Capítulo 21 - Thomas Banner

“Essa não é uma história muito complicada de se entender.

Quando meu pai voltou para Asgard, Odin o condenou a ficar preso por entre as raízes de Yggdrasil, a árvore da vida, lugar onde uma enorme serpente tortura os prisioneiros com seu veneno. Loki só seria libertado no dia em que alguém derramasse uma lágrima ao filho condenado de Odin.

Meu pai ficou preso durante anos, quando finalmente recebeu a visita da minha mãe, Encantor, querendo se vingar de Thor por ter escolhido a humana a ela. Loki disse que tinha um plano, mas que precisava sair daquela prisão para poder colocá-lo em prática. Amora concordou em fazer uma aliança e, sendo que Odin não dissera sob qual sentimento o choro deveria vir, ela derramou uma lágrima, libertando meu pai de sua prisão.

Juntos, eles procuraram o afamado Thanos, o titã louco que só visa a destruir e matar populações de todo o Universo. Eles proporam que Thanos fizesse deles os novos soberanos de Asgard e em troca, entregariam um dos objetos mais poderosos de todo o reino: o Tesseract. Obviamente Thanos aceitou.

Quando o ataque começou, meus pais deram um jeito de esconder o Tesseract de Thanos e permitiram que Sif fosse atrás dos Vingadores, para trazê-los para a nossa terra e destruí-los.

Entretanto, quando os Vingadores estavam para serem esmagados por Thanos, Odin entrou na disputa, e então, os dois acabaram fracos e meu pai os prendeu nas raízes de Yggdrasil.

Já os Vingadores...Bem, meus pais tiveram uma utilidade mais interessante para eles. Há um feitiço que utiliza a alma para transformá-las em poder. Poucos conseguem mudar o poder da alma numa maneira de se fortalecer, pois este é instável e muito fraco em seres humanos comuns.

O que não é o caso dos seus pais, não é mesmo?

Então sim, seus pais estão vivos, porém, são como um gerador para o meu. A cada dia que passa, Loki tem seus poderes ampliados e em pouco tempo, será capaz de enfrentar o próprio Thanos e destruí-lo. Eu aposto que ele não ficou nada feliz com a traição do meu pai e mal pode esperar para se vingar de todos nós.

Agora que Thanos conseguiu matar Odin e absorver seus poderes, teremos uma guerra aqui na terra dourada.

Mas afinal de contas, quem sou eu? Muito simples, eu sou o deus da discórdia.

Toda a raiva que vocês sentiram? A aposta entre Erika e Mayday? A discórdia? As intrigas?

Eu sou o responsável por tudo isso.

Meus pais me tiveram quando perceberam que precisavam de alguém para cuidar dos asgardianos teimosos que se recusavam a se submeter. Após o meu nascimento, uma nova áurea pairou sobre Asgard. Uma áurea fria e obscura.

Aos quatro anos eu já era perfeitamente capaz de fazer dois amigos brigarem entre si de uma hora para outra.

E eu fui ficando cada vez melhor nas minhas habilidades conforme os anos foram passando. Com cem anos acumulados, eu já era muito poderoso.”

- E tenho admitir que adorei brincar com vocês. – Eldred sorri com um ar vitorioso para nós. – Os terráqueos são tão estúpidos, não é a toa que seus pais caíram na nossa armadilha.

Eu queria socá-lo e fazê-lo calar a boca. Porém, eu estou preso com fortes correntes e um dos malditos de gelo está injetando um tranquilizante nas minhas veias, fazendo meus batimentos cardíacos ficarem estáveis.

Pela primeira vez em muito tempo eu sinto saudade dos socos “mata Barton” do grandão.

Observo meus amigos. Erika, Mayday, James e Howard estão presos ao meu lado, todos cabisbaixos e com um olhar de ódio e tristeza.

Obviamente eles queriam enfiar o riso de Eldred no seu traseiro. Ele foi pior do que Loki. Além de ganhar nossa confiança e depois nos trair e de ser um dissimulado nojento, Eldred tirou de nós Luke Barton. E isso é uma coisa que eu jamais iria esquecer.

Barton era mais que um amigo, era um irmão. Tirá-lo de nós era brincar com a própria morte.

Tudo o que eu mais desejava era quebrar o pescoço de Eldred. Sentir cada osso estalar em minhas mãos seria a melodia perfeita. Ver seu corpo sem vida no chão e sem vida levaria sem sombra de dúvida o prêmio de escultura da década.

- Realmente lamentável que todos vocês vão morrer depois que nós mandarmos Thanos de volta para onde ele nunca deveria ter saído. – Eldred faz um gesto com a mão para os Gigantes de Gelo. – Fiquem de olho neles.

- Sim, senhor. – Um dos guardas respondeu com uma voz grossa e gélida.

Quando Eldred estava prestes a sair, este se vira e sorri maldosamente para nós cinco.

- Ah sim, antes que eu me esqueça. – Com um estalar dos dedos, uma névoa densa aparece em nossa frente, revelando a imagem de Asgard. A terra dos deuses estava coberta por uma nuvem preta. Os cidadãos olhavam para o muro com receio, esperando amargamente que este se quebrasse para a guerra começar. Sinto um enorme nó na garganta quando vejo crianças e senhores de idade envolvidos no conflito. Os escudos e espadas pareciam grandes e pesados demais para ambas as faixas etárias, porém, calculando o número de soldados asgardianos prontos para batalhar, todos eles seriam necessários para a guerra. – Acho que vocês vão gostar de observar a preciosa Asgard ser destruída. E vão amar quando partirmos para a Terra.

Mayday, Howard e Erika tentam se soltar. Os três olham ferozmente para Eldred, que apenas ri da atitude em vão dos meus colegas. James e eu nos entreolhamos, tentando montar um plano silencioso em nossas mentes antes que fosse tarde demais.

Eldred sai enquanto James e eu pensamos em algo. Ele me faz uma pergunta silenciosa, questionando se eu poderia libertar o grandão para que ele nos ajudasse.

Faço um sinal negativo e discretamente viro os olhos para a seringa no meu braço. James xinga baixo e solta um bufo. Erika, e Mayday também parecem focadas numa maneira de tentar nos soltar dessa droga de prisão fria. Já Howard apenas observa os gigantes com uma cara amarrada, provavelmente tentando soltar laser pelos olhos e derretê-los. Realmente genial.

Mas eu sabia que bem no fundo todos os nossos esforços são em vão. Quero dizer, está tudo lacrado, estamos presos numa enorme corrente de gelo praticamente indestrutível e com dois Gigantes de Gelo observando cada um dos nossos movimentos.

Será que Loki ganhou dessa vez?

Não, ele não pode e não vai.

Pois eu me recuso a ver a Terra, meu lar, ser destruído por um bando de Asgardianos metidos.

Quando eu me soltar, irei permitir que o grandão tome controle de tudo.

E que o destino tenha piedade de quem estiver na sua frente