Steve e Bruce seguiram caminhando sozinhos em silêncio por bastante tempo, e um dos principais fatores desse caso era a perda da bolsa de Steve. Bruce sabia que Steve estava escondendo alguma coisa dele, mas não forçaria ele a contar, percebeu que Steve ficara muito desanimado com a perda dela e falar sobre a bolsinha não ia ajudar muito.

Eles cruzaram com outros baús pelo caminho, mas nem paravam para olhá-los, pois já sabiam o que havia dentro, pólvora. No começo, os baús pertubavam os dois, pois ninguém usava tanta pólvora assim, mas naquele momento, ninguém estava com vontade de parar para pensar.

–Steve, você ainda acha que vamos conseguir achar a saída? -Perguntou Bruce.

Steve pensou antes de responder, do que ia adiantar ele sai dali? A vida dele já era uma porcaria, se morresse ali mesmo, não perderia muita coisa.

–Bruce, não posso lhe responder essa pergunta, mas o que o seu pressentimento diz?

–Ele acha que estamos sem saída.

–Então estamso fritos.

A resposta não agradou muito Bruce, por isso não quis continuar a conversa.

O clima tenso ainda pairava no ar, e a escuridão que ia sendo iluminada pela luz das tochas logo sumia quando eles passavam. O medo apertava o coração dos dois, Bruce não queria morrer ali, tinha muita coisa para viver, queria se tornar um arqueiro, defender sua aldeia, se casar, viver uma vida. Steve não estava crente de que iam achar a saída, mas o que apertava o seu coração era o medo de morrer ali, morrer silenciosamente, lentamente, no escuro, sem nunca mais ver a luz do dia pelo menos uma vez. A ideia de suicídio passara, mas ainda sim achva que morrer não era coisa muito difícil naquela ocasião, principalmente para ele.

Após curvas e mais curvas, no final de uma eles avistaram ao longe por uma pequena passagem o nascer do Sol, era a saída. Ela estava bloqueada por algumas tábuas para que ninguém entrasse na mina, uma proeza que eles conseguiram.

–A saída, não vamos morrer! -Comemorou Bruce, ficando felez em saber que aquele dia não sera o dia de sua morte.

Steve não conseguiu segurar um suspiro de alívio. Ele e Bruce foram correndo para a passagem, ignorando as tochas que quando jogadas no chão, incendiaram as tábuas de madeira dos trilhos.

–Temos que apenas quebrar as tábuas para sair. -Disse Bruce sorrindo.

Pelas pequenas frestas, eles conseguiram olhar o Sol nascendo ao longe, e não puderam evitar um sorriso.

–Conseguimos, não morremos. -Comerou Steve se orgulhando dele e de Bruce.

–Mais uma história para contar. -Comentou Bruce.

–E quantas pessoas vão acreditar?

–O importante é que nós sabemos a verdade.

Novamente eles sorriram um para o outro, não conseguiam acreditar que consiguiram achar a saída. Mas essa alegria acabou de repente quando Steve perguntou:

–Que cheiro de queimado é esse?

Ao olharem para trás, viram o fogo que se alastrava pelo túnel aumentando cada vez mais, aproximando-se dos dois. A fumaça começou a crescer e a inundar o ambiente. Não demoraria muito para que os dois morressem tostados ali.

–Rápido, quebre as tábuas! -Gritou Steve percebendo a gravidade da situação.

Bruce e Steve chutaram, puxaram e socaram as tábuas, agumas cederam, outras não, e o desespero começou a crescer no peito deles novamente. Chegaram tão próximo para morrer ali. O fogo crescia rapidamente e não demoraria muito para alcançá-los. Eles suavam muito, suas roupas estavam encharcadas de suór, e elas grudavam em sua peles não ajudando muito naquela situação.

–Vamos morrer! -Berrou Bruce desesperadamente.

–Hoje não! -Gritou Steve em resposta.

Os dois começaram a usar mais força para quebra as tábuas. O fogo estava a metros de distância, tudo paracia perdido.

–Do mesmo jeito que quebramso a porta! -Gritou Steve.

Bruce balançou a cabeça em um gesto afirmativo mostrando que entendeu o plano.

Eles se preparam e então Steve gritou:

–AGORA!

Os dois se jogaram nas tábuas. Elas quebraram facilmente e os dois caíram para fora da mina a salvos. Correram para manter distância do fogo e chegaram no meio da mata. Se sentaram no chão e recuperaram o fôlego ali. Ao se entreolharem, começaram a rir, haviam conseguido fugir, haviam driblado a morte.

–Conseguimos, escapamos! -Comemorou Bruce.

–Eu já estava achando que morreria hoje. -Riu Steve lembrando daqueles momentos angustiantes que já eram passado.

–Vamos para a minha aldeia, eu sei o caminho, essa era a mina que eu estava pensando. -Disse Bruce se levantando.

Ele estendeu a mão para Steve se levantar e disse:

–Siga-me amigo.

Steve sorriu para ele. Mesmo que eles não tenha, percebido, aquele momento foi o início de uma grande amizade.

Depois de algum tempo, eles puderam avistar a aldeia ao longe. Steve percebeu que o clima ali daquela região era diferenta da onde ele vivia, era mais frio e as árvores eram predominantes de pinheiros. Não havia neve, mas em alguma época do ano com certeza nevava.

Quando entraram na vila, avistaram somente algumas pessoas que estavam cuidando de suas plantações de quintal, pelo fato de ser muito cedo. Eles foram para uma pequena casa de madeira, Bruce tirou uma chave de dentro de uma falha que havia na madeira. Destrancou a fechadura e quando a porta se abriu, ele comentou feliz:

–Lar doce lar.

Não era muito grande, a casa era quadricular, havia uma cama no fundo, com uma cômoda ao lado, uma fornalha ficava do lado direito juntamente com uma mesa em um banquinho, do outro lado estava um baú e ao fundo havia também uma porta que levava ao banheiro.

–É pequena, mas dá para viver. -Comentou Bruce. -Pode se deitar se quiser, eu tenho que falar como capitão das tropas, já volto.

Bruce saiu batendo a porta. Steve se jogou na cama completamente acabado, ignorando o fato de estar imundo e aquela não ser sua cama.Deitado, ele lembrou da manhã do dia anterior e de que estava saindo de casa. Então lembrou do sonho com Peter e John, e daquele terrível acontecimento que aconteceu certo dia. Sem nem mesmo perceber, Steve adormeceu e começou a sonhar.