Tom’s P.O.V on:

Ela saiu do carro rápido e tirou Stacey na cadeirinha na mesma velocidade.

Enquanto ela caminhava até o portão da casa, uma raiva tomava conta de mim, eu não poderia deixar ela ir embora de novo sem me deixar explicar…de novo.Saí do carro rápido e quando ela me viu acelerou o passo, se atrapalhando ao abrir o portão e deixou a chave cair.

-nós ainda não acabamos - disse alto e ela se virou pra mim séria e com aquela faceta.Ela fingia ser fria, fingia não se importar mas ela não precisava fingir pra mim, pois eu  conhecia muito bem.

-acabamos sim Kaulitz - me irritei pelo fato dela me chamar pelo sobrenome, ela só faz isso quando está chateada, ou tentando estar.

Flashback on:

-Me deixa em paz Kaulitz - ela cruzou os braços e continuou andando. Estávamos indo para casa, o mesmo caminho que fazíamos todos os dias quando voltávamos da escola.

-você tem que perceber Carla - eu insistia no assunto e ela continuava caminhando rapidamente pela calçada - eu não posso ficar sem o Bill na escola.Você sabe como ele é vítima de Bulling e eu não vou ficar ali sozinho - Bill havia saído da escola, pois já não consegui estudar sem sair com um olho roxo ou chorando, por isso foi ter aulas em casa.

-eu entendo o vosso caso mas… - parou, descruzando os braços. Ela respirou fundo e deixou os braços caírem ao lado do corpo, sua expressão ficou triste - nós vamos ficar mais longe um do outro, e…vai ser difícil pra mim também poxa.

-mas, nós vamos continuar nos vendo todos os dias - a olhei com um sorriso e ela respirou alto mais uma vez - eu prometo que não vou olhar para outras quando vir te buscar na escola.

-você é um idiota Kaulitz , sempre prometendo coisas que não pode cumprir - sorriu e me deu um beijo calmo, ali mesmo no meio da rua.

Flashback of:

Ela abaixou rápido e pegou nas chaves, abriu o portão e entrou, eu entrei junto com ela.

-sai daqui Kaulitz - quase gritou e a bebê mexeu no carrinho - sai antes que eu chame a polícia - olhou para os lados, como se estivesse a procura de ajuda.

-chama então - abri os braços - você vai ter que me escutar na mesma.

-vai embora Tom - voltou a caminhar até a porta da casa, subindo uns degraus até chegar á ela.

-eu já disse que você vai me escutar - insisti. Eu queria deixar as coisas claras, certas e explicar como eu fiquei quando ela foi embora. Perguntar porque ela foi, mesmo eu dizendo que eu iria ficar lá com ela.

-eu já disse que eu não tenho nada para escutar - gritou se virando para mim com os olhos marejados. Ver ela assim e naquele estado me magoa, machuca muito mas, eu precisava saber porque ela foi embora.

-eu prometi - meus olhos arderam e eu fiz um esforço gigantesco para não chorar naquele momento - eu prometi que iria voltar - ela ficou em silêncio e uma lágrima desceu dos olhos castanhos, e cada milímetro que aquela lágrima tocava em seu rosto meu peito doía mais. Eu não queria fazê-la chorar ou sofrer, mas eu precisava saber e entender as coisas como elas realmente aconteceram.

-o teu problema Kaulitz, é que você sempre faz promessas que não pode cumprir - uma a lágrima morreu em seus lábios e ela abriu a porta da casa, entrou logo a seguir me deixando ali parado refletindo no que ela acabou de dizer.

Era verdade, eu sempre prometi coisas á ela e nunca cumpri, tal como prometi não olhar para as meninas, levar ela a um cocerto do Samy Deluxe, tal como prometi que a banda e a fama nunca iria se intrometer na nossa relação.

A lágrima que lutava contra mim mesmo caiu, e eu voltei para o meu carro.

-droga! - gritei e bati a mão no volante, quando percebi que seu cheiro se mantinha no carro.O mesmo perfume, a mesma loção, o mesmo hidratante. Ela tinha o mesmo cheiro e o mesmo impacto sobre mim. Limpei o rosto e os olhos, que agora estavam cheios de lágrimas, e dei partida rodando Los Angeles com o carro.Meu celular tocou imensas vezes, mas eu nem importei e continuei andando e refletindo.

Flashback on:

Toquei a campainha e a mesma senhora rabugenta veio me atender, depois de um tempo.

-o que você quer? - ela me olhou séria. Nunca percebi porque da mãe da Carla nunca ter gostado de mim. Ela dizia que eu a levava para maus caminhos, que já se via pelas minhas roupas e cabelo que eu não era boa pessoa.

-a Carla está? - olhei por cima do seu ombro para dentro da casa, que estava silenciosa e vazia.

-não, ela foi embora ontem. Está contente? Pois ela foi embora por culpa sua - meu coração parou e meu chão desceu - ela foi embora hoje de manhã com a irmã, e espero que você nunca mais a veja! - a senhora entrou dentro de casa, me deixando ali com o coração partido, sem vida e sem noção da realidade.

Eu não sabia o que fazer, e eu não sabia para onde ir, apenas sentei na escada de madeira que e chorei durante minutos seguidos. Meu mundo, minha vida, meu amor, minha base…foi tudo embora quando aquela maldita frase foi dita por aquela mulher.

Flashback of:

“Ela foi embora ontem. Está contente? Pois ela foi embora por culpa sua” - frase insistia em martelar na minha consciência enquanto eu voltava para casa.Já eram por volta de 1h da manhã quando estacionei o carro em frente a grande casa.

Abri a porta meio tonto, encontrando os rapazes e Ria sentados no sofá com feições preocupadas.

-ai, Tom até que enfim! - meu gêmeo foi o primeiro a notar minha presença na sala

-oh! Meu amor, aonde você se meteu? - a mulher de saltos se levantou do sofá e veio até mim, me abraçou, mesmo eu não correspondendo ao abraço, e segurando meu rosto com as duas mãos me deu um selinho.

-eu não quero falar nada, só quero ir tomar uma banho e descansar - comecei a subir as escadas, na intenção de ir para meu quarto.

-eu vou com você amor - ela insistiu. Parei no meio das escadas e me virei para ela

-Não Ria, vai para tua casa, nós conversamos melhor amanhã - nem vi a cara dela, mas ela devia estar espumando pela boca de raiva. Não queria falar com ninguém hoje, muito menos com ela.

Entrei no meu quarto, jogando as chaves no criado mudo e tirando minha camisa.

Eu te amo, bobo.

Balancei a cabeça, tentando tirar malditas frases do passado que hoje resolveram me assombrar. Entrei no banheiro ligando o chuveiro na água fria. Eu precisava esquecer tudo, tudo que ela disse, tudo que vivi com ela e tudo que um dia prometi mas nunca cumpri.

Tom Kaulitz, eu te amo hoje e sempre, tá bom assim?

As lágrimas se confundiram com a água que caía sobre meu rosto. Me senti um idiota chorando por ela.Carla foi, e é a única mulher que esse poder, a única que tem o “direito” de me fazer chorar.Nunca chorei por ninguém, ou em cerimónia importantes, entrega de prêmios importantes, ou por outras mulheres.Ela é a única que consegue fazer isso.

Se você morrese? Hum…deixa pensar, eu morria também.

Saí do banheiro com uma toalha enrolada na cintura e outra secando as tranças. Ela nunca gostou muito das minhas rastas, e eu sempre implicava com ela por isso.

Coloquei uma calça de moletom qualquer, e me deitei na cama de barriga para cima, até que alguém bate na porta e sem minha autorização entra no quarto.A mulher caminhou devagar e sentou ao meu lado na cama.

-vai contar o que aconteceu ou vou ter que chutar? Dizendo que você está assim por culpa daquela… - ela começou mas, nem deixei ela acabar.

-Ria, por favor - fechei os olhos com força ainda deitado na cama - eu só estou cansado, só isso - abri os olhos e ela riu, como de deboche.

-vai achar que me engana Tom? - a olhei confuso e ela se levantou, avaliando o quarto e caminhando devagar - você ainda ama a vadia - riu debochada novamente e meu sangue esquentou - pensa que eu sou burra? Sempre que fazemos amor e você está bêbado fala o nome dela, quando você dorme você fala o nome dela. Já agora - me olhou séria e disse irônica - devia esconder melhor as fotos que tem com a vadia - me levantei rápido, não deixaria que ela falasse assim dela.

-olha como você fala - ficamos perto um do outro, e se ela continuasse com aquele assunto eu provavelmente iria esquecer que ela é uma mulher.

-vê Tom, até teria coragem de me bater por culpa dela - respirava rápido de raiva e me controlava para não fazer uma besteira - me deixa mudar isso Tommy - segurou meu rosto com ambas as mãos - me deixa fazer você esquecer ela - me deu um selinho e senti nojo dela, senti nojo de mim mesmo.Me afastei e abri a porta do quarto.

-se você sabe que ainda amo ela, deve saber que nunca iria conseguir substituí-la - ela girou os olhos e permanecei sério - por favor sai - ela caminhou devagar e parou na minha frente.

-me liga depois - me deu um beijo no canto da boca. Ela saiu e bati a porta com força e me joguei na cama novamente

“O teu problema Kaulitz, é que você sempre faz promessas que não pode cumprir”

É, a mãe dela tinha razão: a Carla foi embora por minha culpa. Eu prometi que as coisas não iriam mudar, prometi que as fãs não seria um problema, prometi que a banda não iria atrapalhar nossa relação.

Eu nunca pensei no sucesso, viagens, shows pelo mundo. Nunca pensei que iria fazer sucesso o suficiente para sair da Alemanha, por isso prometo todas essas coisas, por isso prometi que não iria sair de perto dela nunca.

Ela nunca brigou por eu olhar para as meninas, nunca lembrou do show do Samy. Prometi o que não consegui cumprir e acabei perdendo a única pessoa que não cobrava minhas outras promessas, a não ser a mais fácil de se cumprir.

“eu prometo que nunca vou te deixar aqui sozinha, prometo”.