Carla’s P.O.V on:

Tom se mantinha na minha frente, eu sentia sua respiração rápida e sabia que como eu ele estava assustado e com medo.

Ela se virou um pouco enquanto eu e Tom continuávamos ali parados, sempre com a arma apontada para nós os dois. Ela mandou uma corda, bem grande e grossa, em nossa direção, Tom pegou a mesma involuntariamente e ela sorriu.

-amarra ele - ele não fez nada, continuamos os dois ali parados - amarra! - gritou e subiu um pouco a arma em direção ás nossas cabeças, fechei os olhos com força. Quando abri, ela tinha puxado uma cadeira para perto dele, senti seu corpo ir para mais longe e uma lágrima desceu sobre meu rosto quando vi que ele tinha sentado na cadeira - braços para trás, vamos! - ela continuava a gritar enquanto me entregava a corda que estava sobre o colo dele. Peguei a mesma, ela era espessa e iria machucá-lo, tinha certeza disso. Amarrei a corda e quando estava prestes a dar o último nó, ele veio para mais perto - apertado! - assenti e tive que amarrar aquilo bem, ou então não sei o que ela faria comigo ou com ele - senta ali! - apontou para um sofá, o mesmo sofá em que ela estava sentada antes, me sentei ali com calma, sempre olhando pra ela, para Tom e para a arma.

-Jessica, por favor, não faz nada - ele tinha a voz calma, mas sabia que estava nervoso assim como eu.

-cala a boca - senti nojo na voz dela, raiva, ódio. Tudo de mal que eu conhecia e não conhecia, podia ver no seu olhar que ela nos desprezava, sentia nojo de alguém ali, e acho que esse alguém era eu, mas também podia ser Tom ou até mesma ela própria - vocês devem estar perguntando, porque não é? De onde eu vim? Quem sou eu? - riu e se sentou em uma cadeira, a arma ainda na mão e um sorriso psicopata no rosto - vocês realmente não lembram de mim pois não? - seu rosto sempre foi muito familiar, mas nunca me lembrei dela, nunca a conheci de um lugar específico - Jessica Heisler? - sorriu novamente, eu lembrava desse nome em algum lugar.

-você, você era fã da banda. Sempre andava atrás dos rapazes, Jessica a menina de óculos que se sentava lá na frente e tinha notas… - a frase morreu enquanto ela sorria assentindo. Eu me lembrava dela, mas na época ela não tinha o cabelo loiro e sim preto.

Flashback's on:

(Tom's P.O.V on)

-você é Tom Kaulitz, certo? Dos Tokio Hotel - uma menina chegou perto de nós, acompanhada por outras. Olhei pra Carla e ela apenas forçou um sorriso, afastando de mim e das meninas.

Carla's P.O.V on:

-fique sabendo que eu não gosto daquela vadia - ele riu, enquanto Georg ia comprar chiclete com Hanna - ‘tá na cara que ela dá em cima de você Tom - ele me puxou para junto do seu corpo.

-mas, ela já sabe que eu só estou ligado em uma garota - sorri e ele também - e ela é bem mais bonita que aquela vadia.

Carla's P.O.V on:

-Hanna, chega! - gritei, mas foi inútil, ela continuava em cima daquela menina de olhos extremamente azuis e cabelos negros, pintados como sempre - Tom! - vi ele chegar com os garotos na rua, quando viu o que estava acontecendo veio correndo com os outros, Georg puxou Hanna e Tom ajudou a outra a se levantar.

-o que te deu garota? - Andreas a olhou assustado e Tom veio em minha direção.

-’tá tudo bem? - assenti, ele me abraçou e olhamos para a menina.

-idiota, você estragou meu cabelo - parecia nervosa, eu não a conhecia de lado nenhum, mas acho que vi ela em uma aula qualquer.

-vaza garota! - Hanna gritou e ela saiu resmungando alguma coisa

Flashback’s of.

-você sempre andou atrás dos rapazes - semicerrei os olhos lembrando de poucos lugares em que a vi, em que dei importância para ela naquela sala de aula, ou então em todos os lugares aonde íamos juntos e ela estava lá.

-pois, eu era vossa fã número um, eu era tua fã número um Tom - olhou pra ele apontando a arma pra mim - sempre te amei, sempre dei apoio á tua banda desde os Devilish, sempre! - gritou e vi algumas lágrimas saírem dos olhos dela - você depois começou a namorar essa aí, nunca olhou pra mim mas, eu tinha esperança que ela era apenas mais uma vadia, apenas mais uma como as outras, que depois você iria ficar sozinho e eu seria aquela que iria te mudar, que você iria se apaixonar pela primeira vez - eu me assustei com ela, mas deixei ela falar, pois eu estava sem palavras e Tom também. Ele olhava pra ela confuso e com raiva, muita raiva - vocês fizeram um mês de namoro, dois meses...e sempre faziam questão de espalhar pela escola: "Tom Kaulitz está mesmo namorando sério desta vez" - disse com nojo e raiva - eu ainda tinha esperança, sabe? Mas aí vocês fizeram um ano de namoro e boa parte dessa esperança foi embora, os Tokio Hotel apareceram e eu me tornei uma fã, uma fã verdadeira, eu era a presidente do fã clube da banda lá na Alemanha, eu sempre vos seguia, sempre, eu tirava fotos de vocês os quatro, tuas e de vocês os dois. Eu sabia que Carla não gostava da atenção da midia, então eu mandava as fotos para revistas e postava em sites famosos da banda.

Flashback on:(Tom's P.O.V on)

Olhei para a pequena foto no canto da revista, eu e Carla caminhando pelas ruas de Hamburgo, ela olhou pra mim e eu podia ver que ela estava se cansando daquilo.

-meus queridos - minha mãe tentava acalmar a situação - vocês têm que lidar com isso, acontecerá mais vezes - Carla se levantou da mesa rápido, agarrou na mochila e me olhou.

Flashback of.(Tom's P.O.V of)

Eu estava nervosa, queria fazer alguma coisa, mas tinha medo que ela fizesse alguma coisa com Tom, ou até mesmo comigo e consequentemente, os bebês.

-quando soube que você estava grávida, me desesperei! - ficou com uma expressão de perdida e realmente desesperada - eu, vi quando você foi no banheiro da escola sozinha, estranho porque você sempre ia acompanhada - minha respiração acelerou.

-o quê? - Tom me olhou confuso, engoli em seco - como assim grávida? - ela riu olhando para nós os dois, também surpresa com a notícia.

-Tom eu… - não consegui terminar a frase, minha visão já estava embaçada devido ás lágrimas que teimavam em cair. Não era assim que eu queria que ele descobrisse, queria ser eu a contar e não uma maníaca qualquer com uma arma apontada para os dois.

-ah! Então você não sabia? - riu e abaixei a cabeça, sim eu estava com vergonha - nossa, que mal hein? - continuava rindo.

-Carla, porque você nunca me disse nada? - levantei a cabeça e uma lágrima apenas molhava seu rosto.

-deixa continuar minha história, chega! Chega dela ser o centro das atenções! - riu e puxou o cabelo, negou com a cabeça e limpei o rosto - quando soube que você estava grávida, quer dizer…vi a caixinha do exame, depois você parou de comer na escola e deixou de comer as coisas que normalmente comia - ela sempre esteve atenta á minha vida, como não pude reparar nisso? - eu, achei que você e o Tom iriam ficar juntos pra sempre, aquela maldita criança iria vos prender pra sempre - secou as lágrimas - mas aí eu lembrei de uma conversa que ouvi no intervalo, Andreas sempre andou com uma fita, um demo da banda - riu - então eu roubei o demo, pois sabia que apesar dos rapazes estarem a fazer sucesso, eles ainda não tinham assinado contrato. Eu enviei a fita para uma gravadora, a Universal e quando soube que vocês tinham conseguido o contrato e logo depois Carla tinha ido embora, eu fiquei radiante - sorriu com um brilho nos olhos - mas, você se distanciou, então percebi que tinha cometido um erro, mas não muito grande - riu mais uma vez - eu me mudei para L.A quando soube que vocês tinham vindo pra aqui. Eu, só não sabia que ela também estava - apontou a arma pra mim com nojo e raiva, mais uma vez, estampados no rosto - eu sempre vos acompanhei aqui e lá na Alemanha, e…depois eu soube da Carla, e a festa… - estava desesperada e atropelava as palavras.

Flashback's on:(Carla's P.O.V on)

No meio destas pessoas, pude ver Georg, Bill, Jenna, Hanna e uma mulher ao lado de Gustav.

***** 

-eu tenho ali algumas roupas, você quer? - uma mulher muito bonita, ela era loira de olhos azuis, mas não um azul claro e sim um azul cinzento - desculpa, acho que ainda não nos apresentamos eu sou Jessica, Jessica Lane - ela deu um sorriso bonito e estendeu a mão para mim, que apertei - eu sou a dona da Casa, vejo que organizou muito bem a festa.

-é, desculpa eu. Eu organizei a festa, mas não fui eu quem escolheu o local - ela negou, como se dissesse que as desculpas não eram necessárias.

*****

-bem, agora não tenho preferências. Mas curto de calças e tênis - ela se virou e tirou um par de calças jeans skinny, hoodie, meias e uns vans vermelhos, roupas interiores, colocou tudo em cima da cama, com uma toalha branca ao lado.

-aqui têm, demore o que precisar - sorriu, mas antes de sair a interrompi.

-nossa, nem te conheço direito, já estou me apoderando do seu quarto e de suas roupas - ela sorriu e saiu do quarto sem dizer nada, fechando a porta atrás dela.

-simpática né? - Tom se sentou na cama, me olhando de cima a baixo molhada.

Flashback of.

-através do Gustav eu achei uma forma de chegar em vocês, em você - apontou para Tom - quando eu vi que você estava sofrendo com a ida da Carla eu, sofria também - mais lágrimas caíram em seu rosto e no meu também - mas, eu não podia me aproximar muito ou então meu disfarce iria por água a baixo, e eu nunca iria conseguir ficar com você - sorriu para Tom, que ainda olhava pra mim desapontado.

Eu sabia que ele estava magoado pelo fato de eu não ter dito nada sobre o bebê.

-desculpa - disse baixo, ele apenas voltou o olhar para Jessica que sorria, admirando o rosto dele.

-eu trouxe vocês aqui, para...me despedir sabe? Você foi tão importante pra mim, mas nunca me reparou, nunca me olhou e nunca me amou como amou ela - se levantou e apontou a arma pra ele, engoli em seco e me levantei, mas quando ela percebeu isso, apontou a arma pra mim - senta! - fiz o que ela mandou - nos vemos no inferno - colocou a arma na cabeça dele, ele fechou os olhos, mas eu não poderia deixar aquela mulher fazer isso com ele.

-Jessica não! - me levantei e ela voltou a apontar a arma pra mim, deu um passo na direção dela e ela se assustou - você não vai fazer ele sofrer assim, não vai - sorri nervosa e neguei, ela me olhou desconfiada e esperando uma explicação rápida - ele nunca te amou, ele me amou sempre. E não adianta você matar ele, pois isso vai sempre ficar nessa tua cabeça - disse com raiva e ela riu, ainda com a arma apontada pra mim - eu estou grávida de gêmeos dele, e se você matar ele você vai sempre lembrar dos filhos dele - olhei para o prédio ao lado, alguém estava no telhado de lá - por isso não adianta você matá-lo pois eu vou estar sempre aqui pra te lembrar que você não vale nada e nem nunca valeu, nada pra ele ou pra ninguém - mais lágrimas desceram juntas com as dela - por isso, se você quer fazer ele sofrer...atira agora - dei mais um passo e a arma ficou incrivelmente perto.

-Carla, cala a boca! - Tom gritou e tentou se soltar da cadeira - Carla, por favor não faz isso - eu sentia o mundo rodar ao poucos, mas eu podia vê-lo chorar e ela com a arma apontada em minha cabeça.

-atira logo! - gritei e minha visão ia ficando cada vez mais embaçada.

A última coisa que vi foi um ponto vermelho sobre o peito dela, o barulho de tiro, vidro se partindo e eu caí sobre o sofá atrás de mim.