Grand Chase Heroes escrita por Extase


Capítulo 78
Capítulo 74 - O significado das sombras


Notas iniciais do capítulo

Desculpem por deixar este capítulo tão sem sal. Eu queria representar que Elesis superou a sombra do passado, mas ao mesmo tempo ela não a condena. A representação pode não ter ficado clara, aí parece que o capítulo ficou bem chato >< desculpem!



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– Todos fomos colocados em posição estratégica. Ninguém vai sobreviver! – o primeiro inimigo falou.

Agora que Elesis se recordava bem, este inimigo devia ser quem a deixou imóvel durante a confusa luta de mais cedo, onde não conseguiu muito bem identificar os inimigos, com exceção dos conhecidos – Daliah, Duel e Bardinar.

– “Ninguém vai sobreviver”. É o que pensavam quando nos meteram para lutar com Berkas, e aqui estamos. – Elesis queria irritá-lo antes de partir para cima.

“De todo modo, tenho que estar sempre próxima de Holy para que ela não se machuque”.

– Segure-se entrada da minha armadura. Pode ser maluquice, mas eu vou carregá-la comigo.

Holy pirou. Elesis pulou atravessando uma boa distância para atacar o inimigo que tinha forma humana, mas era escuro. Escuro e intocável? A espada não parecia ter feito nada.

– Eu disse que ninguém vai sobreviver! – Provocou, mais uma vez parando os movimentos de Elesis.

Holy se desgrudou de Elesis para tentar salvá-la de paralisia. Contudo, nem precisou tentar. Elesis liberou seus movimentos no exato momento que o inimigo parou de tocá-la.

Apenas tocando ele conseguia paralisar? E aquela cor escura maluca?

– Você... Você é apenas uma sombra? – Elesis indagou.

– Sim, a sombra deixada por um nobre guerreiro. Ele se foi, mas eu, continuo viva... Já se perguntou o motivo destas sombras existirem?

Sim, Elesis já se perguntou. As sombras empre a atormentaram.

– Nós, sombras, somos muito mal interpretadas. “Sombras” é sinônimo de “trevas”? Sombras são apenas escuridão? Sombras são de fato intocáveis? Ou temos o nosso papel?

Elesis não sabia onde queria chegar, mas aquela sombra à sua frente lembrava daquela outra sombra que a perseguia antigamente.

– As sombras são importantes, mas não existimos sem a luz. E é daí que começa o preconceito. Menosprezam cada sombra, como se não tivesse valor algum. Mais do que ignorar, nos querem por longe. Lendas ridículas, antigas e ultrapassadas nos incriminam. E se sua vida dependesse de sua sombra?

– Pare com este papo agora! – Elesis enfureceu-se. Daria um fim naquela sombra que lhe fazia recordar do passado, onde cada coisa ruim que a acometia era anunciado com antecedência por outra estúpida sombra.

Partiu para cima com tudo. Ajoelhou-se pegando na sombra e enfiando-lhe a espada da maneira mais violenta que pôde.

A sombra já estava do seu outro lado.

– Eu sou uma sombra, esqueceu? Não posso ser ferida ou tocada! Nem posso ferir ou tocar... Você acha?

A sombra correu até Elesis ignorando totalmente o fato de Holy estar desprotegida ali. Assim que passou por Elesis, a garota sentiu-se fria, vazia, um tanto acabada.

– Sombras também são capazes de ferir, vê? Ainda que eu não toque em você. Além disso, sou capaz de acabar com seus movimentos apenas ao encostar no ponto certo.

Era verdade. Foi assim que teve seus movimentos bloqueados mais cedo.

– Os humanos não têm apenas corpo, mas também alma. O que alguns desconfiam, eu tenho a certeza. A alma dos humanos são suas sombras, mas ao contrário do que alguns pensam, não é necessário ter alma para viver. Mas se você tem uma sombra e está viva, agradeça a ela.

A sombra calou sua boca. O que estava havendo?

Uma segunda sombra estava ali. Segurava, com as duas mãos, a primeira sombra calando sua boca e ainda contendo a projeção do que seriam os músculos da pessoa que abandonara sua sombra.

– Eu consigo segurá-la, mas por pouco tempo. Você já sabe como acabar com ela, Elesis.

Aquela voz... Era a mesma sombra que atormentara Elesis no dia que Elscud foi pego pela fenda dimensional de Cazeaje.

A sombra se mexia por conta própria também, e tinha voz e consciência. Que maluquice Elesis enxergava? Só podia ser um sonho...

– É verdade que nós somos as almas das pessoas, Elesis. – a sua sombra, tão masculina que parecia, começou. – E sua alma tem toda a essência da família Sieghart. Por isso pude, de antemão, pressentir o que aconteceria com Elscud, alertar a você. Eu sempre senti o perigo, e quis alertá-la, contudo, certa vez você me falou: “Eu sei me virar sem sua ajuda, sua sombra maldita”. Desde então, me distanciei de você, mas ainda a protegia de cada queda, fornecia suporte sem que notasse. Por isso que certas vezes a dor parecia menor do que imaginava, ao cair de altas alturas.

Os caprichos da sua sombra a manteve viva? Elesis olhou para onde sua sombra estaria projetada a julgar pelas poucas luzes que estavam ali.

Não havia projeção de sombra.

– Este tempo todo você tem sido minha sombra. Você me manteve viva, e esteve atenta para me proteger. – Elesis estava surpresa. Agora, recordava-se do que falara para Lass certa vez.

***

Ei, Lass, não lembra nada sobre Cazeaje? – Lire indagou.

Absolutamente nada. Mas quando acordei eu notei que ela tomou meu corpo para si. O que há por trás. Quem sou eu? Sou apenas... Sombras?

Uma sombra segue cada um de nós. – Elesis falou, lembrando de quando lutou com Cazeaje e em seu modo “fúria” mesmo ela movimentava-se como uma sombra. – Entretanto, se nossa intenção for a melhor, não há sombra que nos consuma. Não é bem uma frase de apoio, nem algo certo. É só o que estou tentando... Tentando descobrir. Se for verdade, por que não prossegue ignorando a sombra incerta de seu passado?

***

Elesis sempre teve aquele preconceito com sua sombra, sem saber do que ela era e quem ela era. Elesis sentia vergonha de si mesma. Sombra não era sinônimo de algo ruim!

– Vamos, Elesis, você sabe como acabar com uma sombra! – Holy falou, jogando uma caixa gigante na sua mão.

De fato sabia. A sombra, ao ser tocada por um objeto, é projetada acima do objeto. Contudo, se não havia um outro objeto para projetar tal sombra, a sombra ficaria contida dentro deste objeto que a conteve. E se este objeto fosse isento de luz? A sombra seria consumida e sumiria para sempre. Citando a própria sombra inimiga: “As sombras são importantes, mas não existimos sem a luz”.

Uma sombra que não tem alguém para projetá-la, então, teria sua alma sugada assim que a ausência da luz criasse um espaço de umbra, assim como acontece com os raios solares projetados em um planeta.

Elesis colocou a caixa acima das duas sombras, que trocavam forças para imobilizarem uma à outra.

Assim que realizou seu golpe, fatal para o primeiro inimigo, Elesis notou a ausência de sua própria sombra.

“Minha sombra foi sacrificada por mim, aquela que mais a incriminou. É irônico, depois de me sentir tão incriminada pelas pessoas de Canaban após a morte do meu pai. Eu fui a vilã para alguém, da mesma forma que outros foram para mim”.

A cabeça de Elesis estava explodindo. Seu raciocínio estava comprometido pela perda de sua companheira, e era apenas um detalhe. Deveria, ainda, continuar correndo para alcançar seus amigos.


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