A Princesa E O Alienígena escrita por Beto El


Capítulo 25
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

E aí, galera?

Depois de quase uma eternidade, voltei a atualizar a fic. Desculpem, mas a inspiração está difícil de vir e ando meio ocupado ultimamente.



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- Didi, eu já te disse hoje ‘obrigada’ e ‘te amo’?

Sorri de leve para minha melhor amiga deste mundo, Samantha, que ainda se recuperava do súbito ataque das forças de Mongul; felizmente, ela já estava muito melhor, tanto que os médicos já a haviam liberado para voltar à nossa casa.

- Já, e, como já afirmei, não é necessário agradecer-me, e eu também a amo. Mas, chame-me de ‘Didi’ outra vez e serei obrigada a deixá-la só aqui... - eu respondi sorrindo.

Terminei de guardar as roupas passadas previamente por mim, e me sentei à beira da cama da minha amiga, que pôs sua mão direita por sobre a minha.

- Agora, falando sério, Diana... Eu acho que você tá ficando tempo demais comigo, o Ian deve estar meio carente da sua presença.

Olhei para baixo quando as palavras de Samantha me atingiram com a indubitável e dolorosa verdade. Havia muito que eu não via meu namorado, havíamos nos comunicado apenas por telefone.

- Ele... ele... aguenta. E entende a situação.

Os olhos azuis cristalinos de Sam me fuzilaram.

- Diana. Eu já estou bem o bastante pra ficar algumas horas sozinha. É tarde de sábado, e eu detestaria saber que minha amiga vai ficar aqui gastando seu precioso tempo comigo.

- Mas eu...

- Shhh. Vai lá, liga pra ele, fala que você quer ir a um restaurante hoje. Sério, Diana. Você vai me deixar bem chateada se não fizer isso.

Rendida, eu concordo com ela.

- Sim... mas, se você sentir qualquer problema, qualquer coisa... pode me chamar que eu venho voando aqui. Literalmente, você bem sabe.

- Claro, ‘Mulher-Maravilha’...

Sam se esforçou um pouco, e, por fim, conseguiu se manter sentada. Olhou para mim com aquela cara de safadeza característica dela.

- Ei... você acha que hoje rola?

Eu me enrubesci na hora em que ela fez a pergunta.

- Er...

- Diana, como você consegue ficar tanto tempo sem transar com aquele gostoso do Ian?

Eu não sei o que responder à minha amiga. Ainda não entendo essa fixação por copular que as pessoas deste mundo sentem, em especial os jovens e os nojentos homens...

- Diana, por favor, prometa pra mim que hoje você dará uns belos amassos no seu namorado.

- Eu... Vou me encontrar com ele.

- Assim é que se fala, garota!

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De fato, depois de uma rápida chamada, Ian veio me buscar em casa, como de habitual. Samantha me reafirmara que ficaria bem, insistindo efusivamente para que eu me divertisse com o meu namorado.

Ian pilotava sua moto esportiva, que fazia um barulho que me irritava bastante. Era chamada Kawasaki, se não me engano.

Depois de cumprimentá-lo com um beijo, pulei na garupa, e logo estávamos a caminho do restaurante o qual havíamos feito reservas. Durante o trajeto, meus cabelos iam para trás sem controle. Apesar de não ser tão vaidosa quanto as outras mulheres, ter meu cabelo bagunçado me irrita.

Descemos da moto, e rapidamente eu ajeitei meus cabelos da melhor maneira que pude. Eu gosto do restaurante que Ian havia me levado, sua comida é simples e o atendimento é bom. Ian gentilmente me conduziu pela entrada, onde cumprimentamos o maitre, que nos guiou até a mesa que reserváramos (o restaurante é muito disputados, mas, como Ian é muito amigo do dono, conseguimos com relativa facilidade).

Sentamo-nos e logo o cardápio nos foi entregue. Escolhi como entrada salada de palmito e como prato principal um simples espaguete com queijo. Sei, sem carne... mas é que sou muito ligada aos animais, e não consigo comer carne. Quando uma vida se perde, o que resta no lugar... É triste demais. Não que eu tenha algo contra quem come carne, obviamente.

Como é comum, a comida demorou bastante para chegar, o que foi horrível, visto que estava com muita fome...

Esse tal espaguete é muito saboroso, pelos deuses... Claro que tínhamos refeições saborosas na Ilha Paraíso, como saladas típicas e frutas cujo sabor era incomparável.

Comi a refeição com muita avidez, como já estou acostumada, o que espantava até minhas irmãs.

O ambiente de um restaurante ainda me fascina. É estranho como este povo paga tanto por uma refeição diferente... Enquanto pessoas lá fora passam fome. É algo com o que nunca me acostumarei nesta estranha terra.

Depois de um agradável jantar, saímos de mãos dadas pelas ruas de Central City, que, àquela hora, já estavam tranquilas.

E, de repente, aconteceu o que me levou a este momento triste no qual me encontro... Meu  comunicador começou a tilintar, e Ian já começou a me olhar feio.

- Er... Sim, Jonnz?

- Diana, tivemos um problema com mutantes em Iowa, e quem está mais próximo é você. Está disponível neste momento?

Olhei para Ian, cujo semblante era grave.

- Eu... posso atender ao chamado, Jonnz.  Desligando.

Guardei o comunicador na bolsa e voltei a olhar para o meu namorado, cujo olhar era de decepção. Entretanto, não mudei minha decisão. Tirei meu laço da verdade da bolsa e, com um movimento giratório, suas propriedades mágicas transformaram meus trajes civis em meu uniforme de combate.

- Desculpe. Mas você sabe que eu tenho obrigações como Mulher-Maravilha.

Não esperei resposta, logo me lancei aos céus, limpando minha mente e me concentrando na missão que tinha de cumprir.

Horas depois, entreguei os vilões às autoridades e, após e reportar a Jonnz, rumei para a casa de Ian, conforme havíamos acertado.

Entrei pela sacada e logo reparei que ele me esperava sentado no sofá, assistindo a um daqueles jogos de futebol que os homens tanto gostam.

- Ah, voltou da missão, ‘Maravilha’?

Ordenei telepaticamente que meus trajes sejam substituídos por minhas roupas civis, e logo depois voltei-me para Ian, não sem demonstrar claramente minha insatisfação com sua colocação inconveniente.

- Você bem sabe que minha missão na Terra é essa, e está acima de tudo em minha vida, Ian.

Ele se levantou e agarrou minha mão.

- Acima de mim, Diana???

Fechei meus olhos e virei o rosto.

- Acima de você, Ian. Acima de nós. Oras, trata-se do bem maior.

- Tudo bem, amor. Me desculpe, eu sou meio mesquinho às vezes. Mas é porque te amo muito.

Ian me beijou a testa e logo depois deu um leve selinho em meus lábios. Sorri para ele e, com um gesto, convidei-o para sentar no sofá.

- Bom... quem está ganhando? - questionei, aconchegando-me ao seu lado. Apesar de ter ressalvas quanto a Ian, sempre me senti confortável ao seu lado.

- Não importa, agora que você está do meu lado.

Mal nos sentamos e suas mãos começaram a percorrer meu corpo, e, apesar de sentir-me incomodada, permiti seus avanços. Seus lábios viajaram até o meu pescoço, e, quando entraram em contato com minha carne, soltei um gemido de leve.

Entretanto, após isso aconteceu o que me trouxe à minha atual situação.

A mão de Ian, que apalpava minha barriga, lentamente subiu até meu seio direito, agarrando-o com rispidez. Imediatamente afastei-o de mim.

- Ei!

- Ei digo eu! Em qual momento eu permiti que você me tocasse de tal maneira?!

- Ora, Diana, faz meses que namoramos, eu nunca esperei tanto pela primeira vez com uma namorada...

Virei-me para o lado.

- Eu... eu... não. Não agora.

- Mas, Diana... amor...

Levantei-me e fui até a janela.

- Preciso pensar, Ian. Eu... até logo.

Tão logo disse isso, voei pelos céus de Central City.

E aqui estou. Sentada no teto de um prédio de Metrópolis, sem nem saber o porquê de ter vindo para cá.

Mentira. Aliás, como uma semideusa protetora da verdade poderia mentir? Mas eu acabei de fazê-lo, ainda que mentalmente.

Eu não sei bem o porquê, mas me senti atraída para cá... senti vontade de falar com o Superman, com o... Clark.

Entretanto, apesar de ser a amazona mais valente de Themyscira, falta-me coragem para procurá-...

- Oi. Fazendo turismo noturno? Conheço cidades melhores para se fazer isso.

Assustada, viro-me em direção à voz que eu já conheço. Sinto meu rosto queimar.

- Hã... eu, eu...

Clark se senta ao meu lado e olha pata mim.

- Em trajes civis hoje, princesa? - realmente, estou usando o mesmo vestido que usava para sair com o Ian.

- Como você pode ver, eu também tenho vida social.

- Sem dúvida, eu só não entendo o que você está fazendo tão longe de casa.

Pense rápido, Diana! Faça como nos treinamentos de combate da Phillipus!

  - Vim vistoriar a cidade e me certificar que você está seguindo na linha.

Ele então olha para mim com um sorriso estampado no rosto e parece relaxar um pouco.

- Okay. Sua "Liga da Justiça" anda com medo de mim?

- Oh, não, não.  Estamos acompanhando todas as atividades no mundo, e sabemos que você tem se comportado bem.

-"Todas as atividades"? Isso me parece um pouco controlador demais, não?

- É para o bem maior, Kal-El.

- Kal-El? Pensei que você preferisse me chamar de Clark.

- Eu te chamo do que eu quiser. E, aliás, como você me achou aqui?

- Eu ouvi. Já sei qual é o seu batimento cardíaco.

Olho para ele incrédula.

- Você… sabe como é o meu ritmo cardíaco?

- Sei sim.

Por longos momentos ficamos admirando a vista noturna de Metrópolis, com suas inúmeras luzes que parecem emular as estrelas, mais ou menos como eu me lembro de Themyscira.

- Eu briguei com o meu namorado.

Nem sei o porquê de ter dito isso.  Mas não me arrependo de tê-lo feito.

- Eu sei como é.  Já passei por isso.

Hum. Essa declaração é estranha...

- Mas a Shayera parece respeitar muito você... vocês... têm um relacionamento, não?

- Hah! Não sei há quanto tempo você está aqui, Diana, mas será que você já ouviu falar de amizade colorida?

- Hã?

- Depois alguém te explica. De qualquer forma, Shayera achou um tal Carter e parece estar feliz com ele. Ela é uma boa amiga e merece tudo do melhor.

Mais uma vez o silêncio se instalou entre nós, até eu criar coragem para quebrá-lo.

- Então você já teve problemas amorosos. 

- Ah, sim. Pouco depois de me mudar de Smallville, me apaixonei por minha colega Lois Lane.

Neste momento, sinto que seu tom de voz vacilou um pouco, em especial quando ele citou no nome Lois Lane; isso muda tudo o que eu pensava sobre o Clark… eu estava completamente equivocada a respeito de seu relacionamento com Shayera, e começo a pensar que, a despeito de seu exterior rude e violento, Superman também sofre como qualquer um de nós.

- Lois… ela não tinha interesse em você?

- Olha, não sei por que estou te falando isso… mas ela tinha, sim. Só que o que a interessava era este aqui, o Superman, e não o Clark.

- Eu não estou entendendo.

- Bem, você sabe que eu tenho uma identidade civil que escondo de todos. Clark na verdade… é outra pessoa, trata-se de outro eu.

Ainda não entendi muito bem o que ele quis dizer, mas não quis interrompê-lo.

- Como Clark, eu ajo de forma mais introspectiva e agradável. E, com Lois, eu senti por uma mulher algo que nunca havia sentido… Algo como se fôssemos destinados um ao outro. Mas ela nunca se interessou pelo Clark… em compensação, se derreteu toda pelo Superman.

- E você… nunca se aproveitou da situação?

- Mas é claro que sim! - ele me respondeu com um sorriso. Que cachorro. - Mas, depois de um tempo… comecei a perceber que ela só estava comigo por causa dos meus poderes. E isso não me pareceu certo…

- Eu não imaginava.

- Pois é. Mas a moral da história é que a gente sobrevive. Dê um tempo pro cara, veja se as coisas podem dar certo.

Clark pousa sua mão esquerda em meu ombro. Sinto-me segura ao seu lado, e o mínimo que posso fazer é retribuir com um sorriso.

- Ora, quem diria… você tem um coração, afinal de contas…

- Pra você ver.

- Bem… podíamos voltar a falar sobre seu ingresso na Liga da Justiça.

- Por favor, a conversa estava tão boa…

Apenas olho para ele e sorrio.

Tudo bem. Hoje eu não tentarei mais, até mesmo porque ele me ajudou bastante com as dúvidas na minha cabeça.

Mas eu sou teimosa como meu pai, Clark… Um dia você será da Liga da Justiça.


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Notas finais do capítulo

Viram quem vai ser o próximo Bátima? O Ben Affleck!

Curioso pra ver no que isso vai dar.

Valeu!