Como Will havia dito, despois que Annabeth acordou ela logo recebeu sua alta do hospital. Só ficamos por mais algum tempo para que Will pudesse fazer alguns exames nela para ter certeza que tudo estava bem e esperarmos Albert voltar.

Will tinha emprestado seu carro para Albert pedindo para ele ir até o meu apartamento buscar roupas limpas para Annabeth, ela não poderia sair com aquela roupa que veio e nem com aquela roupa hospitalar para pacientes.

Informei para minha mãe sobre a alta e que em pouco tempo estaríamos em casa. Era possível notar pelo tom de voz da minha mãe que ela estava chorando de felicidade por saber que Annabeth estava bem.

Na hora de sairmos doo hospital dei as chaves do meu carro para Albert. Ainda eram cinco da tarde então pedi para o meio-irmão de Annabeth leva-lo para limpar o banco de trás.

Depois de todo o stress passado lembrei que meu carro poderia estar sujo no banco de trás e quando fui verificar, infelizmente, confirmei.

Will deu uma carona para mim e Annabeth até o nosso apartamento. O turno dele no hospital já tinha terminado e ele iria para lá mesmo conhecer o pequeno Josh.

Quando chegamos ao nosso apartamento a maioria tinha ido embora depois que eu liguei avisando que Annabeth estava bem. Os únicos que ainda ficaram em casa eram Malcolm, minha mãe, o pai de Annabeth, Nico e Ashley.

Malcolm e Nico chegaram minutos depois do que tinha acontecido com Annabeth e ambos resolveram ficar em casa até ela chegar depois que Albert disse que Annabeth receberia alta assim que acordasse.

– Que bom que esta bem, minha querida. – disse minha mãe vindo logo abraçar Annabeth.

Depois de Annabeth receber as felicitações de todos que ainda estavam no apartamento, Nico e Ashley se despediram da gente, Nico tinha que se preparar psicologicamente para um jantar junto com a família de Ashley.

Digamos que a família de Ashley gosta de pegar no pé do Caveirinha Junior – apelido esse dado por uma Dracaenae quando fizemos uma missão juntos, apesar dos anos terem passado esse apelido do meu primo ficou e não demonstra sinais de que um dia vai embora mesmo ele tendo crescido e isso deixa o filho de Hades possesso.

– Vamos, me passa meu filho, papai. – pediu Annabeth ao senhor Chase que estava segurando Josh quando Nico e Ashley foram embora. – Estou longe demais dele para o meu gosto.

– Espere um pouco, melhor pegar ele quando estiver sentada. – disse Will intervindo. – Você acabou de passar por uma transfusão de sangue, não é que eu já te dei alta que você não vai seguir as recomendações medicas.

– Ta, ta, ta. Entendi. – mesmo falando isso Annabeth foi até o seu pai estendo os braços na direção de Josh. – Vou pega-lo e vou me sentar. – disse Annabeth quando Frederick hesitou em lhe passar o neto.

Por fim, sabendo que não adiantaria muito contrariar a filha, Frederick estendeu Josh para Annabeth e eu imediatamente me postei atrás da minha esposa passando um braço em baixo dos dela ajudando-a a sustentar o pouco peso de nosso filho.

– Vocês gostam de exagerarem nas coisas que não precisam. – reclamou Annabeth, mas não fez qualquer movimento para me afastar.

– Certo, a gente que exagera. – olhei ceticamente para ela que rolou os olhos.

– Vamos lá, Annabeth, escute seu medico. – disse Will soando parecendo estar ofendido. – Descanse um pouco pelo menos. Sei que Josh deve ser levinho, ele nem tem dois dias de vida ainda, mas é melhor para você, ou por acaso quer voltar para o hospital?

– Vocês, viu. – resmungou Annabeth. Ela deu um beijo na testa de Josh que segurou uns poucos fios de cabelo de sua mãe em suas pequenas mãozinhas e ficou olhando para ele.

– Me passe ele, Annie. – pediu Malcolm. – Cuido dele direitinho.

– Se sabe o que é bom para a sua vida é bom mesmo. – disse Annabeth lançando um olhar ao seu meio-irmão que o fez vacilar um pouco enquanto passava Josh para ele.

– Hum, pelo menos eu não sou seu marido que se esqueceu do seu pegásos. – disse Malcolm olhando para mim. – Ele só não ficou chateado com você porque sabe o que aconteceu e disse que volta outro dia, mas ele já conheceu o Josh, eu levei ele para conhece-lo.

Bati a mão na testa ao me lembrar que BlackJack tinha ido para o terraço me esperar para eu ir até lá levando Josh comigo para apresenta-los. Bom, eu tenho um motivo para não ter me lembrado dele.

E sobre o BlockJack “dizer” algo para Malcolm é que o filho de Atena ensinou código morse para o meu pegásos e usando esse código eles conseguem falar um com o outro, mas pelo que eu sei ele não “conversa” muito assim com as outras pessoas.

– Devo dizer que foi engraçado o modo como o pegásos chamou nossa atenção. – falou o pai de Annabeth sorrindo. – Nunca mais vou olhar para uma janela na cozinha como antes.

Arqueei uma sobrancelha confuso com o que meu sogro tinha falado. O que será que BlackJack aprontou para chamar a atenção deles?

– Vou preparar algo para vocês dois comerem. – disse minha mãe sorrindo depois que meu estomago roncou um pouco alto demais para o meu gosto. – Parece que não comeram nada nas ultimas horas. – ela me lançou um olhar atravessado.

Eu não tenho culpa. Só agora que meu corpo foi se dar conta de que estava com fome.

– Isso é bom. – disse Will assentindo. – Tente fazer algo somente com alimentos saudáveis e nada industrializados para a Annabeth.

– Enquanto isso, Annabeth e eu vamos para o nosso quarto. – todos lançarem olhares desconfiados e maliciosos para mim. Porque os olhores maliciosos estão direcionados somente a mim? – Nós dois precisamos de um banho, oras.

– Hurum, a gente sabe. – “Duvido muito” pensei comigo enquanto os outros riam. – Ei, Malcolm, me passa esse pequenininho ai. – disse Will de forma alegre descontraída.

Malcolm estava segurando Josh de uma forma bem engraçada. Não que ele estivesse segurando errado meu filho, pelo contrario, ele segurava Josh certo. O que era engraçado eram as suas caretas para cada coisa que meu filho fazia em seu colo.

Obvio que minha mãe não perdeu essa oportunidade e tirava varias fotos. Parece que minha mãe desenvolveu um gosto para tirar fotos, principalmente aquelas que vão te deixar constrangidos se você souber dela e ainda se elas forem mostradas a outras pessoas.

Mas eu fiquei em duvida com uma coisa. De onde minha mãe tirava essa câmera fotográfica? Era impressionante o fato dela sempre estar com uma sendo que segundos antes ela parecia não ter nada na mão, ou nos bolsos.

– Você leva jeito. – comentou minha mãe vendo Will pegar Josh habilmente de Malcolm.

– Gosto de ficar no berçário do hospital às vezes. É... inspirador. – disse Will dando de ombros. – E lá sempre é bom uma ajuda extra.

– Falando em ajuda extra. – começou a minha mãe e se virou olhando para Malcolm. – Me ajuda a preparar o jantar. Vou fazer um lanche leve para os dois e já vou começar a fazer o jantar e gostaria que você me ensinasse aquelas receitas que você tinha mencionado antes.

– Claro, mas acho que vamos ter que comprar algumas coisas. – disse Malcolm sorrindo para minha mãe que retribuiu parecendo estar animada para fazer seja lá qual for essas recitas de que estão falando.

– Deve existir alguma coisa que um filho, ou filha de Atena não faça, não é Josh? – falou Will brincando com Josh que ri da atitude dele.

– Nós não podemos respirar de baixo d’agua. – falou Annabeth sorrindo.

– Bom, não podemos sem comermos aquela planta. – emendou Malcolm sorrindo marotamente e piscando um olho para Annabeth.

– Que planta? – perguntou minha mãe curiosa assim como estava o pai de Annabeth.

– Sabe, senhora Blofis... – começou Malcolm e Will e eu ficamos imediatamente mais atentos.

Há alguns anos Marvin, um filho de Atena, acabou descobrindo sobre uma planta que permitia as pessoas de respirarem de baixo d’agua – uma grande descoberta segundo Quíron, mas eu acho que Quíron já sabia sobre essa planta e nunca havíamos nós contado sobre ela.

Sempre que perguntávamos sobre que bendita planta era essa que Marvin descobriu e só contou para seus meios-irmãos eles mudavam de assunto mais rápido que um filho de Hermes pode correr.

Annabeth nunca me contou sobre essa planta e sempre diz que é um segredo que não é dela para ela me contar, é um segredo do chalé de Atena e por isso nem um dos filhos de Atena podem contar sobre ele.

Alguns já tentaram descobrir esse “segredo” e... Bom, eles descobriram que nunca, nunca mesmo, deve se tentar descobrir segredos do chalé 6 se você quer sair vivo dessa historia.

Um filho de Hermes que tentou descobrir esse segredo se mudou para o Alaska poucas horas depois de tentar descobrir esse segredo do chalé de Atena.

– É segredo. – continuou o filho de Atena e tanto eu quanto Will resmungamos para o divertimento de Malcolm e Annabeth. Nem sei por que fiquei na expectativa para saber que planta era essa. Já deveria ter previsto isso mesmo. – Infelizmente não podemos contar que planta é essa nem para a senhora, me desculpe.

– Infelizmente, sei. – falei sarcasticamente.

– Bom, vou aproveitando a deixa. Eu tenho que ir embora. – disse o sr. Chase indo para perto de Annabeth e lhe dando um abraço.

– Mas já? – perguntou Annabeth surpresa.

– Tenho que ver como estão todos no hotel, fiquei aqui por horas, preciso ir arrumar algumas coisas. – Annabeth balançou a cabeça assentindo. – Fico muito feliz em ver que esta bem filha. Se cuide muito bem, hein. – falou Frederick dando um beijo na testa da filha.

Depois que meu sogro foi embora Annabeth e eu fomos tomar o nosso merecido banho. Will ficou tomando conta de Josh. Minha mãe foi para a cozinha fazer o nosso lanche. E Malcolm foi para o mercado comprar os ingredientes para fazer o jantar.

Aproveitei que estávamos sozinhos e contei para Annabeth sobre o sonho que tive com nossos pais. Ela não ficou surpresa porque ela teve um sonho também, mas com meu pai e Afrodite que falaram da mesma coisa.

– Porque eu sinto que tem mais coisa nesse seu sonho que não esta me contando, Sabidinha? – perguntei estreitando os olhos na direção de Annabeth enquanto lhe estendia o vestido que havia me pedido.

Eu já tinha trocado de roupa e como Annabeth saiu depois de mim do banheiro, ela estava passando um creme no corpo como ela sempre faz, ela me pediu para separar as roupas que ela queria usar. Como um bom marido que sou, eu fiz o que ela me pediu.

– Porque tem. – respondeu ela sorrindo marotamente pegando o vestido da minha mão.

– E... – incentivei quando ela não fez menção nem uma de continuar a falar.

– E... Eu não posso te contar. – falou ela se segurando para não rir.

– Porque não? – perguntei indignado.

– Digamos que vi algo que não se deveria. – disse Annabeth de forma cautelosa terminando de colocar seu vestido. – E Afrodite crê que eu não devo compartilhar esse “algo” a mais alguém.

– Não é “mais alguém”, você só vai contar para mim. Seu marido que você tanto ama. – falei indo para perto de minha esposa e a abraçando carinhosamente.

– Eu sei, meu marido que eu amo tanto. – disse ela risonha devolvendo o abraço. – Mas Afrodite foi bem especifica ao dizer para eu não contar a ninguém. – ela se afastou um pouco de mim. – “Há não ser que você queria que eu ative meu lado mau você não vai falar nada a absolutamente ninguém” Palavras de Afrodite.

Três batidas na porta chamaram nossa atenção.

– Esta aberta. Pode entrar. – falou Annabeth. Ela se desvencilhando dos meus braços me dando um selinho e sentou na cama para colocar sua sapatilha-meia.

– Oi. – disse minha mãe entrando no quarto. – O lanche de vocês esta lá em baixo. Tem um medico que quer ficar de olho para ver se vão comer mesmo.

– Ah, assim me sinto ofendida. – falou Annabeth vendo o olhar de minha mãe sobre ela.

– A minha parte, eu garanto. – falei sorrindo marotamente para minha esposa.

– Eu também garanto a minha. – disse ela rolando os olhos para mim. – Estou com fome.

– Então vamos logo. – falei pegando Annabeth de surpresa no colo.

Deixei o assunto do sonho de Annabeth para lá. Não quero mexer justo com a Deusa do Amor que pode ser bem mais temperamental que vários Deuses e arruinar única área que eu tive muita sorte.

Se o meu sonho tinha sido realmente verdade, o que eu acredito fielmente que é, e Annabeth não parecia estar preocupada quando ao seu sonho então tudo estava bem e provavelmente vai melhorar, então não tenho muito com o que preocupar.

Eu não fazia ideia de como as coisas estranhamente melhorariam e muito.