Dio era tão pequeno, e já sofria com a primeira guerra que seu mundo presenciou. Todos os valores morais estavam de cabeça para baixo em sua época.

– Vamos, vamos, roube a bolacha dele! – a criancinha encorajou a outra.

A outra foi lá e tacou um soco, fazendo Dio, que comia tranquilo em seu quintal, chorar. A bolacha caiu das mãos de Dio.

– Vamos ensinar uma lição a essa criança chorona.

O primeiro soco da outra criança foi dado. Eram três contra um, e Dio tinha medo de retribuir a dor.

Com seus olhos cheios de lágrimas, a única coisa que notou foram seus lisos cabelos cor-de-rosa. Quem era a dona dos cabelos rosas, que apareceu ali?

O cabelo dela se esticou prendendo os três garotos e pressionando eles. Jogou sem jeito os três no chão, e todos saíram correndo de medo.

Aquela era a primeira vez que viu Rey, e nunca mais desapegou-se dela. Limpou as lágrimas pronto para fazer a primeira pergunta. Era por causa daquela ocasião que, quando seu companheiro Sieghart perguntara dias antes: “Por que você não se irrita com Rey, mesmo ela te batendo tanto?”, Dio não pôde responder. A resposta era aquela ocasião. Ela salvou sua vida, e em troca deu alguns tapinhas de amizade pelo resto de sua vida. Dio sabia aturá-la, apenas.

***

Um tempo passou. A mesma guerra continuava, e Dio havia crescido um pouco. Após o treinamento da experiente Rey, chegou para a luta, do outro lado do portal.

“Use os humanos. Finja ser amigo deles. Eles cairão no papo, e morrerão pelas nossas próprias mãos”, Dio seguia a filosofia de Rey.

Dio acabou com os robôs rebeldes de Calnat, enquanto Sieghart acabou pessoalmente com Bardinar. Mari, no entanto, foi protegida por ambos durante uma parte da batalha. Dio sabia que deveria salvá-la, já que era a princesa do reino.

Tudo ia conforme Dio gostaria, exceto que o até então mortal Sieghart descobriu seu plano.

Ambos, Dio e Sieghart, praticamente mataram um ao outro. Dio jamais imaginaria que depois de seiscentos anos voltaria a lutar do mesmo lado que Sieghart.