– Essa lembrança, que sequer sei do que se trata... Ela é minha, pelo que falou o ilusionista. Por que você está aqui então... E quem é você? – Lass sentia seu passado do qual não lembrava, nem um pouquinho após seu corpo ser consumido por Cazeaje, mais próximo do que antes.

– O ilusionista falou que o passado que não superamos é o nosso objetivo nas ilusões e precisamos superá-los. Nesse caso, o passado que eu não consigo superar... É você! – E o desconhecido, um dos dezessete guerreiros, apontou sua scarlet (um tipo de revólver) diretamente na cabeça do ninja.

– Então a lembrança é minha, mas você veio parar aqui por seu próprio motivo. Posso te dizer algo? Não se meta comigo.

Lass não intimidou Lupus, como esperava. Pelo contrário, o garoto roxo – mais um asmodiano, talvez? – colocou ainda mais pressão na scarlet contra a cabeça de Lass. Para sorte dele, ainda não apertara o gatilho.

– Eu sou um caçador de recompensas e você é a única coisa que sempre me impediu... De teu trilhar o meu caminho.

Lass estava interessado agora. Queria que Lupus continuasse, para descobrir ainda mais sobre seu passado. Lupus parecia ter parado por aí.

– Por que hesita em me atacar? Você não era “assim”... – Lupus estranhou. Lass não deixaria mais que seu estranho companheiro falasse com ele dessa forma, já que ele não o revelava nada.

Um ataque de gigante velocidade, completamente imperceptível, fez com que a scarlet caísse.

– Eu não tenho apenas uma. – Lupus falou, se jogando no chão alguns metros atrás de onde estava. Enquanto atirava balas da scarlet da mão esquerda, recuperava a da direita na posição que se encontrava.

– Que linda brincadeira. Pena ter que atrapalhar. – Uma voz insana se apresentou no breu. Logo as chamas do local revelaram o que era aquele espaço, e a quem a voz pertencia.

Aquele era um palhaço estranho e o local... Um circo.

Lass caiu ajoelhado com as mãos na cabeça. Começava a se lembrar.

– Seu estúpido, não vou continuar aqui. – o ninja levantou-se dando um grande salto e arrancando a cabeça do palhaço. Lass estava tomado pelo ódio.

Naquela situação, sequer pensava: ia direto para os obstáculos de fogo e jogava-os nos tecidos que compunham o cenário. Gostaria e muito que o fogo tomasse todo o local.

– Você é mesmo estúpido, Lass. Você vai se lembrar de mim assim que nos encontrarmos fora da “Torre das Ilusões” na qual nos prenderam. Até lá, espero que este seja nosso adeus. – Lupus prometeu.

De fato Lass sentia conhece-lo, mas sabia que ele não tinha nada a ver com aquele local... Tudo o que se passou ali, agora ele tinha ciência: ele fora usado em sua infância por um bando de mercenários para fazer dinheiro para o circo, que nem mesmo o alimentava adequadamente. Todos o usaram. Mereceram morrerem queimados!