A Princesa E O Alienígena escrita por Beto El


Capítulo 23
Capítulo 22




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Respiro fundo, enquanto sinto o agradável movimento do ar atingir meu rosto. Meu coração palpita mais acelerado do que o normal, o que não é muito comum, em se tratando de, bem... eu.

Bem, preciso controlar meu nervosismo. Respiro fundo e abro meus olhos lentamente, e aí vejo meu objetivo: o Hospital Infantil de Central City.

Eu deixo meu corpo ao sabor da gravidade, apenas ativando meu poder de voo o suficiente para que não caia pesadamente na calçada. Toco levemente o solo com a ponta dos meus pés e, mal tenho tempo de pisar com os calcanhares, e diversas pessoas próximas começam a se aglomerar à minha volta.

Mulher-Maravilha, Mulher-Maravilha, é o que dizem, alvoroçadas.

Alguns tiram fotos de mim com seus aparelhos celulares, outros vêm com papéis, canetas, e até mesmo os tais ‘iPads’, pedindo, implorando para que eu assine. Com um sorriso sincero, procuro atender a todos na medida do possível.

Desvencilhando-me das pessoas, dirigi-me à recepção, onde, espantada, uma enfermeira me fitou boquiaberta por longos momentos. Pigarreei de leve, procurando chamar sua atenção, obtendo sucesso na minha ação sutil (acho que estou começando a melhorar na questão dos costumes do Patriarcado).

- Er... - procurei palavras enquanto a moça olhava para mim com atenção - Eu gostaria de falar com a pessoa responsável pelo hospital.

Sem falar uma palavra, a mulher pegou o fone do aparelho que estava à sua frente e balbuciou algo nele.

Em poucos instantes, um homem de cavanhaque cinza me atendeu. Ele era alto e magro, e o par de óculos que aros finos lhe dava um ar de sabedoria.

- Mulher-Maravilha, que prazer recebê-la aqui! Queira me acompanhar até meu escritório! - ele falou, enquanto nos cumprimentávamos com um aperto de mãos. Eu aquiesci e o acompanhei até seu escritório, que estava adornado com pequenos objetos de arte de muito bom gosto.

Sentamo-nos e vou logo ao assunto, como estou acostumada a agir desde pequena.

- Sr. Goldman, o meu intuito ao vir aqui é prestar assistência às pessoas que se recuperam dos recentes ataques feitos à nossa cidade. Há algum problema?

Ele abriu um largo sorriso e logo vi que não havia.

Rapidamente me foram passadas algumas instruções para evitar contaminação aos pacientes, e, depois de me descontaminar e usar uma máscara, comecei a visitar as alas do hospital.

Vi muito sofrimento, o que me deixou abalada, mas, ao mesmo tempo, presenciei uma faísca de esperança nascer em cada qual que eu dediquei um pouco do meu tempo. Visitei idosos, visitei pacientes cujas enfermidades iam das médias às mais graves, ajudei no que pude. Tive especial prazer ao ver a alegria inocente das pobres crianças pegas na selvageria do ataque das hordas de Mongul.

Mas a pessoa que mais me tocou foi Phillip, um garotinho de 8 anos.

Phillip sofre de um tipo raro de câncer, e, pelo que soube, não tem mais esperanças.

- Mulher-Maravilha?! - ele afirmou com uma voz claramente fraca, mas convicta, como os guerreiros mais corajosos que eu já vi.

- Sim, querido. - eu respondi agachando-me perto dele, a fim de falar à altura dos seus olhos.

Ele olhou deslumbrado para meu uniforme colorido e brilhante.

- Eu... eu... sou seu fã, eu sempre te via na televisão!

Respondi com um sorriso e passei minha mão levemente por sua cabeça.

- Será que eu podia te pedir uma coisa?

Eu assinto e presto atenção ao que pequenino deseja.

- Eu queria saber como é quando você voa lá em cimão!

Antes de responder, eu olhei para a pediatra, Dra. Wilson, a fim de saber se eu poderia fazer isso. Ela abaixou a cabeça sorrindo, concedendo-me a honra de alegrar a vida do garoto.

- Claro, vamos lá.

Alguns catéteres que estavam ligados ao corpo de Philip foram temporariamente retirados, e eu o apanhei delicadamente em meus braços. Rapidamente, fomos até o teto, onde voei por alguns minutos com ele ao meu colo. Seus olhos brilhavam de tanta alegria, seu sorriso era legítimo e sincero.

Após alguns minutos, despedimo-nos e, com pesar, deixei o hospital, chorando.

E, neste momento, enquanto lavo pratos em minha identidade civil, na desorganizada cozinha da lanchonete onde trabalho, ainda mantenho um sorriso estampado em meu rosto, alegre por ter propiciado um pouco de felicidade a pessoas que nunca conheci, mas às quais me sinto mais próxima do que nunca.

E acho que finalmente compreendo a verdadeira razão de se ser uma heroína. Não se trata somente de guerrear, combater monstros e bandidos.

Não, é muito mais do que isso.

É inspirar, é propiciar um alívio ao povo, é servir.

Hoje foi um dia muito especial, a Mulher-Maravilha com certeza evoluiu como heroína. E tenho certeza de que farei muito mais como integrante da Liga da Justiça.

Apenas uma coisa me aborrece...

… é uma pena o Superman não ter o mesmo pensamento, apesar de, no fundo, sentir que ele se trata de uma boa pessoa...

Afinal, ele teria potencial para inspirar tantas pessoas...

Contudo, quem sabe não é possível fazer emergir dele esse herói, esse ícone que poderá trazer luz às pessoas?

Talvez seja um trabalho para a Mulher-Maravilha...


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Notas finais do capítulo

Gente, primeiramente, peço um zilhão de desculpas pela demora no update. Como disse no último post, estou viciadíssimo em Avengers Alliance, mas essa nem a desculpa maior. Eu costumo digitar a fic entre uma tarefa e outra no trabalho (sei, péssimo profissional, mas vou fazer o quê?), mas recentemente me incumbiram de novas tarefas que me impedem de digitar as minhas besteirinhas... isso sem ganhar nada a mais... aff...

Mas eu não abandonei a fic, vou procurar atualizá-la o mais rápido possível.

Bom, voltando ao nosso enredo, o que acharam? Estive pensando que a Maravilhosa é de fato a personagem principal desta fic. Afinal, quem tem todos os defeitos é o Super, e ela é quem o fará um herói melhor. Neste capítulo, entretanto, tentei fazer a Maravilhosa perceber que a tarefa de um herói não é somente salvar o dia, mas sim ser um ideal para as pessoas comuns como eu e você. Foi mais ou menos isso que o Bátima pensou no filme Batman Begins, e eu amei esse detalhe. Parece meio bobo e antiquado, mas eu gosto muito, talvez por isso o Superman e o Homem-Aranha sejam meus heróis favoritos.

Bom, chega de tagarelar!

Até o próximo capítulo e obrigado pela paciência!



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