Ouvia o barulho da chuva cair lá fora, sentia uma arzinho quente sobre meu pescoço, abri melhor os olhos e via o peito nu de Tom subir e descer devagar.Ele estava com as boxers e eu estava com a roupa interior e um grande casaco por cima.Estava frio, mas um frio bom e não muito forte.

Levantei do sofá, que era bem grande, com cuidado para não acordá-lo, olhei em volta e passei pela porta que dava para uma espécie de cozinha, com uma mesa e em cima de um balcão um microondas e coisas desse gênero.Passei a mão no cabelo e abaixei, mexendo na minha roupa que estava no chão, tirei o celular do bolso da calça e estava sem bateria.Ótimo, teria que esperar ele acordar, o que não demorou nada.

-bom-dia - me coloquei direita, levando um susto e coloquei a mão no peito - desculpa se te assustei - ele riu e se sentou no sofá. Seus olhos estavam pequenos, como se estivessem parcialmente fechados.Mexi nas calças dele que estavam no chão e tirei de lá as chaves da porta, levantando as mesmas no ar com um olhar sarcástico.

-estamos fechados aqui, né? - ele riu e passou a mão pela rosto, eu já sabia que ele tinha as chaves.

-acho que temos alguma coisa ali na cozinha, vou fazer algo para comermos - assenti, ele foi para lá e enquanto isso eu vesti minha roupa, mas continuei com o casaco dele vestido.

Caminhei até a cozinha, olhando pela janela o tempo lá fora, já não chovia mas estava um pouco frio.

-bela primavera - ele se virou para mim, colocando os pães em cima da mesa com o café, sorri. Ele saiu da cozinha e voltou apenas com as calças vestidas, seu corpo havia mudado imenso. Ele sempre esteve em forma, mas agora possuía um corpo de homem, que vamos dizer era perfeito.Se sentou de frente para mim, enquanto eu comia.

-tem assim tanto frio? - assenti com a boca cheia e ele riu, olhando para seu casaco em mim,Ficamos em silêncio e só podia ouvir os copos a baterem contra a mesa, quando os pousávamos sobre ela.

-esse silêncio é horrível - rimos juntos e ele parou olhando pra mim sorrindo - o que foi? - negou ainda com o sorriso bobo no rosto - fala! - mandei um pedaço de pão na cara dele e ele riu.

-nada, só estava te olhando, mais nada - sorri e corei por segundos - já está pronta?

No caminho até o carro, nós não caminhamos de mãos dadas ou aos beijos, apenas caminhamos cada um em seu caminho, do seu lado. Nós dois sabíamos que por mais que a noite houvesse sido fantástica, para ficarmos juntos ainda havia coisas a se acertar. No caminho Tom também me explicou que o estúdio estava vazio pois na maioria das vezes só era usado por eles e quando não estavam lá, este ficava vazio.

O vidro do carro estava embaçado e nele desenhei um smile feliz, ele olhou para mim e sorriu, voltando sua atenção para a estrada depois.Estava com tanto medo de acordar e ver que tudo aquilo foi mais um sonho meu, que tudo aquilo foi mais uma invenção da minha cabeça que insistia em pensar que um dia vamos ficar juntos.

Ele estacionou o carro na frente da minha casa, e o silêncio permaneceu.

-acho que você já sabe que temos… - antes mesmo de terminar ele me interrompeu.

-coisas para resolver - assentiu agarrando o volante com força - a maioria delas vou resolver agora - se essa coisa se chama Ria, eu juro que vou saltar de alegria - podemos conversar mais tarde?  Respirei fundo.Será que estava pronta para iniciar tudo de novo, mas agora com mais pressão da imprensa e de fãs que vão me querer comer viva?também não sei porque estou pensando nisso agora sabendo que é só uma conversa.

-sim, quando? - meu coração batia tão forte ali agora que eu nem conseguia senti-lo.

-ás 16h venho te buscar - assenti e saí rápido do carro. Assim que abri o portão ele deu partida, e nem sorria que nem uma idiota. Isso, me sentia uma boba de certa maneira, cheia de medo de sofrer tudo de novo, medo de cair e não conseguir levantar. Mas ele era tudo que eu queria, era tudo que eu precisava naquele momento e pra sempre, por ele eu cairia as vezes que fossem precisas, mesmo que essas quedas sejam maiores do que um dia pensei.

Entrei em casa sorrindo e encontrei Hanna, andando pela casa só com uma camiseta gigante de uma banda qualquer.

-eu nem vou perguntar aonde você foi, visto que o Tom disse para o Bill que ia sair contigo e os dois não voltaram para casa - ri meio envergonhada e me joguei no sofá, feliz muito feliz - como correu a noite? - me olhou sorrindo.

-melhor do que podia imaginar - rimos juntas, e eu coloquei os pés na mesa de centro da sala.

-e como vai ser agora? - parei para pensar na pergunta que nem mesmo eu sabia.

-eu vejo isso depois - me levantei - mas eu ainda trabalho hoje - ela riu e se levantou - conseguiu trabalho?

-ah! Sim, esqueci de dizer. Consegui estágio em um escritório de advocacia - sorri e a abracei forte - está tudo correndo bem né? - assenti.

Tomei um banho, me arrumei(http://www.polyvore.com/work/set?id=49188544) e saí, deixando o casaco de Tom no banco da trás do carro.

O dia passou rápido, almocei com Jenna como sempre, e ela me contou que Bill está mais do que feliz com ela e com a provável “boa notícia” que o irmão contou. Ela também disse que as coisas entre eles estavam mais do que boas, e ele lhe deu um anel de compromisso, tornando o namoro oficial e sério.

Quando deu 15h45 saí do escritório, cheia de papéis em uma mão e as chaves do carro e mala e pasta na outra, tudo isso em cima de saltos altos gigantes. Por cima dos papéis o vi, encostado ao carro com os óculos escuros postos, rodando as chaves na mão.

-quer ajuda? - destravei o carro, que estava ao lado do dele e sorri. Ele chegou perto de mim e tirou os papéis e pasta da minha mão. Abri a porta de trás do carro e ele colocou tudo lá, não antes de eu tirar de lá uma coisa.

-toma Tom - estendi o casaco e ele pegou - o que ‘tá fazendo aqui? Nós combinamos ás 16h - ele assentiu e fechei a porta do carro.

-estava passando aqui perto e resolvi vir aqui - assenti sorrindo. Estava tão feliz por ter ele por perto, mas ao mesmo tempo estava receosa da conversa.

-eu vou em casa, troco de roupa e deixo lá o carro, pode ser? - ele assentiu e foi me seguindo, até chegarmos em minha casa.

Enquanto eu mudava de roupa, ele conversava na sala com Hanna, desci as escadas e ele já não estava lá(http://www.polyvore.com/just_live_your_life/set?id=46671798&.locale=pt-br)

-aonde ele foi? - fiquei um pouco assustada.

-lá fora, fumando - assenti, sorrindo de leve e saí de casa o encontrando encostado no carro, quando me viu jogou o cigarro fora e sorriu. Como eu adoro aquele sorriso, aquele sorriso que já me tirou do sério tantas vezes e ainda tira.

Flashback on:

-eu juro que se você não sair daqui agora eu não sei o que vou fazer! - apontei para a porta e ele continuava sentado na cama de braços cruzados - sai Kaulitz - abri a porta de novo mas ele continuou parado lá.

-já disse que não saio - fechei a porta com força, e cruzei os braços irritada - quando vai perceber que isso vai sempre acontecer daqui pra frente? - girei os olhos e ele riu - eu não fiz nada pequena - ele levantou da cama e caminhou até mim devagar e a cada passo meu coração acelerava - acredita em mim? - ele me abraçou pela cintura, e não tive como resistir.

-acredito, nelas é que não - ele riu da minha raiva adolescente e coloquei meus braços á volta do seu pescoço - mas, pra recompensar a raiva que eu passei eu quero um cap teu - ele riu e me deu um selinho.

-te dou os caps que você quiser.

Flashback of:

Estamos indo aonde? - ele me olhou ainda com o sorriso no rosto, enquanto dirigia.

-calma, você já vê - ele continuou dirigindo e tudo o que passava pela minha cabeça era que aquilo era errado, ele ainda tem namorada e é como se tivéssemos um caso.Eu me sentia mal por isso, mas me sentia bem por estar perto dele de novo, sem brigas ou confusões, sem idas ou corações partidos.

Depois de mais ou menos 40minutos, de silêncio dentro do carro, ele parou em frente á uma casa pequena de dois andares, toda em um tom meio amarelado e acastanhado, com uma rampa que dava na porta da mesma. Algumas plantas espalhadas pela frente da casa e a rua estava um pouco deserta, com o asfalto ainda molhado da chuva(http://4.bp.blogspot.com/_fBY07WDMmrE/St5mB1t0A7I/AAAAAAAAc-g/AmS-1vdYl_0/s400/fachada+sobrado.jpg)

Tom caminhava á minha frente, subimos a rampa e três degraus, ele abriu a porta e demos de cara com uma sala simples e confortável em tons de bege e marrom, ele deixou as chaves em cima de uma mesinha e se virou para mim.

-de quem é essa casa? - ele sorriu e me olhou durante alguns segundos.

-não se preocupe, eu não roubei - ri um pouco tímida e depois ficamos sérios - aqui vamos poder conversar direito, como deve ser.