Cielo escrita por Selene L Tuguert


Capítulo 13
Suspeitas - parte II


Notas iniciais do capítulo

Gomennnnnnn T_T Eu fiquei sem net e não pude postar T_T
Mas em compensação o cap. tem 18 p. e meia, meu record o/
Minna-san, peço que leia as notas ao final do cap. tenho umas novidades e alguns avisos úteis ^^
E também gostaria de agradecer a todos pelos comentários e prometo que vou responder todos eles - tive que escolher entre responder ou escrever o cap ¬¬''
Sem mais enrolação: KHR pertence a Akira Amano-sensei, apenas o enredo é meu!



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Suspicious - Part II

Era Primo

Cerca de quarenta minutos tinham se passado desde que haviam se separado de Ugetsu e o cientista, e atualmente estão em um campo ao oeste quase na divisa da cidade. A noite já vai alta enquanto um céu negro coberto de estrelas os envolve como um manto. Giotto espera um pouco impaciente, enquanto anda de um lado para o outro, pois sua Hiper Intuição está chutando sua mente avisando que algo está acontecendo. Subitamente o ar se torna mais denso, imediatamente Primo lança um olhar para Alaude, escorado em uma árvore pouco mais de cinco metros de distância, que como se sentisse seu olhar, volta sua atenção para o chefe irritante – a espera havia acabado. Aquelas chamas e aquele nevoeiro escuro só pertencem há um grupo específico, um verdadeiramente temido e problemático.

__Vindice. – pronuncia Primo, seu olhar afiado sobre as duas figuras que surgem diante de seus olhos.

__Giotto-kun, uma vez que você nos chamou aqui devo presumir que seja importante. – a voz quase fantasmagórica emana da figura de um bebê, cuja face encontra-se encoberta por faixas, sentado tranquilamente sobre o ombro direito de um homem alto com cabelos longos, negros e ondulados.

__Você está certo, Bermuda Von Vichtenstein. Estive esperando porque quero algumas respostas.

__Você se refere aos raptos e mortes. – comenta o Arcobaleno em tom indiferente.

__Então vocês estão realmente a par da situação. – rosna Giotto, sem disfarçar a irritação ao confirmar suas suspeitas – Estas tais chamas negras que estão sendo produzidas, elas parecem ser de alguma maneira semelhante as suas. Pergunto-me se surgiram da mesma forma. – comenta, estreitando levemente os orbes alaranjados.

__De fato tem uma intuição afiada, Giotto-kun. Você parece saber mais do que a maioria. - apesar do tom plano, Giotto é capaz de sentir a dica de interesse sutil nas palavras do Arcobaleno.

__Eu sou o Guardião escolhido por um terço do Trinisette, depois de tudo. – responde no mesmo tom branco que o bebê temível – Embora eu não saiba tudo sobre a origem dos Arcobalenos, sei o suficiente para lamentar por sua condição.

__Está com pena de nossa maldição, Giotto-kun?

__Por mais que sua maldição seja algo terrível, eu tenho pena é do ódio consumindo suas almas. – responde com a voz pesarosa.

Mal as palavras deixam os lábios de Giotto, e o homem acompanhando o Arcobaleno, lança-se em um ataque com fúria não contida em direção a Primo. Um punho flamejante segura as correntes, espalhando Shinu Ki no Honoo do Céu pelo metal, antes que essas façam contato com seu corpo, enquanto um par de algemas cobertas por chamas da Nuvem envolve firmemente os punhos e o pescoço da figura sombria – Alaude está lado a lado com Giotto, os orbes azuis com um brilho predatório poucas vezes visto tão intenso.

__Não desconte sua ira em mim. Todos nós sabemos como essa luta vai acabar. – a voz de Primo é assustadoramente calma e ao mesmo tempo vazando uma ameaça não disfarçada.

__Jager-kun, controle sua raiva, não viemos aqui para lutar. Agora, Giotto-kun, peça ao seu Guardião para liberar meu subordinado. – resmunga o Arcobaleno, em um tom indiferente e ligeiramente frustrado, negociar com os Vongola é sempre uma tarefa delicada, especialmente com o Don da Famiglia.

__Alaude. – fala Primo sem olhar para a Nuvem, seus orbes laranja estão fixos nas duas figuras a sua frente.

Estreitando os olhos em um olhar ainda mais afiado e frio, Alaude libera o Vendice, mas não se afasta um milímetro sequer de sua posição ao lado esquerdo de Giotto, enquanto mantem as algemas prontas para o uso – mesmo não gostando disso, ninguém ataca o chefe irresponsável enquanto esse estiver sob sua guarda, mesmo que os atacantes sejam a lei da máfia.

Com o clima tenso, um breve silêncio se forma. Jager retorna ao seu lugar de origem, com Bermuda uma vez mais sobre seu ombro, o Arcobaleno havia pulado para o chão no instante em que o Vendice decidiu atacar Primo.

__Agora que estamos todos de acordo, Giotto-kun, diga o real motivo para esta reunião.

__Quero sua palavra de que os responsáveis pelas mortes serão presos em Vindicare. – declara sem um segundo de hesitação.

__Você está bastante confiante. – retruca o Arcobaleno em seu tom plano novamente.

__É porque a Vongola vai encontra-los. – responde com uma firmeza áspera, os olhos brilhando com a mesma intensidade das suas chamas.

__Um homem fiel aos seus princípios, com uma determinação inabalável e um coração gentil. Você é uma pessoa verdadeiramente interessante, Giotto-kun. Está certo. Se a Vongola encontrar e detiver os responsáveis, você tem minha palavra de que farei a lei da máfia valer e levá-los-ei para Vindicare. Mas saiba que a partir de agora estarei observando-o, Giotto-kun. Mostre-me o quão longe sua determinação é capaz de ir. – declara, enquanto os dois são envolvidos pelas chamas e o nevoeiro denso e escuro.

Assim que a presença sinistra das duas figuras desaparece completamente, Primo solta um suspiro, enquanto a brilhante chama em sua testa desaparece. Virando-se para o chefe do CEDEF, encontra Alaude encarando-o com um olhar afiado e acusador claramente dizendo-lhe ‘e você queria vir sozinho’.

__Desculpe. – responde em derrota, abrindo um sorriso sem graça, recebendo um ‘Hn’, indiferente da Nuvem.


~~~І~~~


A cena seria cômica se não fosse a situação perturbadora em que a Vongola se encontra no momento. G, Knuckle e mesmo Ugetsu estão cobertos com gravetos, folhas e sujos de carvão – mais especificamente no caso dos dois primeiros - e suas roupas claramente cheiram a fumaça. Primo tem os olhos arregalados por alguns segundos, antes de um suspiro vazar de seus lábios.

Isso claramente explica o porquê de minha Hiper Intuição estar perturbando minha cabeça. Mas pelo menos eles estão bem. Realmente nenhum mal feito. – pensa, massageando suas têmporas. Depois do encontro com os Vendice, ele e Alaude retornaram para a mansão Vongola para depararem-se com a atual cena, o que em nada ajudou a melhorar o ânimo de Giotto, afinal, seus três Guardiões só haviam escapado de uma floresta em chamas.

__Estarei em meu escritório lendo as anotações que vocês recuperaram, aproveitem esse tempo para lavarem-se e comerem algo. E Knuckle, certifique-se de que nosso novo hóspede está bem. – avisa, rumando para seu escritório, após receber um breve aceno do clérigo.

__Primo, como foi com o Vindice? – o loiro nem chega ao primeiro degrau da escadaria, e a voz da Tempestade ecoa por toda a sala.

Giotto imediatamente trava em seus passos, ele realmente pensou que pudesse adiar esse assunto por algum tempo, mas conhecendo seu braço direito é óbvio que G não iria deixar para depois. Pelo canto do olho, Primo pode ver Alaude encarando-o com o mesmo brilho de advertência que ele tinha quando a reunião havia terminado.

__G, podemos discutir isso mais tarde, eu realmente quero ler essas anotações. – fala, virando-se um pouco e movendo a mão com o caderno, levemente chamuscado, para dar ênfase as suas palavras.

__Maa, maa, G. Deixe Primo fazer o que ele quer. Podemos falar sobre isso depois. Além disso, estamos todos precisando mesmo de um bom banho. – a voz tranquila de Ugetsu interrompe qualquer possibilidade de retrucar que a Tempestade pudesse ter, e Giotto lança um olhar agradecido para sua Chuva, que lhe devolve um sorriso um pouco apreensivo, ele também está preocupado com o chefe.

__Tch! – rosna G, marchando para seu quarto, não sem antes dar um olhar significativo para Giotto ao ultrapassá-lo, definitivamente a conversa não termina ali.

__G está sendo superprotetor novamente. – comenta Knuckle, após a saída de Giotto rumo a seu escritório.

__Talvez, mas eu também confesso que fiquei preocupado quando soube que Primo iria se encontrar com aqueles homens.

__Alaude, alguma coisa aconteceu durante esta reunião para Primo estar com aquela expressão, não foi? – indaga o clérigo, fixando seu olhar sobre a Nuvem escorada em um pilar próximo a porta.

__Um deles tentou atacar Primo. – responde após um breve silêncio, fechando os olhos, indiferente, ignorando completamente o espanto no rosto dos dois homens, quando o significado de suas palavras finalmente afundou em suas mentes.

__Pai amado! – exclama Knuckle, arregalando os olhos.

__Mas como?! Por quê?! – exaspera-se Ugetsu, claramente perdendo sua calma.

Alaude, sim, a Nuvem indiferente, resiste à vontade de revirar os olhos, ele deveria ter ficado de boca fechada. É por situações assim que evita envolver-se nas confusões do chefe e da Famiglia, mas a verdade deve ser dita, não importa o quanto às consequências o irritem, e antes ter de lidar com o clérigo barulhento e o espadachim do que com o braço direito superprotetor.

__Primo disse-lhes algo sobre a maldição dos Arcobalenos. – resmunga, e instantaneamente a mensagem subliminar escondida em suas palavras é capturada pelos outros dois Guardiões, e um breve silêncio os envolve.

__Parece que G estava certo em ficar preocupado com esta reunião. Ele com certeza dará um belo sermão em Primo por agir descuidadamente de novo. – comenta Knuckle, já um pouco mais calmo, com um tom ligeiramente divertido.

__Ah, certamente. – concorda Ugetsu, enquanto as memórias da última vez em que Giotto havia agido de forma irresponsável, vem-lhe a mente, G lhe deu um sermão de mais de uma hora sobre as possíveis consequências de suas atitudes, além disso, Primo teve seus doces confiscados por duas semanas, e pelo mesmo período de tempo todos na mansão sentiram na pele o que a abstinência de açúcar pode fazer com o humor do jovem chefe, uma experiência que sinceramente gostariam de não repetir.


~~~І~~~


O som de vidro quebrando rompeu o silêncio que havia reinado no escritório por quase duas horas. Em uma fração de segundos os quatro Guardiões presentes na mansão, estouram dentro da sala em estado de alerta atraídos pelo barulho, todos armados e prontos para uma luta. Mas nada os preparou para a visão diante de seus olhos - Giotto de pé na frente da grande janela quebrada, com os punhos cerrados com tanta força que a pele havia assumido um branco doentio, enquanto sangue corre por entre seus dedos e dos pequenos cortes em sua mão direita, manchando o tapete. Uma aura espessa paira no ar jogando a temperatura do escritório abaixo de zero graus. Embora sua expressão esteja parcialmente coberta pelos fios dourados, o sentimento emanando do corpo ligeiramente trêmulo de Primo é mais do que óbvio – ira. Giotto está borbulhando de raiva e indignação e quem quer que seja o alvo desses sentimentos e dessa aura poderosa, estará melhor morto do que entre os vivos.

Os Guardiões se entre olham sem ter certeza do que fazer. Apenas G, que é quem convive com Primo há mais tempo, já viu o chefe comportar-se desta forma, mas isso havia sido já há alguns anos, quando a situação tinha descido a um nível tão baixo em que era quase impossível suportar. Foi nessa mesma época que Cozart surgiu com a ideia de formarem o grupo vigilante que serviu de base para a atual Vongola. Ver Giotto nesse estado significa que a situação é pior do que haviam calculado.

__Primo-

__Eu quero esses monstros apodrecendo em Vindicare. – a voz em um tom raivoso de Giotto, interrompe G e surpreende os Guardiões – Não podemos deixar que isso continue. – completa, seu corpo havia parado de tremer e ele agora os encara com uma expressão determinada, seus olhos brilhando quase como se ele tivesse entrado no Hiper Modo.

__Primo, o que exatamente eles estão fazendo? – Alaude é o primeiro a manifestar-se, mais do que qualquer outro, a Nuvem odeia não estar a par de tudo que acontece ao seu redor, afinal, é parte de sua natureza e de seu trabalho lidar com informação.

__É muito pior do que o Sr. McCain nos disse. – começa, tomando uma respiração profunda - Eles estão forçando as pessoas raptadas a produzirem Shinu Ki no Honoo e extraindo-a, mas ao fazerem isso as chamas se descontrolam, e por que a Shinu Ki no Honoo é parte da energia vital de cada ser, elas acabam consumindo a vida do usuário. – responde, pressionando ainda mais os punhos, fazendo novas gotas de sangue verterem de suas mãos.

__Tch! Esses bastardos malditos! – rosna G em fúria, enquanto Alaude estreita os orbes azuis com um brilho predatório.

__Quanta crueldade. – comenta Ugetsu, perdendo um pouco a serenidade habitual de sua voz.

__Pai amado! – exclama Knuckle, fazendo o sinal da cruz e uma pequena prece pelas almas dessas pobres vítimas.

__Mas isso não é tudo. – com a declaração, quatro pares de olhos voltam-se para Primo uma vez mais - As chamas negras, G, você disse que elas corroeram o tronco de uma árvore e inutilizaram seu revólver. Pois bem, segundo essas anotações, o certo seria dizer que elas corromperam a madeira e o metal.

Um olhar de confusão espalha-se pelas faces de todos, mesmo Alaude não consegue evitar um lampejo de tal emoção percorrer seu olhar por uma fração de segundo.

__Primo, do que está falando? – indaga G, verbalizando a questão os perturbando e interiormente desejando que a possibilidade que sua mente formulou esteja errada.

__É exatamente como eu disse. Segundo as anotações, a extração das chamas corrompe a Shinu Ki no Honoo e ela perde seu atributo, o que resulta naquelas chamas negras, que por sua vez corrompem tudo que tocam, daí a aparência de corrosão.

Embora eu acredite que não seja apenas esse o motivo para tamanho poder destrutivo. – pensa, enquanto observa os rostos de seus Guardiões.

Silêncio. Puro silêncio instalou-se no escritório. Agora todos sabem o que provocou a ira de Giotto, e imediatamente o mesmo sentimento começa a inundá-los. Usar pessoas inocentes em algo tão monstruoso apenas para a obtenção de poder é algo completamente insano. Seja quem for o responsável por tal ato irá pagar muito caro pelo que está fazendo.

__Primo, suas mãos, elas estão sangrando. – a voz serena de Ugetsu é a primeira a romper o silêncio, atraindo a atenção de todos para Giotto, enquanto o japonês tem seus olhos fixos nas mãos do amigo.

__Ah, Ugetsu está certo, com tudo isso eu acabei extremamente me esquecendo. Primo, vamos até a enfermaria, precisamos cuidar desses ferimentos. – fala Knuckle, tomando um lenço de seu bolço e envolvendo a mão mais ferida de Primo.

__Tch! Conhecendo você, aposto que ainda não colocou nada no estômago. – repreende G – Além disso, eu ainda quero saber o que aconteceu na reunião com o Vindice. Por que eu aposto que Alaude contou a esses dois, e se ninguém me disse nada é por que você fez alguma coisa irresponsável de novo. – completa, lançando um olhar venenoso para seus colegas Guardiões e um de advertência para Giotto.

Giotto suspira um pouco exasperado diante do olhar firme que seu braço direito lança em sua direção, enquanto a aura tensa de momentos antes já havia se desfeito quase completamente. Depois de tudo, sua Famiglia é a única coisa capaz de acalmar seu coração, mesmo que horas de sermão estejam por vir.


~~~І~~~


Passava do meio dia quando a preguiçosa figura de cabelos verdes avistou a pequena cabana escondida entre as campinas, e imediatamente seus olhos brilharam com alegria, ele havia encontrado. Mas tão depressa o sentimento veio e logo foi substituído por desanimo e irritação, ainda havia um bosque para atravessar antes que pudesse dizer que realmente tinha chegado ao seu destino. Reclamando um pouco sobre as injustiças da vida e sobre por que alguém de seu nível tem de fazer algo tão plebeu, Lampo começa a descer a colina e adentra o bosque. Escuro. Fechado. Sinistro. E seu coração dispara enquanto as muitas possibilidades de ser atacado por algum tipo de fera selvagem inunda sua mente. A beira do pânico e amaldiçoado Primo por sempre envolve-lo nesse tipo de situação assustadora, o jovem Guardião dispara em uma corrida desenfreada, tropeçando em raízes, arranhando-se em ramos e escorregando nas folhas úmidas que cobrem o solo. Certamente se G ou Knuckle o vissem correndo agora iriam surpreender-se com sua velocidade, enquanto Daemon só iria gargalhar sua risada sinistra e insultá-lo chamando-o de ‘covarde’. Perdido em pensamentos sobre os outros Guardiões, Lampo não percebe uma raiz ligeiramente elevada do solo poucos passos a sua frente e tropeça. Antes que o jovem Trovão se de conta do que aconteceu, seu corpo já desliza pelo chão levando-o para fora do bosque como em um escorregador de folhas.

__Hohoho, o que o Guardião do Trovão de Primo está fazendo por aqui? – indaga a figura em tom divertido.

Levantando os olhos para encarar o recém-chegado, Lampo não pode segurar a alegria e surpresa. Ali na sua frente é o motivo de toda a sua desventura - um homem já ficando velho, com um manto marrom, penteado estranho, uma venda sobre os olhos e um cajado na mão.


~~~І~~~


__Extremamente bom dia, Sawada! – grita Ryohei assim que adentra a sala de jantar onde todos estão reunidos - Koyo, vamos ter uma luta de boxe ao extremo! – completa apontando o indicador para Aoba que, assim que viu seu eterno rival aparecer, saltou da cadeira.

__Hunf! Eu estava me perguntando quando você iria aparecer, Ryohei! Ou estava simplesmente se escondendo e usando uma missão como desculpa para não me enfrentar! – resmunga Koyo, ajustando o óculos.

__O que disse! – rosna o Sol, já assumindo sua tradicional posição de lutador de boxe e encarando Aoba com os olhos em chamas.

__Yare, yare, os barulhentos já vão começar. – murmura Lambo em um tom entediado, sentado ao lado de Fuuta – Espero que um nocauteie o outro e assim poderemos tomar o café em paz.

__Ah, pela primeira vez eu concordo com a vaca estúpida.

__Reborn, você concorda comigo?! – exclama o jovem Trovão, arregalando os olhos verdes em espanto e incredulidade.

__Contanto que eles nocauteiem a vaca estúpida também. – completa o Arcobaleno com um brilho sádico nos olhos, que envia um arrepio na espinha do bovino.

Subitamente um par de risos vindo de ambas as extremidades da mesa, imediatamente atrai a atenção de todos – Tsuna e Enma tinham grandes sorrisos em seus rostos enquanto observam as palhaçadas dos dois membros agitados de suas famílias. Logo os outros também começam a rir, com exceção de Ryohei, que encara seu chefe verdadeiramente rindo pela primeira vez em semanas, com uma expressão entre alívio e confusão, Koyo, que novamente arruma seu óculos e finge indiferença a situação, e Reborn, que permite um sorriso surgir em seus lábios ao perceber que seu dame-aluno parece feliz. De fato o Décimo estava certo ao afirmar que a vinda da Shimon era importante, mas não apenas por ser uma força extra em uma batalha, e sim por serem capazes de trazer um sopro de alegria para Tsuna, e consequentemente para todos na mansão, não é atoa que a Famiglia Shimon é como uma irmã para a Vongola.

__Onii-san, seja bem-vindo. – cumprimenta Tsuna, finalmente sendo capaz de conter o riso, ele mesmo não é capaz de lembrar-se de quando foi a última vez em que se sentiu animado dessa forma desde que descobriu seu real estado de saúde.

__Oh, Sawada, Lussuria mandou um presente de agradecimento para você. – comenta pegando um pacote grande cheio de fitas cor de rosa de dentro de sua mochila e entregando para o jovem Don, antes de sentar em uma cadeira, que Reborn casualmente deixou vaga exatamente na frente de Koyo.

Tsuna encara o pacote com uma expressão que mistura apreensão e desconfiança, enquanto seu rosto escurece um pouco com as memórias da primeira vez em que o Sol da Varia gentilmente lhe enviou um presente. Foi no segundo ano após Tsuna assumir a Vongola que o grande embrulho, muito semelhante a esse em suas mãos, foi entregue nas portas da mansão por um membro do temido esquadrão. O pacote colocou Gokudera em estado de alerta total, chegando a ativar seu Gear e seu sistema C.A.I. no meio do escritório do Décimo, enquanto Yamamoto ria divertido, apesar de ter sua Shigure Kintoki firmemente em mãos – todo cuidado com a Varia é pouco. Na ocasião, Reborn deliciava-se com uma xícara de café sentado tranquilamente no sofá em frente à mesa de Tsuna, com um sorriso que fez os pelos do Décimo arrepiar-se, enquanto amaldiçoando sua Hiper Intuição por não funcionar com coisas inanimadas. Ainda assim, alguma parte sua – provavelmente o bom senso – estava lhe dizendo que ele não iria gostar do que estava dentro do pacote. Tomando uma respiração profunda, o jovem Don desembrulhou o presente e um grande gato empalhado, estranhamente pintado de laranja – e oh deus, a coisa estava até sorrindo - com um mini chapéu com penas de pavão amarrado entre suas orelhas, encarou-o de dentro da caixa – escusado será dizer que levou horas para aplacar a ira de Gokudera que queria a todo custo explodir o Sol Varia por ‘desrespeitar o Jyuudaime’. Até hoje Tsuna se pergunta o que raios Lussuria estava pensando quando lhe enviou aquilo, mas, novamente, é de um membro da Varia que se está faladando, a maior parte de suas ações não fazem sentido nenhum.

__Sawada, você não vai abrir e ver o que é? É extremamente indelicado de sua parte. – comenta Ryohei, observando-o com uma expressão séria no rosto.

Senhor, que não seja outro bicho estranho empalhado. – pensa encarando uma vez mais o embrulho em suas mãos. Da outra extremidade da mesa, Tsuna jura que ouviu Enma abafar uma gargalhada, ele ficou sabendo da coisa e teve um ataque de risos quando o Décimo lhe mostrou a criatura pelo monitor durante uma de suas ligações. O Don Shimon só parou de rir quando Tsuna, com um sorriso, gentilmente alertou-o de que iria pedir a Lussuria para comprar o presente para o próximo aniversário de Enma, que seria dali dois meses.

Com um suspiro de derrota, o jovem chefe começa a desembrulhar o presente. Felizmente nenhuma criatura estranha morta surgiu de dentro do pacote, o que não significa que o objeto em questão pertence à lista de coisas normais para se presentear alguém – entenda como um chefe da máfia. Percebendo os olhares curiosos voltados para sua direção, Tsuna ergue para que todos possam ver o grande sombreiro colorido – Lussuria havia estado em uma missão no México.


~~~Ҳ~~~


Após o café da manhã, que seguiu da forma o mais normal possível tendo em vista as pessoas que estavam reunidas ao redor da grande mesa, com Koyo e Ryohei discutindo – entenda por um desafiando o outro – com Lambo reclamando de ainda estar com sono e ter de ir para a escola - acompanhado por Rauji, Fuuta e Bianchi que foi para o aeroporto - o clima dentro da mansão ficou um pouco mais leve. Depois da madrugada conturbada, com a visível inquietação do Décimo e dos demais, além do aumento no nível de irritação e da aura assassina emanando de um certo ex-prefeito, a tensão havia se instalado por toda a propriedade, deixando todos os funcionários alertas e apreensivos. Porém, a alegria esvai-se assim que Basil chegou a sede Vongola, chamado por Tsuna para uma breve reunião em seu escritório à portas fechadas.

“Giannini e eu estivemos as últimas horas analisando todo o sistema de segurança e a rede de dados da Vongola, atrás de algo que nos leve ao hacker que invadiu o sistema da mansão durante a madrugada.” – informa Irie através do monitor, enquanto uma serie de dados e gráficos aparecem no canto direito da tela.

__Vocês conseguiram localizá-lo? – indaga Reborn, sentado no sofá em frente à mesa de Tsuna e ao lado de Basil.

“Ah. De fato nós conseguimos rastrear o sinal e chegar a um nome.” – enquanto Shoichi fala a imagem de um homem negro, magro, com a cabeça raspada e com a tatuagem de uma sereia no pulso esquerdo, surge na tela – “Karlo Hanks. Mãe italiana e pai americano, 23 anos, tem passagem na polícia por porte ilegal de arma e é conhecido no submundo por ser um exímio ladrão de dados, é um freelance que trabalha para quem pagar mais.”

__Um ladrão de dados freelance. Parece bastante problemático. – comenta Enma, lançando outro olhar para a foto do hacker, sim, dentro da máfia os que oferecem mais dor de cabeça são sempre os freelance, pois não tomam lados em uma batalha, eles trabalham puramente pelo dinheiro.

__Ah. Uma vez que ele não está ligado a nenhuma Famiglia, a única forma de descobrir quem o contratou é interrogando-o diretamente. – concorda Reborn.

__Esse poderia ser o mesmo hacker que esteve vazando informações da Vongola? – indaga Basil, finalmente manifestando-se, os orbes azuis correndo de Tsuna para o monitor do computador e fixando-se em Shoichi.

“Não. O padrão de atuação de Karlo difere do padrão do espião. Além disso, os dados foram vazados de dentro da Vongola, enquanto esse hacker não parece possuir ligação alguma com o incidente.” – informa Shoichi, uma vez mais com sua expressão séria, ele a tem usado muito nos últimos meses, muito mais do que gostaria.

__Uma isca. – a voz de Tsuna imediatamente atrai a atenção de todos, o Décimo tem um olhar profundo, seus orbes castanhos-avelã cobertos pelo habitual tom alaranjado.

“Certamente.” – concorda Irie, enquanto Basil e Enma estreitam os olhos.

__Estão brincando conosco. – rosna Reborn, com um brilho sádico surgindo em seus olhos.

__Ah. Seja lá quem for a Famiglia que está nos tendo como alvos, parece que estão tentando nos provocar, usando o abalo a nossa confiança como arma para nos desestruturar. – fala Tsuna, massageando as têmporas na tentativa de aliviar o cansaço e o estres, seu corpo ainda não está completamente recuperado da última crise, além disso, não havia dormido mais do que três horas durante a noite, o que só desgasta ainda mais sua energia.

__Tsuna, talvez seja a hora de trazer Irie de volta para a Itália. – sugere Reborn, encarando os orbes alaranjados de seu dame-aluno, aquele tom que o torna ainda mais semelhante ao fundador da Vongola, o mesmo olhar que o surpreendeu na primeira vez que apareceu sem que o Décimo estivesse em Hiper Modo, afinal, mesmo o Nono admite não haver registros sobre algo assim acontecer com nenhum dos chefes anteriores, Tsuna é um caso único dentro da Famiglia e, principalmente, na máfia.

__Tenho pensado nisso desde a nossa última reunião.

“Tsunayoshi, se sua preocupação é a construção da base aqui no Japão, Spanner e eu já fizemos quase toda a nossa parte, ultimamente temos apenas ajudado Giannini a finalizar seus projetos para terminar em um prazo menor.” – informa Irie, antes que outro rosto surja na tela ao seu lado.

“Vongola, deixe-me ir junto com Shoichi, eu soube que você destruiu os Gola-Mosca durante o seu último treino, eu posso construir novos para ajuda-lo. Além disso, eu posso ser de alguma utilidade no caso de precisar de armamentos para reforçar a segurança da base italiana.” – fala Spanner, com um de seus habituais pirulitos no canto esquerdo da boca.

__Está bem, será de grande ajuda tê-los aqui. – concorda, abrindo um sorriso – Além disso, Giannini não estará tão sozinho na base, eu enviei alguém para o Japão há poucas horas.

“Certo, Tsunayoshi, partiremos ainda hoje para a Itália. Devemos estar em Palermo pela manhã, avisaremos se algum imprevisto acontecer. Agora, sobre o Hacker, o que pretende fazer?” – completa, ajustando o óculos.

__Tsuna, talvez devesse pedir a Hibari-san para encontra-lo, ele é o que possuiu a maior malha de informações dentro da Vongola. - sugere Enma, fixando seus orbes rubis no Décimo.

__Ah. Pedirei a Hibari que investigue, ele é o que parece estar mais irritado com o ‘alarme falso’ dessa madrugada. Tenho certeza de que ele vai ficar mais do que satisfeito em poder ‘morder até a morte’ esse pobre infeliz. – fala soltando um suspiro, algumas vezes Tsuna não sabe se fica feliz ou se desespera por essa obsessão por lutas que sua Nuvem possuiu.

__Aproposito, Tsunayoshi-dono, eu trouxe-lhe algumas informações de Lancia-dono sobre os suspeitos.

__Lancia? – indaga Reborn, interrompendo Basil, com um leve toque de surpresa em sua voz.

__Sim, Reborn-dono, achei que ele era o mais apropriado para essa missão, além disso, ele sempre fica feliz quando pode ajudar Tsunayoshi-dono. E como eu estava dizendo, hoje pouco antes de vir para cá, eu recebi o seu primeiro relatório. – enquanto fala, Basil retira de uma pasta alguns documentos e entrega a Tsuna – Parece que a sorte está finalmente do nosso lado. Lancia-dono deu prioridade aos nomes que eu havia destacado na lista e assim que ele começou a vigiar, as primeiras discrepâncias com nossas próprias informações começaram a surgir.

__Agato Guedini e Valdus Davoglio se conhecem? – indaga Tsuna, após rapidamente ler algumas partes em destaque do relatório em suas mãos.

__De fato, pelos nossos dados eles deveriam ser completos estranhos um para o outro. Porém essa não é a única informação interessante que Lancia-dono descobriu. Parece que os dois estão no meio de alguma negociação. Durante sua vigilância noite passada, Lancia-dono os viu se encontrar em um restaurante com uma mulher. – fala, colocando as fotos de uma mulher usando um vestido negro e um lenço para cobrir seus cabelos, além de um grande óculos escuro para disfarçar a face.

“Tsunayoshi, pode haver uma possibilidade de que essa seja a mesma mulher que Mukuro-kun viu há dois dias no laboratório.” – comenta Shoichi.

__Eu concordo com Shoichi-kun, Tsuna, suas ações suspeitas lembram muito a daquela mulher. – fala Enma, observando uma das imagens.

__Tsuna, quem é essa mulher? – indaga Reborn, que apesar saber no geral a atual situação da Vongola, ainda desconhece alguns detalhes, pois o Décimo não teve tempo o bastante para maiores explicações desde que o Arcobaleno retornou – Ela parece estranhamente familiar. – completa analisando uma das fotos.

__Quem exatamente é ela nós ainda estamos tentando descobrir, embora suspeitamos que essa possa ser Adalina Nocera. – responde estreitando os olhos com a lembrança da mulher.

__Nocera, uma Famiglia problemática. E aquela mulher geniosa é alguém perigoso, não é exagero dizer que se deve tomar cuidado com ela. Apesar de não ser uma Famiglia muito grande, Nocera ainda pode ser um belo espinho no pé se levada de ânimo leve. – comenta Reborn, os olhos ainda fixos na imagem.

__Sabemos disso, Reborn. É por esse motivo que queremos ter essa mulher identificada o mais depressa possível. – afirma Tsuna.

“Tsunayoshi, envie-me essas fotos para que eu possa comparar com as imagens das câmeras de segurança que Mukuro me enviou. Talvez o programa de reconhecimento facial possa nos dizer se essas duas mulheres são ou não a mesma pessoa. E mesmo que não sejam a mesma pessoa, ainda é possível que haja alguma relação entre elas. Agora, se não há mais nada, eu peço para me retirar, ainda tenho algumas coisas que preciso organizar antes que possamos viajar.” – fala Irie, digitando qualquer coisa em seu próprio computador.

__Ah, está tudo bem, essas eram todas as informações por agora. E eu irei scannear as imagens e lhe enviarei. Vemo-nos em breve, Shoichi.

“Até breve, Tsunayoshi, Reborn-san, Enma-kun e Basil-kun.” – despede-se cortando a chamada.

__Bem, eu também já vou, Lal-dono está para retornar a sede do CEDEF o que significa nova papelada. – comenta Basil com um leve sorriso no rosto, recebendo um olhar piedoso dos dois chefes também fadados a fazer a papelada maldita.

__Eu o acompanho Basil, preciso de uma nova xícara de café. – avisa Reborn, saindo junto do chefe do CEDEF.

__Tsuna, você parece cansado, talvez devesse descansar até a hora do almoço. Você não dormiu quase nada. Além disso, Reborn-san o esteve observando boa parte da reunião. Desta forma você não vai ser capaz de mantê-los no escuro por muito mais tempo. – alerta Enma, apoiando as mãos na mesa de Tsuna e encarando-o.

__Eu sei disso, mas não consigo desligar a minha mente. E eu ainda tenho muitas coisas para fazer, não posso me dar ao luxo de dormir agora. – responde, uma vez mais massageando as têmporas, a dor não está indo embora.

__Quão teimoso. Se continuar exagerando desse jeito você vai ter outro colapso, lembre-se disso. Vou falar com Adel. Mas é melhor não esquecer minhas palavras. – resmunga, também saindo do escritório.

Assim que se vê sozinho, Tsuna levanta-se de sua mesa e para diante da grande janela de vidro, seus olhos vagando pelo céu limpo e azul. Um suspiro vaza de seus lábios em frustração.

Mesmo que sejamos o mesmo, você não compartilha de minhas aflições. – pensa, deixando seus cabelos castanhos cobrir sua expressão cansada. O dia, só está começando.


~~~Ҳ~~~


Lampo boceja preguiçosamente, observando sem interesse a cena desenrolando-se na sua frente, enquanto pergunta-se quanto tempo vai levar até que Hibari emerja de seus aposentos e reduza a popa os dois Guardiões barulhentos. Chrome, sentada ao lado do jovem Trovão, assiste apreensiva Sasagawa-san e Aoba-san lutando no meio do jardim – o que resulta em muitos canteiros com flores esmagadas, o belo gramado sendo esburacado e algumas árvores sendo derrubadas, além de duas estátuas que já perderam suas cabeças. Os dois começaram essa disputa pouco depois do almoço, que á princípio era nada mais do que uma competição para ver quem resistia mais tempo fazendo exercícios físicos, mas logo haviam de alguma forma acabado no jardim entre socos. Boss os proibiu de lutarem usando anéis, o Gear ou Box fora da sala de treinamento e ninguém quis arriscar repetir o que Mukuro-sama e Hibari-san passaram quando irritaram o jovem Don.

__Koyo, isso é tudo que você tem?! Isso é extremamente fraco! – berra Ryohei, após desviar de um soco do portador da chama da floresta, que acaba atingindo uma inocente árvore que despenca no chão com um baque alto, era a quarta a cair.

__Hunf, você fala isso, mas tudo que tem feito é desviar e ainda não conseguiu tocar um único dedo em mim. – retruca Aoba, pondo-se em posição de ataque outra vez.

__O que você extremamente disse?!

__O que você ouviu!

__Yare, yare, o que são dois idiotas. Vocês idiotas não são mesmo páreo para Lambo-sama em uma luta. – resmunga Lambo um pouco alto de mais, com os olhos fechados, sem perceber que dois boxeadores irritados o estão olhando fixamente com olhos em chamas.

__Lambo, você deveria correr.

__Yare, yare, por que o grande Lambo-san deveria estar correndo?

__Por que eles querem lhe pegar.

Ao comentário, Lambo abre preguiçosamente seus olhos verdes só a tempo de ver Chrome desaparecendo no meio da Névoa e dois punhos vindo em sua direção.

Alguns metros dali, um carro estaciona na frente da mansão de onde descem Gokudera, resmungando sobre a péssima escolha de músicas para a viagem, e Yamamoto, sorrindo seu sorriso de amante de baseball, para serem recebidos por um sonoro ‘GUPYAAAA’.

__Tch! Ahoushi está aprontando de novo.

__Maa, maa Gokudera, não deve ser nada- Yamamoto não chega a terminar de falar e um Lambo aos prantos passa correndo por eles em direção a mansão, seguido por um Ryohei gritando seu famoso ‘extremo’, seguido de perto por Aoba Koyo resmungando algo sobre ‘colocar vacas estúpidas em seu lugar’.

__O que você estava dizendo?! – rosna Gokudera, correndo para dentro da mansão atrás dos outros três – Oi! Ahoushi, Shibafu, Aoba! Eu vou explodi-los se ficarem perturbando Jyuudaime!

Com sua risada assinatura, Yamamoto segue seus companheiros Guardiões em direção à mansão. Ao entrar no Hall, encontra Gokudera gritando com Ryohei e xingando Aoba e Lambo, que tenta usar uma Chrome confusa, que acaba de surgir de dentro da névoa, como um escudo.

__Hunf, como se eu me importo com o que você pensa.

__Oi Takorēto, junte-se a nós, estávamos lutando ao extremo!

__Calem-se seus idiotas! Vocês estão é perturbando Jyuudaime com essa barulheira!

__Maa, maa Gokudera, eles só estavam treinando!

__Cale-se você também, Yakyū-baka! Você acha mesmo que esses idiotas conseguem treinar no jardim sem destruir o lugar todo?! E você, Ahoushi, quantas vezes eu já disse para não perturbar Jyuudaime! – rosna Gokudera, olhando punhais para o quarteto na sua frente.

Subitamente a temperatura da sala despenca bruscamente, e uma aura assassina espalha-se por todo o lugar, fazendo Lambo guinchar e agarrar-se a Chrome ainda mais.

__Herbívoros, vocês estão perturbando a paz. Se não quiserem ser mordidos até a morte, calem-se. – rosna Hibari, encarando-os com um brilho predatório, sua irritação pela falsa invasão ainda borbulhando em seu interior, o que torna verdadeiramente tentador morder os herbívoros barulhentos, mesmo que isso vai irritar um certo chefe.

__Tch! O outro bastardo chegou. – resmunga, Gokudera, lançando um último olhar para o grupo.

__Minna é bom vê-los tão animados. – uma nova voz, suave e ligeiramente divertida, surge da escada, poucos degraus acima de Kyoya, atraindo a atenção de todos, que, voltando-se para o recém-chegado, encontram um caloroso sorriso estampado nos lábios do Décimo, com Enma de pé ao seu lado.

Do corredor, Reborn, que assistiu a cena toda desde o início da confusão no jardim, sorri levemente enquanto puxa a fedora de seu chapéu, depois de tudo essa é a Décima Famiglia.


~~~Ҳ~~~


Ainda falta cerca de vinte minutos para o por do sol e Tsuna sente-se excessivamente esgotado. O dia está sendo muito mais longo do que o habitual, e seu corpo cansado está reclamando por descanso, mas o Décimo ainda tem muito o que fazer. Muito o que analisar. A breve pausa que fez quando Gokudera e Yamamoto voltaram da sede Galhardoni já havia sido há mais de quatro horas. Desde então esteve imerso em sua papelada, lendo as informações do relatório sobre a luta contra as chamas negras, e alguns dados novos que Hibari envio-lhe através de Kusakabe. E não foi nenhuma surpresa que a Nuvem aceitou de bom grado a missão de capturar Karlo Hanks, depois de tudo, Kyoya está mais do que ansioso para encontrar o responsável por perturbar a paz da mansão e subestimá-los ao forjar uma invasão – algo que verdadeiramente irritou o ex-prefeito.

Subitamente uma nova presença é capturada por sua intuição e um sorriso faz seu caminho através de seus lábios.

Então você finalmente resolveu vir me ver. – pensa, voltando-se para a janela.

__Tem sido um tempo, Verde. – cumprimenta, abrindo a janela, feliz em saber que o Arcobaleno escolheu uma hora em que Reborn não está na mansão, para aparecer, o Hitman havia saindo para comprar alguma coisa na cidade, que o Décimo suspeite sejam novos grãos de café, e ainda não havia voltado.

Como se na sugestão, um homem alto, magro, de cabelos verdes e vestindo um jaleco branco, entra no escritório usando um par de botas movidas a Shinu Ki no Honoo do Trovão.

__Como esperado do pirralho Vongola, sua Hiper Intuição ainda é algo que pretendo analisar. Mas em outro momento, agora tenho outros negócios a tratar. E imagino, meu caro, sejam do seu maior interesse. – comenta, ajustando o óculos.

__É claro. Então o que descobriu? – indaga Tsuna, já tido para as abordagens diretas do Arcobaleno da chupeta verde, que lhe abre um meio sorriso antes de começar a falar.

Pelo tempo em que Verde levou em sua explicação, a portas fechadas no escritório do Décimo Vongola, o sol já havia desaparecido no horizonte. Foram mais de vinte minutos em que Tsuna esboçou bastante alguns tipos de expressão - surpresa, irritação e preocupação.

__Então, basicamente o que você está dizendo é que: é o meu poder que está gerando as dores horríveis no meu corpo e ao mesmo tempo, o meu poder, ou seja, as minhas chamas do céu, são também a cura. – repete Tsuna, resumindo e tentando assimilar tudo o que Verde acabara de lhe explicar – Como isso pode ser possível? Quero dizer, eu sei que as chamas de Natsu, que são na verdade as minhas, conseguem parar temporariamente a dor, mas então, porque com a Shinu Ki no Honoo fluindo naturalmente por todo o meu corpo eu sinto dor e a doença continua a evoluir? – indaga na tentativa de fazer toda a explicação adquirir algum sentido.

__Como eu disse antes, a doença foi desenvolvida para reagir apenas ao seu DNA, é algo extremamente avançado, mesmo eu não havia pensado em algo como isso... – Verde começa a divagar em suas teorias novamente, para irritação de Tsuna, o Arcobaleno havia feito isso incontáveis vezes em seu discurso, o que acabou por prolongar ainda mais a explicação sobre os dados obtidos com sua pesquisa, que era longa e complexa.

__Verde. – o tom áspero com a ameaça não disfarçada, trás a atenção do cientista gênio e louco de volta para Tsuna e o foco inicial da conversa.

__Oh, sim. Sua mente parece ter ficado bem mais afiada, pirralho Vongola. Deveras a doença foi criada para reagir ao seu DNA, e também para ir progredindo lentamente a fim de lhe dar uma morte cheia de dor excessivamente excruciante, e para tanto ela está interferindo com as suas chamas gradativamente. Por isso você sente tanta dor, porque as chamas estão circulando por todo o seu corpo e reagindo violentamente ao vírus. Já a Shinu Ki no Honoo da arma Box age de fora para dentro do seu corpo, harmonizando as chamas internas. Isso ocorre por que a Box combinada com o poder do Trinisette do anel Vongola está filtrando as suas chamas. Em outras palavras, as chamas que o gato estúpido pega de você, estão sendo purificadas pelo Trinisette e voltam limpas da doença para o seu corpo, e isso faz a dor parar. No entanto, uma vez que a Shinu Ki no Honoo purificada mistura-se com as chamas infectadas, ela também acaba se corrompendo.

Tsuna suspira uma vez mais, desde que Verde começou com a versão completa da sua explicação sobre os resultados obtidos até agora com a sua pesquisa. O que resulta em informação de mais para o seu cérebro superlotado de problemas lidar. Mesmo que havia muito que ele deixou de ser o dame-Tsuna incapaz de assimilar qualquer coisa um pouco mais complicada, isso não significa que o Décimo pode facilmente aceitar que seu corpo virou alguma espécie de bomba relógio que entrará em colapso e o matará, porque alguém tem tanto ódio dele que criou algum tipo de vírus que reage as suas chamas e está destruindo o seu organismo causando dores excruciantes no processo.

De fato uma forma original de matar um inimigo... – pensa Tsuna com uma expressão de aborrecimento.

__...Vongola! Garoto Vongola! – a voz irritada de Verde arranca Tsuna de seu abismo de pensamentos – Eu disse que tinha notícias boas e ruins. – prossegue ao ver que obtivera novamente a atenção do outro - A ruim é que você vai morrer uma morte tão dolorosa como sua mente não é capaz de imaginar.

Ah, isso está me animando muito... Obrigado Verde por me avisar. ­– Tsuna pensa resistindo à grande vontade de revirar os olhos.

__A boa é que pode haver uma forma de lhe curar. Mas, antes que você se anime com essa possibilidade, você precisa saber que encontrar a cura pode levar bastante tempo, mesmo para um gênio como eu, e até que eu a encontre há chances de que você já tenha entrado em colapso e morrido.

__Isso significa que você vai me ajudar? – indaga instantaneamente.

__Heh, essa é uma reação interessante. – comenta Verde, observando atentamente a expressão determinada no rosto do homem a sua frente, ele sinceramente esperava ver outro tipo de expressão - Você parece ter progredido bastante, garoto Vongola.

__Se tudo isso fosse há alguns anos atrás, tenho certeza que eu estaria chorando como uma criança. Mas agora há muitas vidas que são preciosas para mim, por isso eu não posso simplesmente me encolher ou me esconder debaixo das cobertas chorando. Se há uma chance de cura, por mais minúscula e insignificante que possa ser, eu certamente vou me agarrar a ela e seguir em frente. – Tsuna cerrara os punhos fortemente, enquanto os rostos sorridentes de sua família piscam em sua mente – Então, Verde, você vai me ajudar? – Tsuna agora encara o cientista com suas íris assumindo um brilho alaranjado em resposta a sua determinação.

__Hn, com um olhar desses, mesmo eu não sou capaz de dizer não. Farei o máximo que puder para encontrar uma cura, essa sua doença acaba por criar resultados genuinamente interessantes para a minha nova pesquisa. Até lá, certifique-se de ficar vivo. E mantenha a arma Box sempre carregada com sua Shinu Ki no Honoo, ela não pode curá-lo, mas pode retardar um pouco o avanço do vírus e isso certamente nos dará mais tempo. E um último aviso: tome muito cuidado para não usar demais as suas chamas, isso pode acabar acelerando a evolução da doença a um nível que mesmo as purificadas pela Box se tornarão sem efeito. Se isso acontecer, você vai morrer. – na última frase, Verde estreita levemente os olhos, enquanto arrumando o óculos com um dedo.

__Ah. Obrigado Verde.

__Não me agradeça, só estou ajudando por que os dados me interessam. Eu não possuo nenhuma preocupação real com a sua saúde.

__Ainda assim está me ajudando.

__Se é assim que pretende interpretar a situação. Nos veremos outra vez só quando eu tiver a sua cura.

__Até breve, Verde. – responde com um olhar divertido no rosto.

Com uma risadinha, Verde desaparece outra vez, engolido pela escuridão da noite que já cobre tudo.

Então eu ainda tenho uma chance... – a esse pensamento, um sorriso desponta nos lábios de Tsuna, um muito iluminado como há muitas semanas não foi capaz de sorrir. Ainda sentindo seu coração aquecer com a possibilidade de haver uma cura para esta estranha doença destruindo-o, uma aura perigosa é captada por sua intuição. Imediatamente sua Hiper Intuição chuta a sua cabeça, enquanto um suspiro escapa de seus lábios.

Lá em baixo, Reborn faz uma virada brusca em alta velocidade no carro, voltando pelo mesmo caminho que acabava de percorrer. Pois, no momento em que a chupeta ao redor do seu pescoço se iluminou, o Arcobaleno soube que seja o que fosse que dame-Tsuna estivesse escondendo dele, é perigoso ao ponto de envolver um Arcobaleno gênio louco ao invés dos seus próprios cientistas brilhantes – não que o Hitman vá admitir isso sobre os três desmiolados em voz alta – e então a história de esperar até que Tsuna decidisse contar-lhe o que está acontecendo, virou um alvo cheio de balas, assim como a única pessoa que imagina que possa saber a verdade vai ficar se não abrir a boca e começar a falar. Com tais pensamentos sombrios borbulhando em sua mente sádica, Reborn deixa a propriedade Vongola com uma aura assassina emanado de seu corpo em grandes quantidades – alguém logo estará em sérios apuros.


~~~Ҳ~~~


Byakuran, ao contrário da crença popular – a qual um certo Guardião da Tempestade de cabelos prateados acredita firmemente seja real – também não é imune a papelada maldita, o Don Gesso é estranhamente um homem que honra seus compromissos, por mais enfadonhos que esses possam ser. E por esse motivo, Byakuran, finalmente vencido pelo tédio, lança um olhar para as duas enormes pilhas da monstruosidade, que todos os chefes da máfia arduamente odeiam, que ainda precisam ser lidas, classificadas e assinadas. Porém sua concentração se esvaiu, pois seu combustível acabou – entenda pelo último pacote de marshmallows em sua mesa. Preparando-se para pedir a um dos seus Guardiões para comprar-lhe mais do doce, sua atenção é voltada para a mensagem de nova chamada na tela de seu computador. Imediatamente um sorriso verdadeiro ilumina seu rosto.

__Olá, Uni-chan, a que devo a honra de sua ligação? – cumprimenta assim que a imagem da bela Arcobaleno do Céu aparece na tela.

__Olá, Byakuran-san. – responde som um sorriso nos lábios, que logo é substituído por um olhar mais sério, o que automaticamente apaga o sorriso nos lábios do chefe Gesso, algo está errado.

__Uni-chan, algum problema? Você parece preocupada.

__Byakuran-san, com tudo que está acontecendo eu cheguei a uma decisão que quero discutir com você. Vamos formar a Millefiore novamente.


~~~Ҳ~~~


__Isso é ótimo Tsuna! – exclama Enma, os olhos brilhando enquanto um grande sorriso espalha-se por seu rosto.

Assim que Verde saiu da propriedade a cerca de quinze minutos, o Décimo deixou seu escritório em busca de Enma e Hibari, os únicos que sabem sobre sua situação. Foi difícil passar por Gokudera e Yamamoto sem poder dizer-lhes as notícias, mas o fato de que há uma chance de cura diminuiu a sua dor e acalmou um pouco seu coração.

__Sawada Tsunayoshi, o que mais o Arcobaleno lhe disse?

A nuvem tem os olhos fixos em seu chefe. Foi um pouco estranho quando o onívoro apareceu na sua porta, geralmente ele envia alguém para chama-lo quando quer alguma coisa, ou Kyoya vai até o escritório, mas desta vez, Sawada veio até seus aposentos pessoalmente, e dizer que o brilho contido naqueles orbes castanhos-avelã, banhados por um tom alaranjado, não atiçou a sua curiosidade nem um pouco, seria uma grande mentira, e Hibari Kyoya não gosta de mentiras.

__Verde me explicou melhor como a doença está agindo em meu corpo. Minhas chamas estão sendo afetas pelo vírus e isso gera as dores excruciantes que eu sinto.

__E quanto a Box?

__As chamas de Natsu estão sendo purificadas pelo Trinisette e voltam ‘limpas’ para o meu corpo, então acalmam o avanço da doença e diminuem a dor. Porém, uma vez dentro do meu corpo, elas começam a ser corrompidas também, e a dor volta. Por isso o meu último colapso foi mais grave.

__Tsuna, o que ele descobriu sobre a origem deste vírus? – questiona Enma, apreensão vazando em sua voz.

__É isso que me preocupa. Segundo Verde, esta doença foi desenvolvida para reagir apenas ao meu DNA. – Hibari ergue uma sobrancelha para o comentário, enquanto Enma tem o olhar confuso por alguns segundos.

__Ao DNA de Primo? – indaga o Décimo Shimon.

__Ah. – responde, seus olhos brilhando em um tom alaranjado.

__Sawada Tsunayoshi, acha que isso está ligado a ele? – questiona a Nuvem, um brilho predatório em seus orbes azuis-cinzentos.

__Tsuna, isso é mesmo possível? Digo, os únicos que sabem somos nós três, então como?

__Eu não sei. Sinceramente eu não sei. Mas minha Hiper Intuição me diz que nosso palpite está de alguma forma certo. Eu só não sei como.

__Sawada. – a Nuvem estreita perigosamente os olhos sobre o chefe irritante.

Tsuna suspira um pouco exasperado. A questão não dita pela Nuvem havia sido plenamente intendida.

__Kyoya, eu não acho que seja o momento ainda.

Enma observa silenciosamente a troca de olhares entre chefe e Guardião, o assunto é de seu conhecimento – o plano Alpha, como Tsuna o nomeou seis anos atrás, quando assumiu a Vongola. O Don Shimon estava presente nesse dia, e ao contrário do que todos pensam, estabelecer esse plano foi a primeira medida tomada pelo Décimo, e não a construção da base no Japão, como se acredita, e só este fato é suficiente para mostrar a importância do assunto.

__Hn. Sobre o hacker que Irie Shoichi identificou, eu o encontrei. – fala, mudando de assunto e colocando uma pasta sobre a mesa.

Enma e Tsuna encaram o Guardião por um segundo. Hibari teria apreciado as expressões de surpresa no rosto dos chefes mais poderosos do mundo da máfia, se a questão não fosse séria e sua paciência não estivesse no limite.

__Necrotério. – resmunga, abrindo a pasta, ao perceber que o chefe irritante não o faria, e pousando o indicador direito sobre a foto de um cadáver.

Ambos tem sua atenção voltada para a imagem sob o dedo de Kyoya, um homem negro, magro, com a cabeça raspada e com a tatuagem de uma sereia no pulso esquerdo - sem dúvidas era Karlo Hanks.

__Causa mortis? – questiona Tsuna, desviando os olhos para longe da foto, movimento que não escapa ao olhar afiado da Nuvem, algo que soa na mente de Kyoya como ‘certas coisas nunca mudam’.

__Envenenamento por chumbo. – declara sem rodeios e imediatamente um suspiro frustrado rompe os lábios de Tsuna.

__Envenenamento por chumbo é também um código usado pelos legistas quando não tem certeza do que matou o indivíduo, mas sabem que tem relação com a Máfia. Em outras palavras, Omertà. O que significa que foi outro beco sem saída. – resmunga Tsuna, massageando as têmporas, a dor ainda lá.

__Queima de arquivo. – comenta Enma, também desviando o olhar.

__Não exatamente. Segundo a analise, o corpo sofreu uma grande perda de energia e isso resultou na morte.

__Está dizendo que...

__Hn. – Tsuna estreita os olhos para a Nuvem.

__São eles, não é. – indaga Enma, ao perceber a mudança na expressão de Tsuna.

__Ah. Definitivamente. – fala, enquanto sua expressão desaparece sob seus cabelos castanhos.

Um breve silêncio se instala no escritório enquanto Tsuna permite-se mergulhar na inércia. Mesmo que seu corpo esteja parado, sua mente trabalha incessantemente organizando seus pensamentos e encaixando todas as informações que já possuiu. Enma desceu para lhes buscar um pouco de chá e Hibari foi atender uma ligação – provavelmente Dino, se a expressão irritada no rosto de Kyoya significa alguma coisa. Os dois desenvolveram uma relação espinhosa ao longo dos anos, Dino trata Kyoya quase como uma mãe trata um filho rebelde, e isso irrita a Nuvem até os ossos. Apesar de tudo, é óbvio que Kyoya tem algum respeito por seu antigo tutor, mas isso não o impede de vez ou outra ter um confronto sangrento com o chefe Cavallone, a última vez foi no ano anterior, durante os preparativos para a festa anual Vongola. Dino tentou convencer Hibari a juntar-se a festividade alegando que ele como um adulto deveria parar de fugir de grupos. Foi uma péssima escolha de palavras que resultou no loiro acordando na enfermaria da mansão Vongola, após ser nocauteado por uma tonfa coberta pela Shinu Ki no Honoo da Nuvem. Dino tinha ido visitar Tsuna sem a presença de um de seus subordinados.

Subitamente Tsuna tem sua atenção perturbada pelo som de seu telefone. Tirando o aparelho laranja do bolço, percebe que é uma chamada comum, sem vídeo, e ao ler o nome piscando na tela, sente algo revolver em seu estômago. Aceitando a ligação, antes mesmo que possa falar, uma voz abafada diz apenas duas palavras que fazem seu sangue gelar.

“Reborn sabe...”


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Notas finais do capítulo

Minna-san, espero que o capítulo tenha compensado a demora T.T
Sobre os Extras: estou escrevendo e pretendo postar até segunda-feira, vendo como os cap. tem aumentado de tamanho, presumo que o mesmo vai ocorrer com os Extras.
Agora um pedido:
Estou tentando montar a 'trilha sonora' de Cielo, então pensem na música que vocês acreditam que seja a 'cara' desta história e me digam o nome da música e a banda para que eu possa baixar e ouvir, se quiserem justificar o porquê da escolha, eu ficarei feliz em ler.
Eu já possuo algumas sugestões, uma eu vou deixar o link do vídeo, que é sobre KHR e com a música (que até agora é que mais me lembra de Cielo) - que é o nome do vídeo - e a outra foi meu amigo Verde que sugeriu - Evanescence Bring me to life, devido ao ar de 'mistério' de Cielo ^^
Depois que todos fizerem suas sugestões e eu ouvir as músicas, irei deixar nas notas finais de algum cap. futuro a nossa trilha sonora o/
Agora o link:
http://youtu.be/QIAIDpiHaFA
Me digam o que acharam do vídeo e, principalmente, da música.
Ciao, ciao!