A noite logo cairia. O sol acabara de se pôr. A floresta local era descoberta aos poucos e Arme já a odiava demais. “Está cheia de insetos”, argumentava.

Dessa vez, Arme não poderia intervir nas decisões de locomoção da equipe, pois todos os caminhos naquele arquipélago eram desconhecidos.

– Venha logo, Arme. – zangavam-se ambas as colegas da maga. Ryan permanecia sem cobrar nada por parte da maga.

– Achar Jin, achar Jin... Quem os monstros da Terra de Prata acham que somos? – Elesis pirava.

– Nos incumbindo de achá-lo, vamos demorar ainda mais para derrotar Cazeaje! – Ryan falava o óbvio.

– Vermécia, como deve estar nesse momento? – Lire também se preocupava.

– Não se afundam em mágoa, todos vocês. Vamos acabar de uma vez por todas com esse lugar. – Arme falou séria. Os amigos olharam desconfiados da postura de Arme.

Não demorou muito para que voltasse a reclamar dos insetos fazendo todos ali rirem. Realmente Arme não fazia jus às próprias palavras, abandonando logo sua seriedade.

***

A noite chegava ao fim. Era hora de descansar. Enquanto ainda estavam sóbrios, todos de olhos de fechados, a árvore em que Elesis estava recostada começou a se mexer. Parecia ter pisado em algo muito fofo, o qual Elesis pegou para si antes que tentasse fugir da árvore.

Grand Chase já estava de pé quando a árvore abriu a boca.

– Calminha aí, eu não quero lutar. – explicou. – Os boatos se espalharam rapidamente. Por favor, permitam-me protegê-las até a saída da floresta. Lá existe uma mandrágora que não os deixará passar sem usar a força.

– Não dá para esperar até amanhã? – Elesis emputeceu-se imaginando que seu sono foi por água abaixo.

– Não. Os insetos estão sugando suas forças vitais para recuperar aquilo que Paprion lhes tirou. Nenhum de vocês sobreviverá até amanhã.

Isso queria dizer que Paprion sugou a vida até mesmo daqueles que estavam na floresta. Qual era a proporção de seu poder, então? Assustadas, ouviram Arme:

– Pelo menos eu estava certa quanto a manter distância dos insetos. – exibiu-se, mostrando não ter medos ridículos apenas.

“Nem mesmo o Texugo sentiu os insetos sugando-nos vida!”, Ryan parabenizou. Era um grande feito enganar seu bichinho quando se tratava disso!

– Não baixem a guarda. Tudo que vocês procuram, eu juro, estarão naquela cidade. Vocês só precisarão cruzar o caminho da Mandrágora antes de atingirem seus objetivos! – a grande Árvore falante discorreu.

O caminho foi curto. Realmente aquele já era o fim da floresta. A saída realmente era guardada por um tipo de monstro.

– Se são vocês as defensoras da Terra de Prata, eu tinha que me certificar de estarem protegidas. Por favor, prossigam!

Sob essas últimas palavras, os membros da Grand Chase fugiram. Ryan deu um último suspiro ao ouvir novamente “defensoras” no feminino, mas seguiu em frente sem reclamar. O ataque evitado por toda a equipe chegou até a árvore. Seus braços de madeira estavam petrificando-se aos poucos.

Antes que fossem inutilizados, pegou-os e balançou para fazer com que o peso de sua madeira ferisse a mandrágora. Aquela planta gigante era resistente!

***

Aquele monstrinho líquido que chegava perto do Ente Ancião na ocasião parecia estar em tom de alerta.

– Só sobramos nós dois e o Verme-Dragão, dentre todos os guardiões.

– O que houve com Paprion e Kakro? – perguntou a árvore.

– Paprion usou “aquela magia”. Kakro foi detido e encontra-se semimorto. As garotas que o derrotaram em breve chegarão às ruínas de Prata. Por favor, não entenda-as mal ou será atacado como o Kakro foi. Proteja-as daquele bicho selvagem, a mandrágora. Elas terão que deter quem atacou Paprion desde o começo, e é claro que você já sabe que “ela” se encontra nas ruínas.

O Ente Ancião entendeu a mensagem. Concordou com a tarefa concedida.

***

– Não vou deixá-lo derrotar as garotas! – o Ente vociferou, com seus braços quase completamente transformados em pedra atingindo o chão.

Naquele momento o Ente invocou pela Terra plantas cortantes, que rasgavam a outra planta, tentáculo a tentáculo, dando um fim a ambos enquanto Grand Chase chegava na cidade em ruínas, na qual dormiriam na entrada e cuidariam daquilo que foi pisoteado pelo Ente e salvo por Elesis.