Recomeçar escrita por Missyine


Capítulo 3
Destino Cruel


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas! Chegou finalmente o 3º capitulo de Recomeçar e só pelo titulo já dá pra perceber que esse aí vai ser daqueles meio difíceis de ler.Vamos descobrir onde está Edward e o que está se passando na sua cabeça??
Espero que gostem =)



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PDV Edward

A esta hora a  mulher que eu acreditei que fosse ser minha pra sempre já tinha na mão esquerda a marca de um compromisso para a vida. Tolo, ainda me deixei acreditar que ela viria, ainda esperei que ela largasse o mundo por mim, que ela o largasse por mim... Visões da sua figura envolta num emaranhado esvoaçante de tecido branco correndo em direção a mim, ao seu lugar nos meus braços inundavam me os pensamentos e era difícil respirar com o nó que se instalara na minha garganta.

Isabella, a minha Bella, já não era minha. Os seus olhos brilhavam ao ver outro rosto, o seu sorriso despertava com as palavras de outro alguém e o seu coração batia por ele também. Mas a sua memória seria para sempre minha e isso ninguém, nem a distância nem o tempo, conseguiria arrancar do meu peito. O tempo cura tudo mas Isabella não era algum tipo de doença que precisasse de antídoto, Bella era a prova de que eu tinha vivido e que a minha vida não tinha sido em vão.

Fui arrancado dos meus devaneios mentais por uma  suave voz feminina:

- Senhor muito obrigado por viajar conosco, passageiros de primeira classe tem acesso à sala vip enquanto esperam pela chamada de embarque. A sua bagagem já foi despachada, entretanto deseja alguma coisa?

- Obrigado. Não, está tudo bem.

A única coisa que eu desejava, estava neste momento fora do meu alcance e por isso não havia nada que a simpática assistente de bordo pudesse fazer por mim. Por vezes é mais fácil mentir e dizer que está tudo bem do que admitir que estamos a morrer por dentro. A dor tem este poder engraçado de acordar cada nervo no nosso ser, de nos fazer sentir vivos. Mesmo na minha hora mais negra em que me sentia sem chão, sem nada que me prendesse a lugar algum no mundo, sentia-me vivo como nunca. A dor emocional que me apertava o peito transmutava se numa forte dor física, numa extrema consciência do meu ser e da dor que a sua ausência me provocava. No lugar antes ocupado por ela existia agora uma enorme vazio, como se no meu mundo ela tivesse deixado um buraco, e eu, ainda de luto pela sua partida continuava a rondá-lo vezes sem conta durante o dia. E de noite, quando a minha guarda cedia e as paredes que cercavam e mantinham de pé o meu coração desmoronavam, perdia-me nele e deixava que a escuridão da sua ausência me invadisse e que as lágrimas libertassem o meu coração.

Sentei-me no bar, num quadro tão cliché que só faltou o barman me perguntar que problemas me trouxeram até ali e se oferecer pra ouvir os meus desabafos, tal qual num roteiro de Hollywood. Em lugar disso ele trouxe-me o whisky que pedi, com duas pedras de gelo, mas sem força suficiente para afogar as lembranças dela. A hora de espera que se estendia há minha frente, até ao vôo marcado para as seis, prometia ser dura e por momentos desejei ardentemente ter demorado mais a fazer a mala quando passei pelo meu apartamento. Tempo para pensar só traria à tona recordações que eu não queria na minha linha de pensamento porque uma vez que Bella tomasse conta da minha cabeça uma coisa era certa, dor.

Olhava à minha volta sem nada ver de verdade, a multidão tumultuosa de gente a partir e a chegar, grupos de amigos ou famílias e outros sozinhos agarrados ao celular ou ao computador, com certeza a avisar que tinham aterrado em segurança. Da montra envidraçada do bar conseguia ver claramente uma mulher, jovem de cabelos negros e pele morena que esperava arredada da multidão com olhos ansiosos sempre no portão de desembarque. À medida que os minutos passavam a sua agitação era cada vez mais notória, o pé batia no chão e as mãos passavam constantemente das ancas para os bolsos para em seguida ajeitarem as mechas de cabelo sobre os ombros. De repente ela parou e o olhar fixo num ponto teria sido suficiente para me indicar que a sua espera tinha terminado, mas o sorriso enorme que quebrou a sua face me disse que ela não estava à espera de alguém que chegava de viagem, ela estava à espera de alguém que regressava a casa, para os seus braços. Logo depois foi levantada do chão por um homem de estatura forte num uniforme militar de cerimónia e mesmo de longe quase consegui sentir a saudade extinguindo se naquele abraço tão forte.

A minha mente traiçoeira partiu e de repente eu não estava num bar do aeroporto  mas estava numa clareira rodeada por árvores densas e de ar severo e onde abundavam flores selvagens. Sabia que ela estava lá também, porque embora se tratasse de uma memória, a representação mental que eu tinha da Bella era perfeita até ao mais ínfimo detalhe. Sentia a sua presença e o perfume inconfundível que a acompanhava e distinguia de todas as outras moças que conheci. E lá estava ela, deitada de costas no chão, de olhos fechados como que tentando absorver a energia do sol que, apesar de raras vezes aparecer por Forks, brilhava naquela tarde. Ela estava à minha espera mas não se apercebeu da minha chegada dando-me tempo para observar a paz e serenidade que dominavam por completo todas as suas feições. A pele suave e pálida que graças ao sol estava mais a descoberto, o que levou os meus olhos para às pernas longas e delineadas que os calções não escondiam e daí para o peito que nessa altura tomava formas. A lembrança toldava-se com o desejo neste ponto, pois com 17 anos e com a minha melhor amiga e paixão desde sempre a tomar formas de mulher o desejo incontrolável era uma constante nos meus dias. E de repente os olhos castanhos mais impressionantes que eu já vi, abriram-se e neles eu vi. Eu vi a mesma emoção, o mesmo alívio, a mesma paixão de quem recebe alguém de volta no coração. Porque já naquela altura Bella era tudo pra mim e cada vez que nos encontrávamos era como se o mundo se completasse de novo e eu voltasse a casa.

O uísque estava no fim e o meu corpo pedia por um cigarro. Dos muitos vícios que me atormentaram este fora o único que não deixara completamente. Por causa da maldita lei que nos proibia de fumar em espaços fechados, restou-me pedir ao barman a conta e rumar até às portas do aeroporto para fumar o meu cigarro. Depois disso poderia dirigir me à sala de embarque pois o meu voo partia em menos de 20 minutos.

Os meus vícios, foram eles que me roubaram a Bella. Não devia deixar que o meu coração já atormentado pela dor viajasse mais uma vez no tempo até à época mais negra da minha vida. Até ao dia em que eu perdi a Bella para sempre. Na faculdade todos os jovens têm contacto direto ou indireto com sexo, álcool e drogas, seja nas festas que frequentam, no grupo de amigos ou através de um colega de curso. O primeiro nunca foi um problema pra mim, namorava com a Bella e apesar de o fato de estarmos em faculdades diferentes fazer com que só nos víssemos aos fins de semana, eu não me sentia minimamente tentado pelas miúdas parcialmente despidas que circulavam pelas festas e pelo meu dormitório. Também nunca fui de beber muito, pelo menos na época da faculdade porque depois de perder a Bella a história foi outra. As drogas, essas sim, destruíram a minha vida. Tudo começou com uma experiência incentivada pelo meu colega de dormitório, o idiota do James Hunter, que me levou a tentar cocaína e que depois que me viciei continuou a me fornecer. A principio só o fazia em grupo, com os amigos e por norma antes de uma festa ou saída, mas quando dei por mim já não passava um dia sem consumir e nessa altura já as coisas com a Bella se estavam ficando complicadas. Ela começou por notar em mim as diferenças sutis, o olhar vago, a constante necessidade de coçar o nariz e a euforia em que me encontrava quando lhe ligava antes de sair. Quando lhe confessei tudo senti me um canalha, pois ela chorava copiosamente e pedia-me que largasse tudo enquanto era tempo. Não lhe dei ouvidos porque como qualquer jovem achava-me senhor do meu destino e completamente no controle de tudo no meu mundo. Á medida que o vicio agravava, os telefonemas e visitas à minha namorada diminuíam até que num fim de semana cometi o erro fatal.

Tínhamos discutido na Sexta-feira à noite por causa do meu modo de vida e como isso estava a comprometer o nosso futuro. Tinha-lhe ligado para lhe dizer que tinha reprovado a uma das principais cadeiras do meu curso e que isso me exigiria mais um ano na faculdade. Ela lembrou-me dos planos que tínhamos para começar uma vida e de como este novo desenvolvimento nos afetava. Não ouvi metade da conversa de tão drogado que estava. No Sábado, acordei perto das 6 da tarde e quando olhei a cama ao lado vi um corpo deitado e de repente James saiu do banheiro. Mal reparou que eu estava de pé e ofereceu-me um dose para “me espevitar para a noite do amor” tinham sido as palavras dele. Aceitei e depois disso pouca coisa ficou. Sei que a morena deitada na cama ao lado de súbito ganhou olhos castanhos, lábios carnudos e pele macia como seda. Enquanto a miúda, que mais tarde soube tratar-se de Lauren, me beijava e encontrava o caminho para dentro da minha cama, ouvi James abrir a porta e lançar um “Feliz Dia dos Namorados D. Juan!” antes de sair. Se eu estivesse consciente, teria lembrado que aquele era o dia dos namorados e que apesar de ser o nome de Bella que eu murmurava, a pele que eu acariciava não tinha o perfume certo, os lábios que me beijavam não tinham o gosto certo e os olhos que eu via não refletiam a emoção certa. Era amor que eu procurava e em lugar disso só via luxúria. Mas o meu estado não me permitiu ter em conta estes pormenores e o destino cruel, quis que Bella viesse visitar-me e pedir desculpa por ter sido dura comigo no dia anterior. Não sei o estado em que me encontrou, mas ela sabia de tudo pois tinha conversado com Lauren. Ainda consigo sentir a dor que a sua raiva me provocou e aquela conversa marcou o inicio do fim do meu vicio, marcou o começo de uma jornada em direção a um lugar melhor a uma pessoa melhor. Eu lhe pedi perdão e disse-lhe que ia me internar para cuidar de mim. Ela confessou que planejava perdoar-me se o fizesse, mas ficou em choque quando lhe disse que a ia deixar, pois ela merecia alguém que a amasse mais do que a droga e eu não tinha feito isso, pois mesmo com ela a pedir-me que largasse o vicio, eu não o fiz...


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Notas finais do capítulo

Notas da beta:
Olá meninas!
Ficamos com nossos corações em pedaços no capitulo passado, não foi?
Bella desistiu de se casar com Jacob e foi ao encontro de Edward. Mas, infelizmente chegou tarde demais.
O que vemos no novo capítulo de Recomeçar é muito forte, pelo menos pra mim. A Sô escreveu o primeiro PDV de Edward que é um ótimo complemente para a Carta. ... não sei explicar, mas os PDVs de Edward sempre mexem muito comigo. Aqui vocês conseguem entender tudo o que aconteceu no passado do nosso casal... o motivo pelo qual Edward decidiu se separar de Bella. Descobrem que foram os vícios (não tenho nem palavras pra dizer o quanto eu odeio o James!) que o fizeram tomar a decisão de se afastar. Mas não só isso! Edward se afastou por amor. Para dar a Bella uma chance de ter uma vida normal e feliz. Podemos sentir como Edward está sem chão neste capítulo... O quanto está perdido. Mas, também podemos sver o quanto ele lutou para se recuperar. Recuperar sua vida. E finalmente recuperar sua Bella. Estaria o destino disposto a uni-los novamente? A lhes dar a chance de Recomeçar? Meninas, se preparem, pois o que vem no proximo capítulo é realmente emocionante!
Agora vamos comentar muuuuuito e recomendar Recomeçar! *_*
Até o próximo post.
Bjsss
Juh Cantalice
Notas da Autora:
Então? O que acharam desse novo desenvolvimento?
Agora sabemos o que os separou no passado. Como vocês acham que a Bella se sentiu com tudo isto que aconteceu?
Não se esqueçam de comentar e recomendar pra deixar a autora muito feliz =)
Até ao próximo capítulo!
Beijos