Demi narrando...

Ele não podia e ouvir cantando, esse é um momento que eu não gosto muito de compartilhar, pois me sinto bem cantando, então prefiro o fazer sozinha.

   Enfim, comi meu lanche e depois fui a casa de Anna, nós assistimos um filme de terror, que nem deu muito medo, e depois voltei para casa. Tomei um banho e fui dormir.

No outro dia eu acordei bem cedo para ir para a escola, Justin me ofereceu carona, e por mais incrível que pareça, eu aceitei. Ele foi conversar com os seus amiguinhos , líderes de torcida, jogadores do time de basquete e etc, aquele povinho popular, que eu odeio. Já eu, fui conversar com meus amigos normais...

Quando eu e Justin chegamos, minha mãe e Jeremy estavam em casa já. Subi, coloquei meu material em cima da minha cama, e mudei de roupa. Depois desci as escadas, minha mãe me chamou para a sala e ficou de frente para mim.

- Demi, eu tenho uma coisa para te contar. – Ela disse sorrindo.

- Fala. – Disse.

- Sua irmã vai se casar! – Fiquei meio em choque com isso, mas sorri falsamente, para mim não interessava a vida da minha irmã, desde que ela esteja bem longe de mim. Vocês devem achar maldoso isso, mas é a verdade. O tanto de coisa que ela me fez passar... – E ela está vindo para cá, para comemorar! – Minha boca foi lá em baixo – Isso não é ótimo? – Não respondi, estava surpresa demais para isso. Só balancei a cabeça, e olhei para o Justin, que estava me olhando também, pois ele sabia que eu não gostava de Mellany. Direcionei-me as escadas e comecei a subi-las. Percebi que havia outros passos atrás de mim, mas nem me dei o trabalho de olhar.

   Entrei em meu quarto e bati a porta muito forte, fui até o banheiro e procurei por alguma coisa no meu armário sagrado. Escutei a porta se abrir, não em importei com isso, nem com quem estava lá. Tudo que eu queria era ter uma lâmina em minhas mãos.

- Demi, não faça isso. – Era Justin. Ótimo. Não dei atenção e continuei a procurar por alguma coisa cortante. – Por favor, me escute. – Ele suplicou.

- NÃO JUSTIN, SÓ PORQUE VOCÊ SABE SOBRE MIM NÃO QUER DIZER QUE VOCÊ PODE CONTROLAR A MINHA VIDA! – Gritei mais alto do que deveria, pelo fato de a raiva já estar me consumindo. Ela não disse nada e só me segurou pelos pulsos. – ME SOLTA! – Gritei mais uma vez. Ele não fez absolutamente nada – EU TÔ MANDANDO VOCÊ ME SOLTAR! – Ótimo, o retardado não fez nada, só olhou em meus olhos. – Não me olhe assim! – Disse virando o rosto, um pouco mais baixo. – Agora me solta por favor – pedi, ainda brava.

- Você não percebe o que está fazendo com si própria? – Não respondi, e ele apertou mais os meus pulsos, o que me fez soltar um gemido de dor. – Isso dói, não dói? – Ele apertou mais, estava doendo muito. – Mas isso é a causação de tudo que você faz com seus pulsos, isso que estava tentando fazer agora. Você não vê as consequência que causa? Olha os seus braços, nem pode mais andar com eles descobertos. Tem certeza que quer passar a vida assim? Isso não é viver Demi. – Ele sorriu - E eu digo isso pois quero te ajudar, quero que você saiba que não precisa enfrentar essa barra toda sozinha. – Com essas palavras eu já estava me sentindo um pouco melhor, acho que ele percebeu pois afrouxou um pouco as mãos. Depois as tirou de meu pulso e me abraçou levemente. Eu só retribuí, sentindo algumas lágrimas caírem pelo meu rosto. Depois de um tempo ele me perguntou: - Já está melhor? – Me separei dele e assenti com a cabeça.

- Obrigada – Sussurrei, quase que inaudível. Ele só sorriu, de novo, esse menino sorri demais, para o meu gosto. Depois ele começou a afagar meus cabelos. – Ei, eu não te dei tanta liberdade assim. – Disse fingindo seriedade.

- Demi, cala a sua boca. – Justin falou, irônico.

- Sério mesmo que você quer falar assim? Você ta com uma psicopata dentro de um banheiro cheio de lâminas. – Ele me olhou tipo “sério que você está falando isso?”, mas quando ele ia dizer alguma coisa eu dei sinal para ele parar. – Vamos sair do banheiro né? – Eu disse com cara de tédio. Ele deu uma olhada no banheiro depois me encarou.

- Eu acho que preciso revistar isso aqui. E tirar qualquer coisa que você possa usar para...

- Cala a boca Justin, eu não quero que você faça nada. – Disse e puxei – o para fora do banheiro. Suspirei. – Você sabe quando ela chega? – Fiz uma careta. Ele hesitou um pouquinho, mas depois falou, olhando para a janela.

- Hoje a noite. – Quase engasguei com a minha própria saliva.

- Hoje a noite? E eu fico sabendo que essa...pessoa vem para cá HOJE A NOITE? – Fiz um sinal com as mãos, deixando a cena mais dramática. – Daora a vida. – Sorri cínica.

- Para de drama, vai. –Eu olhei para ele com um olhar matador. – Agora, - Ele disse – eu quero que você me prometa uma coisa. – Assenti. – Nunca mais faça isso que você queria fazer agora. – o olhei incrédula, ele acha que eu faço isso por que gosto?

- Fazer o que? Me cortar? Mania das pessoas de acharem que isso é um tabu! – Disse com raiva, tentando mudar de assunto.

- Você não me deu uma resposta – disse ele percebendo o que eu queria fazerr

- Justin, seu tapado...

- Apenas prometa. – Ele me interrompeu.

- Ta, eu tento. – Gente, sonhar não é pecado, beleza? Ele ficou confuso, mas depois se conformou.

- Isso já é um começo. – Ele deu de ombros. – Agora vamos descer que a sua mãe deve estar preocupada.

- Relaxa, minha mãe não se preocupa comigo. – Agora foi a minha vez de dar de ombros. Quando ele ia falar alguma coisa eu o interrompi, fazendo um gesto com as mãos para ele parar.

- Sem dar um de filósofo agora por obséquio. – Ele só riu. Depois ficou um pouco calado. – O que foi?

- Demi, desculpa mesmo, eu queria ficar aqui com você mas eu tenho que ir no estúdio gravar “Believe” – Ele abaixou a cabeça, infelizmente ele teria que ir. Tipo, eu sei o quanto ele ama fazer o trabalho dele, quantas vezes eu já vi ele conversando com Beliebers? Mas eu queria que ele ficasse aqui, sabe, para ter uma pessoa que eu pudesse confiar. Fiz cara triste também.

- Entendo, não tem problema. – Disse, e ficamos calados por um tempo.

- Porque você não vem comigo? – Sorri.

- Eu vou incomodar?

- Ah, cala a boca Demi, vem logo. – Ele disse me puxando pela mãe. Eu subi nas costas dele, tipo de cavalinho.

- Obrigada, obrigada, obrigada Bieber! Sinceramente eu não queria ficar sozinha... u.ú – Ele só riu, ô moleque que ri, isso me da enjôo.