Atena sentou-se em seu trono no Olimpo. Estava cansada, pensativa e nervosa. O que aconteceira se alguém descobrisse o que houvera?

A deusa foi até a biblioteca, que normalmente era organizada por ela por sessões: ordem alfabética, autor, data de lançamento e outras coisas. O lugar era enorme, e um dos únicos onde Atena sentia-se bem. Ela andou pelas pratileiras lotadas de livros até encontrar um que gostava muito: Jogos Vorazes, da sua filha Suzanne Collins. 

- Que a sorte esteja sempre ao seu favor - murmurou para si mesma. - Poxa...

Atena guardou o livro onde estava e continuou a andar, até que sentiu a presença de alguém. Uma mulher saiu em meio as prateleiras. Era loira com olhos azuis penetrantes.

- Nêmesis? - arriscou.

- Oi, Atena. Vejo que não está muito bem.

É tão óbvio?, pensou.

Atena jogou-se numa cadeira e contou o que acontecera. Após ouvir toda a história, Nêmesis pareceu pensar. Alguém tinha de ter uma solução, mas Atena não podia contar para todo o mundo o que tinha acontecido.

Nêmesis suspirou.

- Ah, Atena... você sempre soube que ser uma deusa casta é uma tentação...

Atena ficou brava.

- Eu sei muito bem o que fiz quando fiz o juramento. E não foi minha culpa, e sim do maldito remédio de Afrodite.

Nêmesis levantou as mãos em sinal de rendição.

- Tudo bem. Olha, se foi culpa do remédio, por que ainda se sente envergonhada na presença de Poseidon?

Atena corou. Era verdade, ela não tinha porquê ficar envergonhada.

- Antes... antes de beber, Poseidon veio me cumprimentar. E Afrodite nos olhou e deu um sorrisinho...

Nêmesis arregalou os olhos e sorriu. Estava parecendo Afrodite.

- Está óbvio então que tudo isso está sendo obra de Afrodite! 

Atena fuzilou Nêmesis, e acidentalmente, fez uma pilha de livros cair próximo de onde ela estava. A deusa da vingança saiu correndo da biblioteca, mais assustada do que raivosa. Atena poderia pedir desculpas para ela mais tarde. Naquele momento ela precisava falar com um certo deus do mar.

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Poseidon saiu atônito do templo de Afrodite. Como podia ter deixado as coisas saírem do controle daquele jeito? E ainda com Atena, que tinha o voto de castidade...

Tudo estava confuso demais para o deus. Se possível, ele não queria nunca mais olhar para Atena. Mas por quê? Estava envergonhado demais? Ele não sabia. Obviamente, nada saiu como o planejado.

Poseidon ouviu uma voz doce e firme atrás dele, o chamando.  O deus se virou. Era Atena. Ela estava mais corada do que um pimentão.

- Precisamos... precisamos conversar - disse ela. Ambos quiseram ir para um lugar mais reservado, mas tinham medo do que poderia acontecer, então foram para o templo de Atena, que tinha algumas criaturas limpando.

Atena respirou fundo.

- Sobre o que aconteceu... Acho que devemos esquecer.

Poseidon quis concordar, mas não conseguiu emitir uma palavra, então simplesmente assentiu. De repente, todas as criaturas mitologicas desapareceram, deixando Poseidon e Atena sozinhos. Então havia uma explicação para Afrodite estar tão simpática.

Sem que Atena pudesse perceber, Poseidon roubou-lhe um beijo. O que teria acontecido na conversa do deus e de Afrodite? Será que ela lhe dera mais remédios? Atena tentou soltar-se do deus, em vão. Ele era mais forte que ela, então a deusa resolveu ceder ao beijo.

Poseidon começou a empurrá-la para um sofá, e Atena tentou se soltar de seus braços quase que desesperadamente. Mas Poseidon venceu e a jogou no sofá como uma folha de papel.

Quando ele começou a retirar sua blusa, uma voz sacudiu o templo e Poseidon parou.

Graças a Zeus, pensou Atena. E, de fato, era Zeus que estava na porta, observando a cena chocado.