Minecraft. O Ninho De Creepers escrita por Hermes JR


Capítulo 6
Perseguição em Alta Velocidade


Notas iniciais do capítulo

"Alguns inquietantes minutos de silêncio se passaram, e então Bruce decidiu arriscar."



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Conforme o carrinho seguiu pelos túneis, ele ia ganhando mais embalo e cada vez mais a sua velocidade aumenteva. Algumas vezes a velocidade caía, outras vezes aumentava, mas única coisa que eles tinham certeza era a de que eles não conseguiriam controlar o carrinho. Os esqueletos atiravam flechas que passavam perigosamente entre eles, mas por sorte nunca os acertavam, pelo fato de estarem em alta velocidade.

–Qual o plano? -Gritou Bruce para que sua voz pudesse ser ouvida através dos urros do vento, e gritando era o único jeito de se ser ouvido naquela situação.

–Precisamos fazer o carrinho pegar mais velocidade. -gritou Steve em resposta.

–Mais do que já está? -Indagou Bruce.

–O foco principal do meu plano é tombar o carrinho deles, se não estiverem em uma alta velocidade mesmo, não vai dar certo.

Uma flecha passou zunindo perto do ouvido de Bruce, assustando-o.

–Então é melhor agirmos rápido. -Gritou.

–Pois é, eu não quero levar flechadas novamente hoje. -Respondeu Steve.

A palavra novamente fez Bruce pensar pelo o que Steve havia passado naquele dia, isso o fez estremecer.

Eles seguiram pelos caminhos com o carrinho inimigo sempre em sua cola, nunca se afastando, porém, nunca chegando tão perto. Precisavam agir rápido, não demoraria para alguma flecha atingi-los.

De repente, eles passaram por uma descida brusca, fazendo com que a velocidade deles aumentasse.

–É agora ou nunca. -Gritou Steve, e dizendo isso, começou a se levantar.

–Mas o que você vai fazer hein? -Gitou Bruce.

–Rápido, me entregue uma tocha... EPA! -Steve que estava em pé se desequibrou e quase caiu para fora do carrinho. -Eu vou jogar no carrinho deles de modo que ele tombe. Agora me entregue e quando vier uma vira... UOU! E quando vier uma virada você me avise.

Bruce entregou uma das tochas para Steve e ficou de olho no caminho. O fogo estava prestes a se apagar por causa da incrível velocidade do carrinho deles. Algumas vezes Steve se desequilibrou, mas sempre se manteve em pé e dentro do carrinho. Flechas passavam por ele, bem perto, mas nunca o acertando.

–Se prepara Steve, lá vem uma curva! Ao meu sinal, e... AGORA! -Gritou Bruce.

Steve jogou a tocha contra o carrinho inimigo, porém, seu plano teve uma falha, na brusca curva, o velho carrinho perdeu uma de suas rodas e o controle ficou instável, fazendo com Steve errasse a mira e caisse para fora do carrinho. Parte ficou para fora e parte para dentro, suas pernas ficaram do lado de fora e o resto de seu corpo ficou do lado de dentro. Steve tentou se segurar em alguma coisa, mas não encontrou nada que servisse de apoio. Logo ele se apoiava com as mãos nas bordas do carrinho.

–Me puxe! Rápido! Aaaaaaahhhh!! -Steve não conseguiu distinguir direito o que houve, o carrinho tombou e ficou tudo escuro.

A escuridão engoliu os túneis num piscar de olhos e juntamente com ela o silêncio veio. Ninguém não ousou dizer nada, por causa do medo e da angústia que pairava sobre eles. E o barulho dos monstros cessara completamente também.

Alguns inquietantes minutos de silêncio se passaram, e então Bruce decidiu arriscar.

–Steve? C-cadê você?

Steve estava caído perto dos trilhos, ou pelo menos era lá que ele achava que estava. Todo o seu corpo doía. Ele tentou falar, mas sua voz saiu muito fraca, quase inescutável.

–E-stou a-aqui. -Disse ele fazendo um pouco de esforço.

Bruce percebeu que conseguiu ouvir a voz dele em algum lugar.

–Eu acho que os esqueletos já se foram.

Eles pararam para analisar o silêncio que pairava pelo ar e ele não foi quebrado por barulhos ou ataques de monstros.

–Ufa! Ainda bem, eu pensei que ia morrer hoje. -Suspirou Bruce aliviado.

–Eu penso isso quase todo dia. -Disse Steve agora se recuperando, mas ainda fraco.

Bruce procurou Steve pela escuridão, o que foi difícil.

–Ai! -Gritou ele.

–O que foi? -Perguntou Steve assustado.

–Eu bati em um dos carrinhos.

Steve revirou os olhos. Ele poderia achar qualquer pessoa no meio da floresta daquele jeito, mas conseguiu achar um arqueiro em treinamento completamente atrapalhado, pelo menos ele não estava sozinho perdido ali, caso contrário, tinha certeza de que não estaria mais vivo.

–Eu vou tentar acender outra tocha. -Disse Steve.

Ele arrancou peddaços de madeira velha dos trilhos e começou a esfregá-los um no outro. Depois de algum tempo, o fogo surgiu e ele colocou fogo no outro pedaço de madeira formando assim duas tochas.

–Acho que agora podemos ir. -Falou Steve se levantando lentamente e entregando uma das tochas a Bruce. De repente seu coração deu um salto. -A minha bolsa de couro, ela não está comigo!

A bolsa de couro de Steve que continha água, maçãs e sua estaca de madeira não estava mais com ele, seu coração deu um salto e toda a dor que atingia seu corpo parecia agora algo tão sem importância.

–Que bolsa de couro? -Perguntou Bruce.

–Nela estava comida, água e... -Steve pensou se devia falar sobre a lembrança de seu pai, não gostava de comentar o assunto da morte deles, e apesar de ele perceber que Bruce era um garoto de confiaça, não se sentiu a vontade de falar aquilo com ele.

–E...

–E... nada, tinha comida e água, podia nos ajudar pela nossa busca da saída. -Mentiu Steve, escondendo o fato de que lá havia a estaca de madeira que seu pai lhe dera.

Eles procuraram em volta por algum tempo, voltaram pelo caminho que vieram, sempre atentos a qualquer coisinha no chão, mas não encontraram nada.

–É Steve, eu acho que ela se foi, infelizmente. Mas meu arco quebrou na nossa queda, então somos dois. -Disse Bruce tentando consolá-lo.

Steve segurou um aperto na garganta, parecia que tudo estava prestes a explodir agora. A única coisa boa que lhe restava agora estava perdida em imensos túneis ou soterrado debaixo de muitas pedras. O consolo de Bruce não deixou que ele se jogasse no chão e se matasse. Sua vida já era ruim, e perder a única coisa que ele tinha de valor, e um valor sentimental, fazia com que ele tivesse a vontade de se matar.

–Vamos continuar, não podemos parar agora. -Disse Steve, e ele partiu na frente sem dizer mais nada, não queria que Bruce visse as lágrimas que escorriam em seu rosto.


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