Capítulo 28 - Thomas Banner

“Loki estava assustador. Ele tinha muito poder e loucura dentro de si, algo que simplesmente nós não poderíamos conter. Estávamos fracos e quase que dizimados. Era o fim tanto para nós quanto para Asgard.

Foi quando eu tive uma ideia. Lembrei-me de Thor e que ele continuava em Midgard juntamente com o grupo que havia derrotado Loki na última batalha em que ocorreu na Terra. Mais que depressa corri para Heimdall e pedi para que ele me mandasse a Midgard para que eu pudesse buscar ajuda, e ele concordou.

Assim que cheguei ao seu planeta fui correndo atrás de Thor e implorei que viesse comigo, juntamente com o resto dos Vingadores, para ajudar Asgard e deter Loki de uma vez por todas. Thor concordou; conseguiu o apoio dos pais de vocês, e eu retornei com a ajuda que tanto precisávamos.

Alguns de nós ainda lutavam bravamente contra a desconhecida ameaça que ajuda Loki em sua chacina, e com a ajuda dos Vingadores, a luta começou a ficar equilibrada.

Mas foi então que de repente aconteceu. Foi como se um comenta tivesse atingido Asgard. Odin e os Vingadores estavam juntos enfrentando uma sombra, só consegui ver seus olhos, eram cor sangue. Assim que Odin o acertou com sua lança, a criatura soltou uma enorme risada e tudo foi consumido por uma luz forte. Eu desmaiei na mesma hora.

Quando acordei estava aqui dentro do palácio com Eldred ao meu lado, cuidando de mim, mas apenas alguns asgardianos haviam sobrevivido ao ataque. Comigo estavam meu filho, Hermod, Heimdall, Thunderstrike, Frigga e as Valquírias.”

– Espere um pouco. – eu interrompo o relato de Sif. – Está me dizendo que nossos pais sumiram?

Lady Sif assente, infeliz.

– Juntamente com nossos companheiros de Asgard, Volla, Balder, Odin e...

– Thor. – Erika sussurra tão infeliz quanto a deusa.

– Isso não faz o menor sentido. – Luke reclama, jogando seu corpo numa das poltronas vazias. – Então vocês não tem ideia de onde nossos pais possam estar ou se ainda vivem?!

– Basicamente. – Eldred concorda.

Howard e eu bufamos.

– Ótimo. – sinto uma enorme dor de cabeça querer me atacar. – Só temos a galáxia para procurá-los.

– E o que aconteceu com Loki? – Mayday indaga a Sif.

A deusa se retrai ao ouvir o nome do deus da trapaça.

– Eu não sei. – Lady Sif suspira. – Desde o sumiço de Thor, Loki e Odin, eu e os outros deuses decidimos não sair do palácio, é o lugar mais seguro de toda Asgard.

– Tempo de novo. – Howard pede, erguendo-se da cadeira e indo observar o cenário por detrás da janela central da biblioteca. – Se todos os deuses estão aqui... Quem são esses nas ruas?

– Vocês acham que só há asgardianos em Asgard?

Mayday e Howard se entreolham.

– Bem... Sim – a ruiva admite.

Eldred sorri.

– Não, não é bem assim. – o garoto pega um dos livros na prateleira e o coloca sobre o colo. – Há mais cinco outras raças que habitam nossa terra...

– Tipo? – eu o incentivo a continuar.

– Gigantes, anões, elfos, trolls e demônios. – e nos mostra figuras relacionadas aos povos que menciona.

– Mas nós somos a raça mais poderosa e dominante. – Sif esclarece com certo orgulho. – Ou pelo menos éramos.

Depois dessa o silêncio reina entre nós por alguns momentos. Até que Erika decide fazer uma pergunta que também martelava meu cérebro.

– Eu só não compreendo uma coisa. Se a guerra ocorreu há tanto tempo, por que Heimdall nos disse que Asgard ainda corre perigo?

Lady Sif não responde de imediato, apenas se levanta e, devagar, caminha para perto da lareira para observar as chamas consumirem a pouca madeira que resta.

– Heimdall disse isso, pois a guerra ainda não acabou. – seu lamento é baixo, mas é o suficiente para me fazer ter um arrepio na coluna. – O inimigo continua lá fora, tentando passar pelos nossos muros mais uma vez para dizimar a todos nós de uma vez por todas.

Posso ver Howard e Mayday engolirem seco enquanto Erika encara Sif com seus olhos azuis arregalados.

– Como ainda não conseguiram? Vocês estão em menor número que da última vez. Como aguentam?

Eldred brinca com um sorriso em seus lábios finos enquanto observa nossas caras.

– Estamos dando nosso máximo para mantê-los afastados de nós. – e olha rapidamente a mãe. – Magia é uma ótima aliada.

Eu, sem querer, acabo soltando um riso baixo, porém, que foi alto o suficiente para atrair a atenção dos dois asgardianos.

– O que é tão engraçado? – a deusa me pergunta com evidente aborrecimento.

Respiro fundo. Banner, seu idiota, tem que aprender a ser mais discreto.

– Nada, apenas... Quando entramos aqui, pensei que tudo estaria destruído e...

Sou interrompido quando um dos guardas entra na biblioteca e faz uma rápida reverencia a Lady Sif e Eldred.

– Pois não, Lazir?

– O garoto da Terra foi curado, está acordado agora e pede para ver os companheiros. – o guarda Lazir faz um gesto para que nós o seguíssemos.

Luke, Erika e Mayday se levantam e se despedem de Sif e, quando tentam fazer o mesmo com Eldred, ele sacode as mãos para que parassem.

– Vou acompanhá-los, gostaria de conhecer também James Rogers.

[x]

Enquanto caminhamos em direção ao lugar onde James se encontra, eu me aproximo de Eldred, que conversa animadamente com Howard e Erika sobre algo que ignoro.

– Hey. – eu o chamo.

– Venha Erika. – Howard puxa a amiga pelo pulso. – Acho que ouvi Mayday nos chamar. – e seguem para junto de May e Luke.

– Pois não? – Eldred pergunta com um sorriso no rosto.

– Acho que devo desculpas a você. – começo, quase me arrependendo por fazer tal coisa. Nunca fui bom em pedir desculpas, nunca precisei, na verdade. – Por tê-lo, bem, tratado daquela maneira e...

Eldred, para o meu alívio, ergue uma das mãos e sorri para mim.

– Desculpas aceitas, eu faria a mesma coisa se estivesse no seu lugar. – ele estende a mão e eu a pego.

Dou graças quando o momento constrangedor acaba e Rogers aparece no nosso campo de visão, deitado em uma das várias camas amarelas e brancas espalhadas pela pequena sala.

– Como vai indo a folga, Rogers? – Luke brinca com James enquanto ambos se cumprimentam batendo as mãos. – E a perna?

James sorri.

– Melhor que nunca. – ele nos observa por alguns instantes até seus olhos pousarem em Erika. – Ok, eu não estava alucinando sobre o seu cabelo.

Ela sorri para Rogers em resposta enquanto suas bochechas ficam vermelhas.

– É, pois é.

– Por que...? – ele tenta perguntar, mas Erika dá de ombros.

É então que Eldred entra em cena.

– Na verdade, acho que posso explicar. – e com uma das mãos pega nos cabelos brancos de Erika. – Como ela é filha de um asgardiano com uma mortal, ela tem... Como posso dizer? Duas aparências. Quando está na Terra, sua forma humana prevalece, mas, em Asgard, bem, sua parte nativa vence a terráquea.

– Está me dizendo que essa seria minha forma se eu fosse uma asgardiana completa?

– Quem é ele? – Rogers indaga, sua testa vincada.

– Mais ou menos isso – Eldred faz uma careta. – E seus poderes são mais fortes aqui também, se é que já os descobriu.

– Como ele sabe de tudo isso? – James persiste, mas é novamente ignorado.

– Então se eu voltar para à Terra...?

– Voltará a ser como antes.

– Será que posso ter alguma resposta aqui?! – Rogers berra, finalmente obtendo a atenção que tanto queria.

– James Rogers, eu sou Eldred. – ele estende a mão para Rogers, mas este não a pega, apenas o encara sem uma expressão definida. A meus olhos, diria que James havia chupado limão azedo, mas estava apenas querendo esconder a careta.

Eldred recolhe a mão vendo que não teria mesmo uma resposta.

– Bem, acho melhor deixar vocês à sós por alguns instantes. – se dirige à porta. – Se precisarem de mim, estarei na biblioteca. – e a porta se fecha novamente.

– Quem era aquele palhaço? – Rogers nos pergunta, mas seus olhos estão presos em Erika. – Como ele sabia tanta coisa sobre você?

– Acalme-se ciumento. – eu brinco, fazendo os outros rirem e James corar. – Temos uma coisa pra contar. E garanto que você não vai gostar nem um pouco.