Grand Chase Heroes escrita por Extase


Capítulo 17
[Temporada 2] Introdução - Um Flash Para Arme


Notas iniciais do capítulo

O passado de Arme é parcialmente revelado, em especial a parte que diz respeito ao seu medo misterioso notado no cemitério de Lich. Parte dele é narrado em primeira pessoa, por se tratar de um flashback especial.



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Com uma sensação de vazio ainda mais sofrível do que aquela sentida por Gaicoz, sendo esta causada pelo feitos medíocres e errôneos do grupo nos últimos dias, sabendo ainda que em parte estariam abandonando o continente de Vermécia, onde cresceram, os guerreiros da Grand Chase já contratavam um dos marinheiros para rumar ao continente Ellia. Começaria agora a viagem de dois meses, rumo ao desconhecido.

***

A primeira semana de viagem se passou. Acostumados todos ao navio de pequeno porte, sem grandes problemas, o caminho era o tempo todo uniforme, uma imensidão de azul inacabável e ondulante, uma visão cansativa.

– Tem certeza que estamos a caminho de Ellia? – indagou Arme, suspeitando.

– Absoluta. Tirando os desvios necessários, até agora prosseguimos apenas ao nordeste!

Arme estava com uma nítida impressão de desconfiança estampada em sua face. Realmente o mapa dizia que o homem estava falando a verdade.

– Nesse caso, é esperado que sejamos engolidos pelo mar de Patusei. Por favor, senhor marinheiro, abandone-nos antes de chegarmos a este lugar.

O marinheiro concordou. Em mais uma das partes da trajetória que virava um momento de desabafar e soltar melancolia através das palavras, Lire mostrou-se triste.

– Comandante Lothos era a mais forte de nós. Se ela morreu...

– Precisamos superá-la. – completou Elesis. – tão forte daquele jeito, derrotada à nossa frente da mais natural maneira em uma luta de alto nível na qual sequer pudemos interferir com algum tipo adequado de ajuda? Provavelmente significa que temos que melhorar nossas habilidades à nossa própria maneira.

– Não é tudo o que você quer dizer, estou certa Elesis? – Arme arriscou. – Você está muito pensativa, tem ainda mais algo lhe incomodando.

– “Elesis, tudo um dia será esclarecido, apenas aceite o que estou fazendo”, Lothos disse. Qual o motivo? – irritou-se, socando a parede do navio sem maneirar na força.

O marinheiro olhou pelo canto dos olhos. Elesis retirou sua mão da parede.

– Arme, como você nunca consegue se desapegar à boneca que eu a dei? – questionou notando que continuava abraçada a ele.

– Por mais que ela tenha contado parte de seu passado e qual é o seu sonho, cada vez mais chego à conclusão de que não conheço a Arme! – Lire falou. – Ela nem fez o que uma amiga faria, contar a verdade a respeito do motivo de seu medo, àquela vez!

– O medo das luzes no cemitério, certo? – Ryan lembrou.

– “Quando amigos querem esconder algo, é melhor esconder por baixo dos panos, onde é tudo invisível, do que maquiar contando mentiras, onde a verdade é aparente e irreal”. – Arme citou. Quem era o dono da sentença, entretanto, não foi esclarecido.

– Hm, isso permite-nos concluir que Arme não quer mentir para a gente, ela só acha que não vamos aceitar a verdade? – arriscou Elesis.

Arme começou concordando, mas logo virou a cabeça para evitar cruzar olhares. Ryan, Elesis e Lire apareceram juntos no lado para o qual Arme se virou. Todos a olharam por cima, de modo a crer que impunham que Arme se explicasse.

– Eu não quero perder a amizade de vocês, é tudo o que digo. – Arme justificou.

– Desembucha, Arme. – Lire falou. Olhava feio.

Elesis agachou-se para olhar a garotinha sentada e abraçada ao brinquedo.

– Você e Lire foram as primeiras pessoas a me chamarem de amiga. Então não importa o que aconteça, jamais deixarei de chamá-las de “amigas” para compensar o favor que me fizeram. Eu não sou nada sem vocês, acredite!

Não era exatamente o que Arme esperava para motivá-la a contar, mas o impacto foi visível. Contaria a Elesis o motivo de seu medo àquele dia.

***

Eu tinha cinco anos. Dessa época, eu costumava não lembrar de nada. Nem mesmo os rostos dos meus pais. Mas eu de fato sabia que eles brigavam por minha causa, e suas palavras recaíram na minha cabeça no momento que entrei em pânico no cemitério de Lich, o mago caído. Sim, foi lá que me lembrei dessa cena, que estou prestes a compartilhar com vocês.

– Mas ela não pode ir para aquela escola, você sabe! Eles vão acabar com suas emoções, nunca mais veremos ela novamente! – reclamava o pai. Ele chorava!

– Entenda, é necessário! Você também está ciente do protocolo que Lady Cazeaje seguirá!

– Estou, sim, mas não estou disposto a largar minha filha esperando que sobreviva, se o amor paterno que é essencial vai ser jogado fora!

– Cresça! – gritava mamãe.

– Eu acho que a amargurada, aquela que precisa crescer... Dentre nós dois, é você! – falou firme. – Já a convenceu de ir à escola de magia Violeta sem me consultar e tendo conhecimento da mudança que a escola está tendo. Que tipo de mãe faria isso?

– Faltam poucos dias para o começo das aulas, e pouquíssimos meses para a invasão de Cazeaje também. Se ela não tiver uma única base em magia, vai ser ainda mais difícil sobreviver, só argumentando. Mas sabe que este não é o motivo de levá-la para lá.

– Não concordamos em não falar disso? Ainda que Arme não esteja ouvindo, ela esqueceria da conversa se estivesse ouvindo. Mas e as outras pessoas? Os magos de Serdin são peritos em invadir sem serem notados, nunca sabemos quando um está nos ouvindo.

– Já chega. Se continuar reclamando assim, eu e Arme vamos fugir agora mesmo.

– Não, não. Eu jamais quero pressioná-las. Eu apenas... Amo intensamente as duas, em igual proporção. Por favor, não me faça perdê-las.

– Quando casamos, você sabia que isso aconteceria... Por que não aceita, meu amor? – agora a mãe chorava, como o pai. Diferentemente da maneira dele, de esconder choro, ela esbanjava-o, como se pedisse para alguém entendê-la e dar suporte.

– Minha preocupação é maior que isso. A magia que ela aprenderá inclui luzes, raios e demais projéteis reluzentes. Você sabe, isso vai enlouquecê-la!

– Você deve entender nossa filha. Não é uma maldita doença que vai impedi-la de lutar, sabendo que o campo de batalha é seu destino!

– Não é só uma doença, a eplepsia é uma crueldade!

Naquele momento minha pequena “eu” iniciou o mesmo berro da mãe chorando, e chamou a atenção dela e do papai. Acredito que foi aí que peguei a mania de mais do que chorar por qualquer motivo, como fazem os outros bebês. Passei a chorar escandalosamente e foi a única parte de minha mãe que permaneceu viva em mim!

Mesmo àquela idade, eu era perspicaz. Mais uma vez calma, fingi dormir para continuar a escutar a conversa. Novamente mencionado o nome de Cazeaje, não identifiquei o que falavam. Afinal, essa memória antiga veio à tona recentemente, mas foi então cortada por uma profunda voz, da mais importante companheira de toda a minha vida. Derrotada em um cemitério, confiou a mim a luta sob as palavras que me despertaram de alguma maneira. “Está tudo bem. Eu acredito em Arme”.

***

– Então foram minhas palavras que a fizeram lembrar dessa noite? – Lire indagou. Arme meio que concordou. Sabia que em parte as luzes ajudaram.

– E por que exatamente não queria contar a nós? – quis saber Ryan, curioso. Elesis permanecia pensativa.

– Evidentemente cresci com minha doença, a eplepsia, no lugar mais proibido. Sendo despertado todo o alvoroço por luzes, especialmente quando elas piscam em grande frequência, a escola de magia realmente era o pior lugar que podia estar. Isso criou o que chamam de “preceito”. Todos me odiavam, riam da minha cara. Cresci assim, com apenas duas pessoas que podia verdadeiramente chamar de companheiros. Eles foram mortos antes de concluírem a escola, para minha tristeza.

– Você sabe que ninguém aqui menosprezaria você por uma mera doença, é ridículo associarem a eplepsia a loucura, Arme. – Elesis falou para confortar, mas focava-se em outra coisa e teria que perguntá-la. – Qual então era a ligação de seus pais com Cazeaje?

– Bem, talvez eu tenha falado demais, Elesis. Mas como disse, essa memória veio à tona. Não sei se é real, não lembro da aparência dos meus pais e nem se foram essas as palavras ditas. Talvez meu medo das luzes e medo de Cazeaje tenham criado uma falsa memória? Foi só o que lembrei, e não sei dizer até que ponto é real, caso alguma parte de fato seja.

Arme tremia um pouco. Não parecia estar sofrendo um ataque epilético, mas estava insegura e confusa.

“Não devo cobrar muito dela, ainda que seja minha vontade”. Elesis reparou. Seria paciente e abraçaria o estilo da sua amiga, jamais deveria menosprezá-la de alguma forma dali em diante.

– Está tudo bem. Agora que o flash dessa memória se passou, já estou melhor. Mesmo sóbria e sem doenças, qualquer flash me amedronta!

“Julgando também seus relâmpagos, foi realmente assustador Arme se acostumar com seus poderes mesmo tendo este problema”, Lire sabia. Ryan ficava sem jeito, sem saber como ajudar à amiga que acabara de desabafar. E a noite se alastrou sob o clima de revelações...


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Notas finais do capítulo

Todos os capítulos da temporada 1 de "Grand Chase Heroes" tiveram imagens adicionadas e por um tempo tive problemas com algumas dessas imagens. Como não desisti delas, finalmente descobri como arrumar o problema (com ajuda da moderadora Kori Hime, agradeço!) e em breve arrumarei as duas imagens restantes.
Focado agora no futuro da estória, digo que em algumas horas anunciarei as previsões dessa temporada e também a sinopse dela, no capítulo que logo será postado (capítulo 16) que oficialmente dará início à segunda temporada.
Àqueles que se interessam pelos flashbacks, aqui postarei o nome dado aos flashbacks dos personagens (nomes de capítulos que poderão se repetir, conforme outras partes do passado forem revelados):
Flashbacks:
Elesis: Memórias de Elesis.
Lire: O Mundinho Pequeno da Pequena Lire
Arme: Um Flash Para Arme.
Lass: Decorrências Enterradas.
Ryan: O Passado Élfico.
Ronan: Queda da Nobreza.
Amy: Danças Inacabadas.
Jin: O Início da Determinação.
Sieghart: Lembranças Imortais.
Mari: Formatação de Memória.
Dio: Ocorrências Asmodianas.
Zero: Um passado Vazio.
Rey: História de Vinganças.
Lupus: Por trás da Caça às Recompensas.
Lin: Origens Duvidosas.
Azin: Uma História Dupla



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