Superando escrita por Arline


Capítulo 10
Capítulo 10 - LA PUSH, BABY


Notas iniciais do capítulo

Oláááá! Como estão? Espero que bem.
Alguém quer um capítulo fofo? (eu acho que ficou fofo...)
A edição do nyah não está muito boa e se o capítulo ficar com aqueles espaços enormes eu arrumo depois, ok?
Espero que gostem e comentem! Comentem, pessoas!
Bjus e até o próximo!



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LA PUSH, BABY

Acordei com um calor agradável; os raios de sol penetrando sorrateiramente pela cortina do meu quarto e num primeiro momento pensei estar sonhando, mas então percebi que estava mesmo fazendo sol em Forks e aquilo me animou instantaneamente. Os dias de sol eram tão raros que esse não poderia passar em branco.

Dei um pulo da cama e comecei a pensar em como aproveitar aquele dia tão raro... Ficar enfurnada em casa não era algo aceitável! Não mesmo! Depois de tomar banho e me arrumar, liguei pra minha mãe, que riu da minha animação às sete da manhã. O quê? Estava sol em Forks, gente! Motivo mais do que perfeito pra se animar muito! E não recusei seu convite para o café. Melhor do que um dia de sol, era um dia de sol onde eu não precisaria fazer nada na cozinha!

— Oi mãe, oi pai. — os saudei e me joguei sobre o sofá, rindo por... Nada.

— Tem alguém feliz hoje... O que você fez Isabella Marie Swan? Andou quebrando mais alguma coisa de alguém?

Credo! Meu pai achava mesmo que eu era algum tipo de destruidora do mal? Eu nem podia ficar feliz...

El bigodón, só estou feliz porque está sol, ok? Prometi que não quebraria mais nada.

Vi meu pai ficar vermelho por conta do “apelidinho carinhoso” e, antes que ele pudesse realmente me xingar, minha mãe nos chamou para a cozinha. Só não pensei que já encontraria Bree por lá... Minha mãe se colocou entre nós duas, talvez evitando a quebra de sua louça, mas não havia motivos. Por mais que eu ainda estivesse magoada, não havia mais o que fazer; Bree não quisera contar toda a verdade e isso eu não poderia mudar.

— Então, como estamos todos reunidos, quero anunciar que semana que vem eu me livro de vocês! Enfim eu vou viajar! — disse minha mãe e nós rimos de sua empolgação. Há tempos eles queriam uma viagem assim — E quando eu digo semana que vem, quero dizer segunda feira!

Como? Segunda feira? Não estava muito perto? Mas de nada ia adiantar falar... Pelo canto do olho, vi que Bree quase gargalhou com a notícia e quando ela levantou dizendo que ia ao banheiro, tive certeza de que estava comunicando ao Quil... Meu pai fingiu que não viu nada, mas olhou bem sério pra minha mãe; o que queria dizer: depois a gente conversa, mulher!

Tudo correu bem durante e depois do café, mas meu humor estava começando a mudar... Oito e meia da manhã, o sol — mesmo que fraco; coitado — estava brilhando e eu... Não tinha absolutamente nada pra fazer! Pensei em ligar pra alguma das meninas, mas eu não queria ser xingada logo cedo... Fiquei passando a lista de contatos do meu celular e fechei os olhos; o nome que caísse, seria aquele para o qual eu ligaria.

Edward. Edward Cullen. Esse foi o nome que apareceu.

A quem eu queria enganar? Eu trapaceei mesmo! Fiquei com um olho aberto e o outro meio fechado. Ainda assim, foi o nome que apareceu e eu, Isabella Swan, nunca deixo de cumprir nada! Então... Claro que eu não ligaria, mas uma mensagem não mata, não é?

“Hey! O que está fazendo nessa linda manhã ensolarada?”

Mandei a mensagem e fui até minha mãe, que me gritava feito louca. Ela ainda estava arrumando suas malas. Só minha mãe...

— Então... Eu estava pensando... — minha mãe começou a falar, mas o toque do celular a interrompeu e mesmo eu tentando desviar o aparelho, ela viu quem era.

Me afastei um pouco, o suficiente pra que ela não visse meu enorme sorriso e atendi.

— Dormindo, Bella. Era isso o que eu estava fazendo nessa porcaria de manhã ensolarada!

Uia! Edward já acordava de mal humor... Que coisa!

— Oh! Desculpe-me por interromper seu sono da beleza. — falei cinicamente e ele bufou.

Tá! Eu sei que você não está sentindo a mínima culpa por isso. Mas me fala uma coisa; o que tem de tão bom nessa manhã pra você me acordar quase de madrugada? Mesmo estando sol, ainda é Forks e não há nada a se fazer hoje.

Oh, meu Deus! Será que ele estava mesmo chateado? Também... O que eu queria? Quem manda mensagem logo pela manhã pra falar sobre o tempo?

— Edward... Me desculpe mesmo, ok? Eu nem sei onde estava com a cabeça quando mandei aquela mensagem... Foi idiotice.

Tudo bem, eu teria que acordar mesmo. Mas seria bem melhor se meu pai tivesse me dado aquele remédio ontem, assim eu dormiria por mais tempo e segunda chegaria logo.

— Mesmo assim, eu não tinha que ter mandado mensagem alguma. Eu... É melhor eu desligar.

Não! O que você vai fazer hoje?

Como? Edward era bipolar ou algo assim? Facilidade pra mudar de assunto ele tem, pelo menos... Mas eu respondi, muito desanimadamente, que não faria nada e ele... Ele disse que em uma hora estava passando em minha casa e que era pra eu pensar em algum lugar pra irmos. Pra onde? O que tinha a se fazer em Forks num sábado pela manhã?

Você pode não ter nada pra fazer, mas parece que Edward anda cheio de planos...

Minha mãe tinha que parar com essa mania de estar por perto quando eu pensava alto. Que coisa mais irritante! Nem esperei pra ouvir mais gracinhas e fui para meu quarto. Eu tinha que ter uma ideia...

Meia hora depois e eu ainda estava andando de um lado para o outro... Minha mãe bateu na porta do quarto e disse que havia uma cesta arrumada sobre a mesa da cozinha e que meu tempo já estava acabando. Sabe aquelas pessoas que sabem te animar? Do tipo que chega e diz: Ih! O navio está afundando e não tem colete pra todo mundo... Mas que bom que você sabe nadar, não é? Então, essa era minha mãe.

Depois de pegar a cesta, fui para minha casa, verificar meu arsenal; eu precisaria do meu ipod para os momentos constrangedores... Ouvi a buzina do carro de Edward e saí, vendo que ele sorria. Meu dia estava começando a melhorar...

— Então, pra onde vamos? — perguntou Edward, assim que fechei a porta.

— Bom dia pra você também. E eu não sei ainda pra onde vamos, mas pretendo descobrir...

Ele riu e me chamou de maluca. Eu era maluca? Fui eu quem quase intimou alguém a sair? Não! Então, eu não era assim tão maluca... Um pouco... Quase nada... Ok, eu era doida mesmo.

Creio que Edward tenha escolhido o caminho aleatoriamente, mas estávamos bem próximos de La Push e era pra lá que iríamos! Assim que vi a curva, pedi que ele virasse, mas...

— Puta que pariu! Seu GPS está com defeito, Bella!

Edward estava puto, muito puto... Mas eu não tinha culpa! Só vi a curva tarde demais e ele meio que subiu a calçada e quase bateu o carro.

— Mas veja pelo lado bom... Os air bags do seu carro funcionam! E seria bom também, se tivesse freios ABS...

Pelo olhar que ganhei, ele pouco se importava com as funcionalidades do carro e seus acessórios...

— Fique quieta, sim?

Uh... Ele não estava mesmo feliz...

Seguimos o restante do caminho em silêncio e eu estava mesmo preocupada. Edward simplesmente amava aquele carro... Se tivesse algum arranhão, ele me odiaria pelo resto da vida. Isso era um fato.

Só falei novamente pra avisar que ele poderia estacionar, já que teríamos que fazer o restante do caminho a pé. Peguei a cesta e notei seu olhar curioso, observando tudo. Era engraçado mesmo; uma praia num lugar onde só chovia e nevava...

— Então, onde estamos? — perguntou ele, um tanto... Entediado? Mas que merda, hein? Eu não estava fazendo nada certo...

— Aqui é La Push, baby.

Ele deu uma risadinha e eu o puxei pela mão, saindo em busca de algum lugar suficientemente seco. No percurso, nossos dedos acabaram entrelaçados e aquilo era tão bonitinho... Ok, parei de viajar.

—Me desculpe pelo carro. Eu realmente estava sem ideia e quando vi a placa... — falei e Edward me olhou meio emburrado.

— Um carro a gente conserta, compra outro... Mas se tivesse acontecido alguma coisa a você? Notou que o air bag do seu lado não funcionou?

— Não é pra tanto também... Não havia necessidade de ficar nervoso por conta disso; com a coordenação que eu tenho, é sorte eu estar viva ainda.

Edward me olhou por alguns segundos e depois balançou a cabeça, como se espantasse algum pensamento. E eu fiquei curiosa. Seguindo a sugestão dele, deixei a cesta perto de uma pedra e passamos a caminhar a uma boa distância da água.

— Conversou com sua irmã? — ele perguntou e notei que não era só pra ter o que falar, ele estava interessado mesmo.

— Se aquilo pode ser chamado de conversa... Sim. Bree está me escondendo algo, Edward. Eu sei que está.  Ela nunca foi de magoar ninguém, nunca disse palavras duras a ninguém... Mas comigo... Ela não se importou com o que eu sentiria, se suas palavras me magoariam. Quando falei sobre isso, ela permaneceu calada, sem me olhar.

Edward parou de andar e ficou de frente pra mim, ainda segurando minha mão. O que eu havia falado de errado dessa vez?

— O primeiro passo foi dado; Bree te procurou. Vocês se amam e talvez, agora seja sua vez de ir atrás dela.

As palavras dele tiveram um sentido diferente pra mim. Pensei não em minha irmã, e sim, nele mesmo. Edward havia dado o primeiro passo, não? Ele dissera que gostava de mim. E eu não tinha mais como negar que gostava dele. O próximo passo agora era meu.

Apertando mais sua mão, dei mais um passo, me aproximando. Edward me olhava de um jeito estranho; talvez esperasse que eu quisesse estapeá-lo ou algo assim... Não... Minhas intenções com relação a ele eram outras... Oh, meu Deus! Que pensamentos eram esses? Não, não... Não pense, Isabella! Você é muito melhor quando não pensa!

— Quem é muito melhor quando não pensa? Eu ou você? — disse Edward e percebi que eu havia pensado alto mais uma vez. Merda!

— O quanto dos meus pensamentos você ouviu? — eu estava quase desesperada e tentei me afastar, mas Edward prendeu mais minha mão, me impedindo.

— Só essa última parte... Mas acho que era algo... Por que você ficou vermelha? Estava pensando em quê?

Oh, você não pode saber, não mesmo! — dessa vez eu não pensei alto, pelo menos... Mas ele queria uma resposta, não?

— Eu não estava pensando em nada demais. Não importa.

— Tudo bem.

Como? Simples assim? Nem ia querer me pressionar pra saber o que era?

— Não Bella... Os pensamentos são seus. Se bem que nem preciso perguntar, você pensa alto demais mesmo.

Nos olhamos e começamos a rir. Eu era uma negação no quesito “guardar meus pensamentos pra mim”. Mas eu não havia esquecido o que originou aquela confusão toda. Eu ainda tinha algo a dizer a Edward. E era agora.

— Lembra quando eu disse que precisava me acostumar à ideia de que alguém... De que você poderia gostar de mim? — ele apenas acenou afirmativamente — Então... Eu acho que já tive tempo suficiente pra me acostumar e...

— Bella — ele me interrompeu —, eu disse também que não era pra você se preocupar. Sinto muito se não consegui ficar longe de você, mas não quis te pressionar a nada.

— Ok. Posso continuar? — outro aceno — Então, como eu estava dizendo; já tive tempo suficiente pra me acostumar e eu... Eu gosto de você também.

Até que não doeu dizer aquilo... Era bom, pra dizer a verdade. Só o que estava me preocupando era a cara de Edward. Ele estava me encarando com uma expressão estranha...

— Não foi nenhum pedido de casamento, ok? Não precisa se desesperar e fugir. E pode afrouxar o aperto da minha mão porque eu ainda preciso dela pra escrever.

— Desculpe. E eu não pensei que fosse um pedido de casamento... Eu só estava pensando. Essa coisa de você gostar de mim quer dizer que agora somos os melhores amigos pra sempre ou quer dizer que somos os melhores amigos pra sempre e eu posso te beijar?

Eu ri disso. Edward era tão seguro às vezes... Mas quando ficava inseguro... Talvez fosse pior do que eu...

— Eu gostei da segunda opção.

Ele riu e me puxou pelo casaco, me fazendo ficar bem perto dele, tão perto que nossas respirações se confundiam. Eu não queria pensar e fechei os olhos, esperando, ansiando pelo próximo passo. Seus dedos afastaram minha franja e suas mãos seguraram meu rosto, deixando-o mais próximo do dele, eu acho. Um beijo em minha testa, outro na ponta do meu nariz, um em cada lado de meu rosto e eu estava quase desmaiando só pela espera. Ao lado do meu corpo, minhas mãos repousavam inertes, sem ao menos saber como agir direito. Minha única preocupação era não me esquecer de respirar.

Finalmente seus lábios tocaram os meus e senti o calor passando por meu corpo, assim como a recém-descoberta corrente elétrica. Tive que segurar a blusa dele pra não cair. Seus lábios eram macios, quentes, tinham um sabor único e moviam-se gentis sobre os meus. Calmos e intensos. Infinitamente doces. Sua língua pediu passagem, acariciando, massageando, explorando. Minha mente nublou-se e nenhum pensamento coerente me ocorreu no momento, só me deixei levar por aquele contato.

Sentia-me meio tonta e com certeza era pela falta de oxigênio. Aos poucos nos afastamos, mas ele não me soltou; do meu rosto, suas mãos vieram até o casaco que eu vestia e fui puxada pra mais perto de seu corpo, ele me abraçando e eu repousando a cabeça em seu peito, ouvindo as batidas aceleradas de seu coração e sentindo sua respiração ainda ofegante. Palavras seriam insuficientes pra descrever o que senti; foi uma das coisas mais incríveis da minha vida e em nada se comparava àquele beijo que Jacob me deu. E era até um absurdo eu procurar por qualquer comparação... Simplesmente não existia.

— Minha imaginação não foi tão fértil assim... — disse ele, beijando meus cabelos.

— Não entendi. — eu ainda estava meio lerda com aquilo e poderia jurar que havia sons de sinos e anjos cantando em algum lugar.

— Aquele dia na sua casa, quando eu poderia ter virado o rosto... Ou você poderia ter feito isso... Fiquei pensando como seria e posso te garantir que não cheguei nem perto com minha inútil imaginação.

Eu tinha que admitir que Edward era mesmo muito fofo e eu estava mais idiota do que nunca... Era quase inacreditável que eu estaria numa situação como aquela; beijando alguém que queria me beijar. Pessoas perfeitas não existiam, mas ele... Ele chegava bem perto disso.

— Então a nossa imaginação é inútil, porque eu também pensei em como poderia ter sido.

Arrisquei levantar a cabeça e encontrei o olhar de Edward, me fitando de um jeito que eu jamais conseguiria definir.

— Você é linda, sabia? E eu vou te beijar de novo.

Ainda bem que tínhamos o mesmo pensamento quanto ao beijo, porque eu já estava prestes a implorar que ele fizesse aquilo novamente. Dessa vez minha mão se embrenhou por seus cabelos, mantendo-o bem próximo. Eu sentia como se pudesse fazer qualquer coisa e era uma sensação incrível.

Conversei com Edward por muito tempo e realmente vi que ele não se importava com minha forma física, que só quem eu era importava. Em alguns momentos eu sentia que ele queria dizer alguma coisa, mas acabava por se calar. Pensei em quebrar minha promessa e perguntar, mais uma vez, o que era, porém, acabei não falando. Existem pensamentos que são apenas nossos. Estar ali, com Edward, estava sendo muito melhor do que imaginei que seria e eu não queria estragar aquilo.

Havíamos acabado de lanchar e estávamos meio que largados sobre a manta forrada na areia e, mesmo que algumas nuvens escuras estivessem tomando conta do céu, não falamos nada sobre ir embora.

— Meus pais vão me abandonar, sabia? Segunda eles viajam. — comentei e Edward riu.

— Coitadinha... Vai ficar tudo bem? Você e sua irmã...

— Bree ficará mais com Quil do que em casa e agora, não é como se fôssemos nos matar a qualquer momento.

— Mesmo assim... Se quiser, pode ficar lá em casa. Ainda temos vagas no orfanato da dona Esme.

A brincadeira preferida de Edward era falar do enorme coração da mãe e ele sempre dizia que a casa era um orfanato. Isso, porque Esme proibiu Alice de se mudar quando se casou com Jasper... E com Emmett foi pior! Quando começou a namorar Rose, Carlisle não tinha intenção de se mudar novamente, mas um ano depois, ele teve que voltar aos EUA e Esme foi até a casa dos pais do grandão e disse que se responsabilizava e pediu que o deixasse se mudar com eles. Contudo, não aceitei o convite. E Edward insistiu.

— Façamos o seguinte: depois de um mês, se eu me sentir extremamente abandonada, eu passo uns dias na sua casa, ok? E deixo que todos da sua família me encham de elogios...

Mesmo não gostando da minha proposta, Edward não retrucou. Não tinha cabimento que eu passasse meses em sua casa... Porque eu sabia que aquela viagem dos meus pais demoraria... Meu pai ainda mantinha o espírito de jovem revoltado, sabe? Ele amava sua profissão, mas se alguém aparecesse e o convidasse pra uma expedição no Egito, ele largaria tudo no mesmo instante. Por mais que não soubesse nada sobre pirâmides e múmias...

Não nos importamos com o passar das horas e com o céu praticamente escuro... Mas eu estava ligando muito pro frio e pra fome que dava sinais. Edward mesmo sugeriu que saíssemos dali, mas sabe quando você sente que a pessoa só está enrolando porque quer falar algo e está reunindo coragem? Então. Ele estava assim. Eu sabia que não me aguentaria, mas fiz uma promessa: se, ao chegar à porta da minha casa, ele ainda continuasse daquele jeito, eu perguntaria o que era.

O silêncio no carro não era desconfortável, muito pelo contrário. Eu o utilizava pra observar Edward e pensar em tudo aquilo. Ele era bonito? Muito. Mas não era o que importava de fato. Ele tinha respeito por outras pessoas, independente de quem quer que fosse. Eu gostava de sua aparência, de sua voz, seu cheiro... Mas eu gostava muito mais de saber que quando eu precisasse, ele estaria ali pra me ajudar, eu poderia contar com ele.

Meus pensamentos só foram interrompidos quando Edward perguntou se eu queria voltar pra casa. Neguei e então, ele seguiu até uma lanchonete, o que me fez perceber que já estávamos a uns vinte minutos da minha casa e que já tínhamos passado pela dele. Quando chegamos ao local, fizemos nossos pedidos, mas ele não quis ficar ali, disse que havia uma pequena praça por perto. Eu não estava gostando daquilo... Uma sensação estranha, como se ele quisesse me dizer algo ruim.

Sentei-me sobre a mesa e comecei a comer, mas Edward deixou seu lanche de lado, ficando de frente pra mim. Seu olhar me parecia meio perdido ou algo assim.

— Você confia em mim? Acredita em mim, Bella?

— É claro. Eu não estaria aqui se não confiasse em você. — não precisei pensar pra responder, mas estranhei aquela conversa.

— Sabe... Eu nem sei o que é isso que aconteceu hoje... Não sei o que você pensa... Mas eu ia te pedir em namoro.

Oi? Namoro? Namoro? NA-MO-RO? OH, MEU DEUS! Quase engasguei.

— Edward, eu não estou entendendo nada. Você poderia ser mais claro?

— Vou tentar... — ele respirou fundo e fiquei esperando o que viria a seguir — Eu ainda morava em Seattle quando tive uma namorada. Alice logo implicou, pois disse que o interesse dela era o dinheiro, mas não acreditei; minha irmã sempre foi protetora demais e tínhamos quinze anos! Quem pensaria que uma pessoa com essa idade poderia ter pensamentos tão mesquinhos, não é? Mas acontece que...

— Edward! Foco no que você está tentando me dizer, ok? Eu já não estou entendendo nada e com você nervoso... Bem, entendo menos ainda.

E ele bufou e xingou... Disse que aquilo estava errado e eu... Estava mais confusa do que antes e olhando pra ele, esperando que se acalmasse e pudesse falar de uma vez.

— Ok. Acontece que Alice estava certa o tempo todo; Heidi só tinha interesse pelo dinheiro mesmo. Eu a peguei aos beijos com um colega e nem quis saber de explicações, mas ela insistia e foi assim até que nos mudamos. Eu pensei que nunca mais a veria, mas me enganei; eu a vi no estacionamento da escola e ontem, depois que falei com você, ela apareceu lá em casa.

— O quê?! — eu gritei mesmo. De susto. Mas ela ia era voltar pra Seattle! E bem rápido! Nunca que ela ficaria com ele. Não mesmo!  E eu entendi o porquê dele estar tão estranho... E minha batata voou longe... Eu ia querer outra!

— Me deixe terminar, ok? — ele pediu e assenti — Alice meio que arrancou alguns fios de cabelo dela e as coisas ficaram feias... Heidi disse que ainda somos muito jovens, que essa é a fase dos erros e das segundas chances... Quando viu que eu mal prestava atenção ao que ela dizia, Heidi gritou, chorou, disse que descobrira que me amava e que faria de tudo pra ficarmos juntos outra vez.

Ah, mas ela não ia ficar não... Não mesmo! Aquela vadia ia voltar pro lugar de onde veio ou eu não me chamava Isabella! E eu tinha que falar alguma coisa, não tinha? Ok.

— Entendi e mande meus cumprimentos à Alice, só lamento não ter estado lá pra ver a baixinha bater em alguém... Mas não era isso o que eu ia dizer... O que tudo isso tem a ver com você me pedir ou não em namoro?

Wow! Eu perguntei isso? Em voz alta? Sim, perguntei... E Edward me olhava com um misto de curiosidade e divertimento. O quê? Eu sou sincera!

— Tem a ver que eu sei como você é e pode não parecer, mas eu te conheço. Se eu não falasse nada sobre Heidi, te pedisse em namoro e depois ela aparecesse na escola fazendo um escândalo — como ela disse que faria —, com certeza você nunca mais olharia na minha cara e nem me daria a chance de explicar alguma coisa.

— Mas eu...

— Quieta. Ainda não acabei. — ele me interrompeu e meu Deus do céu, falou grosso! — Só eu sei o quanto foi difícil conseguir chegar até aqui, conseguir um mísero beijinho e não quero mesmo que qualquer pessoa acabe com isso. Eu só vou te pedir em namoro quando confiarmos plenamente um no outro.

Own... Era tão fofo... E eu super confiava nele!

Mísero beijinho? Você enfiou a língua na minha boca!

— E você não reclamou...

— Convencido! Irritante! Idiota!

— Mas você gosta...

— Gosto mesmo.

Uh... Momento constrangedor no ar... Mesmo sem ter o que falar, eu disse que estava na hora de voltarmos pra casa, mas Edward me olhou como quem diz: não vai não... E eu nem queria ir mesmo... Já estávamos bem próximos e só me bastou puxá-lo pelo casaco pra que enfim eu pudesse beijá-lo mais uma vez. Eu estava ficando boa naquilo!

Por fim, entendi os motivos dele e não fiquei chateada; ele tinha razão. Embora eu soubesse que gostava demais dele, era um sentimento novo e eu não sabia qual seria minha reação caso Heidi tentasse algo. Edward não me magoaria, mas talvez, com os sentimentos aflorados, eu entendesse tudo de forma errada e acabasse por estragar tudo de vez. Sem contar que o “não namorar” não queria dizer que “não poderíamos ficar juntos” e eu estava gostando daquilo... Como Bree dizia, eu estava oficialmente ficando com Edward.

E em pensar que tudo começou com uma ida à La Push... Tudo acontece em La Push, baby, tudo!


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Notas finais do capítulo

É isso por hj!
Até semana que vem!