Superando escrita por Arline


Capítulo 28
Capítulo 28 - BEM MAIS QUE TUDO


Notas iniciais do capítulo

Hey! Voltei!


Eu ia postar o capítulo dia 23, que é quando a fic completa um ano! Meu Deus! Um ano! É muita coisa... Mas aí eu resolvi aparecer hoje, que é dia do meu aniversário! Certo, eu sou carente mesmo :)

Leiam as notinhas finais, ok? Tem umas explicações sobre o capítulo - que teria lemon, mas eu cheguei à conclusão que não consigo escrever algo assim pra esse casal e saiu algo meio nada com nada.



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BEM MAIS QUE TUDO

POV BELLA


Agora eu não poderia reclamar que minha pequena Lily era quietinha; aos sete meses, ela se mexia mais do que eu conseguia contar. E foi realmente incrível quando eu senti pela primeira vez, meu grito saiu tão alto no meio da madrugada, enquanto eu me levantava pra ir ao banheiro mais uma vez, que Edward até pensou que eu estava parindo. Bem, eu não estava, mas que era uma sensação estranha, ah, era! Minha barriga ficou pontuda de um lado só e eu queria saber o que aquela menina estava fazendo dentro de mim. E dizer que Edward chorou por horas a fio é desnecessário... Sem contar que aconteceu justamente o que a doutora Susan disse que aconteceria: minha filha passou a ser um filhotinho adestrado; Edward pedia que ela se mexesse a cada segundo e chorava mais ainda quando ela o fazia.



Olhar pra cara dele e não sorrir também era algo impossível de se fazer; ele estava tão doce, que seus olhos brilhantes demais chegavam a enjoar, como Alice mesma definiu. Segundo ela, ficar perto de Edward poderia causar diabetes e problemas no coração. Eu não me importava; ficar perto dele era só o que eu queria... E não que eu fosse admitir, mas sua ideia de trancar a faculdade como eu fiz, me agradou muito. Há muito tempo que não passávamos um dia inteiro só nós dois, nem nas férias conseguíamos tal proeza. E não que estivesse fácil naquele momento, pois sempre aparecia alguém em casa querendo saber como Lily estava. Ligar não bastava; tinham que ir até minha casa e ver minha barriga.



De todos; meu pai era o mais animado com a chegada de um bebê e não parava de implicar com Edward, dizendo que nem pra fazer um menino ele prestava. Obviamente ninguém mais acreditava em seu falatório infindo, ele estava realmente feliz com minha garotinha e não poupava baba quando se referia a ela. Era certo que qualquer educação que pretendêssemos dar à nossa filha, Charlie Swan faria questão de estragar.



Minha mãe também não fazia questão de esconder sua felicidade e até comprou roupinhas com os dizeres: eu sou da vovó. Certo, eu só ia carregar e parir mesmo... Mãe serve pra mais o quê, não é verdade?



E Lily teria que me amar muito, muito mesmo... Meus pés estavam inchados, meu nariz parecia mais alguma coisa estranha que colocaram no meio da minha cara, mas eu estava ali, deitada com uma camisola quase sensual e esperando que o pai dela chegasse e notasse que eu estava bem o bastante pra receber um pouco de carinho. Não que Edward tivesse deixado minhas vontades de lado naqueles últimos meses, muito pelo contrário, ele parecia até gostar mais de minhas formas muito mais arredondadas, porém, depois de uma pequena esguichada de leite em sua cara, meus seios deixaram de ser tão engraçados pra ele. Sim, engraçados, pois nunca o vi rir tanto quando olhava meus seios quanto naqueles últimos meses... Se um dia eles murchassem de vez e sumissem, era provável que Edward me pedisse pra colocar dois litros de silicone em cada um. E por falar em meu marido, o barulho no andar de baixo indicava que ele havia acabado de chegar.



Os minutos corriam e nada de a porta do quarto se abrir. Aquilo começou a me preocupar; Edward não demorava tanto assim pra largar as coisas pelo meio da casa e subir... No instante em que consegui deixar meus pés pendurados pra fora da cama, a porta se abriu e ele me aparece apenas com uma toalha enrolada e cobrindo sua parte mais interessante — naquele momento, claro.



— O que houve? Tomou banho lá embaixo por quê?



Não seria tão difícil imaginar o motivo... Com certeza Emmett o arrastara para algum bar e o cheiro de bebida e fumaça estava intragável. Edward não se incomodou com meu estado e colocou uma cueca ali mesmo, na minha frente. Que homem cruel...



— Pensei que você estaria dormindo e não quis te incomodar. Pode verificar minhas roupas, eu estava mesmo trabalhando.



Seu tom não era magoado nem nada do tipo; ele sabia bem como Emmett era por uma cerveja e eu desconfiava do grandão, não do meu marido.



— E Emmett não tentou convencê-lo a beber? Jura que ele deixou você vir pra casa sem torrar seu saco?

— Ah, agora ele me coloca pra correr e não me deixa chegar perto de nada alcoólico... A última vez que tomei um mísero copo de cerveja foi no fim de semana depois que contamos sobre Lily.

— E você fez aquilo só pra deixar Jasper caindo de bêbado! Enrolou o dia inteiro com um copo na mão e só enchia o dele.



Sorrindo cinicamente, Edward me deu um selinho e me arrumou na cama outra vez, sentando-se na ponta e pegando um de meus pés. Eu não reclamaria de uma massagem, longe de mim fazer algo assim... E que Deus conservasse meu marido bem daquele jeito, bobo ao extremo.



— Vocês estão bem? Ficou de pé o dia inteiro, não foi? Seus pés estão mais inchados que o normal. — um suspiro puramente satisfeito me escapou por sentir aquele aperto tão bom — Eu já falei que você não precisa fazer tudo aqui em casa, Bella... Eu te ajudo o mais que posso, sua mãe vem aqui quase todo dia também, fora dona Esme, que não dispensa uma passagem de roupas...

— Estamos perfeitamente bem, Edward. Meus pés incharão mais mesmo, lembre-se que a doutora Susan disse isso.

— Dizer apenas que está bem não basta, não é? Tem que ser o “perfeitamente bem” que é pra eu não te deixar a ver navios...

— Não seja cruel, Edward! Eu sou uma mulher grávida e necessitada. Pense com carinho no meu estado, ok? Pense que ficaremos um bom tempo sem sexo também; seria bom compensarmos por agora, enquanto eu ainda consigo me mover. Pouco, mas consigo.



Ele riu, mas com certeza não era por achar engraçado o que falei; suas mãos já não estavam mais em meus pés e ele já não estava mais sentado. Ver Edward praticamente engatinhando em minha direção não estava fazendo bem à minha rasa sanidade. E quanto mais ele se aproximava de mim, mais suas mãos subiam aquela camisola horrível que eu estava usando. Mesmo Alice dizendo que aquilo era moda “gestante”, eu continuava achando um abuso à minha pouca sensualidade. Sem contar aquele sutiã feio e sem graça! Eu tinha que usar aquilo o tempo todo, e não era lá a coisa mais bonita de se ver. Grávidas sofrem!



Edward riu mais uma vez e o olhei sem entender. Eu estava engraçada? Virei uma grávida palhaça? Eu queria algo sério ali, não piada!



— Bella, pare de falar mal de suas roupas. Essa mania que você tem de verbalizar seus pensamentos é muito estranha e eu juro que estou me controlando pra não rir mais.

— Essas coisas são ridículas! Vai dizer que você adora o tamanho das calcinhas que eu tenho que usar? Vai dizer que você adora essa droga de sutiã feio como o inferno?

— Amor... Pode até soar meio insensível o que vou dizer agora, mas pouco me importa as roupas que você usa... O que tem por baixo é que me interessa de verdade. Muito.

— Então é melhor tirar, não é? Assim você fica com a parte que te interessa!



Não esperei que ele continuasse e praticamente arranquei o tecido pra fora do meu corpo. E era bem verdade que eu não sentia vergonha de minhas novas formas, mas aquela calcinha enorme... Gente, aquilo era terrível demais... Edward não se importou com minha cara ainda um tanto descontente e meus resmungos, pois meu sutiã foi parar em algum lugar dentro daquele quarto. Que não estivesse preso ao abajur, como da última vez..



Não ter muita mobilidade também estava me deixando meio revoltada; se fosse há dois meses Edward já estaria sem aquela cueca há muito tempo! Eu tinha que ficar ali, esperando e tentando não morrer asfixiada com meus peitos. Tudo bem que sentir seus beijos e toques era incrível, mas eu queria pular sobre ele, sentir seu corpo completamente colado ao meu... Como imaginei; Edward não ficou muito tempo se entretendo com meus seios e logo sua boca percorreu outras partes, ora me beijando ora mordendo meu pescoço. Edward era um bom mordedor de pescoços; eu nunca fiquei com marcas.



— Pare de se aproveitar de mim... Não tortura, ok? Vamos ao que interessa, por favor?

— Está bem divertido pra mim. Tenha um pouco mais de paciência...

— Você se aproveita do tamanho enorme da minha barriga, Edward... Se aproveita porque eu tenho que esperar por você... Isso é maldade, sabia?

— Se você ficar quietinha, eu prometo te recompensar, sim?



Como se eu já não estivesse quieta o bastante! Mas se valia uma recompensa, eu faria o enorme esforço! Minha calcinha foi retirada sem pressa enquanto beijos molhados eram distribuídos por minhas coxas enormes. Meus braços pareciam mais curtos e eu não conseguia alcançar a cabeça de Edward e lhe dar uns bons puxões de cabelo. O infeliz estava se divertindo com meus gemidos e súplicas. Estranhei quando ele pediu que eu me virasse e deixasse meus pés pra fora da cama, mas não falei nada. Que fosse minha recompensa!



— Você pode vir aqui um pouquinho? Eu quero mesmo te beijar.



Não pensei duas vezes e aceitei sua ajuda pra me levantar. Sentei-me na ponta da cama e ganhei um beijo com direito a puxão de cabelo e mordidas. Como a altura me favorecia, aproveitei pra tirar a única peça de roupa que impedia mais contato; Edward merecia um pouco de atenção também! Sem contar que seus gemidos roucos e baixos eram um estímulo e tanto para minha imaginação.



Como ele aparentava uma maior receptividade, arrisquei utilizar a boca também, e fiquei feliz com sua mão se enrolando em meus cabelos. Levei uma de minhas mãos ao meio de minhas pernas — sim, eu ainda conseguia fazer aquilo, não que fosse fácil, mas... — e ouvi um gemido mais alto de Edward; relanceando os olhos em sua direção, percebi que ele me observava. Ok... Aquilo era estranho. Fui afastada delicadamente, mas não me importei, eu ainda teria mais de Edward.



— Eu acho que posso te ajudar com isso, sim?



Concordei e me deitei novamente, deixando meus pés ainda pra fora. Edward se abaixou e uma de minhas pernas foi colocada sobre seu ombro, me deixando muito feliz com aquilo. De verdade. Sua língua em contato com meu ponto mais sensível me fez gemer muito alto e meus dedos se fecharem ao redor do lençol, como se fossem os cabelos de Edward.



— Puta que... — dois de seus dedos me penetraram e eu perdi o ar, assim como o controle de meu corpo. Minhas pernas se fecharam e Edward as afastou novamente, preferindo usar apenas a boca e a língua. Ele poderia usar até o pensamento, mas que continuasse a fazer o que estava fazendo!



Meus quadris se moviam da forma que dava e meu corpo estremecia a cada segundo, sendo desnecessário pedir por mais. As lambidas e sugadas estavam me deixando fora de órbita e com a boca suja; nunca tantos palavrões foram proferidos por mim quanto naquele momento.



Seus dedos me penetraram novamente e foi demais pra que eu conseguisse suportar. O nome de Edward saiu em forma de um alto e longo gemido, sendo seguido por meu corpo estremecendo completamente ao ser tomado por aquela intensa onda de prazer. Minha respiração tinha ido para algum lugar longe de mim e só aproveitei mais daquele relaxamento gostoso que me deixava completamente mole.



Edward subiu na cama beijando todo meu corpo e o puxei, praticamente lhe roubando o ar ao beijá-lo um tanto desesperadamente. Nós ainda não tínhamos terminado. Ao recuperar um pouco do fôlego, o empurrei de costas na cama e busquei apoio na cabeceira pra me colocar sobre seu corpo quente, e confesso que me sentia um tanto frustrada por não ter como me abaixar e beijá-lo sem sentir algum desconforto.



Não perdi tempo tentando provocá-lo, não estávamos em condições de querer prolongar a falta de um contato maior. Edward não foi delicado ao apertar minhas coxas e eu não fiquei muito atrás quando enterrei minhas unhas em seu peito, as marcas eram bem visíveis. Nossos movimentos eram ritmados, me levando ao limite apenas por notar o quanto Edward estava se segurando pra não ser bruto. Ignorei os protestos de meus joelhos e me movi o mais rápido que eu conseguia, provocando um pouco mais de atrito.



Edward me apertou mais, seus gemidos soando cada vez mais ansiosos, assim como os meus. Os leves tremores intensificaram, me levando novamente a ver pontos brilhantes por trás de minhas pálpebras. Edward estremeceu sob mim, enterrando seus dedos em minhas coxas sem um pingo de dó.



Até tentei me jogar sobre o corpo quente e aproveitar um pouco mais daquela sensação gostosa, mas minha barriga me impediu e só pude suspirar e praticamente desabar ao seu lado, ignorando aquela risadinha que me deixava meio irritada.



— Amor, o que houve? — Edward me abraçou como dava, enquanto eu tentava não morrer sem ar — Te machuquei?



Se eu não estivesse arfante igual a um cachorro que corre atrás do dono, eu teria rido.



— Nem transamos direito, como você pode me machucar? Por Deus, Edward... Daqui duas semanas eu vou precisar de um balão de oxigênio.



Edward me olhou como se pedisse desculpas, como se não tivesse sido bom pra mim e apenas ele tivesse aproveitado. E lá estava eu, estragando tudo.



— Me desculpe, sim? Foi incrível, como sempre é, mas me irrita não conseguir me mexer ou respirar direito... Nem te abraçar eu consigo!

— Amor, você está grávida! Eu não estou reclamando nem um pouco do que vejo, mas é claro que você vai ficar mais desconfortável com o passar do tempo, e eu quero me diga quando for demais pra você. Converse comigo, ok?

— Certo. E você pode se cobrir? Você está me cutucando e hoje eu não posso mais nem te dar uma mãozinha sem que meus pulmões explodam.



Gargalhando, Edward puxou as cobertas e jogou até a metade de seu corpo, ainda me deixando nua. Ele sabia que aquilo não estava adiantando de nada, não sabia? Suas mãos ainda estavam em mim! Quer dizer, em minha barriga, mas estavam.



— Você ainda vai querer mesmo mais três filhos? — seu rosto estava bem perto do meu e apenas me aproximei um pouco e lhe dei um selinho.

— Estou repensando essa ideia. É maravilhoso sentir Lily, saber que sou mãe dela, mas eu acho que não aguento mais três gestações não.

— Você não aguenta é ficar sem seu marido incrível, amor. Quero ver como vai ser pra você, passar quarenta dias sem se aproveitar de mim.



Eu ri, sabendo que não seria fácil pra ele também.



— Promete que quando eu não puder mais cumprir com minhas obrigações de esposa, você vai pensar em mim? — embora eu estivesse falando sério, ele riu, fugindo quando tentei beijá-lo.

— E eu pensaria em quem mais, Bella? Eu tenho uma esposa linda, grávida e um álbum de fotos, fora minha imaginação, que é muito fértil.

— Tarado por grávidas? Que coisa estranha... Quero ver como vai ser quando minha barriga sumir.

— Eu vou continuar te desejando do mesmo jeito, como tem sido desde a primeira vez que te vi. A gravidez só te deixou mais linda do que já é, e depois, você será mais linda por ter nossa garotinha.

— Eu te amo. Você sabe que é pra mim, muito mais do que sonhei algum dia, não sabe?



Edward tentou se juntar mais a mim, mas realmente não dava, e eu só pude sorrir quando sua expressão demonstrou que ele finalmente havia entendido o que eu quis dizer com “não consigo te abraçar”.



— Eu sei. — junto com a resposta, ganhamos um chute de Lily — Nós amamos você, garotinha, não fique com ciúmes, sim? — sorrimos quando ela se mexeu mais uma vez — Isso, diga que nos ama também, gostamos de declarações de amor. E bem, eu não sei fazer isso direito, você sabe bem disso, Bella, mas você é só minha vida. Então, eu acho que te amo mais do que conseguiria dizer algum dia.

— Me parece bom pelos próximos cem anos. E vá arrumar alguma coisa pra eu comer e depois, quero um banho bem quentinho e pijama confortável.



Seu sorriso me deu a certeza que eu poderia fazer o que quisesse com ele; desde fazê-lo muito feliz a arruinar completamente sua vida. Eu não gostava de pensar em coisas assim, mas nos amávamos demais, e isso nos deixa um tanto fragilizados. Edward poderia fazer o mesmo comigo. Pois é... Pensamentos de uma grávida feliz e meio frustrada. Eu sempre seria assim, mesmo sem tantos hormônios dentro do meu corpo.



(...)



POV EDWARD



Eu pensei que a coisa dos hormônios doidos já tinha passado, mas me enganei completamente... Bella estava me deixando nervoso, sem saber como agir e com medo até de pensar; sexo estava completamente fora de nossas atividades, e isso a estava deixando um tanto nervosa. A doutora Susan havia nos dito que era muito comum que com a proximidade do parto, as mulheres perdessem um pouco do interesse por sexo; aquela coisa envolvendo medo de apressar tudo, de machucar e do próprio parto, de não saber se seriam boas mães... Isso até poderia acontecer com outras mulheres, não com minha esposa. Bella simplesmente não entendia que sua barriga estava mais do que enorme! Ela não conseguia mais ver os próprios pés! Até andar se tornou uma tarefa muito difícil.



Meus dias passaram a ser divididos em duas partes: não irritar Bella e pedir desculpas quando ela se irritava com o ar que respirava. Todos os dias havia reunião de mulheres em nossa casa; nossas mães e minhas irmãs se uniram pra tentar distrair Bella, acalmá-la. Segundo minha mãe, tudo aquilo era mesmo nervosismo e medo. Faltava menos de um mês pra que nossa pequena nascesse. Certo, eu também estava apavorado, embora Vittorio tivesse sido minha responsabilidade por um bom tempo.



E não era só minha mulher que estava enlouquecendo não! Eu também estava! Bella tinha sonhos reais demais à noite, e eu acabava tendo que tomar um banho frio pra conseguir dormir. Não era fácil ter aquele tanto de seios, bunda e coxa tão perto e não poder fazer nada... Sem contar que eu evitava tocar em qualquer parte sua, mesmo quando estávamos bem acordados e vendo televisão, como naquele momento; se eu encostasse sem querer em uma unha sua, Bella se irritava comigo e dizia que eu estava fazendo aquilo só por maldade mesmo, pra provocar. A única coisa que me permiti fazer foi deixar seus pés inchados em minhas pernas, mas com minha mão longe.



O sono estava mesmo me deixando tonto, mas de forma alguma eu subiria e deixaria Bella ali, sozinha e com aquela barriga enorme que estava me dando medo. Dormir não era mais tão fácil pra ela e nem mesmo ficar de lado a ajudava; a encontrei dormindo sentada em uma noite qualquer.



— Vá se deitar, Edward. Você já tirou uns três cochilos em menos de meia hora.



Bella não estava irritada, mas também não estava feliz. O que eu poderia falar e que não causaria caretas e dedo do meio apontado pra mim?



— Eu vou quando você for, é só me acordar se eu estiver dormindo.

— Não vai ser bom pra minhas costas, mas eu vou dormir aqui no sofá; estou conseguindo respirar bem. Não se preocupe, eu te grito se algo acontecer ou se eu quiser ir ao banheiro.



Bella jamais me deixaria esquecer aquela última parte... Mas, pense comigo: você tem uma mulher grávida de oito meses com a maior barriga que você já viu na vida. Essa mesma mulher te diz que está com cãibra nas duas pernas e quase não as sente. Certo, é normal, ela está grávida! Então, ela diz que quer ir ao banheiro e simplesmente se levanta, sem esperar por qualquer ajuda, e cai sentada na cama. Eu não tinha mesmo motivos pra me desesperar, gritar e pedir pelo amor de Deus, que ela me chamasse quando quisesse ir ao banheiro?



— Eu me preocupando e você se divertindo... Se você caísse no chão, não era só Lily que estaria correndo perigo.

— Eu sei. Me desculpe por isso. — peguei a mão que ela me estendia e apertei entre as minhas — Agradecemos por sua preocupação e cuidado.

— É sério, Bella! Vocês são mais importantes do que tudo em minha vida e eu fico nervoso só de pensar que você poderia ter caído no chão.

— Ficaremos bem, Edward... Agora falta bem pouquinho para vermos nossa pequenina. Ela pode nascer amanhã, ou semana que vem...



Bella fez uma careta, mas era pura ansiedade! Há dois dias ela havia completado os nove meses e não se aguentava mais, queria que Lily nascesse logo.



— Ela nascerá no dia e hora certos, nem mais nem menos, Bella. Deixe de ser ansiosa, sim? Não faz bem a vocês.

— Certo.



Certo... Certo nada! Ela ficaria mais ansiosa a cada minuto que passasse. Deixei o assunto de lado e perguntei entre outas coisas, se ela estava com fome e recebi uma resposta negativa, disse que só queria escovar os dentes e dormir. Obviamente eu não a deixaria subir e depois descer todos aqueles degraus, então, eu fui até nosso quarto, escovei meus dentes, peguei sua escova, alguns edredons e nossos travesseiros e desci em seguida.



— Teremos nevasca? Avalanche? Guerra de bolas de neve? Já sei! Vamos fazer anjos de neve lá atrás!

— Eu vou dormir aqui, Bella. Nem morto que você fica sozinha. E vamos levantando, o banheiro é logo ali!



Eu a estava provocando mesmo, Bella parecia precisar de muita energia apenas pra se levantar, andar não era tão fácil. Em resposta, recebi um dedo do meio apontado em minha direção. Era hora de começar a afastá-la de Alice...



— Cara, eu amo você. Muito mesmo. De verdade. Eu juro.

— É, eu sou mesmo incrível... Impossível não me amar. Até eu me amo, acredita?

— Mentira! Sério que você é tudo isso? Mulher de sorte a sua, hein?

— Claro que é. Ela é louca por mim, sabia? E até hoje ela não admite, mas se apaixonou por mim desde a primeira vez que me viu. Meus olhos são muito bonitos, sabe?

— Sei... Eu amo você, seu bobo. E depois de todos esses anos, eu admito que o primeiro pensamento que tive com relação a você não foi nada legal... Você perguntou se eu poderia ser sua dupla em um trabalho e eu pensei “esse cara deve ser retardado!”.

— Devo ser mesmo... Retardado, doido, pirado, maluco... Mas eu te amo e acho que isso ganha de qualquer outra loucura.

— Claro que sim!



Ah, ganharia fácil de qualquer loucura... Bella não tinha noção do tanto que eu a amava. Nem eu sabia o quanto era, pra ser sincero, mas era muito, imensurável. E seria assim pra sempre, porque ela era bem mais que tudo aquilo que eu ousei sonhar algum dia. Eu apenas a amava.


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Notas finais do capítulo

Pois bem, chegamos até aqui! Um ano! Um pouco antecipado, mas um ano! Agradeço imensamente a todas que comentam, que me estimulam a continuar. Eliana e Alissa/Bruna, obrigada pelas cobranças com o capítulo; fico feliz de verdade por isso.


Sobre o capítulo postado... Se pra uma pessoa gorda - sim, gorda. Gordinha, fofinha, recheadinha... Isso, pra mim, não é forma carinhosa de tratar - a mobilidade não é lá muito fácil, estando grávida piora bastante. Sendo bem cara de pau, perguntei a uma amiga como foi pra ela quando estava grávida; sites nos ajudam na pesquisa, mas ela passou pela situação e me clareou quanto ao que escrever. Seria completamente ridículo se eu colocasse Bella dançando Hula em cima do Edward, completamente fora da realidade, e eu gostei do resultado. Espero que tenha agradado a vocês.


Bjs e até o próximo!