Superando escrita por Arline


Capítulo 23
Capítulo 23 - COMEÇANDO


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas lindas... Eu pediria desculpas pela demora se fosse por algo banal, mas não... Realmente tenho passado por sérios problemas familiares e não tive clima pra escrever. Isso me deixa mesmo chateada; se fosse por qualquer outra coisa, eu teria como adiantar mais capítulos e não atrasar tanto. Esse saiu quase à força. Perdoem-me se não estiver bom.
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Bem, tentarei mesmo postar mais um na semana que vem, mas não posso prometer nada. Para quem acompanha PT, o cap já está quase finalizado e pretendo postar logo o cap final e mais um de bônus, mas, se não for possível postar os dois, ficará pra próxima semana tbm.
Leiam as notas finais, sim?



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COMEÇANDO


POV EDWARD


E eu estava nervoso outra vez... Era o dia de pegar o resultado do exame e ouvir tudo o que o doutor Luke me diria. Eu estava andando de um lado pra outro, esperando que Bella acabasse de se arrumar; eu avisei que aquela ideia de banho juntos acabaria por nos atrasar, mas ela não me deu ouvidos! Ela andava um tanto faminta, por assim dizer, mas é claro que eu não reclamava... Ser atacado não era algo ruim.


Alice merecia um presente incrível por todas aquelas lingeries que deu à Bella; eu não sabia que gostava tanto de rendas e alguma transparência, e minha noiva fazia questão de usar todas elas, chegando a dizer que compraria mais — a culpa era minha, admito. Eu meio que rasguei umas duas ou três peças — e dizer que me arrependia soaria tão falso quanto uma nota de mil dólares... Não, eu não me arrependia mesmo! E Bella não parecia se importar tanto com isso, uma vez que ficava me provocando com aquelas coisas diminutas e de cores diferentes. Bem, agora ela contava com duas ou três cores a menos.


Me joguei sobre o sofá, sorrindo ao me lembrar da nossa primeira vez. Por mais que eu quisesse algo mais romântico, aquele foi o momento perfeito, com a pessoa perfeita e aconteceu. E até poderia soar repetitivo, mas foi realmente perfeito. Jasper tinha total razão quanto aos hormônios; eles nos deixavam loucos e com Bella por perto, era bem complicado de controlá-los. E obviamente não me agradava saber que Emmett fazia o mesmo com a minha irmã, mas agora eu entendia o porquê deles passarem tanto tempo trancados em um quarto...


Dias de muita atividade naquele apartamento. Muita mesmo! Segundo Bella, tínhamos que nos aperfeiçoar e bem, tivemos mais “primeiras vezes” em cada cômodo daquele lugar. Ela possuía um bom condicionamento físico, sem dúvida alguma, e eu descobri mais utilidades para o balcão da cozinha — e que ninguém jamais desconfiasse daquilo —. As paredes também não serviam apenas como estrutura... Bem, as coisas eram mesmo intensas.


Voltei à realidade com Bella me chamando e não gostei nem um pouco daquela roupa...


— Por que está de vestido? Coloque uma calça, Bella.


Ela bufou e revirou os olhos, não me dando atenção. Eu gostava quando ela usava vestido, mas pra mim, em casa, onde ninguém mais poderia ver suas pernas. Havia muita pela exposta; muitos palmos de suas pernas roliças e que me davam água na boca. Ela poderia facilitar as coisas pra mim...


— Sem essa, Edward! Eu não vou discutir meu guarda roupa com você mais uma vez, e vamos logo, já estamos mais do que atrasados.


Dessa vez, eu bufei. Claro que ela não facilitaria... Era Bella, afinal! Mas não retruquei, realmente estávamos atrasados e minha ansiedade era sem tamanho.


A clínica ficava a poucas quadras do apartamento e seguimos a pé. Os olhares masculinos para minha noiva eram completamente ignorados por ela, que prestava atenção à rua em geral, mas não por mim. Aquilo era realmente irritante! Fui ignorado quando resmunguei mais uma vez, falando sobre o vestido. Os homens a olhavam como se aquele pedaço de pano fosse completamente indecente! E era!


Ao chegarmos à recepção, fomos informados que o doutor Luke estava finalizando uma consulta e que seríamos os próximos. Havia mais dois casais aguardando e eles nos sorriram quando nos sentamos. Bella passou a brincar com minha aliança e, estranhamente, começou a falar do casamento e de nossa casa, de como estava ansiosa por vê-la. Olhei para os lados, tentando entender aquilo e sorri ao notar o olhar de um dos casais — ou melhor, da mulher, que me encarava com a maior naturalidade do mundo, como se o marido não estivesse ali.


— Parece que o ciúme não é um privilégio meu, não é mesmo? — sussurrei pra Bella, que me deu um beliscão.

— Cale a boca, Edward... Isso não é engraçado e eu vou dar na cara dela! Você é um homem casado! Essas mulheres são umas sem vergonha mesmo... — a última parte ela disse um pouco mais alto, me fazendo quase gargalhar.


Não passamos muito tempo ali, o que me deixou aliviado e mais nervoso. Aliviado por Bella não ter batido em ninguém e nervoso porque finalmente eu saberia se poderia mesmo ter um filho. Ou não.


Doutor Luke nos recebeu animadamente e Bella foi logo bombardeando o homem com inúmeras perguntas, até mesmo sobre sua vida; se ele estava bem ou não, o motivo da felicidade... Desde quando eles eram melhores amigos pra sempre?


— E então? Muito ansioso pelo resultado? — ele me perguntou o óbvio, e me esforcei pra ser simpático e não lhe responder rudemente. O que ele achava? Que eu estava morrendo de calma?

— Agora estou mais tranquilo.


Bella apertou meus dedos, pois notou uma ponta de irritação em minha voz. Sem muito enrolar, e talvez percebendo que eu estava mesmo nervoso, o médico não demorou a pegar o exame e abrir, lendo, escrevendo em uma ficha, lendo outra vez... Ele ainda ia demorar muito?


— Pois bem. — ele começou e foi minha vez de apertar os dedos de Bella, que me olhou feio — Pelo que vejo, não há realmente nada de errado com você.


Senti meus ombros relaxarem, a tensão desaparecer e até respirei com mais facilidade. Não havia nada de errado comigo.


— Esse exame aqui só confirma o que eu havia dito antes, Edward. Sinto muito pelo diagnóstico impreciso que você teve anteriormente.


Impreciso... Sei! Não foi impreciso! O médico me havia dado certeza daquilo e agora, vendo o doutor Luke me explicar em detalhes todas as partes do exame em suas mãos, eu não sabia se poderia confiar ou não. Ele poderia ter errado também, não? Bella notava minha insegurança e fazia todas as perguntas possíveis e impossíveis. Melhor assim, eu não conseguiria perguntar mesmo.


— Edward, você pode procurar outro médico e fazer outro exame, mas o resultado será o mesmo que estou mostrando agora; você pode sim, ter um filho.


Aquilo soava estranho demais... Tecnicamente, Bella teria o filho, eu apenas ajudaria na fabricação. Porém, seria melhor me manter quieto e não falar mais besteiras.


— Eu posso me acostumar a isso, só preciso de uns dias e de olhar pra esse papel até que ele se desfaça em minhas mãos. — ele riu de meu exagero, enquanto Bella respirava fundo.

— Bem, você está liberado. Só me apareça aqui pra contar quando o bebê irá nascer.


Assenti e apertei sua mão, me levantando em seguida. Bella me pareceu mais pálida do que o normal e quase não tive tempo de segurá-la quando ela se levantou e levou a mão à cabeça, suas pernas cedendo em seguida. Não me faltava mais nada...


— Bella! Bella! — meus gritos não adiantavam muito, ela continuava desmaiada e quase sem cor.


Doutor Luke me ajudou a colocá-la sobre a maca e me fez algumas perguntas, que me deixaram mais nervoso e confuso. Eu não conseguia nem pensar, quanto mais, responder!


Bella mais parecia uma boneca de pano, com seus braços caídos e um deles, pra fora da maca. Ela parecia morta e aquilo me fez chorar. Ela não podia fazer isso comigo! Não podia!


— Ela... Ela...

— Edward, se acalme! Ela está viva, ok?


Olhei para o médico, querendo acreditar em suas palavras, mas ela não se mexia e continuava pálida, os lábios estavam completamente sem cor e aquela mão balançando passava uma péssima impressão.


— A pressão dela está muito baixa, Edward. Sabe se ela tem algum problema relacionado a isso? — continuei olhando aquela mão e o médico percebeu, colocando-a sobre a maca — Edward! Fique comigo, ok?

— Tem! Meu pai fez alguns exames e ela tem essa coisa de pressão baixa, mas ele disse que não era nada sério e ela recusou qualquer tipo de medicamento.


Com um aceno, o médico voltou a examiná-la, até que vi aqueles olhos castanhos novamente. Minha respiração saiu meio ruidosa e aliviada — um contraste e tanto. Ela ainda parecia enxergar mal e voltou a fechar os olhos, fazendo uma careta ao ouvir que só sairia dali após ficar no soro.


— Isabella, você comeu alguma coisa hoje? Está sentindo náusea?

— Meu estômago quer conhecer Seattle!


Sua voz era baixa e deixava bem claro que ela não estava nada bem... Me aproximei quando fomos deixados sozinhos, doutor Luke dizendo que pegaria o soro e aprontaria uma ficha pra identificar aquela paciente especial. Eu não estava gostando daquilo... Mas não era hora pra ciúmes e acabei deixando de lado, me preocupando mais com o estado de Bella. Sua mão estava gelada quando a toquei, e abrir os olhos parecia uma árdua tarefa; ela parecia cansada ao extremo.


— Não se aproxime muito... O café da manhã pode querer conhecer sua camisa e isso não vai ser legal. Está tudo girando, Edward... E eu estou com os olhos fechados!


Ela deu um sorriso pequeno, mas eu não consegui sorrir. Não enquanto ela continuasse daquela forma, parecendo tão frágil. E foi aí que um estalo soou em minha cabeça...


— Ah, meu Deus! Seu pai vai me matar! Eu não vou poder ver meu filho nascer... Por que não me contou antes, Bella? Eu sou o pai e tenho meus direitos!


O olhar que recebi deixava claro que ela havia melhorado subitamente. Mas eu estava certo! Ela tinha que ter me contado!


— De que raios você está falando? Juro que não estou entendendo nada!

— Como não está entendendo? Sua gravidez! Bella, você está grávida!


E foi aí que ela melhorou de vez... Minha mão foi esquecida e ela sentou-se rapidamente, me olhando como se eu fosse o ser mais retardado da face da Terra. Senti que eu não gostaria do que viria pela frente...


— Eu estou grávida só se for de um mutante, Edward! Pelo que eu saiba; os sintomas ainda demorariam um pouco a aparecer. Sem contar que eu te mostrei minha cartela de remédios e ela está certinha, sem nada esquecido.


Bem, depois que Bella me apareceu daquele jeito no apartamento, sem nada por baixo da camisa, eu não pensei muito e acabei por me esquecer de certos cuidados, mas ao que tudo indicava, ela não havia esquecido. E ela me mostrou mesmo uma cartela de remédios, mas eu não prestei atenção àquilo. Não quando ela estava apenas de calcinha e sutiã. A culpa não era minha, era?


Pelo menos eu poderia respirar aliviado; Charlie não me mataria e eu poderia ver meus futuros filhos nascerem. Graças a Deus!


— Ok. Me desculpe... Eu só fiquei nervoso com tudo isso.

— Tudo bem, meu querido mutante. Vou me deitar outra vez; o doutor está na porta, sem saber se entra ou se para de rir de você.


Preferi nem falar nada, apenas abaixei a cabeça e senti meu rosto quente de vergonha. O médico estaria achando que eu precisava mesmo era de um hospício...


Quase duas horas depois, nós saímos da clínica e é claro que Bella ainda ria da minha cara, embora seu estado não fosse um dos melhores. Sua pressão estava mesmo baixa, mas depois do soro com um remédio contra enjoo, até que ela pareceu melhorar. Só seu rosto que continuava pálido, mas era só questão de tempo até que tudo voltasse ao normal.


Bella não reclamou ao ouvir as recomendações do doutor Luke; ela tinha que se alimentar de três em três horas ou menos — é claro que meu pai havia dito o mesmo e ela não deu ouvidos —, e não reclamou também, quando eu, assim que chegamos ao apartamento, fiz um lanche reforçado e a fiz comer até a última migalha do prato.


Tudo bem que eu exagerei com a coisa da gravidez, mas Bella parecia não entender o quanto eu a amava e temia perdê-la. Era assustador. Ela me olhava feio a cada vez que eu lhe perguntava se estava se sentindo bem ou enjoada, ou se estava sentindo qualquer outra coisa. Minha preocupação era só mais uma forma que encontrei de dizer que a amava. E eu passei o dia inteiro perguntando e perguntando... E recebendo olhares tortos... E sendo xingado...


À noite as coisas se acalmaram e Bella até ria quando eu perguntava alguma coisa, mas temi quando ela disse que queria falar comigo. O filme que víamos foi deixado de lado e me sentei um tanto afastado dela, apenas prestando atenção.


— Não pense besteira, ok? Mas eu quero voltar pra casa. Esses dias estão sendo incríveis e estou adorando cada segundo deles, mas eu quero ver a nossa casa, pensar em coisas pra ela... Sem contar que a minha casa tem cômodos inexplorados, se é que você me entende...


Eu ri disso. Claro que ela estava pensando em “explorar os cômodos” de sua casa...


— Tudo bem. Eu também estou ansioso por voltar... Quero contar aos meus pais sobre o exame e conhecer nossa casa.


Bem, Bella teria uma grande surpresa... Eu já conhecia a casa e ela não precisaria se preocupar com tantas coisas assim. Não quando se tem sogros legais e pais mais legais ainda. Eu só esperava mesmo que ela não ficasse decepcionada ou magoada.


— Podemos voltar amanhã à noite...

— Claro que não! Vamos dormir porque sairemos cedo amanhã. Muito cedo.


Ela me sorriu e praticamente se jogou sobre mim, me fazendo rir.


POV BELLA


Edward sabia ser cruel... Ele me fez acordar ainda de madrugada e arrumar minha mala, pra que pudéssemos sair assim que o dia clareasse. Ele sabia que o aeroporto não fugiria e que os voos para Port Angeles eram quase de hora em hora, não sabia? Ele também fez com que eu comesse mais do que o suficiente e pediu inúmeras vezes que eu o avisasse caso estivesse sentindo qualquer coisa. Certo, eu merecia aquilo por ter me esquecido de comer e só pensar em outras coisas... Amor realmente não alimenta!


Mesmo eu tendo dito que ele não precisava me levar até em casa, ele não me deu ouvidos e seguiu comigo. E eu fiquei parada na porta, sem saber se entrava ou não. Era meio estranho... Parecia que meu pai olharia pra minha cara e saberia o que aconteceu.


— Vamos! O que houve? — Edward estava preocupado e eu não queria lhe contar que estava morrendo de vergonha de olhar para a cara de meus pais...

— Não é nada. Vamos acabar logo com isso... — sussurrei pra mim mesma e peguei a chave, abrindo a porta em seguida.


Minha mãe estava na sala e veio correndo me abraçar e beijar, fazendo o mesmo com Edward. Meu pai ia adorar ver aquilo...


— Como vocês estão? Me contem tudo o que aconteceu! Quero detalhes! Voltaram antes da hora... Aconteceu alguma coisa? Eu sinto que vocês estão me escondendo algo... Vão me contar? Digam!


Edward começou a rir, mas sentiu que o assunto ficaria constrangedor e logo arrumou um jeito de se despedir, me deixando sozinha pra enfrentar dona Renée. Meu noivo era mesmo ótimo!


Contei primeiro sobre o exame de Edward e minha mãe ficou radiante com a notícia. Não por saber que poderia ter um neto, mas por Edward; ela havia ficado bem chateada com o estado dele e queria até conversar e tentar animá-lo antes de partirmos para Seattle.


Mas, sendo minha mãe uma pessoa bem observadora e um tanto intrometida — no melhor sentido da palavra, é claro —, as perguntas começaram a surgir uma atrás da outra e eu tive que pedir que ela parasse pra respirar um pouco. Eu não fugiria de responder, mas me certifiquei de que meu pai não estava em casa.


— Bella, eu já respirei, já falei que seu pai não está e juro que quero mesmo saber de tudo o que aconteceu. Você pode me contar ainda nessa encarnação?

— Ok! Eu conto! — ela sorriu e se ajeitou no sofá, prestando atenção — Eu... Edward... Bem, nós fizemos coisas.


Sim, eu tinha vergonha de falar aquilo com minha mãe ou com qualquer outra pessoa, mas jamais me envergonharia de falar certas coisas ao meu noivo... Não mesmo! Senti minhas bochechas quentes e abaixei a cabeça, tentando desviar daquele olhar estranho de minha mãe; ela passou tempo demais sem nada dizer e um nó se formou em minha garganta.


— Mãe... Me desculpe. Eu não pensei que a senhora ficaria decepcionada comigo...

— Decepcionada?! É claro que não estou! — ela quase gritou e me assustei — Eu só fiquei chocada com seu vocabulário... Dizer que fez coisas com Edward? Filha, o nome disso é sexo!


Abaixei a cabeça e escondi meu rosto entre as mãos, morrendo de vergonha. Que mania as pessoas tinham de querer falar tão abertamente! Dizer que fiz “coisas” me deixava menos envergonhada, embora soasse bem infantil.


— Ok, isso realmente não importa! Só quero saber como foi! Conte tudo pra mamãe!


Como assim, contar tudo? Ela estava querendo saber os detalhes? Mas aquilo eu não contaria nunca! Era vergonhoso demais pra uma pessoa só!


— Tudo não, mãe... Mas posso dizer que foi incrível.


Ela abriu um largo sorrido e se jogou sobre mim, me beijando e dizendo que eu não era mais seu bebê. É claro que eu era! Só que agora eu poderia fazer outros bebês... Contei sobre Edward e seu surto com meu desmaio antes de rir, ouvi mais um sermão, obviamente —, contei sobre a casa... Minha mãe estava mesmo feliz por mim e aquilo me fazia um bem enorme. Sem o apoio de meus pais, seria muito mais difícil do que já havia sido.


— Você não imagina o quanto estou feliz... É tão bom ver esse brilho de felicidade em seus olhos... — ela só confirmou o que eu já sabia.

— Eu estou sim, mãe. Edward me faz feliz.

— Que bom, meu amor. Mas vocês sabem que a vida a dois é complicada, não sabem? Não estou dizendo isso pra te desanimar, é só a experiência falando mais alto.

— Nós sabemos. Mas temos vocês pra nos espelharmos. Esme e Carlisle passaram por muitas dificuldades quando se casaram, assim como a senhora e o papai, mas deu tudo certo pra vocês. Nós ficaremos bem... E teremos sempre nossos pais pra gritarem e dizerem que estamos sendo idiotas por brigamos sem motivos.


Minha mãe riu, mas disse que sempre estaria ali pra nós. Ela me conhecia e sabia bem que eu conseguiria irritar Edward por nada... E ele era muito irritável mesmo; era só esconder o controle da televisão ou fazê-lo assistir a documentários sobre comidas estranhas. Briga garantida.


Pena que aquele clima alegre não duraria muito... Minha mãe disse que contaria ao meu pai que eu havia feito coisas — ela foi bem convincente nessa parte: ele é seu pai e tem o direito de saber; senão, se sentirá traído — e temi pela vida de Edward. Não, meu pai não poderia querer matá-lo! Ainda tínhamos muitos cômodos a explorar em minha casa e depois, quando nos mudássemos! Mas preferi deixar que ela contasse de uma vez, afinal, ele não era idiota ao ponto de pensar que durante todos aqueles dias, nada acontecera.


Eu mudei de planos e decidi que ficaria ali até o final das férias; faltavam poucos dias e eu estava com saudades de passar um tempo com meu pai, jogando xadrez e vendo como ele ficava meio revoltado por eu ganhá-lo facilmente por partidas seguidas. Jogar com Rosalie era mais emocionante... Ela parecia ler minha mente e antecipava minhas jogadas, quase sempre me vencendo ou me fazendo desistir. Eu ficaria com Edward pra sempre e passar um tempo na casa onde eu cresci, não faria mal algum; ele entenderia.


Em meu quarto, liguei pra Bree — e eu ri por tê-la interrompido —, e ela disse que avisaria a todos que já estávamos de volta. Eles queriam festa! Mas não teríamos... Seria melhor juntar todas as comemorações e fazermos uma festa só, quando eu finalmente fosse morar com Edward. Pensar nisso me causava arrepios, admito. Não era algo ruim, talvez apenas a expectativa, a ansiedade... E o fato de eu, em alguns momentos, ainda não acreditar que tudo aquilo estava acontecendo comigo, que eu estava tão feliz daquela forma, que existia alguém que me amava...


Há um ano, se alguém tivesse me dito que minha vida seguiria aquele rumo, provavelmente eu teria me trancado em minha casa da árvore e teria fantasiado a vida perfeita, e em seguida, começaria a chorar e pensar que eu não tinha direito a ser feliz, que ser gorda me impediria de qualquer coisa. Não! Eu tinha direito sim! Qualquer pessoa tinha esse direito. Era só se permitir ser feliz, como eu me permiti.



POV EDWARD


Estranhei meu pai estar em casa quando cheguei, mas seria até melhor assim; eu poderia contar logo tudo de uma vez, sem ter que pedir à minha mãe que contasse as boas novas. Eu já o havia deixado de fora quando contei sobre o problema que não existia.


Depois de um banho, os encontrei na sala, vendo desenho animado... Meus pais eram mesmo ótimos! Me joguei no meio deles, que se afastaram pra que eu pudesse deitar. Meu pai praticamente arrancou uns bons fios de cabelo de minha cabeça ao me chamar de desnaturado e dizer que eu tinha que ter lhe procurado e contado o que me acontecia. Minha mãe se compadeceu do meu estado e de um grito que dei — sim, meu pai estava me torturando —, e passou a puxar os dedos dos meus pés. Aquilo era bom e quando criança, eu sempre ria quando ela fazia aquilo.


— Pai! Eu vou ficar careca! Pare de puxar meus cabelos, por favor. — quase implorei, mas ele não parou...

— Diga que confia no seu pai e que vai procurá-lo quando qualquer problema surgir...


Eu disse. Eu ajoelharia e juraria, se ele quisesse... Eu só queria meus cabelos de volta!


— Bom, muito bom! Agora, nos conte como foi com os exames.


Pelo menos eles não queriam saber mais do que aquilo... Bella ficou com a parte constrangedora, e agradeci imensamente por isso. Ter que contar sobre o bebê mutante não seria legal. Não mesmo.


Meus pais estavam felizes e se mostraram ansiosos com o assunto casa; eles queriam que eu levasse Bella pra conhecê-la logo, queriam saber o que ela acharia, se gostaria... E minha mãe estava sendo incrível com tudo aquilo. Com a ajuda de Renée, minha mãe cuidou da decoração e de tudo que envolvia cores, tecidos... E eu sabia que ela não havia economizado em nada. Pobre da minha conta bancária!


Liguei pra Bella e pedi que ela fosse até minha casa; eu também queria que ela visse logo o nosso cantinho, que dissesse se havia ou não gostado. Aproveitando o ensejo, liguei pra Dimitri também. Segundo minha mãe, ele havia ligado pra ela uma vez, apenas pra dizer que estava vivo e que era pra ela não se preocupar. Como se aquilo adiantasse...


Edward! Tia Esme já está mandando equipes de resgate atrás de mim? — disse ele, assim que atendeu.

— Quase isso... Ela está mesmo preocupada, assim como eu estou. Você não é disso, Dimitri... Namorar eu até entendo, se prender a alguém nunca foi uma opção pra você, mas agora...

— Agora eu estou apaixonado, meu caro. Agora eu entendo a forma como você olha pra Isabella, como tio Carlisle olha pra tia Esme...

— E quem é essa santa milagrosa? Alguém que conhecemos?

— Não. Victória é a detetive que contratei pra andar atrás de Heidi e descobrir quem é o pai do filho dela. Bem, digamos que as coisas funcionaram bem entre nós e cá estamos; juntos, morando na mesma casa e planejando até casamento!

Aquilo era mesmo um grande milagre! Dimitri casando! E ele contratando detetives... Havia algo que ele não estava me contando naquela história...


— E então? Há algo que queira me contar? — questionei e ele suspirou.

— Heidi queria dar o golpe do baú e enganou a mãe com aquela história de você ser o pai do filho dela. Isso nós já sabíamos... Mas, a novidade é que ela não sabe mesmo de quem é o filho. Digamos que as atividades dela eram intensas, bem intensas... Segundo Victória, a mãe de Heidi entrou com uma ação para ficar com a guarda do neto e ela pode ser acusada de negligência, uma vez que largava o bebê sozinho e saía por aí.

— Bem, pelo menos a criança será bem cuidada a partir de agora. E de Heidi, eu só quero distância! Nunca pensei que uma pessoa com a idade dela poderia ser assim tão...

— Vagabunda?

Inconsequente, Dimitri... Inconsequente.

— Não... Inconsequente ela seria se só não soubesse quem é o pai do filho dela, mas não, ela não sabe e articulou um plano pra você assumir. Ela é mesmo uma vagabunda e eu bem que gostei quando fiquei sabendo da surra que a sua senhora deu nela.


Eu tive que rir. Mesmo não concordando com aquilo, eu não poderia negar que também gostei de ver Bella daquele jeito. Por fim, eu poderia respirar aliviado sem a sombra de Heidi, sem mais problemas causados por ela... Dimitri estava bem, estava feliz, e conheceríamos sua “senhora” em breve, quando ele fosse até a casa de meus pais pra comunicar o noivado oficialmente. Pelo visto, nossa família era composta de pessoas com muita sorte no que dizia respeito a ser feliz.


POV BELLA


Eu tentei sair logo de casa e ir me encontrar com Edward, mas não deu certo; Bree me pegou bem na porta e me empurrou até a casa da árvore, com aqueles olhos grandes e perguntadores. Ela me faria contar coisas que não contei pra minha mãe, ela me faria passar vergonha e ainda apertaria minhas bochechas!


Tentei desviar das perguntas, mas sem muito sucesso; ela queria os “detalhes sórdidos” que me neguei veementemente a contar. Não! Ela só precisava saber que tinha sido especial.


— Bellinha... Não seja má com sua irmã querida! Me conte tudo! Eu te contei quando aconteceu comigo...

— Contou mesmo eu tentando não ouvir! Eu não queria saber de nada daquilo, mas você segurou minhas mãos e me impediu de tapar os ouvidos! Eu realmente não precisava saber o tamanho de nada do que se refere a Quil...


Ela gargalhou, mas pediu que eu contasse de uma vez. Suspirando, percebi que não havia pra onde correr; eu teria que contar alguma coisa, por menor que fosse. Tentando acabar logo com aquilo, contei sobre a primeira vez, ocultando os detalhes mais íntimos, por assim dizer, e Bree batia os cílios de forma excessiva e dizia coisas como: fofo, você é doida, Edward é demais... Eu não estava gostando daquele entusiasmo pra cima do meu noivo... Ela poderia ser minha irmã, mas teria a cara quebrada se desse em cima dele! Ah, teria sim!


— Bella, você está me saindo uma bela de uma pervertida! Pobre do meu cunhado... Dê um descanso a ele!

— Ah! Quer dizer que seguir seus conselhos me tornou uma pervertida? Eu só coloquei em prática tudo aquilo que ouvi durante o tempo que você namora o Quil.

— Tudo não! Você foi ao infinito e além! Minha irmã... Sério, eu nunca fiz metade dessas coisas...

— Ok! Minhas atividades realmente não te interessam em nada! E me deixe ir; Edward está me esperando.


Antes que ela pudesse protestar, desci as escadas da casa da árvore e corri quando ouvi meu pai gritar o nome de Edward e chamá-lo de defunto. Minha mãe bem que poderia esperar mais um pouco...


Dirigi rápido, ansiando por chegar logo à casa de Edward e poder seguir até a nossa. Pensar em um lugar só nosso me deixava nervosa. Era um passo muito grande e eu não sabia se conseguiria ser suficientemente boa para lidar com aquele tipo de relacionamento; não teríamos nossas mães pra cozinhar, arrumar, lavar... Ainda enfrentaríamos mais um ano na escola, tinha a faculdade, procurar emprego e tantas outras coisas... Mas tinha que dar certo! Se eu cheguei até ali, eu tinha que conseguir ir muito além.


Meu coração idiota quase saltou do peito quando vi Edward parado ao lado da calçada, nem parecia que estivemos juntos por dias... Ao invés de destravar a porta e deixá-lo entrar de uma vez, fiquei olhando através do vidro, admirando mesmo. Nem aquele sorriso completamente envergonhado me fez parar de olhar e eu não me surpreenderia caso minha boca estivesse aberta e a baba escorrendo. Sério, a normalidade passou longe de mim... Despertei apenas quando as batidas no vidro soaram alto o suficiente pra que eu temesse por eles. Se Edward os quebrasse, teríamos briga. Uma grande briga.


— O que houve? Resolveu deixar sua mente dar um passeio? — sua pergunta foi irônica ou era só impressão minha?


Preferi não responder e comecei a dirigir, seguindo sempre em frente, como ele havia indicado. Dez minutos depois, paramos em frente a uma casa pintada de laranja quase fluorescente e meu peito se apertou. Oh, não... Eu não moraria dentro de uma laranja gigante! Não mesmo! Nem morta!


— Edward... Por favor, me diga que não é essa...

— O que foi? Não gostou da casa? Mas você nem viu dentro!


Ele estava de sacanagem? Ele ia mesmo morar dentro da laranja assassina? Bem, ele ficaria sozinho por ali...


— Vamos lá

!


Completamente desanimada, desci do carro e segui atrás dele, querendo chorar a cada passo dado. Ele não podia ter feito aquilo comigo... Não podia!


— Eu espero mesmo que você goste do que tem dentro... — sua voz saiu bem triste ao me estender um chaveiro com nossas iniciais. O gesto seria fofo, se não fosse pela cor daquela casa.


Me encaminhei até o pequeno portão e Edward me olhou estranho, dando mais uns dois passos adiante. Ah, droga! O que estava acontecendo ali?


— Invasão dá cadeia, Bella. A casa é aquela. — ele disse, apontando a casa ao lado da laranja assassina.

— E você me deixou pensar que a casa era essa coisa horrorosa? Eu quase tive um infarto, ok?

— Você realmente não notou essas caixas aqui na frente? — com ele apontando, eu até vi um monte delas empilhadas — Como você estacionaria aqui? E eu não deixei que você pensasse nada; sua mente que anda fértil demais...


Sorri pra ele, quase pulando em seu colo. A casa que eu via era linda; com janelas grandes, um jardim enorme, cerca... E era pintada de azul claro com branco. Deus é pai! Fiquei parada diante da porta, com medo de abrir e despertar, acordando em Seattle ou em qualquer outro ponto da minha vida que fosse bem distante de tudo aquilo.


Notando que eu não conseguiria prosseguir, Edward colocou a mão sobre a minha, girando a chave. Eu não conseguiria mesmo andar... O lugar já estava completamente decorado, tudo arrumadinho; eu conseguia ver os sofás, mesinha de centro, quadro na parede e uma escada... Só não consegui ver mais, porque meus olhos ficaram embaçados demais pra que qualquer coisa fosse claramente distinguida.


Apoiando o queixo em meu ombro e me apertando de encontro a seu peito, Edward perguntou se não seria melhor entrarmos e concordei com um aceno, sentindo suas pernas empurrarem as minhas. Ok, eu tinha que me mexer... E assim o fiz, mesmo que de forma cambaleante.


A casa era maior do que eu pensei; a sala era espaçosa, clara, sem nenhum tipo de defeito. E havia porta retratos com fotos nossas. Cada mínimo detalhe era simplesmente perfeito. Só isso. Perfeito.


— Vamos ver os outros cômodos? — a voz de Edward me despertou e assenti — Se não gostar, pode mudar...

— Não! Está tudo incrível!


Me virei pra ele e pude notar seus olhos brilhantes, o sorriso... Como mudar qualquer coisa? Mesmo se eu não tivesse gostado de nada, tudo seria mantido como estava, porque ele havia se importado, porque ele fez por mim. Obviamente isso não se estendia à pintura. Não. Se a casa fosse laranja, ele teria que mandar pintar outra vez; seria traumático pra nossos filhos... Eles seriam “as crianças da casa laranja”. Muito, muito traumático.


Ainda no andar de baixo, havia uma sala com lareira, aparelhos eletrônicos, vídeo game... Claro... Emmett teria dado sua opinião quanto àquele lugar. Com certeza. O sofá era imenso; acomodaria umas dez pessoas espalhadas por ali. Eu nem sabia que aquilo existia...


— Digamos que esse será o cantinho “da mamãe e do papai”... Isso, daqui a algum tempo, claro.


Eu ri de Edward; ele parecia meio envergonhado e era algo novo pra mim. Ele estava mesmo sem jeito.


— Sei... O papai joga vídeo game e a mamãe briga com ele, o papai se perde em jogos e a mamãe briga com ele. Certo?

— Garota esperta! — disse ele, apertando a ponta do meu nariz.


A cozinha também era grande e bem equipada. Mas o que me chamou a atenção foram os balcões. Meu noivo andava com pensamentos pervertidos demais...


— Eu juro que eles já existiam quando meu pai nos deu a casa. — como se lesse meus pensamentos, Edward apontou para o meio da cozinha, indicando os quadrados perfeitos e os banquinhos.

— E você nem pensou em pedir que retirassem, não é?


Só sua gargalhada foi o suficiente pra que eu soubesse que aquela hipótese sequer passou por sua cabeça.


Um banheiro completava o andar de baixo e passamos para o andar superior. Sim, a casa era grande... O corredor era longo e havia portas dos dois lados, me deixando meio amedrontada. Não precisaríamos de tantos quartos...


Olhamos todos os cômodos e gostei do que vi; havia um deles que poderia ser usado como biblioteca, um vazio e três quartos. Ao chegarmos ao último, Edward pediu que eu deixasse pra olhar a janela depois; havia algo que ele mesmo queria mostrar.


— Aqui é o quarto da mamãe e do papai? — perguntei e ele riu, dizendo que sim com a cabeça — Muito bonito... Eu só não entendi o motivo desses lenços amarrados nas pontas da cama.


Havia mesmo pedaços de pano saindo dos quatro cantos e aquilo deixou Edward muito envergonhado; uma demonstração clara que ele não sabia daquilo. E o quarto era lindo. Mais fotos nossas, pequenos detalhes que mostrava o quanto ele se importava.


— Eu acho que isso foi coisa do Emmett... Ele jamais vai nos deixar esquecer aquela coisa do “amarrar, bater e gritar”...

— Bem, um dia... Você anda mesmo merecendo apanhar, sabe? Quando fez tudo isso? Como? Não me deixou perceber nada...


Ele se jogou sobre a cama e me joguei ao seu lado, sorrindo mais do que imaginei que poderia sorrir algum dia.


— Eu não fiz muita coisa, pra dizer a verdade. Meu pai me mostrou a casa e eu conversei com nossas mães, falei como queria e aqui estamos; no nosso cantinho.

— Mas mesmo assim... Não passamos tanto tempo fora e tudo está impecavelmente arrumado e decorado. Deve ter dado muito trabalho...


Ele se virou e agarrou o travesseiro, me fazendo olhar feio pra ele. Começar a desarrumar tudo era sacanagem... E a cama estava tão bem ajeitadinha...


— Entenda uma coisa, Isabella Marie Swan; quando é pra fazer alguém feliz, um Cullen vai até o fim do mundo pra que isso aconteça. E eu quero te fazer feliz.

— Você já faz...

— Isso é muito bom... — sua voz tinha um tom de gracejo que não entendi, mas nada comentei — Agora, vejamos se ainda posso me superar!


Levantando e me puxando, Edward seguiu até a janela, pedindo que eu fechasse os olhos por alguns instantes. Sabendo que de nada adiantaria retrucar, obedeci e esperei até que ele me pedisse para abri-los novamente. Ouvi o som das cortinas sendo afastadas e as janelas sendo abertas; o vento frio bateu em meu rosto e comecei a me preocupar com aquilo. Edward ia pedir que pulássemos juntos e morrêssemos bem ao estilo Romeu e Julieta? Ah, ele que me desculpasse, mas eu mandaria que ele fosse primeiro e o chamaria de idiota depois...


— Vamos lá! Pode olhar.


Abri meus olhos lentamente, me deparando com uma árvore grande no jardim, e havia uma casa da árvore ali. E uma plaquinha com meu nome. Oh, merda! Tudo estava ficando embaçado outra vez! Tudo aquilo... Não tinha como ser real. Mesmo vendo, eu não conseguia acreditar.


— É grande, não? Acho que podemos dar uma festa lá dentro.


Me virei para ele, sem tentar conter as lágrimas, sem deixar de sorrir. Seus dedos traçavam o caminho molhado em meu rosto e fechei os olhos por um momento, pensando em como eu estava feliz. Ele sabia como a casa da árvore era importante pra mim; era como se aquele lugar fosse meu refúgio, onde eu poderia chorar minhas dores e deixá-las ali. Era um lugar onde eu poderia contar qualquer coisa, ouvir qualquer coisa. E foi naquele lugar que eu disse pela primeira vez que o amava.


— Eu te amo tanto, Edward...

— É claro que ama! Eu sou incrível! — bufei e passei os braços a sua volta, o apertando mesmo — Eu amo você, garota esperta. Amo de uma forma que não dá pra medir ou explicar, e confesso que estou morrendo de medo de não ser tão bom pra você quando estivermos sozinhos aqui, começando a nossa vida. Mas eu prometo que nunca, nunca mesmo, vou desistir de nós; não importa o que venha a acontecer.

— Porque nos amamos, queremos que dê certo, e estaremos sempre juntos, fazendo nosso melhor. — completei e ele sorriu, me puxando pra um beijo.


Sim, sempre daria certo. Edward entrou em minha vida pra me ajudar a superar cada mínimo obstáculo, pra fazer com que eu acreditasse em mim, acreditasse que eu poderia, sim, ser feliz. E eu tinha medo, claro! Ele também tinha. Éramos jovens demais, começando uma vida juntos, construindo cada coisinha. Cada dia era um tijolinho a mais; a confiança, o respeito, o amor que sentíamos... E a clara noção de que as coisas não seriam um eterno mar de rosas. Poderia soar pessimista, mas não, era apenas coisa de pessoas que sabiam passar por dificuldades. Elas sempre existiram e só cabia a nós mesmos, passar por cima delas.


Quando eu fraquejasse, ele estaria ali. Quando ele fraquejasse, eu o ajudaria. E eu lhe seria eternamente grata por me ajudar, mesmo que ele não soubesse que era exatamente isso o que fazia a cada dia.


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Notas finais do capítulo

Desejo a vocês e suas famílias, um Feliz Natal. Não um Natal cheio de presentes, mas repleto de paz e harmonia.
É nessa época que chovem aquelas histórias de "pensar no verdadeiro sentido do Natal" e não repetirei isso, apenas digo pra que pratiquem essas boas ações ao longo do ano. É gratificante poder ajudar a alguém, um orfanato, um asilo... Apenas ouvir uma pessoa solitária... Se nunca fizeram algo assim, experimentem algum dia. Aqui em casa sempre fazemos e posso dizer que é realmente incrível.
Se não nos vermos mais, desejo também um Feliz Ano Novo. Que todos os sonhos pendentes se realizem, que novos sejam sonhados... Que todos nos tornemos pessoas melhores, capazes de nos importarmos verdadeiramente com o outro.
Paz, Harmonia e Felicidades a vocês e suas famílias!
Obrigada por estarem sempre por aqui!
Beijos! ♥