Grand Chase Heroes escrita por Extase


Capítulo 16
Capítulo 15 - Sem Tempo Para Voltas


Notas iniciais do capítulo

No clímax do desespero, os quatro membros de Grand Chase seguem viagem, agora rumo ao desconhecido.



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Gaicoz se levantava sem forças. Olhava para baixo, encarando de frente a selvagem criatura que o fez acertar a si mesmo num sacrifício ridículo ao extremo. Gaicoz encarava suas próprias mãos agora. Elas sangravam?

“Quando eu me tornei isso?”, pensou frustrado.

***

Gaicoz, o samurai que comandava aquela tropa inteira que foi morta dias antes, estava caindo pela primeira vez. Havia derrotado enfim os mil homens que impediam sua passagem. Um feito histórico, digno de render-lhe o título de “Gaicoz, a lenda”.

“Eu os derrotei... Por que os derrotei?”, pensava no momento de sua morte. Enfim entendeu que aquela não era só uma guerra de vingança pelos seus companheiros, antes pacíficos, provocados num confronto direto. Aquilo era, na mais profunda verdade, uma bela besteira sem motivos, um completo vazio.

Gaicoz caiu.

Inexplicavelmente sentia-se bem. Resolveu levantar-se.

Em pé, notou alguém. Sacou sua katana.

– Quem é você? – e ao falar, sua katana desapareceu. Foi como mágica.

– Eu sou Lady Cazeaje e o trouxe novamente à vida. Se não quiser desistir dela, pode me seguir como aquela outra maga. – e apontou. – nós pretendemos construir um império para mudar o mudo, torná-lo outro.

Gaicoz não tinha certeza de ter entendido, mas sabia que Lady Cazeaje tinha motivos nobres. Gaicoz sentia-se diferente. Com sua ressurreição, parte morreu. De que adiantavam os sentimentos? Agora que não os tinha mais, não se importaria se outra noiva sua morresse, se outros companheiros seus fossem provocados ou qualquer coisa assim. As trivialidades acabariam no momento que agisse plenamente sob efeito da razão, assim a emoção acabaria junto com seus erros.

– E então? – quis saber Cazeaje. – está disposto a se juntar?

Gaicoz, com seu rosto desfigurado – que sequer lhe fazia aparentar humano – concordou.

– Está certo. Eu preparei seu antigo castelo para adaptar-se ao seu novo estilo de vida. Com a semi-vida que lhe dei com essa magia falha de ressurreição, você sobreviverá apenas às noites. Todos os detalhes e efeitos da magia serão explicados, agora por favor rume ao seu próprio castelo com seus novos mil subordinados.

Cazeaje apontou. Havia ressuscitado sob uma forma igualmente irreconhecível de aparência aqueles mil que Gaicoz derrotou. Era irônico Gaicoz comandar aqueles que o tiraram uma vez sua vida. Gaicoz ria com a cena que se formava.

– Um pequeno presente. – falou Cazeaje, balançando seu cajado. Surgiu então uma armadura flutuando. Gaicoz a pegou.

– Ai, que divertido. Enfim alguém para comandar aqui por Vermécia, Cazeaje! – exclamou cheia de alegria a maga que acompanhava Cazeaje.

– Fale menos, Elena. Nossas estratégias não são divertidas, mas sim necessárias. Ou você espera que seja divertido fazer jogadas arriscando seus próprios planos?

Elena ficou quieta. Era faladora, mas Cazeaje sabia acabar com cada argumento dela!

– Gaicoz, este será seu trabalho. Como disse, a magia também será explicada, ela tem uma grande restrição, seja como for, seu tempo está acabando. Vou mandar você e seu novo exército automaticamente para a sua base.

Gaicoz estava alegre como nunca. Mesmo não tendo sentimentos profundos, a alegria tomava conta por um único motivo. A ganância era o sentimento que jamais seria derrotado dentro de si, aquele sentimento que sobrevivia sem notar e o que o movia.

***

“Cazeaje falou que acreditava no meu potencial, Cazeaje falou que meu sorriso de amargura ao me enfiar e derrotar cada um dos mil homens que acabaram com minha vida foi o motivo de acreditar em mim. Ela falou que eu jamais falharia e sempre seguiria cada ordem sua para alcançar a justiça. Talvez tudo tenha sido um engano”, sabia Gaicoz.

“Agora que minha pseudo-vida acabou eu notei o que eu perdi ao recusar a vida completa. Eu me perdi, e acabei com Wendy, a defensora da Grand Chase a qual um dia eu aspirei reconstruir como organização. No fim das contas, um vazio. Muitas pessoas sentem um vazio ao morrer, mas o meu é maior. Esse vazio... É a falta de vida nessa existência sem sentido. Pela segunda vez, só notei os significados da vida no momento da morte”.

Gaicoz olhou para sua própria mão, sangrando, novamente. Odiava a si mesmo. “É aqui que tudo acaba. Grand Chase, espero que cada erro meu seja contornado pelos seus atos de bravura! Eu acredito no seu potencial. Vocês não sorriem por vingarem algo matando mil homens. Vocês parecem sorrir por garantir a sobrevivência de cada companheiro”.

Gaicoz fechou os olhos, mas a imagem de sua mão ainda estava viva na cabeça. “É, realmente é aqui que tudo acaba”.

***

– Quem imaginaria que Wendy seria morta. – reclamou Elesis, onde foi teletransportada. Retirava a arma que estava fincada em seu corpo. O buraco criado em seu corpo causou uma dor tão forte quanto o necessário para fazê-la desistir, mas sua mente tinha uma força de vontade forte o suficiente para ignorar a dor e prosseguir na tarefa que Wendy lhe confiou.

– Todas vocês concordaram que essa é a base da Grand Chase, ainda que nunca tenhamos visto ela por fora. – falou Arme. – Por que Wendy nos traria aqui, justo agora?

Uma explosão e a parte visível (tudo o que não era subterrâneo, melhor expressando) ruiu. A base da Grand Chase foi destruída enfim!

Atrás dela havia um gigante monstro de sete cabeças, cabeças compridas... Para falar a verdade, lembrava um corpo de dragão, com cabeças de cobra. Mas o que seria aquilo?

– Filha da mãe! Aquele que está nos atacando conseguiu invocar esse monstro mitológico? Seu poder deve ser imensurável!

Acima das sete cabeças estava a domadora do monstro. Aquele cajado longo e os cabelos roxos. Seguramente afirmava-se que aquela era Cazeaje, a Lady Rainha da escuridão.

– É a Cazeaje. – Arme gritava com todo o nervosismo possível.

– Vamos lá. – gritou Elesis, com Lire seguindo e Arme estagnada em seu lugar.

Ainda prosseguindo para chegar a Lady Cazeaje, a Grand Chase viu algo ainda mais curioso acontecendo. Aquela que pulava do subterrâneo da base era Lothos. Suas duas espadas longas eram verdes-escuras* brilhantes, irradiando luz. O brilho expandia as próprias espadas e as faziam soar um barulho peculiar.


Com as luzes tomando o céu naquele enorme salto que deu, Lothos atingiu o inimigo. Três das cabeças de cobra foram derrotadas** ao mesmo tempo.

Elesis e Lire chegaram junto a Lothos, na primeira vez que a viam pessoalmente. Davam seus suportes ajudando-a. Cinco novas cabeças nasceram na gigante cobra.

“Como a derrotamos?”, Elesis indagou-se.

O olhar de Cazeaje demonstrava suas intenções. Lothos era o objetivo dela.

– Nem eu, nem Cazeaje podemos perder mais tempo aqui. – falou Lothos. – Elesis, tudo um dia será esclarecido, apenas aceite o que estou fazendo.

Lothos expandiu sua arma diretamente no peito do monstro derrotando-o de vez ao mesmo tempo em que deixou-se ser atingida por uma magia que a transformou em cinzas. Luzes voavam para todos os lados enquanto Cazeaje desaparecia.

– Sinto muito, Arme, eu estava realmente apurado para sumir assim sem avisar. – disse Ryan, coçando a cabeça por ter errado. – o que eu perdi? Onde estão Elesis e Lire?

Arme apontou. Enquanto as luzes sumiam, o grupo providenciava um enterro meia-boca para Lothos, pronto para fazer o último movimento: rumariam agora ao litoral.

***

Tantos dias se passaram, que mesmo a repentina e inexplicável morte de Lothos foi aceita pelos membros, que ficaram por uma boa parcela do caminho imaginando que tudo foi um sonho estranho.

Mesmo não podendo ajudar Lothos ainda que Wendy tivesse mandado-os lá justamente para isso, Grand Chase agora tinha uma nova tarefa.

– Os mapas que coletei com Gorgos Vermelho e Gaicoz formam todo o contorno da parcela sul continental de Ellia, mas nunca fomos lá antes. – Elesis lembrou. – Se Cazeaje vive lá e derrotou até a comandante, devemos ir até lá, e só através do mar podemos chegar. Infelizmente, temos que aceitar. Não há tempo para voltas. O que aconteceu, aconteceu, se não podemos mudar o passado, devemos jogar a situação ao nosso favor visando o futuro.

As palavras não tão bonitas e não tão incentivadoras de Elesis eram verdade. Aceitando, mas não querendo aceitar, Lothos morreu. Wendy morreu. O trabalho delas também estava feito, pelo menos até a parte que foi requisitado até ali. O rumo estranho e repentino, mais estranho e repentino que todas as estranhezas e repentinidades que aconteceram até ali, devia ser encarado por cima. Deviam aceitar e seguir em frente o que parecia inaceitável e insuperável. Mas... A vida tem dessas coisas malucas mesmo, de fazer exatamente o que parece impossível. Aliás, o próprio Gaicoz se arrependeu em seus últimos momentos, o que as impedia de continuar a realizar o impossível?


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Notas finais do capítulo

* = me inspirei no "Zero", do "MegaMan" que sempre julguei parecido com a comandante Lothos para criar o estilo de luta dela!
** = me inspirei na serpente de oito-cabeças do Orochimaru, em "Naruto" (ao menos é assim que o monstro deveria parecer, quando criei) e na possibilidade de multiplicação de cabeças que o monstro que Hércules derrotou tinha.
É bom lembrar que estou citando inspirações, não cópias. É mais para dar uma noção de como se parecem as criações, do que para simplesmente jogar uma cópia, um plágio por aí.
As imagens utilizadas são de autoria da KOG' Studios.



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