Grand Chase Heroes escrita por Extase


Capítulo 6
Capítulo 5 - A Tristeza de Arme


Notas iniciais do capítulo

Diante da chegada da equipe Grand Chase no reino Serdin, alguns problemas ocorrem.



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Ainda que Elesis fosse a mais preguiçosa do grupo, a única garota que agora bocejava e esfregava os olhos, cheios de olheiras, era Arme. A preguiça de Elesis era misturada à calma. Ela a tinha, mas priorizava o trabalho. Quanto à maga? Literalmente não conhecia a vida. Jamais acordou cedo antes.

– Uma hora você acostuma. – confortou Lire. Elesis ainda estava brava pela lentidão de Arme. Fazer o que, né? Não podia apressá-la nessa situação.

– Em que reino estamos, afinal? – indagou Elesis, curiosa. Nunca esteve ali.

– Serdin é cercado por reinos menores, todos servem de guarda e não há um único ponto que se possa infiltrar em Serdin sem ter que passar pelos reinos. E é por isso que eles ficam nos intimando o tempo todo.

– Não haviam esses reinos antes da guerra, não é? – lembrou-se Lire. – De qualquer forma, o bom é que eles acreditaram no papo de sermos garotinhas indefesas de passagem por aqui, ainda que Elesis não nos tenha ajudado.

– Quer calar a boca? – indagou. Lire não acreditou. Quem estava nervosinha pedindo para falar menos não era Elesis, como de costume. Era Arme.

Elesis parecia estar pronta para responder no mesmo grau de estupidez quando Lire esticou sua mão na altura dos lábios de Elesis. Era de se entender que, infiltrando-se em Serdin, Arme tivesse um certo receio.

– Você escutou Lothos, Arme. – tranquilizou Elesis tirando a mão de sua companheira de onde estava. Lire mais uma vez não acreditava. Elesis não agia estupidamente. – nós vamos possivelmente nos ver em combate com guerreiros de Serdin, mas nosso objetivo é o grupo de orcs que age levianamente nessa área.

“Aja corajosamente, Arme. Passe por cima de seus sentimentos uma vez mais”, falava o seu subconsciente.

***

– Chegamos. – falou Elesis. – vamos fazer o seguinte: eu vou na frente e vocês me dão suporte. Se nossos inimigos são orcs, vocês não podem chegar perto ou vão morrer!

– Elesis, eu confio em você, mas... Já não deixamos claro que você não é nossa líder?

– Vou indo. – falou Elesis, sem prestar atenção (ou, talvez, fingindo que não prestou) nas palavras de Arme.

– Ela é muito amigável, mas ainda te irrita, né? – indagou Arme furiosa.

Lire concordou, mas sorrindo.

Elesis já atacava com tudo, baseando-se em sua velocidade incomparável, cada orc que havia ali.

– Qual é o problema dessa garotinha? – bufou o orc que estava mais atrás. Sua voz, como de todos, era medonha de tão grossa. – por que ela está nos atacando e como está aguentando sozinha?

Lire e Arme viram que Elesis já estava em uma enrascada. “Vamos lá ajudar”.

Eram tantos orcs. Era estranho o fato de que a armada de Serdin ainda não tivesse cuidado dos orcs.

“Peles rígidas, força bruta... nada adianta se eles não têm velocidade para me acompanhar, nem visão para escapar de ataques de longo alcance”, pensava Elesis que já cantava vitória.

A gangue dos orcs era terrivelmente violenta, recheada de más intenções e inclusive aqueles que não tinham nada a ver com a briga eram agredidos ao simples aproximar.

Ainda assim, o plano de Elesis estava dando certo e, aos poucos, matavam uma minoria e imobilizavam uma maioria, até enfim identificarem qual deles era o líder. O líder usava mais do que um machadinho como os outros. Na segunda mão, segurava uma lança. Seu tamanho era compatível com os outros e sua expressão idêntica. Se não fosse identificado como líder por conversas de orc, a aparência não daria pistas disso.

Elesis tomou conta dele, fácil como roubar doce de criança.

– Arme, você entrará por Serdin pedindo a remoção dos corpos dos orcs. Lire, mantenha vigia sobre aquele casebre abandonado. Lá dentro, eu vou tomar conta deste orc.

***

Jogando brutamente o corpo de orc no chão, Elesis começava seu relatório.

– O que você fazia em Serdin?

– Nós orcs não temos motivos ou incentivo algum. Agimos por conta, causando a destruição sem depender de outros.

– Por que justo aqui?

– Não há motivo, mocinha. Não está me entendendo?

– E qual a sua relação com Cazeaje?

– Tenho que desapontá-la agora. Não há absolutamente nenhuma relação.

Elesis olhou desconfiada e estava pronta para começar uma sessão de tortura. O medo estava claramente expresso no rosto do orc, que prosseguiu:

– O Lorde Orc, no entanto, lidera mais do que uma gangue como a minha. Assim que ele aceitou uma aliança com Cazeaje, parte da tribo se separou em gangues. A parte que manteve-se fiel ao Lorde Orc agora está fortalecido por magia humana. Você não derrotaria um único deles!

– Não fale isso de quem você não conhece, – Elesis falou com desprezo. – adeus.

– Arme desativou toda a barreira invisível que cerca Serdin. – falou Lire, assim que Elesis saiu do casebre abandonado onde o líder dos orcs foi morto.

– Vamos lá, então. – seguiu Elesis, com uma nova arma à sua mão: a lança do orc.

Os guardas de Serdin tiveram que ser detidos pela cavaleira antes que prosseguissem. Uma vez dentro da cidade, eram tratadas como visitantes autorizados, ainda que não fossem. A procura por Arme seria fácil. O gigante castelo da rainha continha a guarda-real de Serdin, e a rainha que era quem devia ser avisada, ela certamente os mandaria para prender orcs quando Arme os avisasse.

Assim que estavam para entrar na rua do castelo-real deram de cara com Arme. Ela olhava para a vitrine de uma loja de crianças em pose eufórica.

– E então? – perguntou Lire. Arme tirou no mesmo instante o dedo da boca e respondeu, esperando que ninguém tivesse notado:

– As tropas principais em breve vão ser mobilizadas, mas eles tinham conhecimento dos orcs. Tem algo suspeito por trás de tudo. E pior, agora a rainha desconfia que eu tenha entrado para a Grand Chase, ela me submeteu à uma série de perguntas.

Lire não sabia porque era ruim saber que estava na Grand Chase, mas nem quis discutir. De qualquer forma, as pessoas estavam diferentes, e o que era ruim (saber que orcs avançavam em seu território, atacando e assediando moradores) estava no conhecimento da rainha. O que acontecia com Serdin, afinal?

– Eu fiz minha parte em contar à rainha o que havia por trás dos muros de Serdin, e já que os orcs logo serão presos, acho que nosso trabalho acabou. – falou Arme, partindo para a floresta mais próxima que encontrou.

Arme e Elesis adquiriram o hábito de Lire. Agora dormiam todas as noites em florestas e almoçavam todos os dias criaturas que caçavam. Elesis, pela habitual preguiça, foi a primeira a deitar. A algumas árvores de distância – tão longe quanto o preciso para Elesis não escutar a conversa e nem ser vista – Lire e Arme conversavam.

– Por que está tão triste, afinal?

– Aquele é meu reino, Lire. Eu não podia ir lá sem sentir uma pontada em meu coração. Contudo... Meus amigos sumiram, meus colegas, professores e inimigos morreram. De certa forma cada um faz falta. É tão difícil apenas entrar lá.

– É. A guerra assolou metade do país já. É mais fácil encontrar um órfão do que alguém que tenha ambos os pais, ultimamente...

– Mas eu nem sei sobre meus pais. – desapontou-se Arme. – Todas as pessoas vão morrendo, e nós estamos avançando tão lentamente, como se nem quiséssemos evitar a guerra.

– Eu sei, é assim mesmo. Se quisermos completar nosso trabalho, vamos demorar! Mudando de assunto, ouvi boatos de que as magas violetas moram com os pais até os cinco anos e depois passam a morar na escola sem nenhum direito a manter contato famíliar. Acho que é por isso que você é tão infantil, deve sentir falta deles.

– Sequer lembro deles. – reclamou. – Mas eu acho que agora eu voltei a ter família. Obrigada por estar ao meu lado, e não se preocupe comigo. Tudo é passageiro, afinal não vamos precisar voltar a Serdin ao menos até alcançarmos o Lorde Orc, por onde já temos a rota mapeada, não? Ahn... E já que você cuida tão bem de mim e da Elesis, jure não preocupá-la sobre o que falei mais cedo. Eu só não consegui um ataque em massa mais cedo, usando meu relâmpago para apagar todos os orcs de uma vez, por conta do ferimento que Elesis fez em minha mão.

– Não tem problema. – meteu-se alguém na conversa. Era Elesis, que escutava tudo desde o princípio. Elesis tinha sua mão estendida com um grande objeto nela.

Os olhinhos de Arme brilharam. Era a boneca que encarava na loja mais cedo. Mas quando foi que Elesis conseguiu comprá-lo?

– Quem disse que eu comprei, poderia tê-lo roubado. – brincou Elesis, que na verdade o comprou com ajuda de Lire que distraiu a colega.

– Obrigada, papai. – agradeceu Arme verdadeiramente, sem notar suas próprias palavras. Apenas escapoliram.

Elesis riu. Arme estava alegre aos choros.

– E pode parar de chorar o tempo todo, Arme. – engraçou-se a companheira.

“Eu quero vê-las alegres, porque elas me fazem alegre”, pensava Elesis de bem consigo mesma. “E agora temos dois pontos de batalha marcados no mapa de Lothos. Agora não será um teste, nem uma gangue. Se de fato vamos lutar para valer com quem está disposto a nos abater, está na hora de crescer”.



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Notas finais do capítulo

A imagem, meramente representativa, não é de minha autoria. Em breve, colocarei de onde foi retirada.



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