Superando escrita por Arline


Capítulo 22
Capítulo 22-O QUE ACONTECE EM SEATTLE...


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas lindas que alegram meu coração! Eu demorei, sei que sim, mas minha casa estava em obra, gente... Pobre adora fazer obra... E eu estava sem quarto :(
Pra compensar, o capítulo está enorme! Espero que me perdoem pela demora monstruosa e que não tenham me abandonado!
Eliana, aí está o capítulo! Você não precisa mais me ameaçar, ok?
Tem algo parecido com lemon...
Bjus e leiam as notas finais! Sério, é algo que depende apenas de vocês.



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O QUE ACONTECE EM SEATTLE...

POV EDWARD

Eu estava morrendo de sono! Bella não brincou quando disse que sairíamos bem cedo e eu agradeci por ela ter mesmo tido aquela ideia de irmos de avião. Passar mais de duas horas dirigindo não me agradava nem um pouco e foi muito melhor termos enfrentado um voo de quarenta minutos.

Eu respondia automaticamente ao porteiro, que resolveu que aquela seria uma boa hora pra perguntar sobre todos da minha família; eu estava esperando o momento em que meus olhos fechariam e eu cairia ali, na frente dele e sobre as malas. Bella mordia o lábio, segurando a grande vontade que estava de rir de mim.

Quando por fim o interrogatório terminou, praticamente corri para o elevador, agradecendo muito por ele estar parado bem ali, na minha frente. Meu corpo foi atraído pela parede, e Bella gargalhou quando me joguei em um canto e fechei os olhos; só lhe respondi em qual andar ficaríamos.

— Nem sei por que eu perguntei... — ela resmungou, ao ouvir que ficaríamos na cobertura.

Eu não tinha a mínima culpa de ter uma família grande e espaçosa! Ela que reclamasse com meus pais, oras! E aquela droga ia tão vagarosamente... Como eu queria uma cama quentinha...

Ao chegarmos, Bella abriu a porta e praticamente a empurrei pra dentro, fazendo com que ela risse. Larguei as malas pelo chão e fui tirando meu tênis, o casaco, a camisa...

— Opa! Vamos com calma, bonitão. — disse Bella, se jogando em um dos sofás — Não vai me dizer que já...

— Sim, eu vou dormir. — a interrompi e dei um selinho — Bom dia e até a hora que eu acordar.

Segui para o quarto que ficava no final do corredor e os resmungos de Bella me fizeram rir. Deixei pra me preocupar com o banho depois; eu ainda estava cheiroso. Tirei a calça e desabei sobre a cama. Assim que puxei o cobertor, Bella apareceu na porta, segurando uma peça de roupa.

— Você está vestido, não está?

Acenei afirmativamente. Bem, eu estava de cueca... Aquilo contava como roupa, não?

Dizendo que ia se trocar, ela seguiu até o outro lado, entrando no banheiro. E eu comecei a me preocupar com o que ela vestiria... Suas roupas não poderiam ser chamadas de “decentes”. E tive mais certeza disso quando a vi... Usar uma blusa minha era querer muito da minha sanidade.

— Nem adianta me olhar torto! Você acha que eu sou idiota, Edward? — ela começou a me atacar e eu nem tinha aberto a boca... — As malas estão na sala, sua calça está jogada no chão e não o vi trazendo nada aqui pro quarto. Só me diga que tem mesmo algum pano aí.

— É claro que tem! Pelo amor de Deus, não queira brigar comigo agora... Eu estou morrendo de sono!

— Está bem, está bem! Eu não falei nada!

Ela seguiu para o outro lado e deitou longe de mim, me fazendo rir. Aquela birra não duraria muito... E não durou mesmo... Nem cinco minutos se passaram quando ela me abraçou e, antes que eu pudesse abrir a boca, ela me mandou ficar quieto e dormir.

O sono parecia ter se esvaído e fiquei apenas pensando em como estar com Bella era incrível. Eu a amava mais do que pensei que um ser humano conseguiria amar... Poderia parecer ridículo, mas doía ficar longe dela, não ouvir seu “boa noite”, não estar ao seu lado pela manhã... Eu queria poder viver pra sempre ao lado dela. Às vezes eu tinha medo de tudo aquilo; parecia meio irreal que Bella me amasse e que quisesse ficar comigo, que tivesse permitido que eu me aproximasse.

Depois que meu pai viu o quão sério meus sentimentos eram, ele convenceu minha mãe de que eu poderia ter minha própria vida. Não que eu não gostasse de morar com eles; eu os amava, mas bem sabia como minha mãe gostava de seus filhos sob suas asas... Era proteção de mãe e o melhor de tudo, era que dona Esme não se fazia de coitada pra que ficássemos ao seu lado; se tomássemos uma decisão, ela nos apoiava.

Agora, só me restava esperar que Bella acordasse pra que eu pudesse perguntar o que tanto estava me tirando o sono.

Apertei um pouco mais seu corpo contra o meu, só pra ter a certeza de que ela realmente estava ali. Que estávamos ali.

POV BELLA

Eu estava muito bem, aquecida e não queria mesmo levantar, mas era preciso. Já passava das três da tarde e posso dizer que desmaiamos desde as dez da manhã, hora em que entrei naquele quarto. Edward não estava ali, mas eu podia ouvir sua movimentação pelo apartamento e temi não encontrar nada inteiro na cozinha... Ele até poderia saber cozinhar, mas não possuía intimidade alguma com um monte de panelas...

Levantei e notei nossas malas no chão, perto da porta. Não troquei de roupa, apenas fui ao banheiro e tentei dar um jeito na minha cara amassada e escovei os dentes. Segui o barulho e logo cheguei à cozinha, encontrando Edward de costas. Só de bermuda. Ele que não reclamasse depois... Eu até que estava mantendo minha palavra, mas ele não facilitava também.

Sentei-me sobre o balcão que dividia a cozinha e chamei sua atenção. Foi bom receber aquele olhar quase desesperado.

— Temos bancos aqui, sabia? — disse ele, olhando novamente para o fogão.

— Eu sei que sim, mas aqui está mais confortável.

Ele resmungou qualquer coisa e eu sorri.

— O que você fez? Estou com fome. — reclamei e ele riu baixinho.

— Macarrão com queijo, minha especialidade... E é claro, creme de queijo extra. — ele apagou o fogo e abriu o forno, retirando uma travessa e depositando sobre o fogão — Sente-se de forma decente, por favor.

— Não mesmo.

Ok, eu o estava provocando e sabia que me arrependeria disso depois; Edward sabia provocar muito mais do que eu...

— Bella... Eu estou sendo bem paciente com você. Então, por favor, sente-se no banco, sim?

Ele tentou soar bem sério, mas sua voz tremida me fez rir e ele bufou.

— Não seja chato... Estou bem, consigo equilibrar um prato e juro que não quebrarei nada.

Ele deu de ombros e virou de costas, me ignorando completamente. Edward me entregou um dos pratos e fiquei satisfeita por ele já ter aprendido a colocar a quantidade certa de comida pra mim.

Seu olhar era atento, esperando que eu lhe dissesse se estava bom ou ruim — e também não disfarçava os olhares pra minhas pernas —. Aquilo me fazia bem. Por mais que sempre nos afastássemos quando o calor aumentava, era bom saber que ele me desejava.

Sugeri que ligássemos pra Rose e Emmett e que eles viessem ao apartamento; Edward até que gostou da ideia e ligaria pra eles depois do almoço.

— Hum... Estava muito bom mesmo. Obrigada por me alimentar. — falei e ele riu, pegando o prato de minhas mãos.

— E você pensou que seria de graça? A louça é sua, meu amor.

Ele colocou um pano de pratos em minha mão e saiu, rindo e dizendo que ia ligar pra irmã. Eu merecia mesmo aquilo... Quem me mandou ficar de gracinhas com a cara dele?

O encontrei na sala alguns minutos depois e seríamos nós dois mesmo... Rose e Emmett estavam muito, muito ocupados e não precisavam de nossa companhia naquele momento. Não mesmo. Até poderíamos sair, mas não ficaríamos bem dispostos no dia seguinte e eu não queria isso. Edward tinha que estar bem pra sua consulta e eu queria estar bem pra acompanhá-lo, pra saber o que dizer caso tivéssemos alguma resposta imediata. O melhor a fazer era ficar ali e aproveitar a temperatura agradável e o fato de podermos enxergar as estrelas ao anoitecer. Fazia tempo que eu não as via... Forks era sempre muito nublada e aquilo até me irritava de vez em quando.

POV EDWARD

Eu estava nervoso, muito nervoso. E não era só por conta da consulta... Claro que estar na sala de espera do consultório estava me deixando mais inquieto do que eu poderia supor, mas Bella... A resposta que ela me deu na noite anterior me deixou um tanto apreensivo; ela realmente estava tratando aquela experiência como um mero teste.

Meu nome enfim foi chamado e dei um pulo da cadeira, fazendo com que a recepcionista risse um pouco. Bella quis me acompanhar, mas eu bem sabia como aqueles exames eram vergonhosos e preferi chamá-la depois, quando a parte constrangedora já tivesse passado.

— Vai dar tudo certo, ok? — ela disse e me entregou a pequena pasta com meus exames — Estarei bem aqui, esperando. — concordei com um aceno e beijei sua testa, mais nervoso do que antes.

O médico não parecia muito mais velho do que eu e ele não colocaria a mão no meu... Nele. Não mesmo! Meu outro médico era um senhor quase cego, mas esse doutor Luke...

— Boa tarde, Edward! — ele estava muito animado... — Sou Luke Johnson. — apertei a mão um tanto grande que ele me estendia — Sente-se, vamos conversar um pouco.

Conversar... Eu não queria saber de conversar não... Se eu desistisse bem naquela hora, será que Bella ficaria muito chateada?

— Bem, é sua primeira consulta com um urologista? Você sabe que precisa falar pra que possa ajudá-lo, não sabe?

Assenti, completamente sem graça com aquilo. Eu teria que falar tudo. Absolutamente tudo... E Bella ainda entraria ali depois... Tomei uma grande quantidade de ar e comecei a falar sobre meu problema; relatei tudo desde a infância, expliquei, relembrei, mostrei os exames... A expressão neutra do médico não me dava ideias do que se passava por sua cabeça e aquilo estava me angustiando. Ouvir mais uma confirmação não me faria bem algum. Após algumas anotações, ele pediu que eu colocasse aquela roupa ridícula de hospital e meu rosto esquentou. Ele tinha mesmo que fazer aquilo?

Quando retornei e ele pediu que eu me deitasse, minha vontade de correr dali aumentou. Tudo bem que eu já havia passado por aquela situação antes, mas eu estava com vergonha naquele momento!

Ele ia me apalpando e perguntando se eu sentia dor em algum momento, se já havia sentido antes, se algo de anormal havia aparecido e eu ia respondendo e rezando pra que aquele exame terminasse de uma vez. Não era legal ter um homem apertando suas partes íntimas daquele jeito... O médico conhecia mais ele do que eu...

— Tudo bem, pode trocar de roupas. — disse o doutor Luke e eu pulei da maca, correndo até o banheiro. Que coisa mais chata!

Mais uma vez, eu queria saber o que se passava na cabeça daquele médico... Ele escrevia, escrevia e parecia nem se dar conta que eu já estava de volta, bem na sua frente.

— Pois bem Edward. — me assustei quando ele começou a falar repentinamente — Verificando seus antigos exames e pelo exame que fiz agora, não vejo problema algum com você.

“Não vejo problema algum com você”, “não vejo problema algum com você”... Aquilo ficou zumbindo em meus ouvidos de forma bem incômoda. Quando criança, ainda sem noção de muita coisa, eu já sabia que não poderia ter filhos — isso foi o que disseram à minha mãe... —, aos quinze anos eu tenho outra “confirmação”, e agora... Tudo o que me disseram poderia não ser verdade. A vontade de largar tudo aquilo aumentou; eu não queria mais saber se era verdade ou mentira; só queria ir pra casa.

A voz do médico se misturou ao zumbido e o olhei, sem realmente prestar atenção ao que era dito. Ele poderia estar enganado também.

— Preciso que preste atenção, ok? — disse ele, fazendo com que eu o olhasse — A infertilidade é um vasto campo de estudos, jamais saberemos tudo, e muitas são as causas que podem levar a ela, assim como muitas vezes, não encontramos causa alguma. Mas posso afirmar que o que você teve quando criança não o impossibilita de ter filhos. — meus olhos quase saltaram das órbitas.

— Desde criança eu sei que não posso... Acreditar é meio complicado agora. E há dois anos eu refiz o exame, aqui mesmo.

— Pelo que você me disse, estava em uma cidade pequena e sem muitos recursos quando ficou doente, certo? — assenti — Se hoje em dia não sabemos tudo, naquela época e sem recursos, era muito mais complicado. E aqui... Você teve uma consulta e fez um exame de sangue que constatou uma infecção, apenas isso. Você pode ter uma baixa imunidade quanto a isso ou pode ter acontecido qualquer outra coisa... Sem contar que o principal exame não foi feito; seu médico só seguiu o que você contou e não investigou a causa do problema. Quando criança, você teve uma infecção, assim como muitas crianças também tem, mas isso não quer dizer muita coisa... Realmente sinto muito por isso.

Fiquei calado por alguns minutos, processando aquela informação. Por mais que ele dissesse ter certeza, eu ainda teria que fazer o tal exame principal e ele sim diria tudo. Eu poderia ter esperanças, mas não queria me agarrar a ela; se não desse em nada, seria muito pior.

— Você fará este exame aqui. — ele me indicou o que havia escrito e concordei com um aceno, sentindo minhas bochechas quentes outra vez — Vou estar aqui pra que continuemos nossa consulta.

Ele apertou um botãozinho e um minuto depois, uma enfermeira entrou na sala, pedindo que eu a acompanhasse. Bella me olhou estranho quando passei por ela e desviei os olhos rapidamente; era realmente constrangedor fazer aquele tipo de coisa... Bem, não era quando ninguém sabia o que eu estava fazendo e Bella que me perdoasse, mas não seria muito diferente do que acontecia no banheiro do meu quarto. Eu estaria pensando nela. E era a mais absoluta verdade; se não fosse por ela ter expressado a vontade de ter filhos, eu jamais entraria em um consultório pra saber daquele problema outra vez.

Eu quis me esconder quando a enfermeira me entregou um potinho e disse que não era pra eu ter pressa. O que eu estava fazendo ali? Bella me colocava em cada enrascada... E se Emmett soubesse daquilo...

Fechei os olhos, respirei fundo e entrei naquela salinha.

Todo o processo não foi tão demorado e, mais uma vez, minhas bochechas queimaram quando notei a enfermeira sentada em um banco do lado de fora, ao lado da porta. Aquela sala era à prova de som, não era? Tinha que ser... Pacientemente, ela pediu pela terceira vez que eu lhe entregasse o potinho e o fiz muito relutantemente, tinha coisas minhas ali dentro! Ela anotou meu nome, colocou em uma caixinha, e pediu que eu a acompanhasse até a sala do doutor Luke. Mais uma vez, Bella me olhou estranho quando me viu. As explicações ficariam pra depois...

Ele estava sorridente e aproveitei pra perguntar se minha noiva — e frisei bem essa parte — poderia entrar; ele assentiu e a enfermeira foi chamá-la. Bella parecia bem apreensiva e cumprimentou o médico quase que sussurrando. Ele pensaria que éramos dois loucos.

Conversamos por quase uma hora. Bella fazia mais perguntas do que eu e agradeci por nada constrangedor ter sido dito. Meus dedos estavam sendo apertados a cada palavra que o médico dizia e notei que ele preferiu deixar que eu contasse que talvez pudéssemos ter um bebê.

— Então, teremos que retornar na terça-feira pra uma nova consulta? — o médico assentiu e Bella pegou um bloquinho de dentro de sua bolsa, anotando o dia — A que horas?

— O mesmo horário de hoje está bom pra vocês?

Bella assentiu freneticamente e eu quase ri de seu jeito. Agora, ela parecia mais nervosa do que eu.

Alguns minutos mais tarde, estávamos do lado de fora, e era realmente bom um pouco de calor. Não daria pra suar, mas estava muito mais quente do que em Forks. E havia sol! Permanecemos calados, apenas andando sem rumo. Eu tinha muitas coisas a dizer, Bella teria muito a escutar, mas não ali, na rua. Só que esperar pra voltarmos ao apartamento não estava me agradando em nada... O que poderia acontecer? Bella ia gritar ou chorar. Talvez escondesse o rosto entre as mãos e ficasse bem vermelha... Preferi começar pelo assunto que mais estava me incomodando até aquele momento.

Entramos em um pequeno e aconchegante Café bem parecido com aquelas lanchonetes dos anos cinquenta ou sessenta e segui para a mesa mais afastada. Fomos prontamente atendidos e só depois de estarmos com nossos pedidos, foi que decidi falar.

— Bella... — chamei sua atenção e ela me olhou com interesse — Ontem eu te perguntei o que você estava achando desse tempo que estamos...

— E eu respondi. Está ficando esquecido? — ela me interrompeu e sorriu.

— Não, não estou. Mas eu acho que não me expressei muito bem quando fiz a pergunta. Eu quero saber o que você acha de morarmos juntos mesmo. Vai demorar até que possamos nos casar; ainda temos mais um ano no colégio, depois tem a faculdade e teremos que pensar em arrumar um emprego... Não sei você, mas não gosto de ficar longe por tanto tempo, não gosto de ser expulso da sua casa sempre que seu pai aparece sutilmente por lá e pergunta se eu não tenho que ir embora... Eu não gosto de pensar que ainda vai demorar tanto tempo pra que eu...

E não consegui terminar aquela frase e talvez, não conseguisse pensar em mais nada. Não depois que Bella escorregou pelo banco e praticamente me atacou, atraindo alguns olhares. Aquele assunto estava resolvido. Graças a Deus.

— Você pode ficar lá em casa, Bree quase não está mesmo...

Ela estava mesmo animada com aquilo e sorri de sua empolgação.

— Por enquanto, ok? Meu pai nos deu uma casa e poderemos cuidar dela depois, com calma.

Pra minha surpresa, Bella não surtou, apenas disse que tudo bem e que queria conhecer a casa. Ela estava estranha... O normal seria ela chorar, dizer que era muita coisa, que estávamos indo muito rápido... Tudo estava estranho, pra ser sincero. Charlie não se importara com aquela viagem, não se importara porque eu estava com Bella e quando falou comigo, ele parecia cuidadoso, como se não quisesse dizer nada que pudesse me chatear ou algo assim. Ele até me abraçou e desejou uma boa viagem, além de me desejar boa sorte. Bem, talvez ele estivesse realmente começando a gostar de mim...

Já no apartamento, recebi uma mensagem de Emmett, dizendo que sentia muito mesmo, mas que não nos veria tão cedo; só quando estivéssemos em casa. Ele tinha coisas muito mais interessantes a fazer... E eu não gostava nada, nada de saber que essas coisas incluíam minha irmã. Bella ria de minha cara emburrada e eu fugia dela, não querendo dar espaço pra que perguntas fossem feitas. Com certeza eu morreria de vergonha.

Sorri quando ela, depois de tomar banho, deixou os cabelos secarem naturalmente, deixando-os ondulados; eu gostava deles daquela forma. E ela andava pra lá e pra cá, fazendo com que minha atenção fosse desviada do filme que eu assistia... E eu teria que comprar mais camisas; ela usava todas!

— O que é Bella? Está fazendo caminhada dentro do apartamento?

Ela bufou e cruzou os braços, parando em frente à televisão.

— Eu só estou esperando você me contar o que foi fazer com aquela enfermeira. Você me olhou muito estranho quando passou com ela... Vamos, estou esperando a explicação.

— Amor... Não complique as coisas, sim? Eu tinha um exame a fazer e ela apenas me acompanhou.

— Que exame, Edward? Você não está com nenhum furo no braço, não reclamou de nada... E eu acho que uma radiografia seria desnecessária e mesmo assim, não deu tempo.

Eu quase ri daquilo. Seria cômico se não fosse trágico. Tentei fugir da resposta, mas não adiantou... Eu teria que falar.

— Eu tive que me enfiar naquela sala pra fazer a mesma coisa que eu faço quando estou em casa e penso em você. Satisfeita?

— Ah, meu Deus!

Bella escondeu o rosto entre as mãos e saiu correndo e tropeçando até o banheiro. Eu só respondi ao que ela perguntou, oras! Ela não queria saber? Então... Mesmo querendo, não fui atrás dela, seria melhor assim; ela precisava de um tempo pra superar aquela informação. Não que fosse algo absurdo, mas pra Bella, tudo era vergonhoso demais... Pra mim também era, mas não aquilo; era normal, não?

Longos minutos depois ela retornou, e suas bochechas ainda estavam bem vermelhas, mas nada que não desse pra melhorar com mais um pouco de tempo. A televisão estava desligada agora e eu só prestei atenção ao rosto corado e à forma totalmente desajeitada com a qual ela se sentou ao meu lado, fitando o colchão.

— Tem mais alguma coisa pra contar? Aproveite que ainda não morri de vergonha!

Eu ri e me arrastei um pouco na cama, puxando as pernas de Bella pra que ficassem sobre as minhas. Mesmo sem que ela me olhasse, estávamos frente a frente.

— Doutor Luke disse que podemos ter um bebê. — ela me fitou com olhos arregalados — Segundo ele, os exames e o diagnóstico não estavam corretos.

— Como?

Eu lhe expliquei tudo de forma detalhada, não me esquecendo de nada que o médico havia dito. A cada nova informação, os olhos de Bella brilhavam e ela sorria mais e mais. Ela queria mesmo um bebê!

— Isso é... É incrível! Podemos ter um bebê gordinho e perfeito! Nós teremos bebês lindos!

— Vamos com calma, dona Isabella! — ela revirou os olhos e eu ri — Nem pense que a senhorita vai utilizar meu corpo apenas pra reproduzir! Eu tenho sentimentos, ok? — ela gargalhou e jogou a cabeça pra trás, muito feliz — E eu sei que você está empolgada e feliz com essa notícia, mas eu ainda prefiro esperar até que saia o resultado do exame.

Suas mãos vieram até minhas bochechas e ela praticamente as esmagou, fazendo com que eu ficasse parecendo um peixinho dourado com aquele bico ridículo.

— Eu sei que nós teremos bebês lindos, gordinhos, perfeitos e parecidos com você.

Fiz que não com a cabeça e ela se divertia com a minha cara, ria mesmo, com vontade.

— Promete que vai me dar um monte de bebês lindos? Assim, uns quatro? Dois casais. Dois mini Edwards. Promete e eu te solto.

Ela estava louca! Quatro? E eu queria saber como seria aquilo... Bella sabia que precisaríamos de muito mais do que promessa pra que ela engravidasse, não sabia? Quer dizer, mais ação e nenhuma roupa...

— Prometa! Por favor! — fiz um sinal de positivo com o polegar, mas ela sacudiu a cabeça — Assim não! Fale! Vamos, fale que você vai me dar um monte de bebês!

Forcei meu corpo contra o dela, até que suas costas tocassem o colchão; retirei suas mãos de meu rosto e a beijei. Um beijo calmo, saboreando cada pedacinho de sua boca, apreciando o contato de nossas línguas e a forma como sua mão agarrou meus cabelos. Mas tivemos que nos afastar, e era inexplicável a forma como Bella estava linda. Radiante seria a palavra correta.

— Nós teremos bebês lindos. — falei e ganhei o sorriso mais bonito que Bella já havia dado — Teremos menininhas lindas e perfeitas como você. Elas terão a melhor mamãe do mundo, os irmãos mais legais, os melhores avós e tios, e o primo mais esperto que qualquer criança poderia querer.

— E eu contarei a eles como me apaixonei pelo papai incrível e bobão... Contarei a eles como o papai faz da mamãe, a mulher mais feliz do mundo!

— E eu contarei que somos dois loucos, falando de bebês que ainda vão demorar muito a chegar...

— Me deixe sonhar e fazer planos! Não me importo de parecer uma louca, desde que você continue me amando.

— Pra sempre, sua doida.

Sim, Bella era doida. Completamente!

POV BELLA

Há meia hora eu dava voltas e mais voltas dentro do banheiro, enrolada em uma toalha e olhando pra minhas roupas, sem saber ao certo quais peças vestir. Não demoraria muito até que Edward batesse à porta e perguntasse se eu havia morrido, já que eu não demorava tanto pra tomar um simples banho. Desde o dia anterior alguns pensamentos ganharam mais intensidade, como por exemplo, atacar meu noivo. Sim, atacar. Por mais que tentássemos nos controlar, ficava cada vez mais impossível e eu queria muito sentir aquilo outra vez. Meus pelinhos arrepiavam sempre que eu relembrava aquele dia, sempre que eu fingia dormir e sentia Edward me beijando e o ouvia dizer que me amava.

Assim como meu coração e sentimentos pertenciam a ele, eu queria que meu corpo também pertencesse. Não era uma questão de curiosidade ou porque moraríamos juntos; eu precisava.  Eu queria ser sua de verdade e não saberia mesmo qual seria minha reação caso Edward decidisse que “aquela não era a hora”. Eu poderia estar sendo egoísta, mas eu só saberia se tentasse... Conhecendo-o como eu conhecia, ele queria fazer algo especial; com velas e música; o ambiente perfeito e romântico. Eu só queria a ele.

As roupas ganharam minha atenção outra vez. Algumas peças eram dispensáveis... Assim, deixei o sutiã e a calcinha de lado e vesti apenas uma camisa de Edward, grande e larga o suficiente pra que escondesse algumas coisas... Meus cabelos ficaram soltos e me olhei no espelho, muito satisfeita com o que vi. Respirei fundo algumas vezes e segui até a sala, iluminada apenas pela televisão ligada em um programa que Edward realmente não prestava atenção. Modos de arrumar a casa não era seu programa preferido...

— Pensei que moraria no banheiro. — disse ele, sorrindo e se ajeitando pra que eu pudesse me sentar ao seu lado.

Deixando-o surpreso, sentei-me sobre suas pernas, mantendo meus joelhos apoiados no sofá, um de cada lado de suas coxas.

— Eu estava escolhendo minhas roupas, oras! — seus braços rodearam minha cintura e ele riu, afundando o rosto em meu pescoço.

— E acabou vestindo minha camisa. Que bela escolha!

Eu concordava com ele.

— Você está diferente. — sua voz abafada me alarmou. Diferente como?

Afastei-me um pouco, cessando os beijos por meu pescoço, e o fitei. Ele não me olhava estranho, como se eu estivesse parecendo uma aberração e então, relaxei.

— Está mais bonita, não sei explicar... Mas eu estou gostando.

— Não seja bobo! Só estou feliz.

Enlacei meus braços em seu pescoço, me divertindo com sua cara falsamente entediada.

— Eu estou feliz e nem por isso, estou bonito!

— É verdade! Você é feio, muito feio! O homem mais feio do mundo...

Ele riu e me puxou mais, me apertando em seus braços e me beijando. Meus dedos se enrolaram em seus cabelos, não deixando Edward se afastar, e me apertei mais contra seu corpo, sentindo o calor proporcionado por sua falta de camisa e pelo momento. Sim, um simples beijo estava me deixando quase desesperada por mais. Se Edward quisesse me chamar de tarada por conta disso, que chamasse!

Inclinei meu pescoço um pouco pra trás, dando a Edward o espaço que ele queria pra beijar aquela região. Um arrepio — sempre que ele beijava meu pescoço era assim... — percorreu meu corpo de alto a baixo, minhas unhas passavam lentamente por sua pele, mas, ao sentir seus dentes raspando em meu pescoço, praticamente as enterrei em suas costas. Mesmo querendo que aquela situação evoluísse e eu não estivesse sentindo um pingo de vergonha, saber o que fazer era meio complicado; embora Edward fosse tão experiente quanto eu, ele parecia saber mais o que fazer, onde tocar e como tocar... Eu nunca ultrapassava alguns limites por medo de machucar ou acabar fazendo algo ridiculamente estranho...

Abri meus olhos por um momento, notando o quanto ele estava concentrado no que fazia; parecia gostar mesmo de beijar cada mínimo pedaço de pele, e eu estava sentido falta de sua barba por fazer... Arranhava um pouco e era bom. Fechei meus olhos novamente, ao sentir suas mãos passeando por minhas pernas, chegando às coxas e subindo um pouco a camisa. Seu nome saiu de meus lábios em forma de gemido, mas quando ele disse o meu...

— Bella... Sem calcinha? — Edward me olhava de um jeito estranho, mas não era ruim.

Lentamente, levei minhas mãos aos botões da camisa, abrindo-os calmamente, revelando apenas minha pele por baixo daquele pano. Ao chegar ao segundo botão, Edward afastou minhas mãos delicadamente e passou a abri-los, prendendo o lábio entre os dentes; um leve tremor em suas mãos. E eu estava ali, completamente nua, sem um pingo de vergonha, e ansiando pra que ele quisesse continuar.

— Você quer me matar... — sua voz era rouca e seus olhos não desviavam dos meus — Isso é tortura, Bella...

Meu coração não batia num ritmo certo, ou até batesse, mas aquilo não me importava... Só Edward me importava naquele momento; apenas sua respiração irregular e o hálito quente contra meu rosto, os lábios avermelhados. Seus olhos me observavam intensamente, brilhantes, calorosos.

— Eu só quero você, meu amor. — falei, tocando seu rosto, tentando ter a certeza de que estávamos mesmo ali — Só quero ser sua. Completamente sua...

Sua boca tomou a minha com voracidade; num beijo quente, transbordando desejo, amor. Estremeci em antecipação, ansiando pelo momento em que nos tornaríamos um só. Uma alma. Meu coração batia de forma acelerada, minhas mãos passeavam errantes pelo corpo de Edward, sem realmente querer encontrar um caminho certo; só aquele contato já era prazeroso. Suas mãos também percorriam meu corpo, porém, de forma mais contida, a camisa ainda estava ali e aquilo não estava em agradando...

Usando uma coragem desconhecida por mim, desci minha mão espalmada por seu peito, passando pelo abdome durinho e chegando ao cós de sua bermuda; meus dedos se embolando no botão e a mão de Edward sobre a minha, me impedindo de continuar. Estava bom demais pra ser verdade...

— Amor... — ele estava ofegante ao separar-se de mim — Aqui não.

Mesmo sendo uma visão tentadora, ainda mais por seus lábios estarem levemente inchados e avermelhados, desviei meus olhos de seu rosto, abaixando a cabeça e começando a abotoar a camisa outra vez. Eu ainda insistia naquele assunto...

— Desculpe. — as palavras saíram baixas; meu esforço pra não chorar era enorme. Senti-me rejeitada.

— Amor, nem pense besteira, ok? Eu só achei que a cama fosse mais confortável... E eu vou adorar tirar sua roupa outra vez.

O fitei imediatamente, notando um sorrisinho em seus lábios.

— Eu pensei que...

— Você é absurda. — ele me interrompeu — Eu te amo, eu quero que seja minha, assim como serei sempre seu.

As palavras se perderam quando nossos lábios se encontraram mais uma vez. Meu corpo estava sendo erguido do sofá e não ouvi nenhum protesto por parte de Edward... Ou ele era mais forte do que pensei, ou eu não era tão gorda e pesada assim...

Fui colocada sobre a cama cuidadosamente, meu corpo indo pra trás à medida que ele se inclinava sobre mim, nossos olhos sempre conectados. Por mais que a claridade fosse quase inexistente, eu sentia seu olhar em mim, me queimando. Estiquei meu braço para o lado, até alcançar o abajur; eu precisava ver Edward. A baixa luminosidade preencheu o quarto e eu sorri, ao notar que ele estava mesmo me olhando.

Não havia nervosismo ou medo; existia apenas a necessidade de senti-lo, de me sentir estremecer a cada toque, com cada beijo, de dizer seu nome enquanto eu era levada pra um mundo onde respiração ofegante e batimentos cardíacos acelerados era a melhor coisa que poderia existir.

— Se eu fizer qualquer coisa que a machuque, promete que vai falar? — respondi à pergunta com um gemido. Ele não precisava sussurrar e morder o lóbulo de minha orelha... — Promete?

— Prometo... Prometo o que você quiser, mas me toque.

Ele riu baixinho, enquanto suas mãos trabalhavam habilmente nos botões da camisa e eu erguia meu tronco, ajudando-o a retirá-la por completo. Consegui abrir o botão de sua bermuda sem me enrolar e respirei aliviada por Edward não ter me parado — muito pelo contrário, ele parecia com pressa, uma vez que quase chutou o pano embolado pra longe. — Arfei quando vi seu corpo coberto apenas pela cueca preta. O calor aumentou consideravelmente e temi por minha sanidade.

O puxei pra mim, beijando-o de forma urgente, sentindo suas mãos mais afoitas, nossa respiração entrecortada. Pensei em protestar quando tivemos que parar o beijo, mas nem tive tempo; sua boca passou a percorrer cada mínima parte do meu corpo, causando sensações indescritíveis, me arrancando gemidos. Era uma tortura...

— Edward... — gemi baixinho, ao sentir seus lábios em meu seio, sua mão apertando o outro. Eu não sairia viva...

Minhas mãos escorregavam por suas costas, os gemidos saíam sem controle, meu corpo arqueava em direção ao dele, buscando um pouco mais de contato. Eu precisava. Ele chegou ao meu umbigo, lambendo, mordendo... E fez o caminho de volta, serpenteando seu corpo sobre o meu, me fazendo sentir o quanto ele me queria.

De alguma forma, acabei ficando por cima dele, quase imóvel, com medo de estar sufocando o pobre do meu noivo. E eu querendo algo romântico... O momento estava quase virando uma comédia fracassada...

— E... Eu não sei o que fazer. — confessei baixinho, querendo camuflar o medo que eu sentia.

— Descobriremos o que fazer. Bem, eu acho que já sabemos, mas se você continuar parada... — ele riu e eu dei um meio sorriso.

Sua mão afagou minha bochecha e suspirei. Oh, droga! Eu estava tão confiante! E eu não arruinaria tudo, não mesmo!

— Você sabe que não precisamos ir em frente, não sabe? — sua voz era firme, decidida.

— Sei sim, mas eu quero. Só estou com medo de estar te esmagando, mas tudo bem.

— Pareço estar sofrendo por que minha noiva nua e gostosa está sobre mim?

Não, ele não estava... Eu poderia dizer que ele estava bem animado! Eu é que não conseguia me livrar daquelas inseguranças idiotas!

Edward me beijou novamente, sua mão se embrenhando em meus cabelos enquanto a outra vagava por meu corpo, causando arrepios e tremores. Aquilo não poderia ser normal... Meu coração batia acelerado e, antes que ele resolvesse parar de vez, eu decidi agir! Ergui-me um pouco, nunca deixando de beijar ou tocar meu noivo, e algo dentro de mim se agitava quando eu o sentia estremecer sob meus toques incertos ou quando seus gemidos baixos soavam em meus ouvidos.

Mordi seu peito levemente, testando minhas ações e suas reações. Foi muito agradável ouvir seu gemido e sentir um leve puxar em meus cabelos. Continuei distribuindo beijos e mordidas por seu peito, sentindo o gosto salgado sua pele, seu cheiro... Deixei que meus cabelos caíssem em meu rosto, impedindo que Edward me olhasse diretamente, e retirei a última peça que o cobria. Mesmo não tendo como comparar, eu queria saber como faríamos aquilo dar certo... Talvez fosse mais desconfortável do que pensei que seria... Fiz o caminho de volta beijando, mordendo, lambendo e arranhando sua pele, ouvindo-o gemer meu nome e eu gemia em resposta. Pressionei meu corpo contra o dele, beijando-o.

— Eu preciso de você, amor... — me ouvi dizer e rezei pra que Edward tivesse escutado...

Novamente senti seu peso sobre mim e peguei sua mão, guiando por entre nós dois, levando-a até o ponto onde eu o queria, onde eu precisava. Gememos juntos com aquele contato. Eu sentia a umidade entre minhas pernas e um gemido alto me escapou quando o senti mover o dedo; meus quadris ganharam vida própria e passei a acompanhar os movimentos que estavam me tirando a sanidade. Apertei meus olhos o máximo que consegui, chamando por Edward, implorando por mais, sentindo algo diferente... Os tremores eram mais intensos, assim como nossos movimentos, e acabei gritando quando uma intensa onda de prazer assolou meu corpo.

— Eu amo você... — sua voz soou em meus ouvidos, enquanto eu tentava normalizar minha respiração.

Meus dedos se embrenharam por seus cabelos e o puxei pra mim, beijando-o e abafando nossos gemidos. Eu sentia sua ereção entre minhas pernas e sabia o quanto Edward estava se segurando, mas eu não conseguia aguentar; eu o queria demais, o desejava demais pra deixar que aquele momento acabasse assim... Me mexi sob ele, ouvindo seu gemido e um aperto em minha coxa.

— Eu não quero te machucar, meu amor... — a voz de Edward soou quase suplicante quando nos separamos e eu o entendi... Era por isso que ele havia parado das outras vezes.

— Não vai... Eu quero você...

Edward se posicionou sobre mim e me olhou antes de fazer qualquer coisa, talvez, procurando alguma dúvida em meus olhos. Apenas lhe sorri e me movi outra vez, ouvindo mais um gemido. Arfei ao senti-lo entrar lentamente em mim e, se houve dor, não registrei; a única coisa que eu sentia era a maravilhosa sensação de tê-lo tão perto, de ser finalmente sua. Instintivamente, enlacei minhas pernas a sua volta e o empurrei mais pra baixo, gemendo alto ao senti-lo totalmente. Talvez eu tivesse sido afoita demais... Respirei fundo por conta de um pequeno incômodo e Edward me beijou, me pedindo calma. Sim, eu tinha mesmo sido afoita.

Seus movimentos tornaram-se ritmados, ainda lentos, mas me arrancando suspiros e gemidos. Eu falava coisas desconexas, assim como Edward, que me apertava em seus braços e beijava cada pedacinho do meu rosto, minha boca, pescoço...

— Edward... — seu nome saiu quase como uma lamúria, e ele parou seus movimentos, pensando que havia me machucado ou algo assim, mas eu movi meus quadris, querendo dizer que era pra ele continuar.

— Eu te amo, minha Bella. Eu te amo.

Só consegui gemer, acompanhando seus movimentos, sentindo os tremores percorrendo meu corpo, o desejo que consumia cada célula. Mesmo suada, meus pelinhos estavam arrepiados e eu estremecia cada vez que o sentia se mover sobre mim. Nossos corpos nunca estiveram tão próximos...

Me agarrei mais a ele, minhas unhas provavelmente machucando suas costas, meus dentes mordendo seu lábio. Não éramos mais tão contidos, os gemidos eram mais altos, a respiração mais acelerada, os batimentos cardíacos... Novamente uma intensa e poderosa onda de prazer tomou conta de mim, fazendo meu corpo arquear e estremecer por completo, chamando por Edward. Havia diversos pontos brilhantes sob minhas pálpebras. Se aquilo era o paraíso, que eu jamais saísse de lá. Meu nome foi dito por entre gemidos, e Edward também estremeceu sobre mim.

Fui puxada pra mais um beijo, calmo dessa vez, contrastando com as violentas batidas do meu coração e com minha respiração ofegante. Minhas pernas escorregaram, caindo quase inertes sobre a cama, meus olhos permaneciam fechados e eu não queria abri-los e constatar que tudo não passou de um sonho. Um perfeito e maravilhoso sonho.

Os dedos dos meus pés estavam meio dormentes, meu corpo inteiro parecia dormente, mas era uma sensação tão boa... Edward se colocou ao meu lado na cama e me puxou para seu peito; ambos estávamos suados, e aquilo não me importava nem um pouco... Deitei minha cabeça ali e ouvi seu coração batendo violentamente. Sorri. Havia sido real. Os cabelos grudados em meu rosto foram afastados, senti a mão de Edward acariciando minha bochecha, meu nariz... O apertei entre meus braços e ouvi sua risada baixa.

— Você não está com vergonha, está? — ele perguntou e me virei pra olhá-lo.

— Não mesmo! Só não quero acordar e descobrir que ainda estou sonhando.

— Faça como eu; sonhe acordada. Meus sonhos não foram tão perfeitos assim...

— Foi mesmo perfeito pra você? — a pergunta saiu quase em um sussurro.

— Fazer amor com você foi incrível. Realmente incrível. Perfeito.

Meu sorriso quase que não sai; tamanha sonolência que tomava conta de mim. Aconcheguei-me mais a ele, fechando os olhos e me deixando levar por aquela carícia gostosa em minhas costas... Perfeito. Essa era a palavra.

Meus sonhos foram exclusivamente sobre aquela noite, sobre o que havia acontecido. Sorri um pouco, me remexendo sobre a cama e estiquei o braço, tentando encontrar Edward. Gemi ao sentir meus músculos protestarem; aquela parte não era legal... Enrolei-me no lençol e levantei, olhando o relógio ao lado da cama; quatro e meia da manhã. Onde Edward estava?

Achei melhor trocar os lençóis da cama antes de tomar um banho — aquilo sim me daria vergonha ao amanhecer... —, depois, já vestida, enrolei um lençol em meu corpo e fui atrás de Edward. Confesso que senti um medo desgraçado de descobrir que tudo aquilo não passara de uma mentira, que eu havia sido deixada ali... E senti mais medo ainda de achar algum bilhete escrito: idiota. Eu poderia morrer de tristeza, mas mataria Edward antes. Ah, com certeza eu mataria! E assim, maquinando uma morte terrível e dolorosa, andei atrás dele, o encontrando no andar superior do apartamento, debruçado sobre a sacada e olhando o nada.

Andei pelo local realmente apreciando o que vi; havia sofás, cadeiras, mesa... Tudo em estilo rústico e bem aconchegante. Talvez alguém da família gostasse daquele espaço... Esme! Ela amava suas plantas e seu jardim; e tinha mesmo um pequeno ali. Meus olhos recaíram novamente sobre o sofá, e tive pensamentos nada inocentes... Meu Deus; virei uma pervertida que só pensa em sexo... E aquilo não foi legal; minha sogra estava no meio de meus pensamentos... Ao notar minha presença, Edward olhou para o lado e sorriu, estendendo a mão pra que eu me aproximasse; apertei seus dedos, quase gargalhando ao me lembrar de meus recentes pensamentos com relação a ele.

Edward retirou o lençol que me envolvia e o jogou para o lado, em uma cadeira próxima a nós e seus braços eram muito melhores do que um pedaço de pano. Muito melhores... Aspirei o cheiro de sua pele, senti o calor e tentei me focar apenas em seu rosto, o que estava sendo bem difícil.

— O que houve? Por que está aqui? — perguntei e ele sorriu.

— Eu não consegui dormir... Deve ter meia hora que levantei, tomei um banho e vim pra cá. Só a deixei porque acabaria por acordá-la e...

— Hey! Eu não vou me jogar daqui só porque acordei sozinha. — até porque, eu já te matei mentalmente. — adicionei. Claro que acabei pensando alto e tive que explicar tudo a Edward, que gargalhava a cada palavra.

Depois de conseguir parar de rir da minha cara, ele até que tentou ficar sério, mas não obteve tanto êxito...

— Bem, nós estamos em Seattle! Só falta você me amarrar, me bater e fazer meus gritos serem ouvidos em Forks!

— Não seja idiota...

Ele me abraçou, rindo da minha cara. E até tentei não protestar, mas eu estava mesmo dolorida...

— Eu te machuquei, não foi? — agora eu estava ferrada... Nunca mais Edward ia querer tocar em mim... Eu e minha boca grande!

— Não, você não me machucou; tudo bem? Juro que não senti nada, nadinha, nada mesmo.

— Nada? — ele me olhava quase que em desespero, coitado... E eu ri, entendendo o motivo de sua cara.

— Dor, Edward. Eu não senti dor, ok? E é claro que estou um tanto dolorida agora; me movimentei mais do que na aula de educação física... Você não vai tocar em mim nunca mais, não é? Edward... — eu desatei a falar, mal respirando.

— Quem disse que não? — ele me interrompeu — Você precisa de uma boa massagem!

Dei um grito de puro susto quando Edward me ergueu em seus braços.

— A massagem pode ficar pra depois? — perguntei, apontando o sofá com a cabeça. Sim, eu havia me tornado uma pervertida que tinha taras por aquele móvel...

Edward apenas riu, se encaminhando pra onde apontei. Bem, eu não veria as estrelas — não aquelas que estavam no céu —, mas com certeza, ver o sol nascer seria muito, muito melhor...


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Notas finais do capítulo

Pessoas lindas... Eu tenho muitas ideias em minha cabeça, mas preciso saber de vocês... Eu continuo escrevendo fics ou paro com essas que tenho?
Espero mesmo a resposta de vocês!