A Vida de Uma Garota Nada Popular escrita por Lu Carvalho


Capítulo 22
Hormônios no Aeroporto


Notas iniciais do capítulo

Capítulo já na semana seguinte? Não, isto não é brincadeira. Eu escrevi outro capitulo novo em folha!! Foi um desafio pra mim isso, e agora tenho um pra vocês! O desafio é o seguinte: Digam como vocês conheceram a fic e porque continuam lendo. Quero conhecer vocês melhor e ter um contato mais aberto, afinal, se não fosse vocês, do fundo do meu coração, eu não estaria escrevendo isso aqui agora. Não se esqueçam de responder o desafio no comentario e/ou em mensagem privada e de ver o trailer!! http://www.youtube.com/watch?v=gUcpyjlyN-A

Espero que gostem!! Beijocass



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-Eu não sabia que ele era gay! – me defendi para Thiago. Segundo ele, eu devia ter falado com minha irmã antes de causar todo esse transtorno. Ok. Como se fosse óbvio que o namorado dela estivesse cobrindo seu caso gay através de um namoro hétero. Puft. Como eu não pensei nisso?

Depois de alegar isso ele só me revirou os olhos. Ele estava irritando profundamente o fundo da minha alma com estes revirares de olhos. Pelas minhas contas já era a DÉCIMA vez que ele fazia isso, apenas em meia hora.

-Você quem diz – e estacionou o carro.

Mas que vontade de cegá-lo com a chave do carro.

Bati a porta do carro com força. Só de birra mesmo.

-Isso foi maduro – falou alto ao sair do carro. – Bem maduro.

-Cala a boca e me ajuda com as malas.

Outro revirar de olhos. Minhas unhas estavam bem afiadas, seria uma pena se acidentalmente elas fincassem nos olhos do meu querido namorado.

Enquanto Thiago pegava minhas malas do porta-malas, eu o observava, tomando meu suquinho de uva.

Eu não sei se você conseguiu perceber, mas estava um pouco perturbada. Não sei se foi pela viagem mal dormida de carro até o aeroporto, se foi pelo choque da Bruna, raiva de Anne, a tensão da viagem ou se foi o sonho que tive com Matheus. Que me ligava sem parar pedindo desculpas e coisas do tipo. Cara, como isso me irritou. Embora todas essas coisas juntas pudessem deixar uma garota realmente frustrada e estressada nada disso me parecia o bastante. O sonho com o Matheus até pode ter me deixado inquieta, devido aos fatos inoportunos que vêm se seguindo, mas nada a ver, sabe? Só continuava a não saber o que tanto me incomodava...

-Mari, - chamou Thiago segurando minhas três malas médias com a mão esquerda, a bagagem de mão com a direita e, no pescoço, meu travesseirinho. – me dá uma ajuda aqui?

CARAMBA, NÃO SABE FAZER NADA SOZINHO MESMO, NÉ?

Impaciente, fui até ele e peguei meu travesseiro. Em seguida me lançou um olhar de quem diz “Está de brincadeira comigo, né, sua preguiçosa?”.

Só para fazer com que ele mudasse aquela cara de mal amado peguei uma das minhas malas médias e a bagagem de mão.

-Obrigada – agradeceu, cínico.

Acho que ele nunca deve ter experimentado a dor das unhas grandes.

Voltando ao meu devaneio, não sabia o que me fazia estar tão perturbada.

Atravessamos praticamente todo o aeroporto sem dar um único piu. Ao terminar com toda aquela burocracia de aeroporto americano, finalmente nos sentamos na sala de embarque. Nisto ainda faltavam mais duas horas para meu voo. Disse para Thiago que compraria um McLanche Feliz e logo voltava. Você consegue imaginar que o folgado me pediu para trazer um BigMac? Juro que dei meu melhor para não fazer cara feia – ou metade do meu melhor.

Finalmente sozinha. Antes de qualquer coisa fui ao banheiro, tomar alguns antidepressivos e outros remedinhos que asmáticos têm de tomar. Eu sei que antidepressivo não está nessa lista, mas de qualquer jeito acabei tomando.

Já no McDonalds, o caixa que me atendeu era um bocado simpático. Ofereceu-me a promoção especial do mês e tudo. De um jeito bem estranho, senti certa empatia. Acabei puxando papo. Coisa que – acho – não faria em sã consciência. Disse que ia viajar pra Miami, e estava surtando desde que soube da noticia, pois teria que deixar meu melhor amigo/ namorado. Eu nunca havia realmente pensado nisso, mas quando disse pareceu tão verdadeiro, sabe? É como se eu estivesse guardando isso o tempo todo na minha garganta, porém nunca ter tido a clareza em formular tal pensamento. E essas sensações de “libertação senti-obscura-mental” iam acontecendo cada vez mais que eu tagarelava. Disse que sentia que estava sendo uma péssima namorada, por me sentir tão distante na relação, e que não queria me sentir desse jeito. De modo algum. Apenas não sabia o porquê da sensação. Embora, acho que não é pelo fato da pessoa ser errada. Mas pelo tempo ser errado. Apesar disso, não queria acabar com nada, porque eu realmente o adoro muito e não aguentaria não estar com ele. Mas eu estava surtando por não estar conseguindo ser boa o suficiente para ele.

Surtando pra chuchu.

Foi quando entendi o que me incomodava tanto. Uma dor de cabeça enorme e enjoo me circundavam.

Me senti bem melhor conversando com o atendente, mas já era a hora de ir. As tiazinhas atrás de mim comemoraram um aleluia, e eu as mandei para aquele lugar.

Voltando para a sala de embarque encontrei os meus amigos do estúdio McDonson e Matheus. E um Thiago dormindo. Olhei para o relógio e percebi que faltavam apenas meia hora para decolar. ERAM DUAS E QUINZE DA MANHA!

Cumprimentei rapidamente todos meus colegas – ou pelo menos tentei ser rápida – para que pudesse falar com Thiago. De novo, Matheus quis me chamar para conversar e coisas do tipo. Prometi para ele que sentássemos juntos no avião para que pudéssemos conversar mais sobre o assunto.

Eu definitivamente não estava batendo bem com a cabeça.

Acordei Thiago com um tapa na cara.

-Ei! O que foi isso?!

-Seu lanche, e meus últimos quinze minutos com você.

Você devia ter visto a cara dele, deu vontade de chorar.

-Ahn... Então, você já vai...

Sentei-me ao seu lado, exausta.

-Assim que chegar eu te ligo. Prometo. – estendi o dedo mindinho a ele.

Ele soltou um risinho corado.

-Divirta-se em Miami. – abaixou minha mão, ignorando o mindinho. - Compre presentes para mim.

Isso me irritou. MUITO.

-Para de drama, meu Deus.

Ele revirou os olhos 

-Mas eu não disse nada! 

-Ah, sim.- respondi ironicamente e nervosa. - Compre presentes para mim, Mari. Vê se não esquece que tem namorado, viu? Volta logo pra casa. 

-Eu realmente quero presentes. 

-Então você não vai sentir minha falta?!? 

-É lógico que eu vou, mas... Ei, para com isso. 

-Parar com o que?- me levantei, prestes a dar uma de barraqueira.

Bufou, e por um instante pensei que iria revirar os olhos. E me irritei de novo. Mas não revirou. Não revirou e apenas sorriu. Mas não um sorriso cínico, ou qualquer coisa do tipo. Um sorriso sincero. Daqueles que você se derrete toda ao ver. Daqueles que captam exatamente toda sua frustração, e te proporcionam carinho e abrigo. Daqueles que só Thiago tem.

-Boa viagem. – se levantou a minha frente e me estendeu a mão. Não pude evitar sorrir e balançar sua mão. Logo nos abraçamos, e senti um nó na garganta. Eu não queria ir para Miami sem Thiago. Eu queria ficar aqui com ele e, sei lá, jogar damas, pedir desculpas por ser assim tão horrível e dizer que não quero nunca perdê-lo. Abracei-o mais forte enquanto ele me pareceu mudar de estado de espírito também. Depois de sair, a muito custo interno, do abraço, olhei bem fundo nos olhos dele, tentando me comunicar por telepatia tudo o que estava sentindo agora. Aquilo pareceu intenso. Meu Deus, como eu viveria sem aquela carinha durante uma semana? Como viveria sem os olhos, expressão facial, bochechas, boca... Hmmmm, boca. E o beijei. E ele me beijou.

-ÚLTIMA CHAMADA PARA O VÔO 137 PARA MIAMI ÀS 2H45 DA MANHÃ. ÚLTIMA CHAMADA PARA O VÔO 137 PARA MIAMI ÀS 2H45 DA MANHÃ.

-EI! – soou a voz de Lauren ao fundo. – Marrie, será que pode deixar a pegação pra depois?

Tive vontade de mostrar o dedo para ela. Porém Thiago parou de me beijar dizendo que era melhor eu já ir. “MELHOR”. Devo ter ficado com cara de desconsolada ou desnorteada, porque logo depois ele me puxou para outro abraço de urso e ficou beijando minha testa.

-Vou sentir muito sua falta. Te amo.

-ÚLTIMA CHAMADA PARA O VÔO 137 PARA MIAMI ÀS 2H45 DA MANHÃ.

-MARRIE!

Corri para a porta de vidro que nos levava ao avião, mas antes coloquei a mão no coração e apontei pra Thiago. Vi isso num filme. Quer dizer, obviamente, meu coração é seu. E desapareci de sua vista.

Logo que a porta de vidro fechou comecei a chorar.

Hormônios.


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Notas finais do capítulo

DESAFIOO: Como você conheceu a história e por que continua lendo? Me adicione no facebook (https://www.facebook.com/luufc), se quiser, e me segue no instagram(@lufcarvalho). Beijos e até o proximo



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