Grand Chase Heroes escrita por Extase


Capítulo 4
Capítulo 3 - Reúna-se, Grand Chase!


Notas iniciais do capítulo

Elesis, pronta para conhecer suas companheiras e sua chefe de equipe, se irrita. Nem tudo parece ir bem, como gostaria!



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“No dia 5 do mês Vênus as inscrições estarão fechadas. No mesmo dia, rume ao rancho misterioso ao sul da cidade da alegria. Todos aqueles que apresentarem o cabo da maçã do Ente, impossível de se engolir, terão entrada permitida na suíte de luxo preparada a todos aqueles que passaram”, lia Elesis pela enésima vez, parada diante do lugar indicado.

Realmente é aqui! falou empolgada para si mesma.

Andou, andou, andou, até finalmente encontrar alguém. Era uma velhinha muito estranha. Usava bengala, possuía cabelos grisalhos e presos, e uma “expressão inexpressiva”. Andou lentamente ao encontro de Elesis.

– Estou com fome. Por um acaso não teria uma maçã a me oferecer?

Sem entender o código que havia nas entrelinhas, Elesis simplesmente respondeu:

– Me desculpe, minha única maçã eu já tracei há algum tempo. – e tirou do bolso o cabo, que sobrou da maçã do Ente Imortal, mostrando-lhe.

– Acompanhe-me, por favor. – solicitava a velhota, mantendo-se inexpressiva perante a amostra do passaporte para ingressar na Grand Chase.

Elesis obedeceu. Passaram por mais muitos campos, por muita lama e inclusive por um grupo de porcos que abriram o apetite da cavaleira. No mais exaustivo momento da caminhada, pararam.

– Entre. – mandou.

Elesis obedeceu mais uma vez. Estava numa câmara escura e apertada, extremamente fedorenta. Não havia o menor contato com o mundo exterior, sequer um feixe de luz. A porta pela qual entrou já estava trancada.

– Por que ela me mandou aqui, afinal? – irritou-se a garota, pronta para explodir de raiva.

– Então, você costuma falar consigo mesma. – respondeu uma voz feminina, suave, que transparecia calma.

– Quem é você? Onde você está? – perguntou Elesis.

– Viu, Arme. Eu permaneci quieta para você definir nossa colega como pediu. – respondeu uma outra voz. Esta era certamente feminina, mas faltava confiança num primeiro momento.

– É, acho que eu apurei opiniões ao chamá-la de hiperativa, Lire. – confessou a tal Arme. – essa garota nova, por outro lado, definiria completamente por “hiperativa”.

Elesis irritou-se outra vez. Perdendo a calma daquele modo, só reforçava o argumento de Arme. Como uma garota que nem a conhecia ousava dizer algo daquele tipo?

– Ei, garotinha. Não ouse se meter comigo, pois eu sou E...

– Não ligo para quem seja. – respondeu Arme. – só quero que saiba que a partir de agora seremos companheiras de time, da Grand Chase.

– O que? Duas garotas na Grand Chase? Eu pensei que seria a única garota por aqui. Quantos passaram no teste, afinal?

– Você viu o quanto foi difícil investigar onde era a entrada da floresta do desafio, ruivinha. – falou Lire. – Era de se esperar que apenas três pessoas passassem naquele teste.

Elesis surpreendeu-se. Ela dividiria um grupo com apenas duas garotas. E pela voz... Bem, elas não pareciam guerreiras de elite. Pelo contrário, pareciam ingênuas garotas procurando bonequinhas para brincar.

– Parece que não sou só eu que gostei de criar preceitos. – falou Arme.

– Ei, como você sabe no que eu estava pensando sobre vocês? – desesperou-se, enfim com medo de sua colega. Repentinamente, passou a aceitá-la.

– Fazer magias dentro dessa sala fica ainda mais fácil do que lá fora. E nos primeiros minutos você permanece temporariamente cega para tentar se adaptar ao local. Ele tem um tipo diferente de magia, criado para nos testar.

– E quem me garante que você realmente sabe o motivo das magias? E... Ei...Quem você acha que está chamando de ruivinha?

A reação tardia às palavras de Lire deixaram mais do que claro alguns fatos. Elesis era sim hiperativa, orgulhosa, não aceitava muitas coisas e era muito burra, lenta!

– Desculpe, Elesis, não tive intenção de ofendê-la.

– Então, onde é o tal lugar que podemos nos soltar?

– O banheiro? – indagou Arme aos risos. – logo sua visão será restaurada e você saberá, ruivinha.

Elesis não podia aceitar. Mesmo que Lire tivesse se desculpado de chamá-la de ruivinha, Arme insistiu após saber que se sentia ofendida. A tal Arme era mesmo muito chata!

Não demorou muito para que, ainda às brigas, a visão de Elesis fosse totalmente recuperada. Nesse momento só conseguia procurar por uma coisa: o tal banheiro. Afinal, dizia o papel que ela estaria em uma suíte de luxo.

A ficha caiu. Aquele lugar cheio de palha sem nenhum conforto era o tal cômodo, e um buraco bem fundo de onde todo o fedor do local saia era o que chamavam de banheiro. Enfim, esta era a tal suíte.

Elesis enojou-se, mas prosseguiu o que faria. Sentou-se numa posição nem muito desconfortável, nem passível de uma queda no fundo da latrina.

– Que nojenta. – reclamou Arme, fechando seus olhos.

– Só você foi mimadinha ao ponto de não encarar a latrina, Arme, admita. – contrapôs Lire.

Observando o papo, Elesis olhou para o lado. “Que droga!”, notou a cavaleira. As duas estavam ali, e uma – a loirinha – ainda a encarava no fazer das necessidades, sorrindo e corada.

– Mas que droga é essa! – gritou Elesis, que deu um súbito salto como consequência de sua raiva. Estava em pé. – vire para lá, sua elfa!

A loira parecia uma elfa, com suas grandes e pontudas orelhas. A outra tinha os cabelos roxos. O mais provável era que Lire fosse a loira, já que Arme demonstrou ser uma maga ao falar do papo de magia mais cedo. Elfos normalmente não tinham inclinações a magias.

Os pensamentos que a observação criou cessaram sob a mente de Elesis. Mais do que pensar em quem era quem, Elesis tinha outra preocupação.

Lire corou-se mais. Elesis ergueu suas calças rápido como nunca fez antes. Que situação embaraçosa foi aquela! Elesis dirigiu-se à elfa loira, enquanto a garotinha dos cabelos roxos voltava a abrir os olhos.

– Isso fica entre a gente! – mais gritou do que pediu. Em seguida, deu um tapa no rosto de Lire. Lire soltou um “ai” muito ardido.

Arme encarou as duas sem entender o que se passava. Enquanto Elesis olhava suas duas companheiras, as mesmas olharam mais adiante. Isso significava que atrás de Elesis havia algo.

Elesis virou-se e prestou a atenção como as colegas. Ali no outro canto havia três projetores holográficos, e a imagem formada era a de um homem de pose firme. Sua postura revelava ser dotado de enorme força.

– Parabéns, Grand Chase. Eu sou a general Lothos...

Elesis parou. A tal general que as instruiria também era uma mulher? E pior... essa parecia homem!

Arme deu um tapa na cabeça de Elesis. Certamente permanecia com a magia leitora de mentes ativada. Elesis desculpou-se timidamente e continuou a ouvir o que Lothos dizia.

– … Mas não vou entrar no mérito de discutir como foram testadas, uma vez que Arme já descobriu o real sentido de estarem aqui. No fim do teste, concluí que vocês, garotas, têm personalidades diferentes. Gosto disso. Tenho mais do que plena certeza que dessa forma vocês serão uma Grand Chase ainda mais heroica do que a original. Para isso, gostaria de pedir-lhes que abaixem a tampa da latrina e apertem seu botão superior. Ele ativará uma magia de teletransporte. E lembrem-se de, antes de teletransportarem, pegarem os três projetores.

Elesis coçava a cabeça. Estava confusa. Contudo, as três garotas prosseguiram com todas as ordens.

– A tampa dessa latrina é muito pesada! – reclamou Arme.

– Poupe-me, respondeu Elesis derrubando-a.

As garotas foram, então, teletransportadas.

***

A paisagem era outra, uma mudança completa. Ao invés daquela “suíte de luxo” nojenta, estavam agora num lugar cheio de computadores e telas, todos com muitíssimos comandos diferentes. No centro, uma tela circular que – independente do ângulo que fosse visto – mostrava a comandante Lothos.

– Elesis, você duvidou do verdadeiro potencial da Grand Chase. Além de este lugar fornecer uma breve história sobre a primeira geração de nossos guerreiros, ele simboliza a capacidade que nós temos. Nosso poder bélico concentrado na única base nossa que ainda está em funcionamento.

Elesis aceitou que Grand Chase não era uma organização qualquer. Mesmo assim, para arrumar três garotinhas de repente... ainda não parecia ser lá grandes coisas.

– E o que faremos, Comandante Lothos? Digo... A Grand Chase não costuma se enfiar nos campos de batalha para tomar posição, não é?

– Enfim você falou algo que eu concordo, Elesis. – prosseguiu Lothos, deixando Elesis enraivecida – A Grand Chase não vai tomar parte para proteger Serdin ou Canaban. Miramos algo muito maior: os responsáveis pela guerra. Aqueles que realmente a criaram costumam agir às escondidas. E é esse o tipo de gente, ou monstro, que devemos mirar se quisermos parar a guerra. Os dois lados, afinal, jamais se entenderão.

Lire maravilhou-se. Era o começo do seu sonho. Enfim iria trilhar o caminho que sempre quis.

– Após uma breve apresentação da base, todas vocês deverão dormir em seus respectivos quartos, já separados por nome. Amanhã acordarão cedo para a primeira missão oficial.

O medo tomou conta de cada uma, à sua própria maneira. Elesis sentiu-se ansiosa acima de tudo. Arme sentiu-se incapaz. Lire, por outro lado, sentiu uma pontinha de empolgação misturado ao já comentado medo. Elas estariam a partir de agora ligadas por algo muito mais forte que o destino: estariam ligadas pelos laços que unem a equipe Grand Chase!


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Notas finais do capítulo

As quatro imagens (juntadas em uma só, que é o limite de imagens por capítulo) foram retiradas do acervo da KOG' Studios. Não sou o autor delas.



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