Tom’s P.O.V on:

Olhei para o lado e o dia já havia amanhecido, não queria ir levantar ou ir para algum lugar. O quarto estava vazio, silencioso e qualquer movimento que eu fazia na cama era ouvido facilmente.

A porta do quarto é aberta e Bill entra com calma, devagar e me olhando com um leve sorriso no rosto.

-como você ‘tá? - respirei fundo antes de responder.

-mal - pra quê esconder, pra quê fingir que ela não me afeta mais. Não adianta esconder dos outros uma coisa que não consigo esconder de mim mesmo.Eu ainda a amo muito, mas não acho que sente o mesmo que eu, afinal ela não parece tão abalada como estou.

-tira essa cara Tom - meu gêmeo me balançou na cama e sorriu de lado - vamos sair, dar uma volta. Se lá, tirar ela da cabeça.

-é impossível Bill - disse sério e ele me encarou com pena - ela está em todo lado, na minha roupa, no meu quarto, no meu carro, na minha música, na minha mente - fechei os olhos.

Porque? Porque eu não consigo tirar ela da minha cabeça, da minha vida.

-Tom eu sei que é difícil, mas…Tom, eu não gosto de te ver assim, abalado - me balançou novamente - por favor, tenta por mim, pelos G’s, tenta com a Ria - ri e neguei com a cabeça.

-você pedindo para que eu fique com a Ria? - ele riu também - a Jenna está fazendo efeito - ele corou um pouco e foi minha vez de rir da cara dele.

-cala a boca - me deu um tapa no peito - ela é… - olhou para cima maravilhado, tanto amor... - perfeita sabe, delicada e indestrutível ao mesmo tempo - ri pelo nariz - eu acho que acertei desta vez - assenti sorrindo.

Estava feliz por ele, muito feliz, pelo menos conseguiu a mulher que queria.Georg entrou pelo quarto a dentro com Gustav rápido e sem bater.

-olá!! - disse todo contente. Outro que está apaixonado.

-nossa, tanto amor nesse quarto - girei os olhos e fiz cara de nojo, fazendo eles rirem.

-’tá assim tão mal Tom? - Gustav sentou na cama e Georg na poltrona. Se eu estava mal? Não, eu estava péssimo mesmo.

-indo - respirei fundo e levantei da cama - vamos fazer o quê hoje? - caminhei até o banheiro deixando a porta aberta.Olhei para minha cara no espelho e meus olhos estavam inchados.

-podíamos ir dar uma volta, sei lá. Não quero ficar em casa - Bill já estava em pé, e andava pra lá e pra cá empolgado - e que tal se nós fossemos no parque de diversões - neguei rápido, saindo do banheiro - o que foi? - meu gêmeo parou no meio do quarto e me olhou confuso.

-crianças - expliquei. As coincidências que aconteciam entre eu e Carla sempre aconteciam por culpa da sobrinha, e parque de diversões é um lugar que ela provavelmente iria com a pequena.

-ah!, mas fazemos assim. Eu levo a Jenna, e o Georg leva a Hanna.Tenho certeza que elas vão avisar pra Carla e ela não vai - pensei um pouco no assunto e sorri, forçado.

-pode ser, eu vou…vou ligar pra Ria - Bill sorriu, como se estivesse orgulhoso por estar tentando seguir em frente. Eu sei que nunca vou fazê-lo mas, não custa nada fazer meu irmão feliz.

Eles saíram do quarto e eu abri o guarda roupa, lá dentro havia uma caixinha de ferro e dentro dela estavam fotos antigas. No meio dessas fotos estava ela, sempre com um sorriso no rosto e o colar no pescoço, ao meu lado, ou sentada no meu colo.Eu teria que me livrar dessas fotos, mas não hoje e não agora.

Entre as fotos estava uma em que ela estava sentada no meu colo, com uma blusa branca minha e o meu cap na cabeça. Ninguém estava feliz naquela dia, pois foi o dia em que o contrato com a Sony foi desfeito.

Flashback on:

-não fica assim Tom - sentou no meu colo. Só então reparei que ela vestia uma t-shirt minha e meu cap na cabeça.

-também digo meninos - minha mãe tentava animar todos ali. Bill estava mais abalado do que todos nós - tenho certeza que em breve uma gravadora irá oferecer um contrato melhor pra vocês - Carla sorriu e minha mãe saiu da sala.

-não fiquem assim gente - Hanna tentava animar Georg e os outros - olhem pra Carla e vão rir - olhamos pra ela e demos pequenos sorrisos.Enquanto eles falavam entre si, Carla levantou minha cabeça, fazendo olhar pra ela.

-Eu tenho a certeza que isso é só um início, vocês ainda têm muito pela frente. Não fica assim não, odeio te ver desse jeito - forcei um sorriso, ela aproximou do meu rosto e me deu um selinho longo.

-Te amo - ela sorriu. Era tão bom falar isso pra ela, pois eu sabia que era verdade e que ela sentia o mesmo.

-Também te amo - me deu outro selinho e senti um Flash branco sobre nossos corpos.

-que lindos o casalzinho - Hanna havia tirado uma foto bem na hora do beijo.

Flashback of:

Como eu fui tão tolo, se ela realmente me amasse ela nunca iria me deixar, nunca.

Guardei a foto dentro da caixinha e me arrumei, quando Georg entra no quarto sorrindo.

-elas estão aí, e…liguei pra Ria - assenti, pegando nas chaves do carro e na carteira.Descemos as escadas juntos, e todas elas estavam lá sentadas. Aproximei de Ria e lhe dei um selinho rápido e ela sorriu.

-sabia que não iria ficar daquele jeito muito tempo - forcei um sorriso e saímos de casa, em carros separados. O único que não foi connosco foi Gustav, que preferiu ficar em casa.

Quando chegamos no parque, lembranças vieram mas me esforcei para afastá-las.

-vamos na montanha-russa - Jenna quase saltava de felicidade e não fiquei assim tão feliz, nunca adorei alturas.

Entramos nos carrinhos, estando Georg e Hanna na frente, Bill e Jenna no meio e Ria e eu atrás, ainda faltavam outras pessoas entrarem, e enquanto isso não acontecia eu ficava mais nervoso.Não que eu tivesse medo mas, nunca fui muito amigo de alturas.

Flashback on:

-Tem medo é? - sorriu e engoli em seco.

-Não, só não gosto muito de alturas - ela deu aquele lindo sorriso e segurou minha mão.

-Eu estou aqui, não sei se é o suficiente, mas… - sorri e entrelaçamos os dedos uns nos outros.

-É mais do que o suficiente - retribuí o sorriso e Bill já gritava antes mesmo da viagem começar.

-Quero ver quando for viajar com a banda - brincou.

Flashback of:

-Tem medo? - Ria sorriu e respirei fundo.

-Não, só não gosto muito de alturas - ela sorriu e negou com a cabeça.

-E como corre as viagens de avião? - perguntou sorrindo e senti um vazio no peito, como se quem tivesse que estar ali fosse Carla, ela devia estar ali, segurando minha mão e dizendo que estava lá pra mim.

-O Bill e os rapazes me distraem - ela assentiu e a viagem começou, em momento nenhum eu me senti como antes, me senti apenas uma pessoa normal andando na montanha-russa.

Saímos de lá e Ria segurou minha mão, entrelaçando os dedos. Olhei para um lado e haviam paparazzis lá, boa hora de atuar.Coloquei um sorriso no rosto e fiquei mais próximo dela.

O celular de Hanna começa a tocar e, antes de atender olha para a tela e a seguir olha pra mim, esse pequeno detalhe revelou que quem ligava era Carla.

-diz - sorriu torto - como assim hospital Carla? - uma corrente elétrica passou por meu corpo e o mundo parou, a única coisa que podia ouvir era Hanna falando com ela no celular - sim, sei onde é sim - assentia e todos ali estavam preocupados, menos Ria que mantinha a postura de uma pessoa cansada, farta de toda aquela situação.

-o que aconteceu? - Jenna foi a primeira a perguntar depois que Hanna desligou o celular.

-a Stacey, ela teve uma reação alérgica e foi para o hospital - soltei o ar que prendia nos pulmões e Ria me fuzilou com os olhos. Não que eu desejava que a menina estivesse no hospital, mas saber que Carla está bem já é melhor - Georg você pode me levar lá? - ele assentiu.

-Bill? - Jenna olhou para Bill, e praticamente implorava com os olhos.

-Eu te levo lá - ela sorriu e lhe deu um selinho - Tom e Ria, vão pra casa - assenti um pouco desiludido - eu te ligo depois - disse baixo quando passou por mim e apenas assenti, novamente.

Eu e Ria fomos para casa, e quando chegamos lá Scott veio para a sala.

-sai! Tom, manda o Scott sair - ela se encolhia no canto do sofá enquanto o cachorro olhava para ela, com cara de poucos amigos. Ri e ela me fuzilou.

-sai Scott - ela saiu de perto dela e sentou ao meu lado no sofá - ele é assim mesmo - ri mais uma vez enquanto passava a mão no pêlo do cão.

-pois… - girou os olhos e mexeu no cabelo, minutos depois Bill e Georg apareceram na porta.

-Tom, preciso falar com você, é urgente! - ele estava sério e me assustei. Levantei do sofá rápido - a sós.

-já volto Ria - comecei a subir as escadas e fomos para o quarto dele, que estava mais organizado do que o meu - o que foi? Aconteceu alguma coisa com ela Bill, diz logo? - falava rápido e atropelava as palavras. A ideia de que ela podia estar mal, que ela podia estar machucava martelava em minha cabeça, fazendo com que eu ficasse nervoso e preocupado.

-Tom, ela está bem mas… - parou e me olhou preocupado, mas tentando se manter calmo também - eu sei que eu pedi para que seguisse em frente, e que deixasse ela mas…ela quer ir embora Tom - meu mundo desabou pela segunda vez - ela disse que quando puder vai voltar para a Alemanha.E, por mais que eu não queira ver você sofrer, eu não quero que ela vá e vocês sofram mais do que estão sofrendo agora - eu fiquei sem reação, quase as mesmas palavras, quase a mesma reação.

Desta vez eu não iria sentar e chorar, na esperança que ela voltasse um dia, ainda havia tempo, e eu não iria ficar aqui sozinho de novo. Deixei Bill lá parado e desci as escadas correndo.