- Mas o que está acontecendo aqui?! - perguntou Zeus, se segurando para manter a calma. - Poseidon, como você pôde fazer isso? - um raio. - Você sabe muito bem que Atena tem o voto de castidade! - outro raio.

Poseidon olhou para Zeus. Ele ergueu as sobrancelhas.

- Desculpe, irmão.

Uma tempestade começou.

- Desculpe?! Desculpe! Poseidon, você tem ideia do quanto isso é ruim? É... - Zeus foi interrompido por Atena, que até o momento tinha se mantido quieta.

- Pai, não foi culpa dele. - e contou o que houvera. Apesar de ter contado apenas duas vezes a história, já estava cansada de o fazer. Deixou de foro o detalhe de que estiveram se agarrando, apenas disse o necessário.

Zeus começou a pensar.

- Então, tudo isso está acontecendo por culpa de Afrodite? Muito bem. Terei uma conversinha com aquela deusa. Poseidon, me siga.

Poseidon obedeceu. Zeus foi em direção ao templo de Afrodite, que estava vazio. Ela não estava em seu trono, pois o deus não a vira no caminho.

Enquanto andavam, Poseidon pensava em como seu irmão soubera do acontecimento. Alguém lhe contara? Ele simplesmente ficou sabendo? Quem sabe.

Estavam voltando para o templo de Atena quando tudo a volta virou fumaça.

~~~

Atena estava deitada em sua cama, pensando. Por que Afrodite tinha de fazer aquilo com ela?

Ela ouviu um barulho, e sua visão foi impedida por fumaça. Rapidamente, ela se levantou e preparou uma espada e um escudo. Não teve tempo de conjurar uma armadura. Atena saiu de seu templo e viu que a fumaça cessara, mas haviam dezenas de monstros ali: as fúrias, o minotauro, ciclopes... Como eles chegaram até ali?

Atena, sem pensar, começou atacar um ciclope, que deveria ser umas três vezes mais forte do que ela, mas ela simplesmente enfiou a espada dentro da criatura e ela foi para o Tártaro.

Haviam pelo menos sete deuses lutando, o que era pouco comparado a quantia de monstros. Atena deixou o pó que fora um ciclope e foi tentar destruir o minotauro. Não foi fácil: o bicho carregava um machado que deveria ter um metro de altura, e a lamina possuia, pelo menos, 50 centímetros. 

~~~

Poseidon estava armado com seu tridente. Já derrotara uns três ciclopes e uma fúria. A quantidade de monstros estava cessando, mas ele nem se importava.

Poseidon ouviu um grito, e só teve tempo de ver Atena caindo no chão com um corte feio no pescoço. O deus esperou o corte sumir e Atena continuar a luta, mas isso não aconteceu. Ela estava realmente muito ferida. Poseidon procurou o responsável pelo ferimento, e viu que fora o único monstro ainda vivo: o minotauro. Sem pensar, ele lançou seu tridente em direção a barriga do animal, que logo se desfez em pó.

Poseidon correu em direção a Atena. Apolo não estava presente, então tinham de esperar ele voltar para tratar seu ferimento. O deus ergueu Atena nos braços e a levou até o templo da deusa. Ele a deixou na cama e foi falar com Ártemis, para ver se ela teria alguma solução para o corte. Infelizmente, apenas Apolo conseguiria. A deusa foi chamá-lo, e logo Poseidon e Apolo estavam tratando o ferimento de Atena. Não fora tão grave, mas Atena estava muito fraca.

Depois de um tempo, Apolo se foi, deixando alguns remédios para Atena. Poseidon ficou segurando a mão da deusa, até que ela acordasse.

- O quê... o que aconteceu? - perguntou ela. Poseidon explicou. Atena tentou se levantar, mas ainda estava demasiadamente fraca. Poseidon se aproximou e a beijou, Atena nem tentou recuar. Ela simplesmente correspondeu. A deusa, então, sentiu uma dor forte e interrompeu.

- Está tudo bem? - perguntou Poseidon.

Atena deu um leve sorriso e balançou a cabeça.

- É que... eu ainda sou uma deusa casta.

Poseidon assentiu. 

- Claro, me desculpe. 

Atena olhava para todos os cantos de seu templo, menos para Poseidon, até que Zeus apareceu na porta do templo.

Zeus deixou os ombros caírem.

- Vocês dois, de novo? Não, nem venham dizer que foi obra de Afrodite porque ela nem está aqui.

Ambos coraram.

- Desculpe, pai - disse Atena. - O que quer?

- Só vim ver como está. Está melhor?

Atena assentiu. Zeus se virou para Poseidon.

- Venha comigo.

- Da última vez que disse isso quase fomos mortos. E nós somos imortais! - reclamou Poseidon. Zeus o fuzilou com o olhar, indicando que deveria ficar quieto.

Eles saíram do templo, Poseidon ainda um pouco receoso em deixar Atena sozinha.

Zeus suspirou.

- Já tivemos essa conversa antes. Atena tem o voto de castidade! Isso ela tem de presar com a própria vida!

- Irmão, eu sei! Eu nunca faria ela quebrar o seu voto!

- Não foi o que eu percebi ontem!

- Ah, por favor - Poseidon começara a perder a paciência. - Não é porque ontem isso aconteceu que isso se repetirá.  

O deus do mar voltou para o templo de Atena, onde roubou um beijo caloroso da deusa. Infelizmente, não passou disso. Poseidon tinha respeito por ela. Mas ele poderia fazer outra coisa...