Superando escrita por Arline


Capítulo 27
Capítulo 27 - AMOR MAIOR


Notas iniciais do capítulo

Rélou pipou! :)


Como vocês estão? Todos bem? Espero que sim. Vamos a mais um capítulo? Espero que gostem dele! Me digam, sim?


Ah! Comentários = post no fim de semana, sem falta.



Bjs e até!



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AMOR MAIOR

POV BELLA


Eu não poderia dizer que fiquei assustada com a notícia da gravidez; fiquei assustada por não ter notado mesmo. Edward estava certo quando pediu que eu desse um tempo, que tentasse me organizar e não manter aquele ritmo tão louco, mas eu simplesmente queria ser boa naquilo que escolhi fazer, queria mostrar ao meu pai que ser médica era tão importante — se não mais — quanto ser advogada. Eu queria que ele tivesse orgulho de mim. Mas, com o passar das horas quase insones naquele hospital, eu decidi que eu queria ter orgulho de mim mesma. A faculdade ficaria pra depois; uns anos a mais ou a menos não faria tanta diferença assim... E bem, não era como se eu precisasse de um diploma.




Logo pela manhã contei a Edward sobre minha decisão e eu ri de sua carinha alegre. Ele estava mesmo doido pra me ver longe daquele monte de professores e colegas bonitões. Ele disse que depois que nosso bebê nascesse o respeito dos homens seria maior, já que quase não respeitavam a reluzente aliança que eu usava. Confesso que era estranho receber elogios e convites nada agradáveis a uma mulher casada. Eram caras de pau mesmo.




Saí do hospital com uma consulta marcada para a semana seguinte; eu teria que começar a cuidar muito bem daquele bebê se não, era capaz de Edward ter uma síncope... Ele me fez jurar pela felicidade do nosso filho, que eu seguiria corretamente as ordens médicas. Minha gravidez seria incrível...




E mais incrível ainda, seria dar aquela notícia a todos. Meus pais surtariam, com certeza; Charlie realizaria seu sonho de ser avô e deixaria Edward em paz, pararia de pegar no pé dele por um tempo. Embora Esme e Carlisle já tivessem Vittorio, eu sabia que eles também adorariam a notícia, ainda mais com o pequeno — nem tão pequeno mais, já que agora ele era um jovem rapaz de nove anos — morando tão longe. Eu estava me preparando psicologicamente para os gritos, choros, abraços e todas aquelas coisas bem típicas de minha mãe. Eu conseguia visualizar perfeitamente seus olhos marejados e a felicidade praticamente explodindo.




Edward estava inexplicavelmente adorável com aquela carinha boba e a mão fazendo carinho em minha barriga; a qualquer momento ele derreteria bem ali, na minha frente. Os olhos nunca estiveram tão verdes e límpidos, felizes.



— O que você acha que é? — perguntei, infiltrando minha mão por seus cabelos revoltos e macios — Eu queria um menininho. Meu pequeno Edward.



Minha barriga vibrou com sua risada, me causando uma sucessão de pequenos risos; aquilo era estranho e fiquei pensando se seria daquela forma quando o bebê mexesse.



— Teremos uma linda menininha de cabelos castanhos e belos olhos brilhantes e felizes. Nossa pequena anjinha.



— Você está tão fofo, Edward! É tão bonitinha essa sua carinha de papai bobão!



Era mesmo muito, muito adorável ver as bochechas coradas e os lábios levantados meio de lado, num riso completamente feliz e incontido.



— Só estou feliz, Bella. Ter descoberto que eu poderia ter filhos foi muito bom, de verdade, mas ainda parecia algo muito distante... Agora não. Agora tem uma coisinha nossa bem aqui — mais um afago em minha barriga —, crescendo. Em poucos meses eu poderei tocar, sentir o cheirinho, ver... E vou estar por perto por uns cinquenta anos, que é quando ela poderá começar a pensar em namorar.




Explodi em uma gargalhada, deixando Edward mais vermelho ainda. Palavras incompreensíveis eram ditas pra minha barriga e alguns beijos estalados eram espalhados por ali.



— Meu Deus! Você está um absurdo de tão fofo! E esse ciúme te deixa muito mais bobão!



Edward se afastou de minha barriga e deixou seu rosto bem perto do meu, fugindo quando tentei lhe dar um beijo.



— Seria bom se você parasse de dizer essas coisas a meu respeito... Minha filha vai pensar que eu sou um homem completamente idiota, daqueles que recebem ordens da mulher e ainda sorriem ao dizer que fará tudo que ela quiser.



— Amor... Você adora receber ordens! E sorri quando diz que fará tudo que quero. — sabendo que eu estava certa, Edward não retrucou, apenas dividiu o peso de seu corpo e afundou o rosto em meu pescoço. Minha mão voltou a seus cabelos, deixando mais bagunçado — Não se preocupe, sim? Nossa filha saberá que você é um cara hiper mega incrível e que não se deve brincar com a ira do papai.



— Não mesmo! Eu posso até fazer tudo que você quiser, mas ela terá que aprender que se o papai disser que o garotinho muito simpático não presta pra ela, é porque não presta.



E eis que surge um discípulo de Charlie Swan... Minha pequena nem havia nascido e já estava com sérios problemas.



— E se for um menino, hã? A loira peituda será uma ótima diversão, a morena de bunda grande será incrível por uma semana... Como fica isso, Edward?



Em um movimento meio brusco, Edward saiu de cima de mim e fez uma careta de dor. Eu não tinha culpa alguma se alguns fios de seu cabelo ficaram presos entre meus dedos... Ele que fosse mais delicado.



— Tenho certeza que se o mantivermos longe de Emmett, teremos um cara bem parecido comigo. Não quero que meu filho troque de namorada como quem troca de roupa, sem se importar com os sentimentos alheios; quero que ele encontre uma mulher hiper mega incrível, como eu encontrei você.



Tinha como não amar uma pessoa tão fofa?



— Mas eu quero que nossa menina encontre um cara que seja bom pra ela, como você é pra mim.



— Pra quê outro, Bella? Ela terá a mim e aos nossos pais... Não precisará de mais homens incríveis.



Aquela discussão renderia muitas horas de risadas... Era certo que uma menininha seria vigiada, protegida, mimada... Mas um menino? Eu duvidava muito se Edward não o ensinaria a paquerar as coleguinhas da escola, se não lhe daria algumas Penthouse’s quando a adolescência chegasse... E nossos planos estavam indo longe demais, muito longe; imaginar aquelas coisas, naquele momento, não era o mais apropriado. O momento era pra pensar em nomes, fraldas, móveis e decorações infantis.



Fiquei surpresa quando Edward me mostrou algumas revistas e as páginas marcadas com os quartinhos que ele mais havia gostado. Por isso ele demorou quando disse que precisava ir ao mercado e abastecer o carro... E mais surpresa eu fiquei, por ver que todos os quartos eram de menina.




Três horas depois de muito olhar, nos decidimos por três quartos. Mesclaríamos a decoração, móveis e cores. Eu queria branco com lilás, ele queria branco com rosa... Acabamos ficando com meia parede pra baixo pintada de lilás e meia parede pra cima pintada de branco com borboletinhas rosas — ok, ele não era bom em escolher cor de borboleta, mas... E eu queria ver se fosse um menino! Aquela coisa de intuição de mãe não estava funcionando comigo; eu simplesmente esperaria até que o bebê quisesse se mostrar ou teria que confiar na intuição de Edward.




Mesmo sem saber, Emmett foi escalado pra ajudar com a arrumação do quarto, e eu sabia que ele adoraria um pouco de bagunça e algumas risadas. A notícia seria dada em poucas horas, durante o jantar na casa de Esme. Edward estava ansioso e pediu que eu o deixasse contar a todos que um bebê estava a caminho. Eu poderia deixar que ele fizesse aquilo.



(...)





Levantar, tomar banho e me arrumar não foi difícil; mas tirar Edward da cama... Ele queria ficar jogado ali, apenas olhando e acarinhando minha barriga, como se a qualquer momento aquilo a fizesse crescer e deixá-lo completamente feliz. Em algum ponto daquele dia ele pediu que eu colocasse uma almofada sobre a blusa, só pra ter uma noção — estranha — de como ficaria minha barriga dali alguns meses. Bem, por sorte eu não teria coisas com babados saindo de mim...




— Dez minutos, Edward! Um minuto a mais e eu te deixo aqui e conto a todos que estou grávida! E cada minuto excedente conta como menos um dia de sexo!




Tudo bem que eu estava sendo chata, mas Edward estava enrolando por quase uma hora já! Tenha paciência pra uma coisa dessas!




— Ei! Isso não se faz, ok? Chantagem usando sexo, não, Bella. E eu já estou pronto.




Aquela era minha única arma pra qualquer coisa... E era incrível que mesmo morando perto, nós nunca chegávamos no horário certo à casa de Esme. Nunca!



POV EDWARD





Eu realmente não me importava de ficar em segundo plano. Não quando a atenção de todos estava em Bella, em como ela estava e tudo mais; Alice a abraçou tanto, que cheguei a pensar que ela ficaria em ar a qualquer momento. Tive que suprimir a risada quando Rosalie passou discretamente a mão sobre a barriga de Bella, como se perguntasse se estava tudo bem com sua sobrinha e afilhada.




Ninguém acreditaria se eu dissesse que sonhei com uma garotinha de cabelos castanhos, por isso preferi ficar quieto e dizer à Bella que eu tinha certeza que seria uma menina. Certezas também podem falhar às vezes, mas não seria assim, eu sabia mesmo que era uma menina.




Charlie me olhava de forma ameaçadora, como se o mal estar de sua filha fosse por culpa minha... Tudo bem, até era um pouco minha culpa, mas a neta dele simplesmente cansou de ficar quieta e esperar que a mãe notasse que ela estava ali e se dependesse de Bella, só na hora do parto ela se daria conta de algo estava acontecendo. Teríamos sérios problemas com aquela pequenina... Se fosse como Vittorio, eu teria cabelos brancos mais cedo do que o esperado.




— Gente! Atenção aqui, por favor! — Alice gritou e nos viramos pra ela, atentos ao que viria — Eu tenho uma notícia pra vocês... Estamos de volta! Não vamos mais voltar à Itália.




Pobre de minha irmã... Eu acabaria com sua alegria em dois tempos...




— Pois eu tenho uma notícia muito melhor, Alice... — recebi um rolar de olhos por parte de Bella, como se me chamasse de criança. Ok, eu estava mesmo sendo infantil por acabar com sua alegria.



— Não vai me dizer que você finalmente decidiu largar a faculdade e procurar algo que realmente te agrade?!




Meu pai viveria me atormentando com aquilo...




— Bem, também... Mas a notícia mesmo é que Bella... Eu... Nós estamos grávidos.




E tudo começou... Renée chorando, Charlie dizendo que não estava bem, minha mãe quase explodindo de tanto rir e Rose e Alice sufocando Bella em um abraço. Meu pai, Emmett e Jasper pularam em cima de mim, me derrubando no chão e amassando meu corpo inteiro. Emmett pesava pra cacete.




— Ah! Meu garoto agora é papai! Eu sabia que aqueles atrasos pra chegar aqui acabariam dando nisso!




Emmett era tão, mas tão indiscreto... Minhas bochechas estavam quentes depois daquela gracinha.




Meu pai me abraçou o mais apertado que pôde, desejando felicidades e dizendo o quanto estava muito, muito feliz mesmo por ser vovô outra vez.




— Ah, mas eu vou te matar! — Charlie correu e grudou em meu pescoço, me chacoalhando mais que liquidificador — Você engravidou meu bebê, seu cretino!




— Char... Char... — eu estava ficando sem ar naquela porra e ninguém me socorria... O jeito era me fingir de morto mesmo... Fechei os olhos e deixei que meu corpo caísse outra vez.




— Papai! Pelo amor de Deus! Edward dorme comigo, o senhor acha que a gente joga pôquer esses anos todos?




Depois da desgraça feita, Bella me defende... Que ótimo! E minha bunda estava doendo.




— Levanta daí, homem frouxo. — Emmett me deu um chute nas pernas e eu gemi. Aquilo doía, cacete!




Abri apenas um olho e vi Charlie abraçado à filha, chorando e rindo ao mesmo tempo. Bem, talvez já fosse seguro eu ressuscitar.




— Você sabe mesmo chamar a atenção, hein? — Alice ria enquanto falava comigo e me abraçava — Parabéns pelo bebê! Que você descanse muito agora, porque os próximos anos serão tensos!




Ah, mas eu sabia muito bem como era! Enquanto ela tirava seu sono de beleza, eu cuidava de Vittorio.




O bom de ter quase sido morto por meu sogro, foi que a filha dele estava cheia de carinhos e cuidados comigo... Beijos, carinhos e uma promessa de massagem depois. Eu amava meu sogro.




— Um primo! Weeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!




Vittorio esperou um momento de silêncio pra manifestar sua alegria, e até correu pela casa com as mãos pra cima, nos fazendo gargalhar.




O jantar correu em meio a conversas sobre bebês e com minha mãe apertando minhas bochechas a cada cinco segundos; ela fez questão de sentar-se ao meu lado e não escondia mesmo que estava feliz. Renée também não fazia a mínima questão de esconder que estava encantada com aquilo e volta e meia eu a olhava e notava sua mão se mexendo sob a mesa e um sorriso no rosto de Bella. Mais uma que passaria horas e horas com a mão na barriga inexistente.




— Agora o Edzinho vai pirar muito com a Bellinha! — Emmett se pronunciou e temi pelo que viria a seguir — Ele andava meio tristinho porque as coxonas estavam sumindo aos poucos, mas agora elas vão voltar! — eu não achei graça, mas acabei rindo — O infeliz vai se dar bem de qualquer forma... Coxonas, peitões, bundão... Rose, vamos fazer um bebê, mulher!



— Emmett, você tem noção de que está falando da minha mulher e da minha irmã, certo? Eu não quero mesmo ser obrigado a te matar, então, sugiro que você cale a boca e pare de olhar os peitos da Bella.



— Peitos? Eu estou é olhando a cara suja dela e tentando não rir!




Ok, todo mundo estava olhando a cara suja de Bella e tentando não rir; eu daria um jeito de limpar depois, sem que ela percebesse muito, mas Emmett se adiantou com a coisa toda e sua imensa delicadeza...




— Oh, meu Deus! Vocês são terríveis! Anjinha, olha bem a família que você escolheu... — Bella falava com a barriga e fazia uma cara sofrida, mas que nos fazia rir — Seu pai é um idiota completo, assim como seu tio Emmett. Seus avós... Eles também não são normais. A tia Alice vai te dar muitas roupas e eu vou economizar um bom dinheiro. Ela é legal! — isso fez minha irmã rir — Vittorio é um amor e vai cuidar de você, eu sei disso. E seus dindos... A Rose é doida, bebê! Ela vai achar que você é um enorme e rosado cup cake e vai querer te morder!




— Ainda bem que você sabe disso, Isabella. Quem nunca deu umas mordidinhas em um bebê que atire a primeira pedra!



— Faltou eu... Eu sei que sou estranho e tudo mais, mas faço parte da família também!




Pobre Jasper... Estava mesmo triste com aquilo.




— A Rose me interrompeu, Jasper... Eu ia dizer que você é o dindo inteligente, que vai ensinar um monte de coisas legais.




Uh! Silêncio. Um olhando pra cara do outro. Jasper mais pálido que o normal, os olhos brilhando e uma expressão de quem segurava o choro.




— Eu? Padrinho? Do... Da... É... Oi?



— É, Jasper! Padrinho, dindo, mais um bobão... Você mesmo, homem!




Meu pai bateu em sua cabeça com demasiada força e o pobre até balançou um pouco, mas aquilo o fez entender, pelo menos.




— Bella, isso é demais! Obrigado.



— Eu é que agradeço por você ser o mais normal... Minha pequena Lilian ficará feliz.




Até eu fiquei surpreso com o nome escolhido. Era o mesmo nome da irmã de Jasper, e pelo sorriso enorme que ele mostrou, a escolha fora acertada. Pequena Lily.



— E vocês nem pra nos dizerem logo que é uma menina! Eu preciso pensar no enxoval e a informação é importante!




Bella estava certa em mais uma coisa... Alice não nos deixaria gastar nada. Mas era muito ruim que a doida compraria tudo!




— Na verdade, Alice, nós não sabemos ainda.



Eu sei, Bella. É uma menina! Eu sou o pai, oras!




À exceção de Charlie, todos soltaram um “own” e sorriram, enquanto minha mãe apertava minhas bochechas mais uma vez.




Eu fui praticamente abandonado em um canto da sala, vendo a felicidade de Bella e de todos à sua volta, fazendo perguntas, sorrindo ou simplesmente a observando. Ela estava realmente linda, radiante e atraía as atenções naturalmente.




Estávamos completamente felizes.



(...)

Dois meses depois




E lá íamos nós a mais uma consulta... Eu estava realmente ansioso e esperançoso; minha pequena não queria mesmo deixar que Bella tivesse certeza que ela era uma menininha e talvez conseguíssemos alguma coisa. Susan era uma boa médica; paciente e completamente divertida, havíamos gostado muito dela e de seus conselhos... Bella estava se recuperando bem de sua anemia, embora soubéssemos que ela não ficaria cem por cento, e seu peso também estava se adequando ao tempo de gravidez.




Dentro de quatro meses teríamos nossa pequena Lily nos braços e poderíamos dar a ela todo o amor que existia em nós. Era algo insano, assustador e completamente maravilhoso. Saber sobre Lily me fez entender o amor que meu pai sentia por nós, suas broncas e todas as vezes que ele dizia que tudo o que fazia era porque queria nosso bem. E eu queria o melhor pra ela.




Não escondi meu sorriso quando fomos chamados e Bella levantou, exibindo sua barriga redondinha de cinco meses. E era inevitável não rir quando Bella dizia que sua barriga só aparecia mais pelo fato dela ser gordinha.



Como sempre, Susan nos recebeu com sorrisos e perguntas disparadas em curto espaço de tempo; ela se parecia muito com Emily no que dizia respeito a falar sem parar... Minha prima queria voltar pra Forks no segundo seguinte após saber que Bella estava grávida; foi um tanto complicado fazê-la entender que o bebê tinha o tempo certo pra nascer e que ela não poderia simplesmente largar seu emprego. Na verdade, todos meio que surtaram e queriam seguir seus passos insanos; ainda bem que Charlie era bom em conversar — ameaçar — e os convenceu a voltar — se não fosse atrapalhá-los — quando Bella completasse os nove meses, uma vez que todos queriam estar presentes.



— E então? Como estamos? Teve enjoos, Bella? Notou algo de diferente, alguma dor? Dores de cabeça? Dor de dente? E as costas?



Eu comecei a rir e Susan parou de falar, me olhando sobre as lentes dos óculos. Que culpa eu tinha se ela era assim e não conseguia controlar seus impulsos falatórios?



— Algum problema, Edward? Esqueci-me de perguntar alguma coisa?



— Não... A senhora sempre pergunta tudo e até mais... Só que não nos dá tempo de responder ou acabamos por nos esquecer da maioria das perguntas.



— Ok. Já sabemos que eu falo muito mesmo, mas eu estou esperando que Bella me responda...



Ri outra vez, mas logo fiquei quieto quando Bella me beliscou. Eu gostava de irritar Susan, mas só um pouco...



— Então, doutora... Tive um pouco de enjoo no finalzinho do mês passado, mas duraram só alguns dias e desde então, não sinto mais nada. Também não tenho dores de nenhum tipo e apenas meus pés estão inchados, mas acho que isso é mais por conta do meu peso.



— Está certo. Os enjoos não devem mesmo acontecer mais, passamos dessa fase, graças a Deus! É mesmo ruim ficar colocando tudo pra fora; acho que essa é a pior parte de estar grávida, fora o parto, que costuma doer bastante também.



Certo... Ela notou que estava nos deixando assustados, não notou? Bella já estava morrendo de medo, depois disso, pioraria...



— Hum... Eu também não sinto mexer.



— Nada? Nem uma tremidinha? Bebê preguiçoso o de vocês, credo! — ela riu — Se não houve nenhum tipo de trauma na região da barriga, não há com o que se preocupar, ok? Mães de primeira viagem costumam demorar a sentir o bebê mexer, mas quando sentem, passam a achar que eles são algum animalzinho adestrado que tem que se mover sempre que recebem uma ordem.



Considerar trocar de médica não seria tão ruim, seria? Ela nos assustava cada vez mais... Mas meu pai a conhecia, disse que ela era a melhor obstetra que poderíamos querer e então, tínhamos que acreditar, não é?



Bella foi levada a uma sala e só pude entrar lá depois que Susan me chamou. Ela sabia que eu já havia visto minha esposa nua ou com poucas peças de roupas, não sabia?



— A mamãe está quase de parabéns, papai! Quando ela engordar mais três quilos, vai receber cinco estrelinhas na testa! — Bella não gostou muito de eu ter rido e me olhou feio — O tamanho da barriga também está certinho, mas agora, vamos ver se conseguimos descobrir o sexo desse bebê tão envergonhadinho!



E nossa agonia recomeçou... Susan passava o aparelhinho na barriga de Bella, fazia anotações e por vezes soltava coisas aleatórias, como “muito bom”, “está normal” e “tamanho correto”. Certo, tudo estava bem com nossa pequena Lily. O som do coraçãozinho batendo prendia mais nossa atenção e deixamos Susan e suas peculiaridades de lado, apenas observando a imagem em preto e branco e ouvindo ao que nos deixava completamente bobos.



— Consegui! Preparem os corações! Vocês saberão o que é!



Bem, eu já sabia, mas não deixava de ser emocionante.



— Estão vendo essa manchinha aqui? — ela apontou a seta no monitor e assentimos — Edward vai querer deixar os moleques longe disso por muitos anos!



Começamos a rir e meus olhos ficaram meio embaçados, mas Bella chorava mesmo. Susan nos deu um tempo e imediatamente tasquei um beijo em Bella. Alguma coisa precisava mesmo ser dita?



— Nossa Lily, amor... Nossa pequena.



— A primeira. Você me fez prometer quatro, não foi? Ainda tenho que produzir dois meninos e mais uma menina.



— Opa! É por isso que você não sente sua filha mexer, Bella! Fica se agarrando o tempo todo em seu marido!



Deixando a vergonha de lado, nos separamos e olhamos para Susan, que nos apontava algo no monitor. Nossa coisinha estava se mexendo um pouquinho, mas Bella tornou a dizer que não sentia nada.



— Você deve ser anormal, minha filha! Essa menina está quase dançando rumba dentro da sua barriga. — Bella riu e revirou os olhos — Estou brincando, ok? Não se preocupe, logo você sentirá. Parabéns pela filha e tomem aqui; exames, vitaminas e todas aquelas coisas legais que mamães precisam.



Saímos do consultório e pedi que Bella me aguardasse no carro; havia uma loja infantil a poucos metros e eu tinha mesmo que entrar ali e comprar alguma coisa. Minha mãe havia me convencido a comprar qualquer coisa só depois de termos a confirmação que era mesmo uma menina, segundo ela, comprar tudo branco ou amarelo não era legal. É, não era mesmo! O conjuntinho vermelho chamou completamente minha atenção e foi impossível ignorá-lo. Também não consegui ignorar outro tanto de coisas e acabei saindo da loja com cinco sacolas.



— Onde você estava, pelo amor de Deus? Eu estou com fome!



— Me desculpe, sim? Fui comprar umas coisinhas... Tome, espero que não ache muito estranho.



Estendi uma caixinha à Bella, que pegou meio incerta. Daquela vez não era uma calcinha comestível e ela não poderia me chamar de pervertido. Bella elevou sua mão até a altura de seus olhos, encantada com o sapatinho vermelho em sua palma.



— É tão lindo e pequeno! Nossa Lily vai adorar.



— Você gostou? Eu comprei um monte de roupinhas... Não seria legal que Alice fosse a primeira pessoa a mimar minha filha.



— Amor... Eu amei. E estou adorando ver você com essa carinha boba.



— Ok, ok! Vamos embora; a falta de comida está te deixando meio doida... Bobo... Eu não sou bobo!



Mentira, eu era completamente bobo mesmo. Bobo por Bella, por Lily... E eu ainda seria bobo por muitos, muitos anos mais... Um amor como aquele, maior do que qualquer coisa que eu conhecia, não tinha como não nos deixar assim, completamente bobos.


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Notas finais do capítulo

É isso. Finalzinho de fic... E teria um lemon nesse, mas achei que ficou fofinho demais pra isso... Fica para o próximo, ok?