyutto shite ite

(Por favor, continue abraçando-me forte)

Ele a beijou. Momentaneamente ela não demonstrou nenhuma reação, mas quando Kakashi passou seus braços ao redor dela, ela correspondeu ao abraço e ao beijo também.

Rainen ni imagoro ni wa

(Nesse tempo no próximo ano,)

Donna watashi ga ite

(Eu me pergunto, que tipo de pessoa eu serei...)

Donna kimi ga aru no kana.

(Que tipo de pessoa você será... Eu me pergunto).

E eles se beijaram ali, sentados na estação de trêm no meio de um começo de nevasca, as últimas notas da canção sopradas ao ar.

Momentos depois eles se separaram, e Kakashi olhou diretamente em seus olhos. Sabia que não deveria ter feito isso, mas quem é que se importava?

– Jun. Esse foi o nosso último beijo – engoliu em seco. Iria dar um ponto final nisso agora.

– Penúltimo – ela disse, e ele ficou confuso.

Ela desfez a confusão ao puxá-lo pela camisa e beijá-lo. Se aquele iria ser o último beijo deles, ela iria querer uma boa lembraça dele.

Kakashi a beijou intensamente. Levou suas mãos ao seu cabelo, desfazendo seu penteado infantil e aprofundou ainda mais o beijo.

Não sabia se aquelas lágrimas eram suas ou delas. Mas não se importou. Aquele seria o último, então faria dele o melhor.

Kakashi quebrou o beijo pouco depois e se levantou, oferecendo sua mão direita para que a jovem pudesse se levantar. Jun aceitou a mão e Kakashi a levantou num puxão.

Ela deu um passo para trás e bateu a neve da sua roupa.

– Vem cá – Kakashi a chamou com a mão e ela se aproximou. Ele tirou um leço do bolço e o passou pelo rosto da jovem, secando suas lágrimas.

Arigatou – agradeceu e pegou o lenço das mãos deles, ficando na ponta dos pés para secar as lágrimas que estavam no rosto dele.

Ele se surpreendeu com o ato, mas ficou parado no lugar enquanto ela enxugava suas lágrimas. Pela primeira vez reparou nas mãos dela. Eles eram mais claras que a pele de seu braço, e eram mãos grande de dedos finos, mãos de pianistas. Suas unhas curtas estavam bem feitas e pintadas de vermelho. Sorriu. Vermelho era sua cor preferida.

– Obrigada – agradeceu depois dela ter enxugado suas lágrimas e lhe estendeu seu lenço de volta, ao qual guardou no bolso.

– Então é agora que a gente se despede, não é? – Ela sorriu, ainda triste, porém não tão triste como antes.

– Uhum – ele concordou. Um outro trêm estava vindo ao longe. Ele podia o ver.

– Nos vemos segunda no estúdio?

– Sim. Não vou mais lhe evitar.

– Obrigada – ela sorriu, um sorriso mais aberto, que enrugou os cantos de seus olhos.

Kakashi esperou com ela até que o trêm chegasse. Esperou ela entrar, sentar e partir até o trêm se tornar um borrão ao longe.

Era melhor assim. Se a dispedida não acontecesse agora, iria acontecer dentro de algumas semanas, e se isso se prolongasse por mais semanas, seria muito mais difícil ir do que agora.

– Primeira nevasca da estação, hein? – Falou sozinho e riu, um riso sem alegria – Ótima recordação – ironia transbordou dessa frase. Mas no fundo, ela era verdade. Essa seria uma boa recordação no futuro. Embora também triste.

A passos lentos saiu da estação. Tudo o que queria agora era o seu violão e uma boa garrafa de vinho.

Sua curta história de amor não havia tido um final feliz.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

HOHOHO espero que tenham gostado! Amo esses dramas, e é claro, prometo muuuuito mais drama, lágrimas e beijos, que tal? Espero que estejam gostando, e quero avisar que já estou em 82 páginas no word! Será que eu consigo chegar a 100? *-----* GANBATTE! Vou me esforçar minna-san ^^
Ja nee~