Watashi No Uta O Kiite escrita por Priih _ ncesa


Capítulo 14
Covarde


Notas iniciais do capítulo

Se lembram da música que Kakashi pediu para Jun cantar na terceira noite em que ele foi no bar do Sarutobi? Pois é, a música está de volta! When first love ends da Vocaloid, Hatsune Miku (letra e tradução: http://letras.terra.com.br/vocaloid/1594401/traducao.html, vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=IBQvnBkimp8&feature=related).
Enjoy~



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Capítulo XIII

Jun se assustou com o repentino abrir de olhos de Kakashi que bateu a porta e deixou suas coisas cairem no chão.

– Bosta... – Xingou e se abaixou para pegar alguns papeis, Kakashi surgindo logo em seguida.

– Deixa eu te ajudar... – ele também se abaixou e recolheu algum dos papeis da menina.

Sem querer, quando foi pegar uma folha de uma partitura, sua mão encostou na de Jun. Instantaneamente a menina recolheu a mão, como se houvesse levado um choque.

Gomen – pediu ela e se apressou a ficar de pé.

– Não, eu é quem peço desculpas. – Kakashi também se levantou. Não sabia exatamente pelo que estava pedindo desculpa. Se estava pedindo desculpas pelo beijo que havia dado nela, ou se por não poder oferecer mais do que amizade a ela, ou talvez por ser um idiota. O mais provável, é que estivesse pedindo perdão por tudo isso e mais um pouco – Aqui – estendeu as folhas recuperadas do chão.

– Obrigada – ela teve cuidado de não encostar na mão dele ao pegar as folhas.

– Onde está a sua amiga?

– Ela recebeu uma ligação do primo, teve que sair as presas.

– Entendo...

Aquela era uma conversa bem tensa e forçada.

Kakashi se sentia triste por ter arruinado a curta amizade que eles havia desenvolvido naquele meio tempo. Gostaria de rir, de brincar e discutir como eles havia feito nos primeiros dias em que se conheceram. Se ele apenas pudesse voltar alguns dias no tempo... Ele não teria se engasgado e nada daquilo teria acontecido. Apertou o punho. Ele era mesmo um idiota.

Eto... Eu tenho que ir agora – Jun disse e deu um leve sorriso, apertando os papeis contra o peito e dando as costas para Kakashi.

Ok... – ele disse, mas se lembrou de algo – Espere!

Jun parou.

Nani?

– Eu ia passar mais tarde no Osa-san para deixar uma coisa para você. Mas já que está aqui, vamos no estacionamento comigo que eu já lhe entrego.

– Uhum – concordou, e seguiu Kakashi para o elevador quando ele lhe ultrapassou.

A descida do elevador foi em silêncio, o clima continuava tenso entre eles.

Só quando chegaram ao hall, mais precisamente quando Kakashi pois os pés fora do prédio é que ele falou.

– Oh – exclamou – está nevando!

Jun arregalou os olhos e passou por ele, vendo a rua, calçada, carros e árvores todos cobertos por uma camada de pelo menos 10 centímetros de neve.

Sugoi! – Exclamou maravilhada. Uma coisa que não se cansava de ver era a neve – Nevou tanto em tão pouco tempo!

Kakashi concordou sorrindo. Os olhos da jovem brilharam ao ver a neve, e aquele sentimento contagiou ele. Aquela era a primeira nevada da estação.

– Vem, vamos no estacionamento, apenas cuidado para não escorregar – disse ele, notanto que a bota dela não era própria para neve.

Caminharam alguns metros, ainda em silêncio. Porém esse silêncio era mais leve que o anterior, pois Jun estava tão admitada com aquele cobertor branco que sua raiva por Kakashi havia se dissipado um pouco.

Kakashi finalmente alcançou seu carro negro, que agora tinha uma cobertura branca, e abriu a porta do passageiro, tirando de lá uma pasta.

– O que é isso? – Ela perguntou a ver a pasta verde transparente nas mão de Kakashi.

– Isso são as partituras das suas músicas de estréia. – Ele lhe estendeu o objeto – Aqui tem doze, das treze músicas que você apresentará no seu show de debut.

– Oh! – Disse simplesmente e estendeu a mão para pegar a pasta, a pegando com cuidado e a guardando na sua bolsa em seguida. Dedicaria seu final de semana a ler e memorizar aquelas letras.

– Treine. Na segunda você vai começar a ensair coreografias e a treinar com Naruto, Sasuke, Gaara e Sakura.

– Treinar com Naruto, Sasuke, Sakura e... Gaara? – Ela perguntou confusa. Nunca havia ouvido falar desse tal de Gaara.

– Sim. Gai não lhe falou que serão eles a tocar? Naruto no baixo, Sasuke na guitarra, Sakura no teclado e Gaara na bateria – explicou.

– Não, eu não sabia. Alias, quem é Gaara?

– Gaara é um menino de cabelo tingido de vermelho e com uma tatuagem na testa. Ele não vem muito para o estudio, prefere ensair em casa. Te garanto se você o tivesse visto iria se lembra.

– Acho que sim – ela assentiu. A descrição do garoto era bem bizarra – Mas, você disse que aqui tem doze das treze letras, certo?

Hai.

– E a décima terceira?

– Eu ainda não escrevi. Nem sei se poderei escrever – ele suspirou – pois estou muito atarefado. Essas músicas que estão na suas mãos, a maioria já estavam um ou dois terços escritas e já com a melodia, apenas as finalizei. O mais complicado é compor a música. Depois da melodia pronta, as palavras vem fácil para completá-la. E eu estou tendo problemas de tempo para compor a melodia da décima terceira música.

– Sim – ela concordou – compor melodias requer tempo.

– Exatamente, mas eu vou me esforçar para compô-la – sorriu.

– Se você quiser, pode me dar a música no dia anterior ao show, pois eu preciso de pouco tempo para aprender a letra de uma música. Tenho memória e audição muito boas!

Ambos sorriram. A tensão havia se esvaido um pouco, e eles pelo menos podiam falar de negócios sem nenhuma nuvem negra pairando pela cabeça deles.

– Tudo bem então. No dia anterior ao seu show eu prometo estar com a música pronta.

Kakashi se virou para pegar mais alguma coisa no carro e Jun observou suas largas costas e corpo esguio. Eu queria falar. Ela queria muito falar que ela o amava. Mas tinha medo.

A jovem inspirou fundo.

Essa era uma oportunidade em mil.

Tinha certeza que seria rejeitada, mas talvez, apenas um pequeno talvez, ela não fosse rejeitada.

Expirou o ar.

– Kakashi – chamou. Era agora ou nunca.

– Sim? – Ele se voltou sem olhar para ela, estava fechando o carro e ativando o alarme.

– Kakashi – repetiu o nome dele mais uma vez, tomando coragem para o que estava por fazer – eu... – mas foi interrompida pelo toque de celular dele.

– Só um momento – ele pediu e atendeu ao celular – Mochi-mochi?

Ju inspirou e expirou. Sua coragem havia se esvaido. Tudo o que ela tinha a fazer agora era ir embora.

Esperou Kakashi olhar na sua direção para dar um adeus com a mão. Não esperou a reação dele. Lhe deu as costas e saiu correndo.

Covarde, covarde, covarde – era o que sua mente gritava enquanto ela corria para a estação de trem.

– JUN!

Ela não acreditou quando escutou a voz dele. Pela segunda vez ele a estava seguindo.

– Eu estou atrasada para pegar o trêm – foi tudo o que falou e fez uma curva, quase derrapando na calçada. Não olhou para trás para ver se ele ainda lhe seguia, esperava que não.

Desceu correndo a escadaria e finalmente, depois de três quadras correndo, chegou a estação, que a essa hora estava vazia.

Apoiou as mãos nos joelhos e respirou com dificuldade. Não acreditava que havia fugido de Kakashi dessa maneira. Tudo porque ela era covarde. Tinha medo da rejeição dele. Tinha medo de piorar a situação entre eles. Tinha medo de o perder definitivamente.

– JUN!

– Não... – ela surrurou, vendo Kakashi se aproximar por entre as mexas das suas marias chiquinhas desfeitas.

– Jun! – Ele exclamou novamente, se aproximando da menina – Porque você saiu correndo? – Ele também respirava com dificuldade, não tanto quanto ela, mas ele também não era um atleta.

Ela lhe deu as costas.

Nee Kakashi – suspirou, iria fazer isso logo de uma vez e terminar com esse sofrimento. Quando abriu a boca para terminar a frase, o vento trouxe algumas notas de uma canção.

Hajimete no KISS wa namida no aiji ga shita

(O primeiro beijo teve gosto de lágrimas)

Maru de DRAMA mitai na koi

(Era como romance de novela)

Mihakaratta you ni hassha no BELL ga natta

(Como se estivesse esperando pelo momento certo, o sino de partida tocou)

O coração da jovem se apertou. Essa havia sido a música que Kakashi pedira para ela cantar pela primeira vez. Havia sido uma ocasião tão feliz!

Tsumetai fuyo kaze ga hou wo kasumeru

(Um vento frio do inverno roçou minha bochecha)

Haita iki de ryoute wo kosutta

(Então eu esfreguei as minhas mãos tentando mantê-las aquecidas)

Kakashi também percebera qual música era aquela. Só podia ser ironia. A música que tanto gostava e a música que ele havia pedido para Jun cantar na terceira noite seguida que fora naquele bar horrível do seu bairro de infância havia se tornado a música do seu amor fracassado. Amor que nunca poderia florecer.

Jun engoliu em seco e se arrepiou quando um verto frio passou por ali, trazendo alguns poucos flocos de neve consigo.

Machi wa ILLUMINATION mahou wo kaketa mitai

(A cidade está iluminada por decorações de natal, como se estivesse magicamente fundida)

Hadaka no gairoju KIRA-KIRA

(Fazendo as árvores brilharem)

– O que você queria me falar Jun? – Perguntou suavemente Kakashi.

Doushite mo ie nakatta

(Eu simplesmente não consegui dizê-los)

Kono kimochi osaetsuketa

(Os sentimentos que eu mantenho escondidos)

Mae kara kimite ita koto da kara

(Isso foi o que eu decidi fazer)

Kore de ii no

(Está tudo bem,)

Furimuka nai kara

(Eu não irei olhar para trás)

Jun abriu a boca, mas as palavras não surgiram. Estavam presas na sua garganta. Ela não iria conseguir dizê-las. Embora não conseguisse expressar seus sentimentos, ela precisava saber qual seria a resposta de Kakashi. Ela precisava, ou ficaria louca se ele continuasse a lhe evitar. Precisava colocar tudo em pratos limpos.

Suspirou e abriu a boca para que as palavras saíssem.

Continua...



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Notas finais do capítulo

Eu sei que acabei o capítulo em um momento crítico HAHAHAHAHA mas é claro que foi de propósito, não é?! Por favor não me matem, e aguardem que logo teremos um capítulo novo! Okay? ~desvia das kunais sendo lançadas pelos leitores~ Tenho a ligeira impressão de que não está okay... enfim! HAHAHAHHAAHH~
Ja nee~