Grand Chase Heroes escrita por Extase


Capítulo 9
Capítulo 8 - A Fraqueza de Lire


Notas iniciais do capítulo

A busca por Gorgos Vermelho prossegue, sendo atualmente o objetivo principal da equipe. Nessa situação, batalhar é um ato que evidentemente está por acontecer.



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“A atual Grand Chase tem heróis anônimos, mas está agindo a toda, cara!”, escutavam as membras da própria equipe. “Soube que mesmo sendo guerreiros que não exibem abertamente o rosto, eles derrotaram ladras de artefatos mágicos e estão à procura de um fiel servo de Cazeaje que age às escuras. Se é verdade ou lenda para assustar quem quiser se aliar à Rainha das Trevas, não está claro”.

“Mas se for verdade, quem sabe a guerra não acabe?”, alegrou-se o companheiro de conversa daquele rapaz. Elesis sorriu. Gostava do rumo que as coisas estavam tomando.

Mais tarde chegaram ao lugar indicado, sem nenhuma interrupção em toda a rota.

– Heh, que lugar oportuno e discreto esse. Um pequeno alçapão que dá acesso ao calabouço de Gorgos. – reparou Elesis. – Escondido assim, ninguém imagina que há um monstro aí dentro.

– Fale menos e aja mais, Elesis. – pediu Arme. Antes que Elesis pudesse dizer “essa fala é minha”, Arme já a interrompeu: – dessa vez vou fornecer meu escudo-mágico antes de entrarmos, para não sofrermos danos absurdos como as harpias fizeram, nem sermos capturadas antes mesmo de sermos atacadas como aconteceu com os orcs.

Protegendo a si mesma e às amigas, Arme colocou os escudos-mágicos em todas e pulou no alçapão. Lá embaixo estava o escondido “Calabouço de Gorgos”.

– Vocês precisarão ficar alertas aos pés do Gorgos Vermelho. – pediu Lothos. – tragam seu corpo à superfície e anotem o desenho que sua pata direita forma. Ela é um pedaço do mapa que as levará à Cazeaje.

Seguiriam à risca as instruções da comandante Lothos se fosse para chegar ainda mais perto da Rainha Cazeaje.

Pularam e chegaram ao fundo do alçapão. Aquilo decididamente era um calabouço!



Refazendo o escudo-mágico de suas amigas, quebrado pelo choque do corpo com o solo (afinal, despencaram de muitos metros para chegar lá do topo!), Arme observou o cenário.

Era tudo escuro e ainda mais frio do que a montanha das harpias. A ausência de som passava a impressão de que um mero movimento inimigo iria assustá-las a qualquer momento, de forma repentina e inesperada.

Caveiras jaziam aqui e ali contribuindo para o aumento da sensação de medo. Oras se viam corpos sendo decompostos em algumas das várias correntes presas no teto. As garotas não estariam preparadas para aquilo.

– Não tenha medo, Arme, apenas prossiga. – insistiu Elesis.

O cenário ainda não contribuía para o bem-estar das garotas. Permaneciam silenciosas e atentas. Agora, havia várias escadas que davam acesso a um subterrâneo ainda mais profundo por três dos lados, dos quais um deles foi o caminho que percorreram. Na frente havia um espaçoso corredor que fazia curva e dava em uma nova sala de tortura. A cada lado do corredor, um conjunto de celas também repleta de caveiras onde antes estavam prisioneiros. Era sábio presumir que as pessoas presas ali não eram alimentadas até que não mais se recusassem a contar algum segredo que podia ser do interesse de Gorgos Vermelho.

– Vamos tomar esse caminho. – pediu Elesis, mais intuitiva do que racional.

A nova sala estava repleta de destroços. Mais uma coisa a presumir: era ali onde Gorgos combatia seus inimigos.

– Então, se é assim, cadê ele? – indagou Lire, no auge do nervosismo.

Aquela gigante sala não tinha fim. Andavam, andavam, e nunca acabavam os destroços por onde pisavam.

– Para onde vamos? Isso não tem fim! – reclamou Arme.

– Não estamos perdidas, Arme, apenas não sabemos por enquanto o fim disso. – Elesis tentou inutilmente ajudar.

Um clarão causou cegueira temporária nas três garotas e, quando tornaram a abrir os olhos que piscavam frequentemente como consequência, aquela sala inacabável estava com chamas acesas para todo lado. Bem menos cinza e mais vermelho, assim como menos frio e mais aconchegante, o local tremia. Aquele que havia pulado provocando o tremor era obviamente Gorgos Vermelho.

– Cazeaje estava certa. Fui um tolo buscando vocês quando vieram até a mim! – começou falando.

– Parece ter uma íntima ligação com Cazeaje. – falou Elesis, mais alegre que nunca. – não me importo se é sua namorada ou só sua chefe, fale-me sobre ela e sobre o que fez ao meu pai!

Lire e Arme ficaram curiosas a respeito do pai da aliada que nunca foi citado antes, mas em meio à situação nada perguntaram.

– Não digo nada, ruivinha. Apenas tente sobreviver às minhas garras!

Nesse momento em que a batalha tinha seus primeiros atos, Grand Chase concluía de vez a antiga hipótese levantada. Gorgos Vermelho não estava com seus olhos brilhantes, nem estava controlado por Cazeaje. Falava demais. Dessa forma, descobriram que aqueles que eram controlados pela Rainha Cazeaje realmente tinham mais do que passos controlados: sequer abriam a boca. Tanto a Rainha Harpia como o Lorde Orc forneceram informações apenas após derrotados e com a consciência recobrada. No entanto... Por que Gorgos Vermelho não estava sob controle de Cazeaje? No fim, aquilo indicava que era realmente um dos aliados mais íntimos de Cazeaje, um em quem ela realmente confiava.

– Preste atenção, Arme. – implorou Elesis, que não só escapou por um triz da garra do Gorgos como também evitou que o ataque atingisse a colega.

Arme focou-se. Estava mais atenta.

O grande dragão concentrou-se, então, em uma baforada. Abrindo a boca cheia, cuspiu o fogo que tomava o lugar. Duas das garotas foram para a direita e uma para a esquerda de onde eram atiradas as chamas retilíneas. Aquela que foi à esquerda, Lire, estava sendo perseguida.

Gorgos Vermelho girava seu corpo para atingi-la, mesmo que ela se mexesse para evitar.

– Não vai fazer isso com a minha amiga! – prometeu Elesis, atingindo a pele do Gorgos Vermelho. Lembrando de quando atingiu o Gorgos de cor roxa quando lutou contra Serdin, ficou abalada. A pele do Gorgos Vermelho era tão nobre que não teve sua espada fincada nela, e nem sequer fez um corte superficial como acontecia com os orcs, que já tinham fama de serem rígidos.

Gorgos cessou as chamas e olhou para trás, balançando o rabo e arremessando Elesis pelos ares. Também era muito mais bruto que a cauda do dragão que enfrentou antes. Arremessada, Elesis bateu contra a parede e caiu, indisposta e com grande vontade de vomitar, já sem seu escudo-mágico.

– Só consiga um tempo, Arme. – pediu Elesis ignorando a vontade de vomitar e novamente em pé.

Lire agora estava parada, já tinha descoberto que suas flechas não causavam nenhum tipo de dano ao dragão rubro.

Relâmpago! – gritou Arme restringindo movimentos com essa magia.

“Ele é bem mais forte que um orc, que por sua vez já foi capaz de ser apenas parcialmente petrificado. Nesse caso, vou ter que paralisá-lo daquela outra forma... Ainda que seja uma paralisação de poucos momentos, será total!”

Raio paralisante! – ordenou igualmente. Assim que os raios cessaram, foi acertado pelo raio paralisante. Elesis teria um único momento para atingir e derrotar o Gorgos Vermelho. Sim, aquele ataque de extrema força seria mais uma vez a opção.

Espada de fogo! – gritou Elesis, refazendo seu movimento mais forte. Gorgos, com seus movimentos de volta ao normal, caiu.

– Que sorte, ele ainda não está morto. – falou Elesis indo para cima do dragão e apontando a espada para dar sua já conhecida “ameaça de morte”.

O braço de Gorgos Vermelho, que era também um ótimo ameaçador, puxou algo.

Arme voava, já com seu escudo-mágico desativado. Aquilo que o dragão puxou era um conjunto de correntes que agora prendiam a maga no teto, torturando-a. Comprimia de tal forma que logo não teria nem ar, nem forças.

Sem mais nem menos, a voz dele que começava a falar algo cessou. Seus olhos estavam brilhantes, um brilho rubro ainda mais intenso que sua pele vermelha-flamejante.

Elesis, que tentou ameaçar Gorgos por cima, agora estava no ar montada em seu inimigo, que começou a se chacoalhar tentando derrubá-la. Lire? Permanecia parada.

Elesis foi jogada nos ares e quase que bateu com tudo na parede mais uma vez. Mas não, Elesis heroicamente movimentou seu corpo no ar, direcionando os pés para o lado e com o impulso, saltou novamente em seu rival. Segurava agora as orelhas peludas do Gorgos para trás, esperando controlar um pouco seu voo, já que a pele era impenetrável.

– Faça alguma coisa, Lire. – gritou Elesis.

Lire não estava só parada. Sua mão subiu à boca. Estava nervosa, próxima do maior de vários “tics-nervosos” que já teve. O colapso começava. Respirava rápido. Tremia.

– Faça logo! – gritava Arme, mesmo que tivesse sua voz enormemente abafada pelas correntes presas à garganta. Seu corpo inteiro estava rodeado pelas correntes que a pressionavam.

– Droga, ele vai te acertar! – avisou a cavaleira que ainda não tinha controle sob o inimigo, quando ele começou a cuspir fogo pelo ar sabendo que seria melhor se livrar antes da elfa e depois da cavaleira.

“Eu sempre sou a fraca que fica para trás. Eu só pude distrair Wendy, eu só pude distrair orcs, eu só pude diminuir o número de harpias. Nada em mim é eficiente a ponto de acabar com tudo, de salvar as companheiras que me salvam todos os dias! Eu só posso... Eu só posso desistir”.

– Nem pensar que vou desistir! – gritou Lire, mais enérgica e estranhamente com sua voz ainda mais bruta que a de Elesis, parecendo até um pouco masculina.

Lire deslizou não só fugindo das chamas do Gorgos Vermelho, mas também notando a direção em que ele se movia para chegar exatamente abaixo de onde o dragão estava. Observava também em que parte do Gorgos a Elesis estava montada. Era aproximadamente no meio de seu corpo.

Chuva de flechas! – criou Lire, direcionando várias dezenas de flechas no corpo de Gorgos acima. Todas elas perfuraram a pele que parecia impenetrável e mais: elas passaram pelo corpo bem à frente de onde Elesis estava montada, sem atingi-la.

Assim que passaram por todo o corpo e saíram dele, as flechas começaram a fazer um movimento circulatório parecido com aquele das penas das harpias. Agora as flechas eram teleguiadas. Lire chamou isso de:

Tempestade de flechas!

O Gorgos, que estava perdendo a direção de voo após a chuva de flechas, caiu agora que foi atingido por todos os lados por flechas teleguiadas – o verdadeiro dom de uma elfa. Mais uma vez seus olhos não estavam possuídos.

Uma vez que caiu, as companheiras foram puxar para o lado certo a corrente de Arme (isso apenas porque Lire notou, convenhamos. Elesis quase puxou para o outro lado estrangulando ainda mais). Arme caiu no chão com tudo sentindo uma das piores dores de sua vida até o momento.

– Lire, você foi incrível! – maravilhou-se Elesis, reconhecendo o potencial da garota. Arme também a paparicou por um tempo, voltando depois ao assunto principal.

– Como vamos copiar o desenho do pé de Gorgos se assim que ele morreu tudo voltou a ficar escuro? – resmungou Elesis, até que Arme acendeu luzes (agora realmente luzes, ao invés de fogo) usando o cetro.

Após passar a limpo o desenho em um segundo mapa, Elesis disse:

– Podemos partir!

– Calma, agora tenho algo a dizer. – pediu Arme. – antes de voltarmos à superfície, devemos procurar por Cazeaje.

Elesis não entendeu.

– Como é? – abalou-se Lire.

– Gorgos Vermelho foi tomado apenas após sua primeira de duas derrotas, digamos. Se ele de fato foi possuído durante a batalha, ele teve algum tipo de contato visual com Cazeaje naquele exato segundo. Se ela o possuiu há poucos minutos, ela ainda deve estar por aqui.

Elesis sugeriu a separação. Vasculhando o lugar, nada havia. Até que, poucas horas depois já em baixo do alçapão de entrada, elas se encontraram mais uma vez.

– E como vamos chegar lá em cima? – confundiu-se Elesis.

– Uma corda dessas... Você deve ser capaz de acertar lá em cima, Elesis. Apenas jogue.

Acertando bem no ponto na primeira tentativa (tá certo que tinha uma má mira, mas tinha mais força que Lire para alcançar o topo) Elesis perguntou o que fariam agora.

– Apenas se segurem no pedaço de corda que puderem. – falou Arme. Caso elas tentassem subir na corda, a parte superior cairia por conta do peso. Mas Arme tinha um truque na manga. Como era capaz de controlar atração e repulsão através de magias, repeliu a corda com suas duas amigas. Lá do alto, elas jogaram novamente a corda e puxaram a mais leve membra da Grand Chase juntas.

No topo, procuravam uma floresta confortável para dormir.

– Nunca mais me faça confiar que poderemos derrotar dois inimigos em um único dia, Elesis. – pediu Arme, cansada. Aliás... Elas estavam indo dormir, mas já se encontravam no fim da manhã!

Antes que a briga começasse entre as duas, Lire interviu com um papo completamente aleatório apenas para evitá-la.

– Sabe aquele dia que você falou que faria qualquer coisa que eu pedisse se eu a salvasse, Arme? – indagou passando as mãos na bochecha da maga fofinha, assim como fez quando ela a curou pela primeira vez. – Eu andei pensando em algo que quero.

Arme assustou-se com o modo com que Lire falou. Elesis não entendeu nada. Lire riu sem falar o que era seu pedido, agora alegre de verdade. Toda a demora valeu a pena: descobriu a fonte de sua força àquele dia!


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Notas finais do capítulo

Imagem retirada de http://rpgdomestre.com/blog/dungeons-matar-pilhar-destruir/ . Não sou o autor dela.



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