-Desapareceram?! -exclamou o conselheiro do chalé de Ares que até hoje não me importei em saber o nome.

-Sim... Ao que tudo indica sim. -disse Quíron, Díonisio tomou um gole de sua latinha de refrigerante e com um ar despreocupado falou:

-Quem se importa, deixem eles.

-Você não entende seu idiota! Yakusa é o semi-deus mais forte desse lugar, uma pessoa que faz o exército dos titãs tremerem de medo apenas de olhar, sem ele, perdemos um décimo da nossa força, ele é capaz de acabar com um número enorme de monstros apenas com água, precisamos dele! -eu posso ser convencido, mas se tem uma coisa que eu sei é que sem Yakusa, nos estaremos extremamente ferrados, eu posso ser forte, mas ainda não posso me comparar a ele, precisamos daquele semi-deus.

-Quem você está chamando de idiota? -Díonisio ergueu o tom de voz, e levantou-se de sua cadeira.

-Você mesmo, Quíron me de uma missão, eu acho que sou o único que tem chances de pegar Yakusa, no mínimo conseguir liberta-lo, e nós dois juntos poderiamos vencer o que quer que o tivesse pegado, eu sou mais que qualificado pra isso.

-Órion, é perigoso...

-Ninguém perguntou se é perigoso ou não.

-Ahh... está bem, pode pegar uma missão, Rachel está na caverna.

-Tsc. Estou indo centauro. -falei enquanto dava as costas para eles e seguia em direção a caverna de Rachel, nosso oráculo, uma mulher ruiva que eu considerava bastante estranha, ela dava aulas de artes, pinturas e esse tipo de coisas, que eu nunca ia, eu também matava a canoagem, aula de grego antigo, arco e flecha e o volei, e ninguém vinha me buscar pra fazer as atividades, eu acho que as pessoas tem medo de mim, eu dou medo?

Bem eu cheguei na caverna, o que eu fiz foi simplesmente entrar sem porra de um aviso, encontrei ela pintando algum tipo de quadro, acho que era um abstrato, mas ela parou quando viu o ser todo de preto ja se sentando em uma cadeira, adivinha, era eu.

-Bem o senhor não fala muito comigo não é senhor del Diablo? -ela perguntou indo para outra cadeira. -No que lhe posso ser útil?

-Só tem uma coisa que você pode ser útil, que é a sua única utilidade e função, dizer as profecias...

-Você sente algum prazer em colocar as pessoas pra baixo e deixa-las magoadas?

-Pode acreditar que sim, eu sinto prazer em fazer coisas desse tipo.

-Bem eu esperava por isso, visto sua natureza sem emoções e sentimentos, a frieza com que trata as pessoas, a frieza com com que você mata, eu ja vi você cometer alguns de seus pequenos divertimentos com os traidores que lhe foram entregues, até hoje tenho pesadelos ao lembrar de seu olhar e seu sorriso enquando arrancava o coração de uma garota com as mãos.

-Você não devia ter saído pela floresta durante a noite, isso foi apenas o começo, é foi extremamente divertido. -eu estava sorrindo, muito naturalmente.

-Bem... pergunte. -ela foi coberta pela névoa verde, que geralmente aparecia quando o oráculo era invocado, ou seja, "manda sua pergunta que eu te dou uma profecia que vai foder com a sua vida".

-O que eu tenho que fazer?

-Aqueles que procura apenas no fim se mostrarão

Mas você descobrira uma grande traição.

Para a terra dos deuses

Os irmãos do submundo irão

E lá os antigos encontrarão,

Receberam uma grande missão.

Encontrarão a nova imortal, 

Para que com uma grande batalha seja assinado a data do confronto final. -ela desabou, sobre a cadeira, me levantei e fui em direção a saída.

-Obrigado. -comecei a andar dando um leve aceno para o oráculo ainda desmaiado.

 Saí andando até chegar novamente a onde todos estavam reunidos, eles ficaram olhando pra mim, provavelmente querendo saber o que a ruiva disse.

-Sumam da minha frente, vocês não precisam saber a profecia! -todo mundo saiu andando, eu posso ser mais fraco que Yakusa, mas eu continuo sendo mais forte que os outros.

-Íon vamos ir para casa grande, lá você me conta os detalhes. -disse Quíron, será que ele não percebeu que ela tava incluido na minha última fala? Acho que não.

Entramos na casa grande, o centauro pediu para que eu me sentasse, ele parou sua cadeira de rodas ao meu lado, e pediu para eu lhe dizer a profecia, assim o fiz, ele pareceu meio pensativo.

-Essa terra dos deuses, poderia significar o lugar original do Olimpo.

-Grécia?

-Exato... Bem, segundo a profecia, os irmãos do submundo, isso significa...

-Eu e minha irmã!

-Mas apenas dois...

-E mais que o suficiente.

-Tem certeza.

-Eu nunca erro, principalmente quando se trata de missões em que podem ocorrer mortes.

-Ah tudo bem, descanse um pouco, vamos resolver a situação da sua missão mais tarde.

-Certo. -sai da casa grande e fui em direção aos chalés, entrei no chalé de Hades, me joguei no sofá e liguei o video-game, comecei a procurar algum jogo, eu tinha preferencias por jogos antigos, época do PlayStation 2 e 3, tinham ótimos jogos e fizeram boas atualizações para a geração atual. virei todo meu báu de jogos até achar o que eu queria, Resident Evil 6, um ótimo jogo da Capcom, Nico me contou como ele quase matou alguem de frustração esperando o jogo sair, coloquei o jogo no console, e me diverti matando os zumbis no modo Mercénarios, consegui uma boa pontuação.

Alice entrou pela porta e me deparou jogando, no momento em que um desgraçado estava me mordendo.

-Bota pra dois!

-Certo, acha que consegue me acompanhar?

-Ta me chamando de noob? Coloca um jogo de luta, vou arrebentar sua cara.

-Vamos ver!

Depois de eu colocar o jogo e começarmos a jogar, o resultado foi um tanto quanto humilhante:

SUB-ZERO WINS... FATALLITY.

-Ganhei noob! Eu sou foda! -ela jogou na minha cara.

-Quero revanche!

-Por mim tudo bem, vou ganhar mesmo.

-Veremos... --começamos a jogar de novo, depois de uns trinta segundos acabou.

-Ganhei novamente, é melhor trocar de jogo, ninguém me ganha!

-...

-Vamos fazer o que agora?

-Nada. Vou dar uma volta. -eu falei e sai do chalé, caminhando em direção a floresta, entrei na mata fechada e depois de andar um pouco parei perto de uma árvore, fiquei olhando a mata fechada, depois me sentei no chão e com um tempo acabei adormecendo...

-Órion! Órion!... ÓRION! -eu acordei assustado fitando minha irmã com um pernil na mão direita me chacoalhando com a esquerda.

-Parou, eu ja acordei.

-Ótimo, então ja decidiu quando vamos ir pra nossa pequena missão?

-Assim que Hefesto terminar minha arma.

-Ah... Quer pernil?

-Tira esse troço da minha cara.

-Ta bom, sobra mais pra mim... -ela falou dando um leve sorriso. -ja é noite sabia? Acho melhor voltarmos pro chalé, e esperarmos o jantar.

-Você ja ta comendo um pernil.

-Isso não mata a fome de ninguém, é só um pernil.

-A tudo bem vamos. -andamos pelo acampamento até a concha do refeitorio anunciar o jantar, ai eu tive que ir junto com minha irmã para lá, depois dela se empanturrar de comida, ela me arrastou de volta ao chalé, onde ficou jogando video-game enquanto eu estava tentando terminar de ler "O estranho caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde", ou na versão mais popular "O médico e o monstro".

Se passaram uma semana desde que ganhei a missão, eu não podia esperar mais para ir, com ou sem arma nós iamos partir, a semana tinha sido extremamente tensa, e bastante desgastante, haviam constantes brigas entre os campistas romanos e gregos, e eu e Alice, segundo Quíron "um exemplo de convivencia para todos os outros" fomos obrigados a separar todas elas, a parte boa e que pude quebrar uma cadeira na cabeça de um filho de Ares que estava brigando com seu meio irmão romano, Alice acabou por bater no outro até ele ficar inconciente, e depois Quíron brigou com a gente, muito injusto.

-Tem certeza que vai ficar bem sem nenhuma arma? -perguntou Quíron enquanto pra mim.

-Eu me viro. Além do mais temos uma foice gigante pra proteger a gente.

-É, droga, se eu levar carne ela vai estragar. -disse Alice comendo uma coxa de frango.

-ESPEREM! -gritou uma voz rouca, vi Hefesto vindo em nossa direção junto com Logan. -Eu terminei! -Disse ele pegando uma coisa que reconheci como um pequeno anel, ele era negro, e não havia nenhum ornamento nele, um simples circulo de ferro negro.

-Precione! -fiz o que ele pediu. Na minha mão se formou algo incrível, uma lamina negra de um metro de comprimento se estendeu a minha frente, tinha uns cinco centímetros de largura, a guarda era pontiaguda e voltada para a lamina, o cabo era belo, tinha espaço suficiente para minhas duas mãos, o botão tinha um formato oval, com varias espirais, cabo, guarda e botão eram de uma cor metalica comum, mas a lamina brilhava quando refletia na luz, balancei ela um pouco, era como se fosse uma estenção de meu braço esquerdo*.

-Isso é...?

-Uma espada larga medieval, no mesmo tipo que eram utilizadas nas cruzadas, uma arma com um dos melhores cortes de todos, achei que iria gostar de uma dessa, mas ela ainda não tem um nome, antes de ir, de um nome a ela.

-Hum... qual séria um bom nome pra ela... -olhei para lamina novamente, e me lembrei de algo da minha ultima missão, eu sábia que nome dar a arma.

-O nome dela... é Fenrir!