Cielo escrita por Selene L Tuguert


Capítulo 2
Apreensão - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Como hoje eu postei o 1ª capítulo - pós prólogo - no site fanfiction.net, decidi deixar ambos os sites atualizados igualmente, então postagem dupla!



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Apprehension - Part 1

Três semanas antes...

Orbes de um azul-cinzento e gelados como o metal, observam a cena com ligeira irritação. As paredes da grande sala anteriormente em um suave tom pastel estão agora tingidas com vermelho sangue. Sobre o tapete Persa há os corpos de cerca de quinze homens, todos vestindo ternos negros, tendo expressões vazias e ferimentos profundos feitos por algum tipo de arma dentada - como uma serra ou semelhante a alguns tipos de facas utilizadas em cozinhas - obviamente eram todos guarda-costas, e ao que parece não haviam servido ao seu propósito, uma vez que quem deveriam estar guardando estava faltando. Sem um segundo olhar para a sala ensanguentada, caminha lentamente rumo à saída.

Alguém será mordido até a morte por isso.

~~~Ҳ~~~

­“Primo, aqui estão os documentos que você me...”

— ...Pediu. Jyuudaime...?

— Ah, desculpe Gokudera. Eu não percebi você entrar.

— Está tudo bem Jyuudaime? Há algo o preocupando? – indaga, colocando uma pasta sobre a mesa.

Gokudera fita a figura, de terno e gravata negros e camisa branca, parada diante de uma grande janela de vidro, observando o jardim abaixo com seus olhos castanhos-avelã, parcialmente encobertos pelos cabelos castanhos rebeldes deslizando sobre a face pálida e bela de seu chefe, agora um homem no alto dos seus 24 anos. Sim, era impossível para qualquer um negar que Sawada Tsunayoshi se tornou um homem de aparência, para dizer o mínimo, deslumbrante, prova disso são os suspiros e olhares apaixonados que ele recebe/arranca das mulheres por onde quer que vá. Fato que o próprio parece desconhecer, ou simplesmente ignora. Sua aparência o fez ganhar o título de o mais belo entre as Famiglias, mesmo entre seus Guardiões não há quem possa competir com ele, e o mais interessante em tudo isso é a brutal semelhança que possuí com Primo, o fundador da Vongola. Se não fosse o tom dos olhos e do cabelo, Tsuna seria o próprio Giotto em pessoa, que ou havia saído de uma das principais telas na galeria dos chefes – onde já há um retrato de corpo inteiro do Decimo chefe, feito a contra gosto de Tsuna, e outro tendo ele e seus Guardiões, o que incluí até mesmo Hibari e Mukuro - ou então havia voltado dos mortos. Além disso, todos os traços que faziam de Tsuna o garoto tímido e impopular nos tempos de escola foram substituídos por uma personalidade tranquila e madura, com uma presença poderosa que transborda de todo seu corpo exigindo respeito e inspirando confiança.

Fixando o olhar em seu chefe, Gokudera detêm-se a analisar sua face, embora sua expressão sempre serena estivesse lá, havia algo mais revolvendo por baixo dela. Tal fato passaria facilmente despercebido para qualquer um, mas não para o temível braço direito do Decimo Boss da poderosa Famiglia Vongola. Mais de uma década de convivência fizeram o seu olhar afiado para perceber até a menor das variações na expressão do seu precioso Jyuudaime e amigo querido. E esse mesmo olhar afiado esta lhe dizendo que algo está preocupando-o.

— Estou bem Gokudera. – afirma Tsuna, virando para encontrar os olhos verde-acinzentados da Tempestade firmemente fixos sobre ele com uma expressão apreensiva.

Como de costume.­ – pensa Tsuna, com um leve sorriso ao ver aquele olhar.

— Se Jyuudaime diz... – responde por fim, sabendo que mesmo se pressioná-lo não obterá uma resposta, pois quando o jovem Don se fecha até Reborn-san tem dificuldades para força-lo a falar, um traço que sua personalidade adquiriu no decorrer dos anos.

— Mais importante. Alguma notícia de Hibari? – uma expressão séria assume suas belas feições.

— Não. – responde balançando a cabeça – É quase como se ele tivesse desaparecido da face da Terra. Mesmo seus subordinados não tem qualquer informação sobre seu paradeiro, ou simplesmente estão se negando a falar. – resmunga, lembrando os rostos de alguns deles, principalmente daqueles que lhe negaram alguma informação.

Tsuna, abandonando a bela vista da janela, volta a sentar-se em sua cadeira de couro negro diante da mesa cheia com pilhas de papéis, e toma a pasta que Gokudera acabara de trazer.

— Jyuudaime... Sei que estamos falando daquele bastardo do Hibari, mas... Talvez seja hora de pensar em enviar um dos outros Guardiões para procura-lo. Ele está sem dar qualquer notícia já tem um mês. Mesmo para um antissocial como Hibari é muito tempo sem aparecer.

— Eu não pensei que estivesse tão preocupado com a segurança de Hibari. – brinca Tsuna, fitando Gokudera com um pequeno sorriso travesso.

— Eu não estou. Mas ele também é um Guardião, e ainda por cima aquele bastardo tem o título de ser o mais forte entre nós. E se por que ele desapareceu alguma Famiglia inimiga pensa que com Hibari fora do caminho estamos mais indefesos e decide nos atacar?

Sempre cauteloso. Algumas vezes até de mais para o seu próprio bem. Mas não posso culpa-lo por isso, afinal, estou certo de que ele ainda teme que o que aconteceu com o meu antigo eu dessa época se repita. – pensa Tsuna, apoiando os cotovelos sobre a mesa e cruzando os dedos, enquanto, com um suspiro, fita seu leal amigo de cabelos prateados de pé a sua frente. O terno e gravata negros combinando com a camisa vermelha, enquanto o Vongola Gear da Tempestade descansa discretamente como uma inofensiva fivela em seu cinto, os cabelos prateados estão mais curtos e os únicos sinais aparentes de sua rebeldia passada são os três brincos de prata distribuídos ao redor de sua orelha esquerda, o solitário na orelha direita e os anéis que formam o sistema C.A.I. em sua mão direita. Tal gosto Tsuna nunca foi capaz de entender por mais que tentasse, mas, no final, Gokudera é Gokudera. Apesar de que, no decorrer do tempo, seu fiel braço direito fora capaz de manter sob controle boa parte de seu temperamento explosivo e tornara-se implacável e extremamente confiável, ganhando o apelido de a ‘Tempestade Explosiva do Vongola Decimo’ - um tanto melhor do que Hurricane Bomb Hayato, se você levar em consideração a opinião do próprio Gokudera.

— Ainda não. Acho que devemos esperar mais um pouco. Tenho certeza que se ele não entrou em contato com nosco é porque não achou necessário. E é de Hibari que estamos falando, todos sabemos que ele prefere agir sozinho e por seus próprios meios.

— Aquele bastardo fazendo Jyuudaime se preocupar. – resmunga Gokudera, apertando as mãos em punhos e fazendo uma carranca, o que arranca outro sorrisinho divertido de Tsuna.

— E quanto a sermos atacados. Eu entendo a sua preocupação, mas lembre-se que temos Yamamoto chegando do Japão hoje à tarde. Além disso, tanto Chrome quanto Mukuro estão atualmente na cidade e podemos requisitar onii-san de seu treinamento na Varia a qualquer momento. O que significa, que se qualquer coisa acontecer à mansão, eles podem rapidamente chegar aqui, e, em último caso, Lambo também está na mansão. E não é como se nunca tivéssemos um ou mais Guardiões, ou mesmo Reborn, fora por um longo tempo. Além disso, você e eu estamos aqui. – fala Tsuna em seu tom sempre calmo e com um olhar acolhedor.

— Com Jyuudaime falando desse jeito... – faz uma pausa soltando um suspiro e visivelmente relaxando, ao passo que o sorriso no rosto de Tsuna alarga-se um pouco mais - Acho que estou apenas sendo paranoico, afinal, não somos a Décima Geração da Vongola por qualquer motivo. – completa, voltando-se em direção a porta dupla do grande escritório.

— Ah, antes que eu me esqueça. Como vai o treinamento de Lambo? Ele parecia meio pálido hoje no café da manhã. Além disso, suas notas parecem ter caído um pouco recentemente. Espero que não o esteja pressionando de mais. Se fosse para tortura-lo eu teria permitido que Reborn se encarregasse do ‘treino de formação intensiva para a vaca estúpida’, como ele mesmo se refere. – indaga, antes que Gokudera possa sair da sala e voltando a analisar os documentos recém-recebidos.

— Ahoushi baixou suas notas de novo?! Aposto que ele estava correndo atrás de algum rabo de saia ao invés de prestar atenção às aulas. Melhor eu cuidar dele antes que ele fique como aquele médico pervertido.

— Como Shamal? – indaga, erguendo uma sobrancelha - Gokudera tente não exagerar, Lambo ainda é um adolescente de 15 anos depois de tudo.

— Não se preocupe Jyuudaime. Eu vou me certificar de socar os conteúdos no cérebro do Ahoushi para que ele não lhe cause mais problemas!

Pobre Lambo. Gokudera com suas fórmulas e teorias pode ser tão espartano quanto Reborn. – Pensa Tsuna, observando seu fiel braço direito marchando para fora de seu escritório com fogo ardendo em seus olhos. - Bem, ao menos não tenho que me preocupar com Lambo se machucando. – Uma alta explosão ressoa pelos corredores da ala oeste da mansão. – Talvez eu tenha sido um pouco apresado em afirmar isso. Pergunto-me quanto vai custar os estragos de mais esta aula extrema de Gokudera... Por falar em ‘extremo’, já tem uma semana que ele foi para o castelo Varia, e conhecendo o humor de Xanxus, aposto que ele não está nem um pouco feliz com mais um ‘lixo barulhento’ sobre o seu teto... Ah. Só de pensar em Xanxus já me dá dor de cabeça. – Constata, massageando as têmporas, deixando o olhar vagar de volta para a grande e ensolarada janela à direita atrás de sua mesa, iluminando a sala cheia de estandes abarrotadas de livros. Seu próprio escritório quase parece uma versão reduzida da grande biblioteca localizada em uma das torres da mansão.

Mesmo que eu tenha dito a Gokudera para não se preocupar, um mês inteiro sem nenhum contato é bastante tempo, mesmo para Hibari. Vou aguardar até o final da semana, se a situação continuar a mesma de agora, terei de seguir o conselho de Gokudera e enviar um dos Guardiões para procura-lo. Talvez onii-san seja uma boa ideia, embora Hibari ficará furioso com qualquer um que eu envie, pelo simples fato de ter alguém indo atrás dele durante uma missão. Mas eu sinceramente prefiro lidar com a sua ira a não saber o que está acontecendo com um membro da minha família. Ah, quão problemático! – pensa soltando outro suspiro. Desde que assumiu devidamente a Famiglia Vongola há seis anos, incontáveis foram às vezes em que suspirou dessa forma.

— Bem, hora de voltar ao trabalho, caso contrário, perderei outra noite de sono terminando essa papelada sem fim. O que não seria bom, uma vez que amanhã tenho outra reunião com o chefe da Famiglia Galhardoni. – fala para si mesmo, mergulhando na montanha de papéis mais uma vez.

~~~Ҳ~~~

— Agora, Ahoushi, reescreva o último exercício que você fez errado!

— Geh?! Gokudera-shi, já estamos nisso desde o café da manhã, meu cérebro está doendo de tanto pensar. – lamenta-se Lambo com a cabeça sobre uma das mesas da biblioteca, recebendo um olhar assassino de Gokudera – Yare, yare. Pelo menos vamos almoçar antes de continuar. Nem acredito que o primeiro dia em que não preciso ir a escola tenho de ter aulas de reforço.

— Pensasse nisso antes de relaxar e deixar suas notas baixarem! Jyuudaime já deixa você de fora da maioria das missões para que você possa ter uma vida de estudante o mais normal possível e você o recompensa indo mal na escola!

— Mas não é minha culpa se as aulas são chatas e a maioria das matérias eu já estudei com você.

— Está dizendo que vai mal na escola por que já está adiantado nas matérias? Se você já sabe a maior parte dos conteúdos deveria é ser o primeiro da classe! – rosna irritado - Agora pare de enrolar e continue a tarefa enquanto eu vou chamar o Jyuudaime para o almoço. Até eu voltar é melhor já ter terminado e desta vez feito certo. – completa lançando outro olhar assassino para o garoto, que se encolhe, em seguida sai da biblioteca.

— Yare, yare. Por que o grande Lambo-sama tem que passar por isso...

— Pare de lamuriar e volte a estudar! – grita Gokudera do corredor.

— Gupyaaaa!

Tsuna, imerso em seus arquivos sobre novas Famiglias para possíveis alianças futuras, contas de reparos por estragos na mansão, ou então provenientes de alguma missão de seus Guardiões ou de algum outro grupo de subordinados, ou simplesmente reparos no castelo Varia, nem ao menos havia percebido as horas passarem. A maior parte dos seus dias resumia-se ao trabalho da papelada sem fim em seu escritório, seguido por algumas horas gastas na sala de treinamento – como se Reborn, sádico e espartano, fosse realmente deixa-lo pular as suas sessões extras de tortura disfarçadas de treinos - reuniões com chefes de outras Famiglias mafiosas, e as poucas horas restantes eram divididas entre as refeições com os membros da família presentes na mansão – que Tsuna fazia questão de não burlar não importa o quanto estivesse sobrecarregado de trabalho - e o doce e reparador sono ao fim do longo dia.

Subitamente o silêncio de seu escritório é quebrado pela entrada de um certo braço direito de cabelos prateados.

— Jyuudaime, vim avisá-lo que já está na hora do almoço.

— Oh?! Já é tão tarde assim? – murmura Tsuna, levantando a cabeça e encontrando os orbes verde-acinzentados de Gokudera – Obrigado por me avisar, quase que eu esqueço. Você pode ir descendo que eu ainda vou ao banheiro. Encontro vocês lá. – completa, abrindo um pequeno sorriso.

— Certo, Jyuudaime, vou pegar Ahoushi no caminho.

Os dois estiveram estudando sem parar desde aquela hora? Pobre Lambo, deve estar com dor de cabeça.

— Claro, até lá. – fala o jovem Don, levantando-se da sua cadeira e fechando a pasta em que estava trabalhando.

Tsuna observa Gokudera sair fechando a porta, quando seus passos já não podem mais ser ouvidos no corredor, volta seus olhos para a janela ao seu lado direito.

— Você já pode aparecer.

De dentro de uma espessa névoa índigo, uma figura envolta em uma longa capa negra surge.

— Yare, yare. Se você sabia que eu estava aqui esse tempo todo por que não falou nada?

— Porque eu queria ver quanto tempo você iria conseguir ficar em silêncio tentando esconder a sua presença de mim. – responde o Decimo docemente com um sorriso travesso nos lábios.

— Yare, yare. Você se tornou bastante presunçoso moleque. Então, para que você me chamou aqui? Eu não tenho mais tempo para ficar desperdiçando com você, sem receber nada.

— Nesse caso serei direto. Preciso que entre em contato com Verde para mim.

— Verde? Para que precisa dele? Você já não tem as três melhores mentes trabalhando para você?

— Shoichi, Spanner e Giannini estão ocupados com a construção da base no Japão, então não há sentido em retirar um deles de lá no momento. Além disso, Verde é provavelmente o único que pode fazer o que eu preciso no menor espaço de tempo.

— E por que precisa de mim para isso? Por que não pede a outro Arcobaleno?

— Por que Reborn está fora ocupado cumprindo alguma missão para o Nono, Colonnello está treinando uma nova equipe desde que assumiu o CONSUBIN, e sua esposa Lal Mirch está fora do país em uma missão para o CEDEF. Fon está na China e Skull... Tenho certeza de que ele deve estar ocupado com a Famiglia Calcassa. Além disso, sei que vocês mantem algum contato, uma vez que ele costuma lhe pagar para que faça alguns trabalhos para ele.

— Geh! Como você sabe disso?

— Como membro da Varia, você melhor do que ninguém não deveria subestimar a divisão de Inteligência da Vongola, Mammon. – fala Tsuna, estreitando levemente os olhos em divertimento.

— Yare, yare.

— Não se preocupe você será bem pago. Mas preciso que faça isso o mais breve possível.

— Vou pedir permissão ao chefe para atender a meus negócios. Imagino que não queira que ele saiba que me pediu para fazer um trabalho para você.

— Ah, seria de grande ajuda se pudesse manter isso só entre nós. Então, temos um acordo? – indaga, fitando a figura encapuzada quase da sua altura parada a sua frente.

— Estarei de volta assim que receber o aval do chefe e aí podemos acertar o valor do meu pagamento.

— Certo. Obrigado. A propósito, gostaria de juntar-se a nós para o almoço?

— Che! Pensei que estivesse com pressa para realizar esta missão. – resmunga, desaparecendo na névoa novamente.

Bem, acho que este assunto já está resolvido. Só me resta agora esperar. – seu estômago ronca alto - Por falar em esperar, acho que meu estômago já cansou disso.

Sem demorar-se mais, Tsuna caminha pelos largos corredores cheios de quadros espalhados pelas paredes, rumo à espaçosa de mais – em sua opinião - sala de jantar, onde Gokudera, Fuuta, Lambo e uma bela jovem de cabelos roxos próximos à altura dos ombros, vestindo um delicado vestido lilás e usando um tapa olho, tendo ao seu lado um homem de cabelos azuis, com um estranho penteado que em muito lembra um abacaxi no topo terminando em um longo rabo de cavalo, com olhos de cores diferentes – direito vermelho com o kanji seis e esquerdo azul - vestindo um casaco verde claro sobre uma camisa cinza chumbo, estavam todos o aguardando.

— Olá, Boss.

— Kufufufu, como vai, Sawada Tsunayoshi.

— Chrome! Mukuro! Que bom que estão aqui! – cumprimenta Tsuna, com um largo e afetuoso sorriso, o que faz a jovem corar levemente.

— Tch. Esses dois só apareceram na hora do almoço. – resmunga Gokudera, sentado ao lado direito do lugar reservado para Tsuna, na extremidade da longa mesa de carvalho.

— Kufufufu. Vim para receber minha nova missão, Vongola. Estou certo de que você tem algo para tirar o meu tédio. – fala Mukuro, descaradamente ignorando Gokudera, com sua risada assinatura.

— Heh, ele te ignoro completamente, Gokudera-shi. – comenta Lambo, preguiçosamente sentado ao lado de Gokudera e de frente para Chrome, tendo Fuuta do seu lado direito.

— Calado, Ahoushi! – retruca Gokudera, lançando-lhe outro de seus olhares mortais.

— Quanto a Nagi, será melhor para ela ficar na mansão enquanto eu estiver fora. – prossegue Mukuro, voltando-se para a jovem ao seu lado, que corou ainda mais.

— Ah. Falaremos sobre isso após o almoço. De qualquer forma, estou feliz que tenham vindo.

— Tsuna-nii é sempre tão gentil. – o rapaz de feições suaves, cabelos e olhos castanho-claros, estampa um sorriso enquanto fita Tsuna.

— Obrigado, Fuuta. Estou feliz que também esteja na mansão. Odiaria ter de sentar-me nesta mesa enorme com apenas Gokudera, Lambo e eu.

— Não importa quanto tempo passe, você continua ingênuo, Sawada Tsunayoshi.

— Oi, mais respeito com Jyuudaime, rei abacaxi. – rosna Gokudera.

— Oya, parece que nem todos estão felizes com a nossa presença aqui, Nagi.

— Mukuro-sama, acho que isso não está certo.

— Minna, por favor, vamos tentar ter um almoço tranquilo. – fala Tsuna em seu tom de voz aveludado e com seu sorriso acolhedor.

Sim, a palavra chave é tentar, pois não importa o quanto à família do Decimo Vongola tenha amadurecido nos últimos dez anos, certas coisas nunca vão mudar.

~~~Ҳ~~~

Após a sobremesa, a favorita de Lambo, Gelato de uva, pedida especialmente por Tsuna ao chef, Tsuna reuniu-se com Gokudera e Mukuro em seu escritório, enquanto Chrome recolheu-se ao seu quarto – além dos muitos quartos de hospedes, cada Guardião possui o seu próprio quarto na mansão - ao passo que Lambo e Fuuta saíram para um passeio no centro da cidade algo sobre ‘ver a nova exposição da Civica Galleria d'Arte Moderna Empedocle Restivo, que ocupa o quinto lugar entre exposições atuais mais visitadas em toda a Itália, para contar a I-pin mais tarde’.

— Oya, então a cotovia ainda não voltou de sua última missão?

— Ah. Já completou um mês desde que Hibari e Kusakabe-san estão sem dar qualquer notícia.

— Hunh... Isso não parece bom... A propósito, Sawada Tsunayoshi, que tipo de missão você deu a cotovia para prendê-lo por tanto tempo?

— Desculpe por isso, Mukuro, mas eu não costumo revelar detalhes das missões para aqueles que não estão atribuídos a elas. – responde Tsuna, assumindo sua postura de chefe, algo que Reborn literalmente martelou, com um martelo Leon, na sua cabeça em uma base diária durante um ano nas muitas horas extras de tortura impostas ao recém-empossado Decimo chefe.

— Kufufufu, como esperado de você, Vongola. Então, sobre a minha nova missão. Espero que já tenha algo pronto, pois minhas habilidades estão começando a enferrujar. – comenta, calmamente sentado em um dos sofás de couro localizado a frente da mesa de Tsuna, no centro do escritório.

Falando desse jeito nem parece que ele voltou de uma missão tem uma semana. – Tsuna mentalmente suspira, enquanto encara um dos seus Guardiões da névoa. - Não importa quanto tempo passe, Mukuro continua imprevisível.

— Eu tinha pensado em atribuir-lhe esta missão apenas após o retorno de Hibari, mas devido a fatos recentes, acredito que hesitar agora trará problemas no futuro. – Tsuna tinha um olhar sério, como raramente seus Guardiões veem.

— Jyuudaime...

— Hunh... Parece que algo grande está para acontecer.

Mukuro observa o homem sentado na mesa repleta de pilhas de papéis, algumas que ele próprio tinha trazido dias antes e outras sobre os estragos que provocara em sua última missão, quando ele acidentalmente destruiu metade do estacionamento de um hotel em Verona, em sua perseguição a um verme que ousou cercar sua preciosa Chrome com propostas indecentes – isso se você considerar flores, uma caixa de bombons com licor de cereja e um convite para um jantar, indecente. Sawada Tsunayoshi havia se tornado o exato oposto dos chefes do submundo da máfia. Era bondoso e acolhedor, porém, também sabia ser terrivelmente inflexível quando a situação fazia necessário, uma combinação estranha – na opinião de Mukuro que cresceu neste mundo obscuro. Ele conseguiu com uma rapidez assombrosa derrubar a maior parte dos abusos cometidos dentro tanto da Vongola, quanto da própria máfia em si, algo jamais visto na história do submundo.

Tsunayoshi deixara para trás o garoto fracote e medroso que ele conheceu em Kokuyo Land há uma década, e tornara-se um homem com uma aura tão poderosa que fazia até mesmo seu corpo estremecer em sua presença, muito embora o próprio pareça desconhecer, ou simplesmente ignorar, o poder naturalmente emanando dele. Por todo o submundo os boatos de que o jovem chefe da Décima Geração havia superado Primo, o fundador da Vongola, estavam ganhando força a cada dia, principalmente após ele ter derrotado o próprio tutor, o Arcobaleno infame da chupeta do Sol e o Hitman que carrega a fama de o melhor do mundo, em uma luta há cerca de um ano – escusado será dizer que desde então seus treinos elevaram-se a um nível completamente desumano, obviamente trata-se de retaliação por parte do Arcobaleno sádico, algo sobre ‘uma vez que você derrotou o maior Hitman do mundo, você tem a obrigação de jamais ser derrotado’. E se você perguntar-lhe o que achou de saber que o moleque mandou o próprio tutor quase inconsciente para a enfermaria por três dias, a resposta seria um sorriso maior do que o de Cheshire, se é que isso realmente é possível.

— Mukuro, preciso que seja extremamente discreto durante esta missão. Todas as informações para sua realização, assim como os objetivos, estão dentro deste envelope. – fala, retirando um envelope marrom de dentro de uma gaveta e entregando a Mukuro, que já esta de pé em frente a sua mesa.

— Kufufufu. Como quiser, Sawada Tsunayoshi.

— Tenha cuidado e em hipótese alguma baixe a sua guarda.

O aviso carregado de preocupação, muito mais do que o habitual, acrescido de olhos resignados e extremamente sérios, pegou de surpresa os dois Guardiões, fazendo Mukuro estreitar os olhos e Gokudera remexer-se em sua posição escorado junto à janela do lado direito de Tsuna. Aquele era o mesmo olhar que ele possuía logo após Hibari sair de sua sala um mês antes.

— Parece que você está sabendo de algo que não sabemos, Vongola. – Mukuro estreita ainda mais seus olhos sobre Tsuna, cujos cabelos castanhos cobriam seus olhos, novamente escondendo sua expressão, algo que acontece com certa frequência – Bem, seja o que for, tenho certeza de que cedo ou tarde descobriremos o que é. Afinal, você não costuma fazer algo que nos exponha ao perigo sem uma razão muito séria para isso. – fala, colocando o envelope dentro do casaco e movendo-se em direção a saída – E antes que você peça, sim, eu manterei contato. Partirei ainda hoje, depois de falar com minha preciosa Chrome.

— Ah, obrigado, Mukuro.

Mukuro não precisa virar-se para trás para saber que seu chefe está sorrindo calorosamente para ele. No fim, Sawada Tsunayoshi é um tipo estranho de ingênuo.

~~~Ҳ~~~

Recostado em sua cadeira voltada para a janela, no silêncio de seu escritório, Tsuna segura um pequeno envelope de papel em uma das mãos e na outra um copo de água, retirando uma cartela de comprimidos vermelho, já quase pela metade, de dentro do envelope, pega um e engole tomando um pouco de água. Sem perceber, enquanto guarda o envelope de volta em seu bolço, seus pensamentos o arrastam para os eventos de cerca de duas semanas atrás...

“Pronto, terminei o tratamento.” – fala Shamal, guardando uma pequena caixa contendo seus Trident-Mosquito dentro do jaleco – “Você tem se alimentado direito, dormindo o suficiente e tomado à medicação?”

“Ah, tenho sim.” – fala colocando o paletó – “Neh, Shamal, preciso que me faça um favor.”

“O que?! Já não basta eu ter que lhe atender mesmo você sendo um homem?!” – resmunga, encarando seu atual paciente.

“Então você vai se negar a ouvir um pedido do Decimo Vongola?” – indaga com um olhar inocente.

“Hoh, você se tornou bastante presunçoso com o passar dos anos, moleque Vongola.”

“O que você esperava de um aluno de Reborn?” - questiona com um sorriso travesso nos lábios.

“Você tem um ponto.” – comenta, coçando os cabelos já bastante bagunçados – “Então, o que você quer?”

“Silêncio. Não diga nada a meus Guardiões, principalmente a Gokudera. Ele entraria em pânico e só pioraria a situação. Nem a Reborn. Tenho certeza de que ele irá ficar frustrado com sigo mesmo.”

“Frustrado? Do modo como ele se apegou a você, furioso é o mínimo. De qualquer forma o diagnóstico não é definitivo. Seu quadro tem se mantido estável, desde que você prossiga com o tratamento, ele deve permanecer assim. O que nos dá um tempo para buscar uma cura, caso contrário-”

“Eu morrerei.”

“É...”

“Bem, melhor eu ir, há uma pilha de papelada para eu terminar. E eu não disse a ninguém onde estava indo quando saí. Não quero deixa-los mais preocupados do que já estão.” – fala, levantando-se.

“Aqui!” – exclama jogando-lhe um pequeno envelope de papel que Tsuna pega com facilidade – “Caso a dor aumente isso deve aliviar. E não se preocupe. Não direi nada. Só... Apenas certifique-se de ficar vivo. Hayato... Provavelmente morreria junto com você...”

“Obrigado.”

“Agora suma! Decimo Vongola ou não, você ainda é um homem!”

Ah, eu ainda não posso morrer! Não quando a minha preciosa família precisa de mim! Não quando ainda tem tantas coisas que preciso e que quero fazer... Como confessar adequadamente a Kyoko-chan meu amor, que só fez crescer durante todos esses anos... Mas antes de qualquer coisa...

— Você pode aparecer, Mammon. Eu o estava esperando. – comenta ao perceber uma leve presença adentrando seu escritório.

Da névoa índigo o corpo adulto do Arcobaleno e ilusionista da Varia, surge.

— Yare, yare. Você tem uma maldita percepção muito mais apurada do que a do chefe. – resmunga a figura um tanto andrógina, em seu tom sempre enfadonho.

— Imagino que uma vez que está aqui, Xanxus lhe deu permissão. Neste caso só falta acertarmos o seu pagamento. Saiba que só lhe pagarei metade do valor agora, e a outra metade quando tiver cumprido sua missão. – informa Tsuna, novamente em seu ‘modo chefe’.

— Parece bom para mim.

— Eu separei uma quantia significativa que está dentro deste pacote. – fala, entregando-o para Mammon que imediatamente retira as notas e as conta – Como eu disse, isso é só a metade. É suficiente para você? – embora soasse como uma pergunta, o tom de voz de Tsuna e seu olhar estavam desafiando o ilusionista a pedir mais, algo que sabiamente Mammon não fez, uma vez que guardou o envelope dentro de sua capa – Ótimo! Então quanto ao que quero que faça, entregue isso a Verde assim que possível. – Tsuna entrega ao Arcobaleno uma pequena caixa de prata lacrada – Diga-lhe que o Decimo Vongola está ansioso para vê-lo.

Mammon observa a caixa por um breve momento, em seguida fita o rosto do homem a sua frente. Mais cedo quando viera a seu escritório algo lhe chamara a atenção, seu rosto parecia um pouco pálido, porém, ignorou o assunto, pensou que talvez estivesse enganado, mas agora vendo-o com mais cuidado, ele realmente parecia pálido, e não era o tom que se adquire por ficar muito tempo trabalhando em um escritório sem sair, era um tom pálido doentio. Bem, fosse o que fosse, não era de seu interesse. O pirralho deve apenas não estar dormindo o suficiente e trabalhando de mais, ao contrário do seu próprio chefe, que joga todo o seu serviço para cima de seus Guardiões e passa os dias bebendo, cochilando e jogando coisas em seus empregados – que geralmente se resume a Squalo.

— Se é só isso, estou indo. Afinal, foi você mesmo que disse que queria o trabalho feito o mais rápido possível. – e sem outra palavra, Mammon desaparece e com ele sua presença.

Ah, parece que está na hora de fazer uma pequena pausa. – pensa aproximando-se da grande janela, tendo as mãos nos bolsos. Um gentil sorriso desponta em sua bela face, ao observar um carro negro adentrar a propriedade.

~~~Ҳ~~~

O homem alto carregando uma katana pendurada sobre o ombro, usando um terno negro com uma gravata igualmente negra e solta, com uma camisa azul, de cabelos negros e orbes caramelo, com uma cicatriz na vertical do lado direito do queixo - fruto de um intensivo treino que tivera com Squalo, adentra a grande mansão Vongola, para encontrar no hall de entrada seu amigo de temperamento explosivo e companheiro Guardião, e terminando de descer as escadas com um largo e acolhedor sorriso, era seu querido amigo e chefe.

— Bem vindo de volta, Yamamoto.

— Olá Tsuna, Gokudera.

— Tch!

— Como foi a viagem? – indaga Tsuna, juntando-se aos dois.

— Correu tudo bem. Antes de vir eu passei na base, Shoichi mandou alguns documentos e alguns projetos para você analisar, ele quer construir um gerador maior e quer saber se há sua aprovação. Spanner mandou novas lentes para você e Giannini disse que ainda hoje o sistema principal da base vai estar pronto e operante.

— Isso é uma ótima notícia.

— Aqueles três idiotas, quanto eles já conseguiram terminar?

— Shoichi mencionou que com o sistema principal completamente ativo, cerca de 85% do trabalho estará pronto.

— Isso é bem mais do que na época em que viemos ao futuro e com muitas novas melhorias.

— Como esperado do Jyuudaime!

— Gokudera, não sou eu quem está construindo a base no Japão.

— Não, mas é graças a ideia do Jyuudaime que ela está sendo construída.

— Neste ponto eu concordo com Gokudera. Tsuna, sua ideia de construir a base foi excelente, ela vai ajudar muito a Vongola.

— Já vi que não posso ir contra vocês dois. – fala, abrindo um leve sorriso – De qualquer forma, Yamamoto, e quanto aos outros. Como vai seu pai? Chegou a ver Kyoko-chan, Haru e I-pin? E tenho certeza de que Ryohei vai extremamente perguntar-lhe sobre Kurokawa. – a este último comentário os três riem.

— Ah, meu pai está bem, ele aumentou o restaurante e agora tem mais dois empregados. Sobre as garotas, Sasagawa e Miura estão bem, mandaram lembranças, Kurokawa está trabalhando na empresa do pai dela e I-pin ainda esta trabalhando em entregas de lámen, ela mandou alguma coisa em uma caixa para o Lambo, está na minha bagagem. Na verdade tem presentes delas para vocês dois também, e as garotas ainda mandaram uma yukata para a Chrome da nova linha de roupas da loja da Miura. Ah, elas estão planejando vir nos visitar em breve. – imperceptível para os dois, às palavras de Yamamoto, o olhar de Tsuna torna-se sério por uma fração de segundo – Ah, Tsuna, hoje o jantar será por minha conta. Vou fazer sushi com o atum que meu pai mandou especialmente para você. – completa com um de seus sorrisos de assinatura.

— Yakyū baka! Como você conseguiu trazer um peixe do Japão à Itália de avião em um voo que nem era particular?! – resmunga Gokudera irritado.

— Maa, maa, Gokudera. Deu tudo certo então você não tem que se preocupar. Além disso, tenho certeza de que Tsuna também sente falta de casa. – os dois voltam o olhar para o chefe que sorria divertido para mais uma discussão tola entre seus amigos.

— Ah, embora agora aqui também seja a minha, não, a nossa casa, muitos de nós vieram do Japão, então, sim eu sinto um pouco de falta de nosso país de origem. Ainda mais que desde que me tornei o Decimo chefe da Vongola, só pude ir ao Japão duas vezes, e a última vez foi há quatro anos quando começaram os preparativos para a construção da nova base. Então sushi seria ótimo Yamamoto. – completa dando-lhes um de seus calorosos sorrisos.

— Tsuna...

— Jyuudaime...

— Oh! Por falar nisso, acho que Hibari também vai gostar do nosso jantar hoje. Do jeito como aquele cara ama Namimori e as tradições, é até de se estranhar que ele fique tanto tempo longe do Japão por vontade própria. Bem, ele é um Guardião de Tsuna, depois de tudo.

Ouvindo Yamamoto, Tsuna permite seus cabelos cobrirem parcialmente seus olhos, tornando sua expressão difícil de ser decifrável.

— Tch! Aquele bastardo ainda não voltou e nem enviou qualquer notícia já tem um mês.

— Hibari ainda não voltou? Tsuna... Você já pensou em enviar um de nós para procura-lo. Mesmo para Hibari ficar todo esse tempo sem entrar em contato é estranho.

— Eu já sugeri isso, mas Jyuudaime quer esperar mais um pouco.

— Tsuna, se você quiser eu posso partir amanhã bem cedo, é só me dar às coordenadas da última localização deles que eu vou encontra-los.

— Não. – fala enquanto move a cabeça – Yamamoto você acabou de chegar de uma missão, deve estar cansado. Além disso, se Hibari não voltar ou entrar em contato com qualquer um de nós até o final da semana, pedirei a onii-san que vá. Então, por agora, apenas descanse.

— Se é isso que você quer Tsuna. – concorda por fim, mesmo a contra gosto.

— Obrigado. Agora eu preciso voltar para o escritório, ainda tem alguns documentos para revisar e assinar para a reunião de amanhã com a Famiglia Galhardoni. Vejo vocês na hora do jantar.

— Ah, pode deixar! Farei excelentes sushis para todos! Enquanto estive no Japão pratiquei um pouco com meu pai. – fala com outro se seus sorrisos brilhantes.

— Vou esperar ansioso, então.

— Jyuudaime, se precisar de ajuda pode me chamar! Estarei conferindo se este Yakyū baka vai fazer o jantar direito.

— Oh? Você vai me ajudar, Gokudera?

— Tch! Como se eu fosse deixar o Jyuudaime comer algo feito por um Yakyū baka como você, sem ter certeza de que não vai lhe dar indigestão.

— Maa, maa Gokudera! Eu sei o que estou fazendo! Eu cresci em um restaurante de sushi!

— Tch! Você só entende de baseball e katanas!

— Vocês dois, eu realmente preciso ir. – interrompe Tsuna, sabendo que quando seus dois Guardiões começam a discutir, principalmente nas raras vezes em que Yamamoto surge com argumentos para rebater, a discussão tende a ser longa.

— Certo. Até mais, Tsuna.

— Até depois, Jyuudaime!

E com um último sorriso para seus amigos, Tsuna caminha em direção ao seu escritório.

Ah, a chuva tranquila que tudo lava, voltou. Pergunto-me quando a nuvem irá voltar...? – pensa lançando um olhar para o céu começando a escurecer.

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Notas finais do capítulo

Novamente: deixem-me saber o que estão achando da história, críticas, ideias, dúvidas... Ficarei feliz em ler tudo o que escreverem!