Superando escrita por Arline


Capítulo 8
Capítulo 8 - A REFORMA E UMA CHANCE


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Era pra eu ter postado ontem, mas esqueci. Ops!
Então, aqui está mais um capítulo e espero que gostem.
Ah! Fiz um outro perfil e coloquei aqui, como co-autora. Essa conta minha está dando problema pra entrar às vezes e é melhor prevenir.
Ao capítulo! Nos vemos lá embaixo!



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A REFORMA E UMA CHANCE

Enfim segunda-feira havia chegado! Consegui sobreviver ao interrogatório do meu pai e ao ataque de beijos da minha mãe. Ela simplesmente surtou quando lhe contei o que havia acontecido na noite de sábado. Confesso que passei o domingo inteiro olhando para meu celular, pensando se ligaria ou não para Edward. Eu queria ouvir sua voz e me parecia que ia demorar tanto até que eu o visse novamente! Aquilo era coisa de gente idiota!

Antes de sair de casa, conferi se todo o arsenal necessário para a reforma do Rabbit estava correto. Assim que cheguei à escola reparei logo no estacionamento e ele estava do jeito que eu queria: cheio. Jacob, como sempre, estava em algum grupinho junto com as vadias que me humilharam também. Peguei o taco de baseball e o canivete e saí da picape, indo em direção àquele carro maldito. Os olhares das pessoas me acompanhavam, mas ninguém se moveu um só milímetro e, antes que eu pudesse começar a reforma, ouvi meu nome sendo chamado. Era Edward.

— Bom dia. — disse ele, dando aquele sorriso.

— Daqui a pouco digo se será ou não. — sorri.

— Ok, vá em frente, mas cuidado pra não se machucar.

Ouch! E ele estava preocupado comigo? Agora entendo os motivos que me fizeram sentir bem perto dele...

— Ficarei inteira. — falei e ele me deixou seguir.

Olhei em volta e vi Emily com um saquinho de pipocas, que ela dividia com Ben e Quil. Angela e Bree apenas observavam. Eles sorriram pra mim, assim como Rosalie e Emmett. Retribuí os sorrisos e parei em frente ao carro. Tirei o canivete do bolso da calça e abaixei, cravando-o no pneu. Houve um barulho, mas nada que me intimidasse. Fiz o mesmo processo nos outros três e depois quebrei todos os vidros, usando o taco.

— Isso aqui, Jacob, é pra eu não quebrar sua cara... — eu ia falando baixo, comigo mesma.

Tomei cuidado pra não me cortar e abri a porta, rasguei os bancos muito bem estofados. Rádio, DVD, enfeites... Foi tudo pro espaço. Saí e arranhei toda a lataria com o canivete, fazendo um barulho metálico e nojento ecoar, quebrei todos os faróis...

As pessoas começaram a cochichar e vi a cara de divertimento que Emmett fazia e em Edward havia algo como satisfação. Minha irmã estava de queixo caído — literalmente — e os meninos riam; Emily continuava em sua pipoca e Angela escondia o rosto entre as mãos, sacudindo a cabeça.

Voltei ao carro e sentei-me com cuidado, rasguei o painel e cortei todo e qualquer tipo de fio ou cabo que estivesse na minha frente e saí rápido. Vai que aquilo explode?

Minha bebê estava parada estrategicamente, de frente pra tudo aquilo e fui até ela, dando uma batidinha na lataria e sorri, imaginando como ela ficaria após as mudanças que Quil faria. Guardei as coisas que usei e peguei meu material e já estava indo em direção aos meus amigos — e agora Edward havia sido incluído nessa categoria —, quando meu nome foi gritado com fúria. Jacob vinha em minha direção como um touro bravo e mantive minha expressão cínica.

Uma olhada de canto e vi Emmett se mexendo, quase vindo em minha direção, mas Edward o deteve pondo uma mão em seu braço. Sim, ele sabia que eu ainda estava bem e não precisava de ajuda, mas quando fosse preciso, não hesitaria em pedir.

— Você é doida?! — ele gritou — Destruiu meu carro! Você sabe quanto gastei pra reformá-lo?! Vai se arrepender disso!

— Sei de cada centavo que foi gasto, fui eu quem o ajudou a ganhá-lo, esqueceu? Posso afirmar que não sou doida e nem vou me arrepender do que fiz.

Ele se aproximou mais e segurou meu braço, apenas o olhei e pus minhas coisas sobre o capô de minha Chevy. Agora teríamos briga.

— Eu avisei que você ia reviver algumas coisas... — disse ele e me puxou, me beijando de forma violenta.

Mantive-me inerte, parada e olhando todo aquele circo. Algumas pessoas gritavam, outras gargalhavam e vi o olhar de Edward em mim, a expressão ilegível. Senti nojo de Jacob, de suas mãos me segurando e de sua boca sobre a minha.

Ele me soltou e estava ofegante, um sorriso no rosto e os olhos brilhando.

— Acabou? — perguntei e ele assentiu.

Reuni todas as forças que eu tinha e o atingi em cheio no rosto, fazendo com que ele virasse.

— Nunca mais encoste suas mãos sujas em mim! Sabe o quê senti? Nojo! Você me enoja, Jacob Black. Se tiver amor à vida, nunca mais fale comigo, chegue perto de mim ou pense em pronunciar meu nome!

Ele me fitou com a expressão cínica e se aproximou novamente. Recuei um passo e ele riu.

— Admita que gostou... Sei que é apaixonada por mim, nunca conseguiu me esquecer!

— Engano seu. Nunca o amei pra dizer a verdade. Você é um ser desprezível que só sabe se aproveitar dessas idiotas que caem de amores só por causa de um sorriso. Você é um nada!

Sua expressão tornou-se sombria e o vi erguer a mão pra me esbofetear, mas antes que ele conseguisse seu intento, um soco o atingiu em cheio e ele caiu. Emmett apareceu bem na hora.

— Odeio selvageria... — disse o grandalhão, me afastando dali.

Tanya veio correndo em minha direção, sendo acompanhada pelo diretor. Mais um problema...

— Olha ela aí! Foi ela quem destruiu o carro de Jacob! — a vadia gritou.

— Alguém, além de Tanya Denali, viu alguma coisa? — o Sr. Greene perguntou, ignorando Jacob caído e gemendo de dor.

Silêncio, ninguém disse nada.

— Tanya, tem certeza do que viu? Todos estão aqui e caso Isabella tivesse feito algo, alguém mais teria visto.

— É claro que foi ela, diretor! Todo mundo viu e Jake está caído no chão!

— Ora, senhorita! Acha que Isabella seria tão forte ao ponto de conseguir derrubar Jacob? Isso está mais parecendo um caso de roubo seguido de vandalismo...

Segurei a risada e Emmett fez o mesmo. As pessoas olhavam meio incrédulas para o diretor, que estava claramente ignorando as evidências contra mim.

— Senhor Black, sugiro que chame um reboque, o estacionamento da escola não é ponto de desova para ferro-velho e vamos todos à aula! Dispersando! — Sr. Greene gritou e veio até mim.

— E a senhorita, mantenha-se longe, bem longe do meu carro! — ele falou baixo, dando uma risadinha.

Emmett me manteve sob seu braço, me dando apoio e impedindo que qualquer pessoa chegasse perto de mim. Tanya me fulminava com os olhos e dei-lhe um sorriso cínico. Se fosse possível naquele momento, ela teria me matado e disso não tenho dúvidas.

Meus amigos vieram até mim e me abraçaram todos ao mesmo tempo, me deixando momentaneamente sem ar. Bree ficou de longe, mas vi um meio sorriso em seu rosto. Como eu estava sentindo falta daquela filha da mãe!

Ali eu me livrei de Jacob, mas ainda havia outras três... Elas ainda iam me pagar. Era por mim e por Rosalie agora.

— Bella! Oh, meu Deus! Você está bem? Se machucou? — perguntou Rose e ela estava bem nervosa.

— Calma! Estou bem, Rose. Só se acalme.

Seguimos para dentro da escola, mas Edward estava mais afastado de nós, andando meio alheio a tudo. O que teria acontecido?

As aulas seguiram de forma quase normal; alguns olhares, cochichos, professores querendo saber o que havia acontecido... Por um instante senti-me intimidada com tudo aquilo, mas ainda não era a hora de parar. Essa história de vingança estava indo longe demais, disso eu tinha absoluta certeza, mas como já havia dito antes; eu iria até as últimas consequências.

No meio da aula, entre uma explicação e outra, Edward perguntara como eu estava, se havia me machucado, se Jacob havia falado algo mais que ninguém ouviu... Ele estava mais nervoso do que eu... Tentei tranquilizá-lo, mas acho que não surtiu muito efeito. A tensão estava presente, me fazendo lembrar tudo o que mal acabara de acontecer.

O sinal do intervalo tocou e com ele veio meu nervosismo. Como seria? A confusão já estava armada e, independente do que aconteceria, eu estava preparada.

— Isabella. — Sr. Mason me chamou, eu já estava na porta.

— Sim? — voltei e vi Edward me esperar na porta. Oh, droga!

— Por favor, se algum dia eu lhe der uma nota baixa, não desconte no meu carro, sim? — disse ele de modo divertido. Eu até ri disso.

— Pode deixar, sei que o senhor tem uma moto também! — falei e saí, ainda ouvindo sua risada e eu o acompanhando.

Ao meu lado, Edward andava calado, mantendo uma distância não muito grande. As pessoas nos apontavam, comentavam, davam risadinhas e aquilo estava me irritando profundamente. O circo já tinha sido desmontado, todos viram o que tinham pra ver, riram do que tinham que rir, mas pareciam sempre caçar algo mais pra falar mal, pra apontar.

— Mas que cacete. — sibilei.

— Ainda está nervosa? — a voz de Edward penetrou em meus ouvidos e me assustei. Ele estava tão calado...

— Não, é só esse bando de desocupados que ficam apontando a gente e cochichando. Desculpe pelo palavrão, saiu sem querer.

Ele riu e sacudiu a cabeça, como se curtisse uma piadinha particular. Ele era um poço de mistérios...

No refeitório, por mais que eu quisesse fugir de minha irmã ou sentar longe de Edward, não seria possível... Aquilo mais parecia uma feira livre; juntaram mesas e todos estavam sentados juntos. Gemi de frustração internamente. Eles iam me perturbar...

Sentei-me, mas Edward continuou de pé e chamou Emmett, seguindo pra algum lugar que preferi não saber qual era. Fiquei conversando com o restante do pessoal e minha irmã manteve-se calada, apenas ouvindo. Ninguém tentou fazer com que nos aproximássemos e seria melhor assim. Nos conhecíamos o suficiente pra saber que esse tipo de coisa não daria certo; acabaríamos por xingar quem tentasse tal coisa.

— Aqui — disse Edward, colocando a bandeja na minha frente —, alguém precisa repor as energias e um pouco de gordura saturada não vai matar.

— Obrigada, não precisava se incomodar. — respondi e ganhei um chute. Opa! Foi de Angela!

— Uma pequena retribuição pelo lanche e o bolo de sábado. — disse Edward e meus amigos engasgaram.

— Uhn? Bella esteve com você, te levou um lanche e fez bolo? — disse Ben — Alguém quer me fazer o favor de explicar o quê está acontecendo aqui?

 Abstive-me de qualquer tipo de comentário, assim como Edward.

— Vamos conversar seriamente sobre isso. — disse Ben e o ignorei mais uma vez.

...

Ok. Me diz como uma pessoa consegue destruir um carro sozinha e sem se machucar, mas não consegue acertar uma bola? A educação física foi pior do que as outras vezes; caí mais que o normal; me dei mais boladas do que a bizarrice permitia e acho que contrariei várias Leis da Física... Edward me ajudava e mesmo disfarçando, ria de quando eu fazia algo extremamente estúpido.

O nosso professor, treinador Clapp que é como ele gosta de ser chamado, me lançava olhares meio tortos que ignorei por completo. Ele era um dos que não gostavam de mim e a recíproca era verdadeira, eu também não gostava dele. Algumas das alunas quase morriam de tanto suspirar quando ele passava ou as ajudava em alguma coisa, sempre deixando a mão escorregar mais, apertar mais... Nojento.

Saí do vestiário com a cabeça pesando de tanto ouvir as meninas falando de mim como se minha presença fosse insignificante e mordi a língua diversas vezes pra não falar demais e acabar complicando ainda mais minha situação. Esconder tudo dos meus pais estava sendo uma tarefa árdua e tive que agradecer mentalmente pelo Sr. Greene não os chamarem pra comunicar os últimos acontecimentos... Mas eu ia contar. Não sei quando, mas ia.

Apenas alguns carros ainda estavam parados pelo estacionamento, inclusive aquele reluzente Volvo prata. Meu coração perdeu uma batida quando vi Edward encostado na lataria; os cabelos mais desalinhados que o de costume. Só então reparei de fato nele; jeans escuro, camisa pólo azul, casaco e sapatênis, além de óculos escuros. Engoli seco diante de tal visão. Ele estava inumanamente lindo e quase me estabaco no chão, depois de tropeçar nos meus pés.

Fui em sua direção, mas sem poder afirmar se estava sendo vista. O nervosismo passou por meu corpo, meus lábios ressecaram e os mordi, com medo de falar algo desnecessário.

— Oi. — falei e abaixei a cabeça, a vergonha surgindo — Aconteceu alguma coisa?

— Não sei. Aconteceu?

É, por sua voz deu pra notar uma pontada de mal humor.

— Fora a loucura de mais cedo, acho que não aconteceu mais nada. — falei e encostei-me à lataria.

— Então... Foi só isso. — respondeu ele, de modo evasivo e cruzou os braços.

O silêncio imperou e nos perdemos em nossos pensamentos e inquietações. Alguns professores e alunos passaram por nós; alguns comentaram algo, outros não se importaram, mas aquilo me incomodava. Era como se me dissessem que ali não era meu lugar, que Edward não poderia ser meu amigo, que era errado.

Ainda esperando por Emily, vi quando Rosalie vinha saindo com Emmett e sorriram quando me viram. Ouvi que minha amiga teria que ficar na escola e não poderia me dar carona e eu teria que ir a pé pra casa, uma vez que Quil levaria minha picape pra sua oficina.

— E eu esperando por ela... Obrigada por avisar. — falei e sorri — Emmett, obrigada por me defender, não era sua obrigação.

— Não foi nada... Só quebrei dois dentes dele. — o grandalhão respondeu e sorriu, fazendo duas covinhas surgirem em suas bochechas.

— Ei! Almoce lá em casa hoje, mamãe ficou enlouquecida com você! Todo mundo te adorou e Vittorio só sabe falar da tia nova dele.

Uhn? Tia nova? Dei um sorriso amarelo e continuei a falar.

— Melhor eu ir pra casa... Agradeço o convite, mas podemos deixar pra outro dia?

Ela balançou a cabeça, concordando com o que eu acabara de falar e se despediu, dando-me um beijo no rosto e entrando no carro, sendo logo seguida pelo namorado. Um silêncio se instalou e eu e Edward nos encaramos por um instante. Uma ideia estúpida passou por minha cabeça, mas depois do dia de hoje tudo estava valendo, até mesmo um fora...

— Ahn... Quer almoçar lá em casa? — perguntei de uma vez, esperando o não.

— Onde ninguém possa cochichar?  Ou é só pela carona? — ele tinha razão de falar aquilo.

Fiquei quieta, mas ele respirou fundo e pegou a chave de seu carro. Aquele era o sim.

Durante o curto percurso, fui pensando no quê falar. Realmente as pessoas ficarem observando, apontando e cochichando me incomodava muito.  E logo eu, que havia dito que não mais me incomodaria com a opinião alheia...

Edward ficou meio desconfiado com o lugar, afinal, ele não sabia que eu morava ali com Bree, mas não disse nada; ficou na sala, fitando o nada. Achei melhor ficar quieta também, pelo menos por hora. Segui até a cozinha, fiz um chá pra ele e em seguida fui tomar um banho antes de preparar o almoço. Talvez as coisas fossem mais fáceis se eu pensasse um pouco mais.

Ao retornar, reparei que ele continuava na mesma posição; nem um milímetro fora do lugar. Talvez tivesse acontecido algo mais... O chamei para a cozinha e ele agiu meio que mecanicamente. Estranho.

— Aconteceu alguma coisa? — perguntei, não mais aguentando ficar calada.

— Ainda não.

— Quer falar sobre isso?

Ele apenas fez que não com a cabeça. Eu estava ficando tonta de andar pela cozinha e Edward parecia alheio a tudo. Às vezes ele espirrava e eu ria de sua cara emburrada, mas nada que o fizesse falar. Bem, só eu falaria.

— Me desculpe por mais cedo. Além de estar puta da vida, ainda tive que ouvir um bando de desocupadas falando gracinhas e meus amigos perguntando sobre tudo... Não foi minha intenção omitir que estive em sua casa.

— Sei que não. O problema mesmo é só que você se incomoda com o fato de as pessoas estarem pensando se temos ou não alguma coisa.

E não é que ele estava com a razão? Mas não era incômodo por pensarem isso exatamente... Era mais pelo fato de eu achar que aquilo era impossível.

— Bem, você tem razão em algumas coisas. Realmente ouvi algumas meninas falando sobre isso no vestiário, mas é tão absurdo!

— Seria absurdo que você me interessasse de alguma forma? Por qual motivo?

Merda! Parei o que estava fazendo e o encarei. Pensa Bella! Pensa! Ele não disse que está interessado em você, foi só uma situação hipotética.

— Ora... Os motivos são óbvios! Nós não temos nada em comum...

— Seus motivos são bem fracos. Não me convenceu e acho que nem a você mesma... Vamos lá, você consegue fazer melhor do que isso.

Eu não tinha pra onde correr... Ele me parecia quere mesmo saber dos meus motivos e eu não estava disposta a contar tudo. Talvez eu conseguisse inventar alguma coisa... Talvez, se eu deixasse de olhar pra ele... Parecia que ele conseguiria ler minha alma quando me olhava daquela forma.

— Bom... Eu tenho olhos, Edward e vejo muito bem como algumas meninas se jogam pra cima de você e a diferença que me separa delas é bem grande. Aprendi a me olhar no espelho e, me comparando a elas, não é muito difícil de imaginar quem seria “a eleita”, não é? Não que eu tenha sequer imaginado algo assim, só estou seguindo sua linha de raciocínio e...

— Bella! Pare de falar! Quase que você acaba com o meu raciocínio!

E eu fiquei ali, olhando pra ele igual a uma idiota. Ele me pede pra falar e quando eu começo me manda parar? Eu hein!

— Você está errada. Eu sequer dou a mínima atenção a essas meninas e mal sei o nome delas. E está errada também com relação a quem seria ou não “a eleita”. Pelo que eu saiba, só há uma garota naquela escola que me interessa e estou olhando pra ela agora mesmo.

Para tudo! Como? Eu estava entendendo bem o que ele disse ou era só minha mente que estava me pregando uma peça bem sem graça?

— Não vou mentir pra você, até porque, não há necessidade... — disse ele, enquanto eu tentava ocupar minha mente com o almoço. Eu não estava ouvindo bem, eu não estava ouvindo bem... — Meu interesse por você vem desde o primeiro dia que te vi, mas isso se tornou maior do que um simples interesse... Eu... Eu não sei mais como fazer pra controlar isso.

Oh, meu Deus! Eu queria tanto a minha mãe! Ela nunca estava por perto em momentos como esse... Não! Eu não estava com medo de Edward; eu sabia que ele não me agarraria nem nada do tipo, mas ouvir aquelas coisas era tão estranho... Alguém interessado em mim? De verdade? Sem nenhum interesse escuso por trás disso? Claro que não... Era a fumacinha que estava saindo da panela que estava me deixando meio surda. Era isso!

— Bella... Eu não falei isso pra te pressionar a nada, ok? Também não vou ficar voltando a esse assunto; só falei pra que soubesse que alguém pode sim se interessar por você.

— Ok.

O que mais eu poderia dizer? Era muita informação pra minha cabeça... Muita informação...

Almoçamos e não tocamos mais naquele assunto, realmente, e até conseguimos terminar nossos trabalhos pendentes. Confesso que por vezes eu fingia ler ou escrever alguma coisa, mas na verdade, eu ficava observando Edward. Eu ainda estava meio aérea...

Quando chegou a hora dele ir embora, fiquei bem sem graça por ele dizer que passaria no dia seguinte pra me dar carona. Eu até quis recusar, mas não havia nada de mal naquilo e acabei cedendo.

— Edward... Seria pedir muito que você me desse uma chance? Só uma chance de me acostumar com... Com o que você disse?

— O quê? Que eu gosto de você? — ele sorriu torto e minhas bochechas ficaram bem quentes — Não se preocupe com isso, ok? E não esqueça que amanhã eu passarei aqui.

Apenas balancei a cabeça e mais uma vez, fiquei na ponta dos pés, com intenção de lhe dar um beijo no rosto... Mas ele se abaixou, tentando alcançar minha bochecha... E minha respiração ficou suspensa, quando senti seus lábios bem perto dos meus. Muito, muito perto mesmo.

— Hum... Até amanhã. — falei, tentando não demonstrar o nervosismo que eu estava sentindo.

Ele riu e acenou, seguindo logo para seu carro.

Meu Deus, meu Deus, meu Deus! Por que eu não virei o rosto só mais um pouquinho? E ele gostava de mim também! Isso era quase inacreditável! Bem, pelo visto, eu ia me acostumar rapidinho com aquilo...


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Notas finais do capítulo

Por hoje é só e gostaria muito que comentassem. Me digam mesmo o que estão achando, não fico chateada não. Só não venha com ofensa, pq aí... Enfim! Até sexta e fui!