Grand Chase Heroes escrita por Extase


Capítulo 7
Capítulo 6 - A Serva de Cazeaje


Notas iniciais do capítulo

Mesmo sendo apenas o começo da busca por Cazeaje, Grand Chase encontra muitos problemas pelo caminho. O pior é que a cada problema que o grupo começa a passar, outro surgirá a partir desse ponto.



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– Aqui tudo muda. – alertou Elesis. – conforme passado por Lothos, esse território pertence às ladras de objetos valiosos, sobretudo aqueles que têm algum poder mágico. As harpias do “vale das harpias”, que fica no mais alto ponto da serra que rodeia a Praia Carry, são temidas pela sua astúcia e velocidade. Elas costumam derrotar seus inimigos aos poucos, ao invés de partir para o combate direto.

– Como sabe de tudo isso? – perguntou Arme.

Elesis já havia marcado isso em seu relatório de viagem. Eram informações de Lothos, como já disse, e eram importantes ao ponto de anotar tudo.

– E tudo o que diz respeito à magia diz respeito a Cazeaje, – lembrou Lire. – é natural considerarmos que as próprias harpias foram fortalecidas por magia, não?

Lire não estava errada. Se as harpias tinham um motivo para roubar artefatos mágicos sempre que conseguissem, esse motivo era Cazeaje. Elas eram pequenas pecinhas para Cazeaje se fortalecer. Dita Rainha das Trevas, Cazeaje era uma arquimaga especializada em magia negra que tinha tudo ao seu controle, ou quase tudo. Cada pequena magia adquirida por Cazeaje através de suas centenas de subordinados era um novo caos a ser jogado no mundo.

Ouvindo essa explicação, Arme assustou-se. Antes que fosse percebida, já realizava sua magia de ocultamento em algo que carregava em sua pequena bolsinha.

– Mas essa serra... É uma subida muito grande. – reclamou Arme, que já estava sendo deixada para trás.

As garotas não fizeram nenhuma parada para descansar. Arme já estava com bolhas em seus pés, jurando que ia morrer. Lá do alto, não pareciam estar exatamente em uma montanha. Sabe-se lá o que aquilo parecia. Era frio, sem vegetais cobrindo a superfície e com um zumbido atormentando os ouvidos. Os olhos também lacrimejavam, a visão estava terrível. Ironicamente, o pouco que poderiam enxergar era também atrapalhado pelas nuvens que tapavam o resto do cenário e contribuía para a sensação de frio.

– Cadê as tais harpias? – reclamava Lire, que esperava encontrá-las. Se soubesse o que estava prestes a acontecer, não teria reclamado.

Por trás das nuvens vinham dezenas de harpias, todas batendo suas asas do alto e fazendo um mergulho celestial na tentativa de acertar as três inimigas com suas garras dos pés. Seus rostos feios e mal-encarados tinham algo curioso: no lugar dos habituais olhos com íris, pupila e todo o resto... estava um gigante brilho verde-esmeralda.

– Cazeaje as possuiu! – concluiu Arme, de queixo caído. Cazeaje não era só esperta ao ponto de fazer uma guerra tão terrível fluir como também era forte o bastante para ter criaturas ao seu comando não por pura aliança, mas por magia de controle também.

– Eu já acabo com elas! – vangloriou-se a cavaleira Elesis.

Até aquele momento Elesis esteve pulando e direcionando sua espada no ar, evitando que as harpias chegassem tão próximas quanto era preciso para serem acertadas. No entanto, deveria mudar a estratégia. Somente Lire com sua extrema velocidade de manuseamento de arco atingia as ágeis harpias.

Dessa forma, Elesis deveria mudar sua arma. Assim como havia feito com seu gigante pacote presenteado por Phil, Elesis pediu que Arme usasse a magia de armazenamento na lança do líder dos orcs que havia roubado. Como precisava dela e esse era o pré-requisito da magia, automaticamente sua arma mudou. “Gostei disso”, pensou Elesis.

No tempo usado para trocar de arma, Elesis que mantinha o afastamento das harpias foi atingida e caiu no chão da montanha.

Um voo acelerado começou. As harpias vinham uma a uma acertando as garotas sem dar tempo para contra-atacar simultaneamente à ação de dificultar os movimentos defensivos das três.

Acertada de leve a cada ataque com garras, que sempre acabava com a elevação da harpia no ar para que outra a acertasse sucessivamente, Elesis se zangou. Como poderiam ser rápidas daquele jeito? Nem mesmo pôde se levantar num intervalo de tempo compatível com seus movimentos.

Assim que Arme ativou seu escudo-mágico a harpia seguinte a acertou desfazendo. Lire enfim conseguiu pegar um estoque de flechas de sua mochila, a qual guardava. Porém, foi atingida "a toda" e suas flechas caíram para todo lado.

– Aaaaaaaaaaaaaaaaah! – gritou Elesis em fúria. Ainda caída balançava com tudo sua lança em estocadas que superavam a velocidade com que novas harpias chegavam. Decidiu levantar sem cessar ataques. Girava a lança para todos os lados acertando mais e mais rivais. Pressionava para trás a lâmina terminal da lança, acertando a harpia que a tentou enganar chegando por um ponto cego. Mesmo com o corpo da harpia no bastão médio da lança, Elesis permanecia atacando com giros que acertavam todas as inimigas à frente e aos lados.

Nenhuma harpia mais se aproximava da cavaleira que ainda assim não deixava de girar sua arma agindo preventivamente. Elesis avançava no campo até encontrar suas duas amigas entre as nuvens (que também se dissipavam conforme mexia sua arma). Lire, à esquerda, teve uma harpia derrotada por Elesis e como consequência tempo para catar algumas de suas flechas. Arme teve tempo de concentrar-se em seu cajado por simples ameaça por parte da cavaleira que chegava perto.

Assim, o grupo reconstitui-se.

– Obrigada, Elesis. – agradeceu Lire, enquanto atirava várias flechas de uma vez. – provem minha rajada de flechas!

Com Lire atirando sem pausas para todos os lados, as harpias tentavam arranjar uma estratégia. Teriam que derrotar as garotas, mas ao mesmo tempo desviar de flechas cuja dona calculava o ponto onde atirar para, mesmo voando em crescente fugacidade, serem acertadas. Se aproximar era difícil com Elesis. O máximo que podiam evitar, por enquanto, era serem acertadas pelas bolas de fogo de Arme, lentas e previsíveis.

– Concentre em seu cetro novamente, Arme. As bolas de fogo estão muito fracas! – pediu Elesis. Arme tinha uma opção melhor, mas devia estar completamente parada por um grande tempo para isso funcionar.

– Em formação. – gritava a maior das harpias, a Rainha Harpia, que o tempo todo as liderou do mais alto e inalcançável ponto. Agora, descia juntamente das outras para acertar um ataque em massa.

Todas as harpias continuavam voando, mas suas asas batiam menos. Mais mantinham-se no ar do que se mexiam. Logo, estourou-se por toda a montanha um ataque de gigante alcance. Para todos os lados, como se fossem magicamente guiadas, as penas de cada uma das harpias formavam círculos e perseguiam as garotas.

Elesis continuava com a lança em movimentos circulatórios. Aquilo também seria um ótimo jeito de evitar parte dos ataques de penas perseguidoras. Colocou-se, no entanto, na frente de Arme. Aquela seria a maneira dela de proteger Arme até que concentrasse toda sua força no cajado para atingir a Rainha Harpia.

As penas começaram a atingir as garotas. Lire, evitando que seu rosto fosse acertado, colocou os braços à frente da cabeça; e Elesis protegeu com o próprio ataque veloz.

***

– Escute, Elesis. Vou exemplificar. – explicava Elscud dez anos antes. – Pense numa espada. Quanto mais nobre for, maior será seu poder. Imagine que está colocando de pouco em pouco a espada no estômago de seu inimigo. É natural que o estômago seja perfurado em algum momento. Agora, imagine um pedaço de papel. Você coloca ele de pouco em pouco em contato com a pele do seu inimigo. Nada acontece.

– O que você está querendo dizer? – falou a pequena e confusa garotinha dos cabelos ruivos.

– Calma, calma. Eu vou chegar lá. – respondeu seu pai aos risos. – Temos o seguinte cenário: um grande mestre com um papel em suas mãos. Combinando aquilo que chamamos de perícia com o que chamamos de agilidade, aquele simples papel rasgará a pele do inimigo que morrerá muito antes do que morreria tendo um novato perfurando-o com sua espada.

Elesis havia captado a mensagem.

***

Aquela lembrança tinha sua aplicação prática presenciada pela primeira vez. As leves penas de harpias passavam de raspão e retornavam aos giros no ar, para novamente fazer um ciclo de ataque. Contudo, que raspão era aquele? Um mero raspão era capaz de cortá-la em pedacinhos daquela forma?

“Estou pronta”, falou Arme através dos gestos a uma ensanguentada Elesis que se retirava da frente cedendo a posição de ataque.

– Relâmpago! gritou Arme.

Da ponta de seu cetro, um gigante e retilíneo raio ganhou forma até acertar aos montes as harpias. O raio cortava as nuvens ao meio, e aquilo instigava as próprias nuvens ao início de uma tempestade. Finalmente as carregadas nuvens da praia Carry se soltavam, e se soltavam rápidas demais, graças ao tamanho do incentivo que o relâmpago as proporcionou.

Com os céus fazendo sua parte, as harpias foram caindo uma a uma, até que quem cedeu foi a mais forte delas. Elesis ensanguentada e já em pé foi até a Rainha Harpia, caída, com quem iria bater um papinho. Arme, que ficou para trás, estava com Lire inteiramente cortada deitada em seus braços, por enquanto sóbria.

Onde está Cazeaje? questionou Elesis, notando que os olhos da harpia retornaram ao normal, sem ter aqueles brilhos esquisitos.

Eu não sei, o paradeiro dela é um mito mesmo entre seus subordinados.

Eu perguntei... começou Elesis, já em tom de ameaça. Onde está Cazeaje!?

Notando a lança de Elesis, que se aproximava de suas penas, a Rainha Harpia tratou de falar o mais rápido que pôde:

Realmente não tenho notícias de seu paradeiro, no entanto, Gorgos Vermelho deve sabê-lo.

Gorgos Vermelho? indagou. onde encontrá-lo?

Em seu calabouço de torturas.

Assim que pediu que especificasse onde era, a Rainha Harpia disse também não saber. A cavaleira não pôde deixar barato. A ameaça virou verdade e agora, uma subordinada de Cazeaje a menos ocupava Vermécia.

A Lire está bem? Checou Elesis, com Arme. Arme negou.

As feridas estão iguais às minhas. observou a cavaleira soltando seu habitual e peculiar “me poupe!”. Um segundo mais tarde, Elesis caiu como Lire havia caído. Mesmo se fazendo de forte e acostumada à dor, Elesis não poderia enganar a todas e o tempo todo.

Arme usou a magia de levitação em ambas as amigas. Mesmo que a levitação puxasse só vinte porcento do peso daqueles que fossem levitados, Arme sofria muito para mantê-las daquele jeito. E assim, desceu a serra chegando à praia. Esperando alguns minutos, ambas as amigas retomaram consciência.

Desculpem-me, justificava-se Arme. minha magia de cura só é capaz de estancar o sangue, então vocês não morrerão por hemorragia. Mas...

Não se preocupe. pediu Elesis, enquanto Lire sorria passando sua mão pelo rosto de Arme.

O que estou querendo dizer é que só pude evitar a hemorragia, a dor permanecerá tão forte quanto antes. lacrimejou Arme.

Lire olhou desconfiada. “A Elesis não falou para você deixar de chorar o tempo todo?”.

Após essa frase de impacto que com certeza seria quebrada outra vez futuramente, Arme sorriu e gritou: “Praia!”. Saltava por toda a areia, até chegar ao mar.

Me espera. pediu Lire que correu atrás dela, ainda que estivesse com muita dor a cada pisada.

“Elas têm missões da Grand Chase a cumprir ao invés de brincar de achar concha no mar”, reclamou Elesis com seu subconsciente, marcando um “X” no mapa no lugar onde estava agora. Notava que o belíssimo sol ao estilo praiano que se formou na realidade sempre esteve ali, mas a chuva rápida e forte que Arme provocou limpou todinho o céu ao ponto de as nuvens não mais cobri-lo.

“Droga, elas parecem tão animadas... Acho que vou fazer parte disso”, concluiu Elesis.


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Notas finais do capítulo

Ciente de que a imagem não apareceu, estou fazendo o possível e assim que der readiciono ela. Todos os formatos até agora não funcionaram, mas vou persistir tentando adicionar. O problema, aliás, pode ser com o capítulo (este e mais dois), pois outros capítulos aceitaram imagens de mesmo formato (JPG), tamanho (menor de 800x800) e hospedados no mesmo site!



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