Epílogo

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Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.

Se os olhares se cruzarem e, neste momento,houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.

Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.

Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor.

Carlos Drummond de Andrade, Não deixe o amor passar.

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Abril de 2011 – Japão.

Já haviam se passado duas semanas que toda aquela confusão havia ocorrido, e finalmente o inquerido policial havia acabado, sendo assim Jun poderia voltar para a Inglaterra junto com Kakashi.

– Nem acredito que amanhã voltaremos para casa! – Kakashi exclamou da montanha de cobertores aonde ele estava – Finalmente esse pesadelo acabou.

– Nem eu acredito! – Disse Jun saindo do banheiro. Os olhos de Kakashi seguiram a bela visão que era a sua esposa apenas de lingerie negra, um belo contraste com sua pele alva – Poderia não me olhar desse jeito? – Ela pediu, ao perceber Kakashi olhá-la, e ficou rubra.

– Que jeito? – Ele riu-se.

– Esse jeito! – Ela disse, e pegou a camisa dele, vestindo-a.

– Ah – murmurou contristado – Você estava muito melhor antes. Essa camisa lhe deixa gorda.

– Ah é? – Ela disse soerguendo uma sobrancelha e pondo as mãos na cintura.

– Aham – concordou – essa blusa te deixa super obesa, por isso você deve tirá-la.

– Sério? – Perguntou irônica e se aproximou da cama, fitando apenas partes do marido que não estavam embrulhados nos edredons.

– Muito sério.

– Esses livros do Jiraya estão te deixando cada vez mais pervertido – ela riu e jogou o cabelo para trás, movimento que Kakashi achou muito sexy.

– Ei! – Disse ofendido – Não vou deixar essa passar barato não! – Disse e deu um bote na esposa a pegando de surpresa e enlaçando sua cintura e a trazendo para o monte de edredons.

– Louco! – Exclamou rindo – Quer me matar?

– Só se for de amor! – Ele disse e a beijou.

Kakashi não cansava de a beijar, tocar e a amar. Tinha medo que ela sumice a qualquer hora. Não sabia o que aconteceria com ele se algo tivesse acontecido com ela, por isso, faria de todos os momentos deles únicos e maravilhosos.

– Você é louco! – Repetiu ela entre um beijo e outro.

– Louco por você – ele disse a calou com outro beijo. Poderia passar o ano inteiro apenas naquele cômodo se ele a tivesse do seu lado – nunca mais deixarei que você fique mais do que 15 km longe de mim.

– Porque 15 km? – Perguntou Jun curiosa.

– Porque essa é a distância entre meu emprego e sua faculdade – explicou e Jun riu com o absurdo que era isso.

– Você sabe que as vezes nós teremos de viajar separados, não é?

– Separados? Nem pensar!

– Baka... – Ela disse e beijou a ponta gelada do nariz dele.

– Eu te amo – ele sussurou, ficando sério – eu te amo muito – não havia podido falar isso nos últimos meses, então falaria até se fartar.

– Eu também te amo – ela respondeu de volta, um sorriso singelo nos lábios.

– Nunca mais vou te deixar – ele a abraçou, enterrando seu rosto na curva do pescoço dela e aspirando seu perfume – nunca mais.

– Kakashi... – ela disse calmamente – Não precisa repetir isso a cada cinco minutos. Eu acredito em você.

– Mas eu não acredito em mim mesmo – ele disse, sua voz abafada pelo cabelo dela – eu errei muito feio, então não quero nunca esquecer disso.

– Mas eu estou bem, não estou?

– Não graças a mim.

O silêncio se instaurou.

Desde o ocorrido Kakashi havia nutrido um ódio em particular por Hidan. Principalmente depois que Jun deixou escapar que ele a havia beijado.

– Ele está morto – ela suspirou. E lá iam eles em outra discusão por causa de Hidan.

– Ele pode estar morto, mas não é o meu nome que você chama enquanto dorme – Kakashi ainda falava com o rosto enterrado nos cabelos da esposa.

Jun suspirou. Ela não tinha culpa se os seus sonhos eram povoados por Hidan.

– São pesadelos Kakashi...

– Continua sendo o nome dele que você chama – ele estava magoado. Mas não com ela. Estava magoado com ele mesmo. Foi por culpa dele que a situação havia chegado aonde chegou, e ele se culparia por isso para sempre.

– Mas – ela se afastou de Kakashi, olhando diretamente nos olhos dele – é o seu nome que eu chamo quando estou acordada.

Aquela frase calou Kakashi e pôs um ponto final na conversa. Jun estava certa.

– Desculpa... – ele pediu e enlaçou Jun, que estava escapando dele para fora da cama.

– Tudo bem querido – ela suspirou e deixou-se ser abraçada. Era culpa sua ter deixando escapar que Hidan a hava beijado. E agora ela teria que lidar com o ciúmes sem noção do marido por um morto.

– Eu te amo... – ele voltou a repetir e beijou seu ombro, em seguida seu pescoço e clavícula, mordiscando seu lóbulo da orelha por fim.

– Eu também te amo.

Jun virou seu rosto e seus lábios encontraram com os de Kakashi. Ele a beijou levemente, apenas um encostar de lábios, porém, em seguida, aprofundou o beijo, vasculhando cada canto da boca de Jun com sua lingua. Apenas se afastaram para buscar ar.

– Eu poderia ficar para sempre nesse quarto com você – suspirou Kakashi.

– Okay senhor pervertido – Jun riu, mas ela pensava o mesmo. Aquelas últimas duas semanas haviam sido mágicas. Passar todo aquele tempo com Kakashi a fez se sentir feliz como nunca havia sido antes – mas eu acho que você precisa trabalhar.

– Ah... – suspirou contristado – Itachi deve estar querendo me matar por eu ter deixado a empresa nas mãos dele.

– Bem, se ele quiser te matar, terá que passar por mim primeiro!

Kakashi riu e trouxe a esposa mais para perto, a prendendo num abraço de urso.

– Direi isso a ele.

Ficaram em silêncio durante algum tempo, apreciando o momento juntos, até que Jun voltou a falar.

– Nee Kakashi, eu me pergunto quem é que me quer mal – ela suspirou ao sentir Kakashi a apertar mais – alguém me quer morta. Isso é certeza.

– Não se preocupe com isso – ele beijou o topo da cabeça da jovem – eu já estou cuidando disso. Nada de mal lhe acontecerá.

– Eu não estou preocupada apenas comigo – ela se virou para Kakashi, os olhos verdes arregalados – eu me preocupo com você. Se algo acontecer com voc- – Jun foi calada por um beijo.

– Nada vai acontecer comigo. E muito menos com você – ele acariciou o rosto dela – entendeu?

Ela assentiu.

– Mas mesmo assim eu fico preocupada...

– Não fique. Pense apenas na sua graduação, nas suas amigas e é claro – ele sorriu de lado – em mim.

Jun gargalhou, tinha o marido mais perfeito e mais bobo do mundo.

– E tem como não pensar em você? O marido mais sexy do mundo? – Estava tão feliz.

– Oh! Entendi tudo, você só me quer por causa do meu belo corpo...

– ...E rosto! – completou ela rindo. Estava feliz, muito feliz.

– Mas é claro! E é claro que eu só estou com você por causa do seu dinheiro. Por que, quem iria querer uma esposa meiga, carinhosa, inteligente, sem contar que é magra, alta, linda e dos olhos verdes? – Ele sorriu – Eu te amo querida.

– Eu também te amo.

– Jun – ele ficou sério – eu tenho algo a lhe pedir.

– Me peça qualquer coisa que eu farei por você – ela ainda sorria para ele.

– Não sei se você vai concordar com isso – ele deu de ombros. O que ele tinha a propor era algo sério. Que talvez mudasse a vida deles para sempre.

– Qualquer coisa querido.

– Tem certeza?

– Sure!

– Bem, então se prepare para o meu pedido.

– Estou preparada! E pare de protelar que está me dando nos nervos!

Kakashi sorriu e mordiscou o nariz gelado da esposa, afastando seu rosto em seguida e lhe olhando diretamente nos olhos. Ficou sério e proferiu as palavras que deixaram Jun sem ar.

– Eu quero um filho seu.

Fim!