A Princesa E O Alienígena escrita por Beto El


Capítulo 24
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

E aí, galera?



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Prólogo (3ª pessoa)

No almoxarifado do segundo andar do moderno complexo industrial da LexCorp, o faxineiro Rudy Jones, um senhor de meia idade parcialmente careca e fora de forma, arruma seus apetrechos de trabalho (esfregão e balde), depois de uma tarde de trabalho pouco produtivo e com vários momentos de enrolação.

O dia de labuta já está no fim, e Rudy está ansioso por chegar em casa e assistir TV enquanto come donuts, a principal diversão de sua miserável vida. Com sorte, haveria a reprise de algum jogo dos Bravehearts passando.

Um objeto brilhante chamou sua atenção enquanto amarrava um saco de lixo.

Curioso, o funcionário da LexCorp abriu o saco e apanhou o pequeno objeto entre seus dedos; tratava-se de um lenço de papel encharcado em uma substância roxa fosforecente, que tinha um brilho lindo, em especial naquela saleta escura.

Que bonito. Deve ter vindo daqueles laboratórios esquisitos do fim do corredor...

Rudy ficou entretido por alguns momentos, mas uma ligeira tontura o fez retomar seu raciocínio. Jogou o papel embebido na substância no saco, fechou-o e depois o levou até o setor de descarte.

Meia hora depois, Rudy já estava trocado e no meio de dezenas de pessoas amontoadas no vagão central do metrô, em direção à zona sul, onde o faxineiro residia. Estranhamente, Rudy sentia-se fraco, suava bastante.

Instintivamente, o homem passou as costas da mão direita pela testa, e, quando a pôs novamente na sua visão, percebeu que lá, afora o suor eivado da testa, havia também uma grande mancha roxa.

Pensou consigo onde havia acidentado a mão, não se lembrava.

Até que os olhos horrorizados de uma moça apontaram para ele, e todos os passageiros se afastaram de Rudy.

De ressalto, Rudy colocou as mãos à frente da sua vista, somente para perceber que elas cresciam de tamanho e tornavam-se completamente roxas. A fraqueza desapareceu, à medida que a energia vital de pessoas próximas era sugada por ele.

Rudy nunca se sentiu melhor. Entretanto, as pessoas próximas não podiam dizer o mesmo, já que murchavam como flores esquecidas em um canto a olhos vistos, perdendo suas vidas.

Rudy gargalhava, enquanto se tornava ainda maior. O pânico tomava conta do vagão.

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Superman, também conhecido como Clark Kent

Terminando de digitar uma matéria sobre leite adulterado (quem em sã consciência faz uma coisa dessas?!), percebo um zumbido incômodo com a minha superaudição.

Socorro! Superman!

Várias vozes se amontoam, o que me faz olhar para a direção de onde elas vêm (parece ser da estação 12) com minha visão de raios-x bombada com o poder telecóspico. O que vejo me deixa boquiaberto: uma criatura roxa de uns 2,5 m de altura e, no meio do pânico, várias pessoas mortas, como se fossem uvas passas.

Eu me levanto apressadamente, não sem antes ser interrompido pelo White.

- Ei, aonde vai, Kent?

- Er... banheiro. Indisposição estomacal.

- Ah, eu sei como é... ontem comi um chili que me fez cagar até a alma. Vá lá, filho...

Depois de ouvir essa conversa constrangedora desse ser bizarro, caminho com certa rapidez entre os cubículos e, uma vez alcançando o corredor, entrei no almoxarifado, para poucos instantes depois sair voando pela janela como o Superman.

Mergulho direto pela entrada, e em pouco tempo alcanço o trem onde a arruaça está acontecendo.

Bem, segundo meu conhecimento, essa criatura suga energia ao seu redor. De todo modo, não posso combatê-la no meio de tanta gente, o que me faz entrar em contato direto com ela, colocando-me ao seu alcance para ela sugar minha força.

Mas não importa, duvido que ele tenha poder pra tanto. São mais de vinte anos de acúmulo de energia solar...

Apanho a criatura pela cintura e juntos atravessamos o chão, rumo a uma praça onde não há muita gente.

- Urgh!

C-Calculei mal... a criatura chupou mais energia do que eu imaginava, e ela parece ter dobrado de tamanho!

Eu a largo no chão, afastando-me alguns metros dela. Mesmo a 4 metros de distância, sinto que ela suga minhas forças...

- Você... é o Superman mesmo?

- Não, figura, sou a Gisele Bundchen. - é aquele velho ditado, quando tudo falha, tente desestabilizar seu adversário com sarcasmo. Ainda bem que recuperei um pouco minhas forças estando fora do seu alcance.

Analisei a criatura com minha visão de raios-x, o que revelou se tratar de um ser humano. Seu DNA parece ter sido alterado por algum tipo de substância radioativa, que, estranhamente, me causa um enfraquecimento fora a energia sugada. Seria... kryptonita?!?

- Você não sabe como eu me sinto bem, Superman... Me sinto poderoso. Mais do que você, principalmente depois de ter experimentado sua saborosa energia...

O ‘Parasita’ começou a flutuar, e, logo em seguida, lançou um feixe da visão de calor pouco à frente dos meus pés. Pelo visto, ele também consegue absorver os poderes. Isto pode ser mais difícil do que eu pensava...

Milhares de possibilidades de ataque passaram pela minha cabeça, mas, de repente, vejo um laço dourado brilhante envolver o Parasita, amarrando-o por completo.

Do outro lado da corda, a bela morena que todo o mundo aprendeu a chamar de Mulher-Maravilha, segurando com força o laço que prende meu adversário.

- Rápido, Superman, use seu sopro ártico e congele essa criatura!

- NÃO!!!

Huh... admito que essa foi uma boa ideia que eu não havia pensado. Assim, ele não conseguirá absorver nada.

Eu encho meus ultra-capacitados pulmões e sopro com toda a força, congelando o ar ao redor do Parasita e imobilizando-o.

- Sua corda... ficou presa junto com ele.

- Sem problema. - sorrindo, a amazona deu uma leve chacoalhada na corda, que, de uma forma que não consigo entender, desvencilhou-se do gelo, enrolando-se em seguida de uma forma tal que ela simplesmente a prendeu na cintura.

- O que... como você conseguiu fazer isso?

- Não sei explicar. Acho que me deram algum controle telepático sobre o laço da verdade. E o que você vai fazer com ele, hein?

- Bom... - eu procuro a resposta enquanto olho para o monstro - Eu acho que os Laboratórios S.T.A.R. vão conseguir dar um jeito nele.

- Eu já li algo sobre esse laboratório...

As sirenes do Corpo de Bombeiros e a turma da Sawyer para combate a meta-humanos está vindo, pelo que ouço. Viro-me para a morena, que direciona para mim um sorriso viciante.

- Er... talvez seja melhor irmos. Não me dou muito bem com a polícia.

- Ora, por quê? Em Central City, Flash e eu nos entendemos muito bem com as autoridades policiais.

- Ei, se você quiser se ver com a Sawyer e seus trabucos de plasma, tudo bem. Eu vou cair fora.

- Já que você pediu tão delicadamente...

Eu voo na frente e ela me segue, e, finalmente, uma pergunta me vem à mente: por que raios ela veio aqui para Metrópolis?

Instantes depois pousamos no teto do Planeta Diário.

Ela parece sem graça, olhando para o lado, como se não quisesse me encarar. Uma pena, pois seus olhos azuis são muito lindos.

- Bom, sem querer ser mal agradecido pela assistência, mas... por que você está aqui em Metrópolis?

- Hmmm... bem... eu... gosto desta cidade, gosto deste globo que tem neste prédio. O que você acha de me mostrar mais coisas por aqui?

Isto... é muito estranho. Mas não tenho motivos para negar.Estou com uma exclusiva nas mãos e o Perry não vai ligar se eu me ausentar por algum tempo, dado o presentão que ele vai ganhar.

- Ou seja, você quer que eu seja um super-guia turístico seu.

A Mulher-Maravilha assentiu com a cabeça.

- Só que, antes de irmos...

- O quê?

- Queria saber seu nome verdadeiro. Quem você é.

- Superman, ou Kal-El, se preferir.

- Não. Quero seu nome terráqueo, quero saber o que você faz na Terra.

Olho surpreso para ela. Como não uso máscara ou algo do tipo, ninguém faz ideia de que tenho uma identidade secreta.

- Hã... eu não tenho nome terráqueo, eu vivo numa Fortaleza protegida por aqueles robôs que você viu outro dia...

Ela olhou para mim com cara de quem faz pouco. Não caiu no que eu falei.

- Conte outra para mim... vamos, me diga, você já sabe quem eu sou e até onde trabalho. É justo que eu saiba mais sobre você.

Desvio o olhar. E, não sei o porquê, mas me decido a falar.

- Eu sou... Clark Kent, repórter deste jornal, o Planeta Diário. Quer saber quanto eu ganho também?

- Não. Pra mim já é suficiente saber. Prazer, Clark. Você já sabe que eu me chamo Diana Prince... - ela me deu a mão e me cumprimentou.

- Você quer... ir ao parque? É um dos únicos lugares apresentáveis desta cidade.

- Oh, sim, claro.

- Melhor vestirmos trajes civis. Não quero ficar lendo sobre o Superman passeando com a Mulher-Maravilha pelo parque.

- Não tenho objeção, Clark.

Peguei emprestado um conjunto social do tamanho da amazona (somente após jurar que devolveria) de uma loja de departamento da cidade (graças à supervelocidade), e logo depois de me vestir como Clark Kent, começamos a andar pelas ruas da minha cidade.

Passamos pela praça onde deixamos o picolé de Parasita, e vimos que o pessoal da Maggie Sawyer, a capitã mais durona da equipe de ameaças meta-humanas, está transportando aquela criatura até os laboratórios S.T.A.R., onde provavelmente o pobre diabo vai servir para um monte de pesquisas.

- Quem vai consertar os danos da luta?

- A prefeitura já tem uma verba especial para estragos com meta humanos, desde que eu apareci por aqui. Vê por que não sou muito querido?

Ela me fitou com um olhar bastante amigável.

- Mas você salvou milhares, quiçá milhões de vidas. É o bastante para compensar.

- É... deve ser. Ah, veja, eis o parque central de Metrópolis.

Entramos pelo belo portal de ferro, onde logo depois havia um vendedor ambulante de sorvete. Os olhos da morena ao meu lado pareceram brilhar por um instante, e ela até tira a língua para fora da boca.

- Sorvete... eu amo sorvete.

Oras, o que custa? Vou até o vendedor e compro duas casquinhas.

- Obrigada! Isto é o melhor alimento que os homens poderiam criar, é divino...

Fico admirado como essa guerreira amazona de repente demonstra um ar tão doce e, diria eu, até mesmo inocente como uma criança de 5 anos.

- É bom, apesar de nunca sentir fome...

- Puxa, não sei dizer se isso é uma vantagem ou desvantagem.

Andamos lentamente pela passarela do parque, à nossa volta há crianças soltando pipas, brincando de pega-pega, pais passeando com seus filhos... enquanto isso, conversamos sobre amenidades, até ela pegar num ponto que eu não queria tocar.

- Chamamos nosso grupo de Liga da Justiça.

- Ah...

- Resolvemos nos juntar o Caçador de Marte, Arthur, Lanterna Verde, Flash, Shayera e eu. Sua amiga Shayera se propôs a ensinar aos outros técnicas de combate em equipe, e o Caçador e o Lanterna estão cuidando para montar uma base em algum ponto, talvez a Lua.

- Lua?

- Sim. Lanterna nos disse que há aparelhos de teletransporte que nos possibilitariam viajar rapidamente ao QG. Maravilhoso, não?

- Hã... acho que é. - termino meu sorvete.

- Sua ajuda seria de um valor inestimável, Clark.

Normalmente, eu daria uma resposta atravessada, mas não sinto a menor vontade de fazê-lo, ainda mais com Diana sendo tão simpática.

- Eu... não trabalho bem em equipe.

- Ora... já ouvi falar que você e o Batman concluíram várias missões... e também soube que você e a Shayera também já trabalharam juntos. Bem juntos, aliás...

- Cof. cof!

- Não precisa disfarçar. Eu mesma sou comprometida, você não tem de dar qualquer justificativa para mim.

Ora, ela já é comprometida? Por que essa afirmação me traz uma sensação ruim?

- Bom... isso é trabalhar em dupla. E não gosto daquele verme verde, o ligeirinho chato e o rei das sardinhas.

- Tudo bem, você não precisa aceitar. Eu tenho confiança de que, se necessário, você se juntará a nós.

E assim continuamos nosso passeio fora do comum.

Nos despedimos de forma amistosa, e, depois, devolvi as roupas que tinha pegado emprestadas.

Eu a olho por longos momentos com minha visão telescópica, até Central City. Seu voo gracioso me encanta.

Mas, de repente, minha mente se voltou à matéria que tenho de entregar. E outra cosita que devo fazer depois...

Mais tarde (novamente 3ª pessoa)

Alexander Joseph "Lex" Luthor observa a cidade com atenção, do seu escritório com vidraças à prova de balas, que lhe proporcionam uma visão privilegiada da maior cidade dos EUA, Metrópolis.

O Diretor Presidente da maior empresa norte-americana caminha em passos calmos até sua escrivaninha de pau-brasil e pega um copo de uísque com gelo, sorvendo a bebida em goles calmos.

Sentou-se na confortável cadeira e buscou as últimas notícias sobre o confronto do alienígena com o chamado Parasita. Um tal Kent havia assinado a matéria; Lex coçou o queixo e lembrou-se que esse reporterzinho era o ex-namorado de Lois Lane.

Bebeu mais um gole, e deu graças a Deus por nenhuma suspeita de que a LexCorp estivesse envolvida no aparecimento do Parasita. O experimento para emular a radiação da kryptonita uma vez mais tinha falhado, e a incompetência dos responsáveis possibilitara a criação daquela aberração.

O calvo homem mais uma vez coçou o queixo.

Hmmm... apesar de que, meia dúzia daquelas criaturas poderiam dar cabo do Superman, e quem sabe...

Mas o pensamento do bilionário foi interrompido pelo estrondo de milhares de cacos de vidro reforçado voando pelo seu escritório. Instintivamente, Lex colocou as mãos à frente do rosto; entretanto, para sua surpresa, nada aconteceu.

Os olhos de Lex se esbugalharam ao fitarem o Superman a poucos centímetros de seu rosto. Na superfície da escrivaninha, o herói jogou milhares de cacos de vidro.

- Não queremos machucar essa cútis de pêssego, não, Lexie? Eu peguei caquinho por caquinho antes de atingir seu rosto.

- Alienígena! Saia daqui agora! - berrou o bilionário. Sua mão furtivamente se aproximou do botão de segurança.

Com desdém, Superman deu as costas a ele, dando passos despreocupados em direção à vidraça estilhaçada.

- Não adianta apertar o botão, Lexie. Eu queimei o circuito. Se bem que, pra me deter, só se fosse o arsenal nuclear do planeta. Talvez, né?

- O-o-o-o que você quer...?

- Eu senti o gostinho de kryptonita naquela criatura, Lexie. E, depois de olhar atentamente ao seu DNA, percebi se tratar de um funcionário que presta serviços na LexCorp. Muita coincidência, não?

- N-n-não temos nada a ver...

Superman agarrou o bilionário pelo colarinho, que pôde sentir o calor emanado pela visão de calor diretamente em seu rosto.

- Têm sim. Eu já te avisei, não brinque comigo, eu não sou um panaca que aguenta afrontas e não faz nada. Brincar comigo pode trazer sérias consequências...

O herói largou Luthor, que caiu sentado no chão, e começou a flutuar.

- Não façam mais nada contra mim, Luthor. Não tentem mais criar uma kryptonita artificial, eu já destruí cada pedacinho desse minério maldito que havia no planeta.

Superman se dirigiu ao enorme buraco que havia feito em sua entrada. Porém, antes de sair, olhou uma vez mais para Luthor.

- Espero que você leve a ameaça a sério, Luthor. Dê uma olhadinha no seu antebraço.

Lex ficou horrorizado ao ver que, na pele do seu antebraço, havia uma marca ardida com o símbolo do Superman.

- Isso nunca mais vai sair. E não é nem de longe o que posso fazer de pior com você... não preciso matá-lo, isso é tão baixo. Posso simplesmente fazer uma lobotomia através da sua pupila, e fazê-lo ter incontinência fecal pelo resto da vida... ou fazê-lo virar um vegetal, ou retroceder sua mente para que você tivesse a idade mental de um bebê de 2 meses. É tão fácil...

- Eu... eu... eu...

- Não vai fazer nada, eu sei. Você é cagão demais pra isso. Bom, preciso ir, Lexie... até a próxima.

E o herói voou pela vidraça, deixando para trás um bilionário aterrorizado, que chorava comom uma criança desamparada.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram do capítulo?
Até a próxima! Ah, a minha amiga Darleca está com uma fic nova, com uma dupla de protagonistas bem pouco usual: Mulher-Gato e Superman. Deem uma olhadinha, é bem interessante. E depois eu deixo uns reviews, beleza, Darleca?



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