A Vida de Uma Garota Nada Popular escrita por Lu Carvalho


Capítulo 23
Pressão nos ouvidos


Notas iniciais do capítulo

TRAAAAAILER=> http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=gUcpyjlyN-A

BOM DIA! É meio dia, vinte de janeiro e eu não posto faz... três meses. Muitas pessoas perguntaram se eu abandonei a história, e a resposta ta no capitulo novo! Não gente, eu não abandonei, eu apenas sou uma preguiçosa de plantão que tentou escrever o capítulo 23 CINCO vezes e perdeu todas :) Eu só queria agradecer que mesmo não postando, recebi inumeros comentários que me incentivaram a escrever, escrever e escrever. Então, se você foi uma das pessoas que mandou um comentário, por mais simples que seja, obrigada :D Você fez esse capitulo mais do que eu :) Ah, e outra coisa antes de você ler o capítulo ferozmente: Como eu fiquei "fora" todo esse tempo senti um pouco de saudades de ter contato com vocês, então junto com a Lara Araújo - beijo pra Lara! - decidimos criar um grupo no facebook, no intuito de juntar os leitores e formar um fandom legalzinho :) Então se você gosta da fic e quer se juntar comigo e a Lara pra falar sobre a história, seja bem vindo https://www.facebook.com/groups/262782123880824/!!!

Agora você pode ler ferozmente :))



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Olha, eu não vou mentir para você. Não tenho medo do boneco assassino, nem de rato, nem serial killer e muito menos da Mama daquele filme lá. Sou praticamente de aço, sabe? Porém avião... Vamos ver, o ataque das torres gêmeas não me ajudara muito nisso. Li artigos inteiros sobre isso ontem à noite. De como terroristas podem estar em qualquer lugar a qualquer hora. De qualquer jeito e qualquer aparência. Qualquer aparência. Resumindo, aviões me dão um cagaço. Tanto que logo que entrei na aeronave fui direto pro banheiro, quase tremendo. Tá, ok. Tremendo e suando frio. Mas isso não vem ao caso.

Depois de uns minutos uma aeromoça veio verificar se eu estava passando bem, e em resposta eu balancei a cabeça. Não sei que tipo de cara eu fizera na hora, mas a mulher me trouxe logo em seguida uma toalha quente e uma xícara de chá preto. E disse para eu relaxar.

É fácil dizer alguém que viaja quase todo dia.

Deixei a cabine do banheiro e fui escolher um lugar em meio aos outros alunos do estúdio da Clarie. Conforme ia passando de fileira em fileira percebi que havia bastante gente aqui. Bastante gente que frequenta a mesma aula que eu, no mesmo lugar, talvez até no mesmo dia, e eu nem sequer sabia o nome deles. Nem de meia dúzia.

Uma voz gritou meu nome. Levantei a cabeça em direção e vi Matheus acenando para uma cadeira vazia ao seu lado. Hmmmm, não agora. Não agora. Fingi que não era comigo e sentei no primeiro lugar que eu vi, tapando meu rosto com o folheto de instruções de segurança.

–O que você faz aqui? – Lauren se estendia bem na minha frente, com sua maquiagem pesada e trança “acabei-de-acordar-não-me-incomode”. Afastei o folheto do rosto e ergui os olhos até ela.

–Vou me sentar aqui.

–Aqui?

–Sim.

–No meu lugar?

–Têm três bancos, você só ocupa um.

–Os outros dois são para minhas pernas.

Vi Matheus se aproximando com o canto dos olhos.

–Qual é, Lauren, o avião está quase cheio.

Lauren fez que olhou todos os assentos por cima antes de me responder.

– Só tem vinte e poucas pessoas em um negócio pra duzentas.

–Mais pessoas vão chegar. Vai, por favor, te dou cinco dólares.

Ela pareceu se espantar um pouco mas aceitou na hora.

–Já que insiste. – Passou por mim e anunciou: - Mas a janelinha é minha.

–Toda sua.

Matheus apareceu então na frente de nós. Comecei a tagarelar do nada com Lauren coisas aleatórias.

–Sabia que a probabilidade do nosso avião cair é de 70%? Considerando que hoje o céu crie nuvens muito densas e trovões caiam eventualmente, podemos passar por essas áreas mesmo que nosso sistema conste que é seguro!

Lauren arregalou os olhos.

–Oi – disse Matheus. – Posso falar com a Mari?

–Por favor.

Matheus se sentou do meu lado de ombros franzidos. Suspirou e os deixou cair. Daí sorriu pra mim delicadamente.

–Tudo bem?

–Sim.

Ele esperou um pouco mais antes de dizer algo. Abriu a boca. Hmmm, nada. Fechou de novo. Abriu de novo, parece que agora ele vai falar. Ahn, não.

–Os dados que você falou estão errados.

E é isso que ele diz depois de longos dois minutos na minha frente. Então ele me xinga, escreve uma carta, me persegue por perdão e é isso que ele me diz?

–O quê?

–É. De 2006 pra cá a tecnologia aumentou, e agora só há 30% de chance do avião cair porque além do GPS do avião também tem a central para se comunicar.

Olhei frustrada para ele.

–Não é o que diz nos fóruns. De qualquer jeito, bom saber.

Bateu as mãos nos joelhos e bufou, deixando os ombros caírem. Outra vez.

–Eu sei que você tá brava. E eu sei que eu mereço. Eu não devia ter me alterado e te xingado. E nem ter chegado perto de você. Por mais estressado que eu estivesse. Por mais alto que eu estivesse. Mas eu fiz. E me arrependi também. Então, me entenda. Pedir desculpas não é meu forte, e eu to tentando fazer meu máximo. Podemos ser, pelo menos, amigos de novo?

Chegado perto? Alto? Pelo menos?

A carta me veio à cabeça. Uma Bruna falando coisas sem sentido também.

Sai daqui. Sai, sai, sai!

–Você errou feio mesmo. Mas isso não muda o que você disse. Eu realmente pensava que, sei lá, podia confiar em você.

Ele não sabia mais o que dizer. Isso era claro.

Isso já estava me dando dor de cabeça, é lógico que eu perdoava ele. Viu? PUFT. Perdoado. Mas só quero deixar bem claro que foi péssimo o que ele fez.

–E você pode confiar! Ahn, sei la, e se você me xingar? Isso vai te fazer melhor?

–Não. É lógico que não. Não é assim que se resolvem as coisas!

Inflei o peito e soltei o ar. Olhei para o nada por alguns segundos.

–Mas você é um metido à besta, filhinho de papai, e bem folgado. Tipo, BEM folgado.

Matheus olhou para mim aliviado. Soltou uma risada.

–Quites? – me estendeu a mão.

Bati na mesma e concordei com um sorriso no rosto.

–Quites.

Enquanto isso, outras pessoas começaram a preencher o avião. A cabeça de Lauren virou para nós:

–Então, se vamos ficar as próximas horas juntos, têm algumas coisas que vocês precisam saber: Quando eu durmo, NÃO me acorde. Fone de ouvido quer dizer “Me deixe em paz”. E – dessa vez ela olhou diretamente para mim. - conversas fora de hora sobre aviões NÃO são bem vindas.

Lauren estava na janela, Matheus encostado no corredor e eu no meio, esmagada pelos ombros enormes dele e o espaço pessoal dela.

–Sim, senhora. – dissemos em uníssono.

–Grata. – e virou-se novamente para a janela.

Clarie levantou-se desengonçada até perto do interfone. Hoje deixou seu cabelo meio frizado e usava seu óculos redondo com hastes de cores diferentes. Usava um vestido longo todo colorido, também. E... sem sapatos.

–CAROS ALUNOS DO ESTUDIO DA MCDEMAIS!, oops, quero dizer MCDONSON! – Claramente isso foi uma piada. Me bateu a dó para rir, mas me lembrei que ela me expulsou do McDemais. Nada de risos. – Uh, hehe. ESTAMOS PRESTES A LEVANTAR VOO PARA MIAMI! O VOO TERÁ DURAÇÃO DE TRÊS HORAS E VINTE E TRÊS MINUTOS. PRESTEM ATENÇÃO AS INSTRUÇÕES DE SEGURANÇAS E NÃO SE ESQUEÇAM DOS PERTENCES. BOM VOO, E SEJAM MCDEMAIS!

Um vídeo de instruções surgiu na tela da minha poltrona. Arregalei bem os olhos para não perder um detalhe.

–Então... Miami hein!

–SHHHHHHHHHH – fiz.

–São só avisos de segurança.

Olhei indignada para Matheus.

–São avisos que nos mantém VIVOS em situações de perigo.

–Qual é, vai dar tudo certo. Relaxa.

–Diga por você, eu prefiro me prevenir.

Em caso de turbulência, se manter calmo. PUUUUFFT. Em falta de oxigênio, colocar sua mascara antes de ajudar outras pessoas. Caso a aeronave colida com o oceano...

–Sabe quem parece um terrorista? Aquele barbudão lá.

–MATHEUS. POR FAVOR.

Continuei prestando atenção nos últimos dois segundos de vídeo.

–Ok. Se algo acontecer e eu não tiver IDEIA do que fazer, a culpa é sua. – apontei para seu nariz.

A aeronave começou a tremer. Instantaneamente joguei meus braços para trás e agarrei forte meu banco. O avião se move. Meu coração quase pula fora do meu peito. Meu deus. Estamos andando. Caramba, caramba, caramba, caramba. Os nós de meus dedos começam a ficar brancos. Eu não consigo nem respirar direito. Ai caramba, caramba, caramba.

Olho aleatoriamente para o espaço minúsculo que este lugar se tornou. Me deparo com Matheus franzindo as sobrancelhas para mim, pouco antes de dizer...

–Você já andou de avião, né?

–Naaah.

–Você tá meio que suando – Lauren, no meu lado esquerdo.

–Ahaaam.

De repente, andamos mais rápido. E mais rápido. E mais rápido. E...

Lauren gira a cabeça à janelinha – Estamos voando!

–JÁ?

–Sim – e no lado direito escuto risadas.

–O que tem de tão engraçado?

Matheus cessa suas risadas, mas não evita de olhar pra baixo. Onde seguro sua mão com uma força descomunal.

Retiro logo minha mão – suada, pelo visto - fazendo meu máximo para não olhar meu lado direito.

–Olha, você tá toda vermelha – Lauren diz com um sorriso maléfico no rosto.

–Eu não gosto de aviões. – murmuro quase que pra mim mesma. - Nem um titico.

Sinto uma pressão incomoda nos ouvidos. Será que minha cabeça está prestes a estourar?

–Não esquenta, são só três horas.

Atrás de nós um bebê começa a chorar. Alto. Estridente. No meu ouvido. Bem atrás de mim.

Olho fuziladoramente para Matheus.

três horas.

Catei meu fone e conectei-o no tablet do meu assento. Selecionei o primeiro álbum de musica que vi e ajustei o volume no máximo para abafar o choro do neném.

Tentei ignorar o fato de estar num avião e foquei mais no som que saía dos fones. E como eu estava cansada. E merecia uma soneca de três horas.

A música até que ajudou. Meus olhos ficaram pesados nos primeiros trinta segundos rolando. O nome da música é Shot at the Night, The Killers.

Meu ultimo pensamento antes de fechar os olhos foi sobre como o vocalista tinha uam voz incrível.


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Notas finais do capítulo

E ai??? Gostou??? Não se esqueça de entrar no grupo do facebook (https://www.facebook.com/groups/262782123880824/) e comentar sobre o capítulo aqui embaixo :DD Beijos e até a proxima!



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