Algumas semanas se passaram desde as fotos que Nina fez e hoje era 18 de agosto, dia do meu aniversario e era impossível ter alguém mais feliz no mundo do que eu. E tenho três motivos para destacar nessa minha felicidade.

Primeiro, Nina e eu estávamos nós dando muito bem e eu estava sabendo de varias coisas sobre a minha filha como algumas manias que ela tem, morder o lábio inferior sempre que esta concentrada em alguma coisa e tamborilar os dedos em alguma superfície quando não tem nada em suas mãos, ou não esta fazendo nada.

Segundo, Annabeth e eu estávamos mais próximos ainda. Mesmo depois daquela minha infeliz frase quando estávamos no parque com Nina e Damon eu conseguir inverter a situação a meu favor, mas eu não sai impune.

Annabeth estrategicamente fez diversas crianças que brincavam com armas de água no parque me bombardearem com suas arminhas me molhando todo e eu também sai com um olho roxo, prefiro não comentar essa parte, é constrangedora demais.

Se falar que ela me disse coisas que eu prefiro esquecer. Enfim, voltando ao motivo de minha felicidade envolvendo Annabeth e eu apesar de tudo isso.

Nossas conversas estavam mais produtivas e ela voltou a me chamar de Cabeça de Alga, um apelido antigo que ela inventou para mim, e eu voltei a chama-la de Sabidinha como sempre fazíamos antigamente.

Sem falar que naquela festa que Nico e Thalia – sim, eles realmente organizaram uma festa – organizaram para comemorar que Rachel e eu não estávamos mais juntos, feita há um mês atrás, serviu para eu conseguir um selinho, sem querer, da Annabeth.

Falando do Nico e da Thalia, digamos que os dois se deram muito bem na noite da festa. Um com o outro. E Nina tirou varias fotos deles juntos. Eles estavam bêbados, mas estava valendo e também agora eles ficavam mais sem graça ainda na presença um do outro, pareciam dois adolescentes.

Ou porque Nina vivia comentando e mostrando as fotos que ela tirou daquele dia dos dois. Thalia jurou que iria me matar e eu nem sei o porquê disso, eu não tinha feito nada para ela. Não recentemente.

Mas voltando novamente para os motivos da minha felicidade.

E terceiro, Will não estava aqui. Sim, o cara não estava por perto. Ele tinha voltado para Atenas uns cinco dias atrás porque tinha um problema com uns documentos e como só o cara poderia resolver isso ele não teve escolha além de ir para outro continente fazendo assim minha enorme felicidade no dia de hoje.

– Papai! – gritou Nina e pulou em cima das minhas costas.

Como era meu aniversario, todos aceitaram fazer uma viagem – Annabeth, Nina, minha mãe, meu pai, Paul, Nico, Thalia, Silena, Katherine, Charles e claro, o Sebastian e Pierre, cozinheiro chefe de Annabeth.

Os meus outros amigos só chegariam mais a noite, Emma e Damon também viriam.

Então fomos até ao sitio da minha família que não ficava muito longe da cidade. Viemos dia 17, ou seja ontem, sexta-feira e voltaremos dia 19, amanhã, domingo. Dia 18, sábado, foi o dia de pura diversão, pelo menos até uma certa hora.

Estávamos na piscina. Somente minha mãe, Annabeth, Pierre e Sebastian que estavam lá dentro preparando alguma coisa para comermos, era hora do café da tarde.

Meu pai tinha subido há poucos minutos, o sol estava um pouco forte e não estava fazendo muito bem a ele. Paul o acompanhou e segundo Nina, que os seguiu quando saíram, os dois estavam jogando xadrez no escritório.

Nico, Thalia, Silena e Charles estavam em uma mesa jogando cartas enquanto eu cuidava das crianças. Bom, Sebastian uma hora ou outra vinha até a piscina dar uma olhada, na minha opinião, nas crianças e Silena também.

Nina tentava afundar minha cabeça dentro da piscina, mas isso era algo impossível para ela.

– Kath, me ajuda aqui. – gritou Nina e a pequena Katherine que não estava muito longe da gente usando uma boia em volta de seu corpo começou a bater seus bracinhos vindo em nossa direção com entusiasmo.

Katherine ainda não nadava muito bem, fazia pouco tempo que ela tinha aprendido a nadar. Silena era uma mãe super protetora, tinha medo por Katherine ser muito pequena e só deixou que ela aprende-se a nadar depois que Charles e Annabeth a convenceram que não era tão perigoso quanto ela pensava.

Nina por outro lado aprendeu a nadar nós primeiros meses de vida. Annabeth me disse que Nina ficava instantaneamente mais calma quando entrava em contato com a água.

Foi impossível não sorrir quando Annabeth me contou isso. Fiquei muito feliz em saber que Nina tinha mais uma coisa em comum comigo. Minha mãe dizia que eu era do mesmo jeito quando eu era criança.

Senti dois bracinhos segurarem em meu braço, era Katherine, que tentava me puxar para baixo junto com Nina. Mesmo elas não conseguindo fazer o que queria ambas estavam com grandes sorrisos nos rostos o que me deixava muito feliz.

Tudo bem, tudo muito feliz, mas tinha que ter alguém para se intrometer. Sempre tem.

Em um segundo somente tinhas os bracinhos da minha filha e da minha afilhada, mas no segundo seguinte duas mãos estavam em meus ombros fazendo força me empurrando para baixo e por eu estar desprevenido conseguiu me afundar na piscina.

Desviei dos braços das meninas, com cuidado, e de quem quer que seja o dono daquelas mãos e emergi um pouco longe das meninas. Assim com a cabeça fora d’água ouvi o som das gargalhadas de todos.

– Viram meninas, é assim que se faz. – disse Thalia com um sorriso triunfante no rosto no lugar em que eu estava a pouco tempo atrás.

Foi assim que começou a guerra na piscina até a hora que Annabeth e minha mãe vieram nós chamar para tomarmos o café da tarde e depois nós arrumarmos para a festa. Já estavam passando das cinco da tarde.

Uma coisa que eu reparei na nossa guerra na piscina foi Thalia e Nico muito juntos. Algo me dizia que ou eles tinham esquecido momentaneamente sobre as coisas que aconteceram na festa, ou eles resolveram finalmente fiarem juntos, em segredo. Vai saber.

Já estava passando das sete horas da noite quando alguns amigos meus começaram a chegar. Emma e Damon chagaram as sete e meia e Nina logo puxou o pequeno para brincar com ela e Katherine na sala.

Emma se juntou as mulheres que estavam em volta do pequeno bar que eu tinha na sala. Eu não reparei muito nelas porque no mesmo momento chegou mais um convidado. Nina me acompanhou até a porta com entusiasmo. Ela estava fazendo isso a noite toda alegando que queria conhecer os amigos do papai aqui.

Abri a porta e demos de cara com Rachel e um de seus enormes segurança postado atrás dela.

Nina sorriu ao ver Rachel usando o vestido que ela deu como pedido de desculpas pelo seu milk-shake ter sujado o vestido dela no shopping. É, não importa, a culpa sempre, sempre será do milk-shake.

Pois é, alguns dias depois que Nina tirou as fotos ela e eu fomos ver Rachel como ela pediu. No começo as duas não se deram muito bem, mas depois que Nina descobriu que Rachel pintava as duas começaram a pintar alguns quadros que Rachel tinha em seu ateliê e foi como da água para o vinho em poucos segundos.

Rachel tem dom para pintura, mas pela pressão que sofria dos pais começou a ver a pintura somente como um hobby e nunca tentou realmente seguir essa carreira deixando-se ser levada pelos mimos de seus pais.

Mesmo que as coisas estejam bem entre Rachel e eu, ela ainda agia de forma mesquinha às vezes. Bom, ninguém pode mudar em tão pouco tempo.

O presente que Rachel me deu me deixou muito feliz. Era um quadro que ela e Nina tinham pintado naquele dia. Apesar de ser confuso com suas formas diferentes era um quadro alegre.

O tempo foi passado e eu estava com muita vontade de dançar com Annabeth e essa vontade só aumentava conforme o tempo passava e os olhares que ela me lançou quando me viu dançando com Rachel e Emma.

Nada me fazia mudar de ideia que aquela expressão que estava em seu rosto era de ciúmes, mas como eu preservava a minha vida ainda não era o momento de confronta-la sobre isso.

O som de uma musica adentrou em meus ouvidos me fazendo abrir um sorriso. Eu conhecia essa musica. Era Dancing Away With My Heart do Lady Antebellum.

Respirei fundo e criei coragem caminhando em direção a onde estava Annabeth sentada em uma mesa com meu pai e Nina. Os três olharam para mim assim que me aproximei.

– Me concede a honra dessa dança? – perguntei estendendo a mão para Annabeth que me olhou chocada, mas logo seu olhar mudou para desconfiado.

– Isso foi clichê, papai. – disse Nina sorrindo e eu senti meu rosto esquentar não sei por quê.

– Os clichês são os melhores, pequena. – disse meu pai piscando cumplice para mim. – Vai lá Annabeth, eu acho que posso tomar conta da minha neta pestinha aqui.

– Ei vovô. Eu não sou pestinha. – disse minha filha cruzando os braços e fazendo beicinho.

– Sei. – disse ele sarcasticamente rolando os olhos.

Annabeth pegou a minha mão timidamente e eu a conduzi até o centro da sala. Foi incrível e assustador como todo mundo olhou para a gente. Rezei para que meu rosto não estivesse tão vermelho quanto eu pensava que estava.

Coloquei uma mão em sua cintura enquanto ela colocava uma sobre o meu ombro. Segurei sua mão livre olhando diretamente em seus olhos e comecei a fazer os movimentos da dança conforme o som que vinha da musica.

– Você esta linda, Annabeth. – disse eu inclinando meu rosto bem perto de seu ouvido.

– Você também não esta mal, Percy. – disse ela descendo a mão que estava em meu ombro até meu peito e me afastando um pouco de si. – Para quem esta ficando velho hoje.

– Porque esta fazendo isso? –perguntei confuso com a atitude dela.

– Eu só aceitei dançar com você, Percy, não aceitei mais nada além disso. – disse ela seria.

–E é isso que estamos fazendo. – falei sorrindo. Tudo o que eu queria era aproveitar essa momento só nosso, mesmo com todos lançando olhares em nossa direção. – Somente estamos dançando.

Ela me olhou desconfiada, mas logo balançou a cabeça e fechou os olhos deixando-se ser conduzida por mim pela melodia da musica.

Minha mãe arrastou Paul para a pista de dança e me olhou com um grande sorriso no rosto.

Infelizmente a musica acabou e Annabeth logo se desvencilhou de meus braços voltando para a mesa em que estava Nina e meu pai fazendo alguma competição estranha envolvendo comida e guardanapos.

– Não deveria desistir. – a voz de Emma chegou até mim no mesmo momento em que suas mão substituíram as de Annabeth. – Da para notar de longe que ela ainda sente algo muito forte por você, biólogo marinho.

– Que Deus te ouça. – falei a girando em meus braços.

Os amigos que vieram à festa foram embora somente ficando quem já estava aqui no sitio, os únicos que por causa da hora não foram embora era Emma e Damon por um convite de minha mãe e também já passavam das duas da manhã.

O sobrinho de Emma estava dormindo junto com Nina e Katherine esparrados no espaçoso sofá que ficava na área da piscina.

Nico e Thalia haviam misteriosamente sumido uma hora atrás. Sorrisos maliciosos se espalharam pelos adultos quando reparamos na falta dos dois.

Silena estava sentada na borda da piscina com os pés na água, Charles estava deitado com a cabeça no colo de sua mulher. Annabeth estava sentada em uma espreguiçadeira perto do sofá ao lado da minha mãe e Paul.

Meu pai havia subido pouco tempo depois que Annabeth e eu dançamos alegando já estar cansado. Enquanto a mim, eu estava dentro da piscina deixando o meu corpo leve, boiando. Sebastian e Pierre já haviam se retirado para os quartos em que estavam.

O ronco de um motor chamou a atenção de todos que estavam acordados. Todos olharam para mim não fazendo menção alguma de que queria levantar me fazendo rolar os olhos. Sai da piscina indo em direção à entrada da casa de onde vinha uma forte luz.

Um carro parou perto do portão da garagem e dele saíram Will e um cara que eu nunca tinha visto. Os dois estavam sorrindo e assim que me viram vieram ao meu encontro.  Eu não esperava que will voltasse tão cedo assim. Desanimador.

– Te jogaram na piscina, Percy? –perguntou Will risonho.

– Não, mas Thalia tentou me afogar hoje à tarde. – falei apertando a mão que ele me estendia.

– Percy esse aqui é Luke. – apontou para o cara que estava ao seu lado. Apertei a mão dele em forma de cumprimento.  – Ele é um amigo que esta fazendo uma visita, espero que não se incomode. Eu liguei para a sua mãe hoje à tarde e ela disse que estava tudo bem.

– Se minha mãe disse, então não tem nem um problema. – falei tentando sorrir simpaticamente para eles. Além do porteiro agora era a minha mãe que não me avisava sobre visitas inesperadas.

– Sei que já é dia 19, mas feliz aniversario. – falou Will e jogou um saquinho de chocolates para mim. – São deliciosos e vieram direto de Atenas.

– Parabéns, cara. – disse Luke.

– Muito obrigado. Vamos entrar e eu tenho que achar um lugar para esconder esses chocolates se não eu vou ficar sem. – falei apontando em direção de onde eu tinha vindo.

Os dois riram e começamos a andar em direção aos fundos da casa.

– Ah, Percy. – chamou-me Will me fazendo parar. Luke seguiu em frente deixando a gente a sós sem nem se quer olhar para trás. Estranho. – Eu vou pedir a Annabeth em casamento. – disse ele e seguiu o mesmo caminho que Luke me deixando para trás estático pela noticia repentina e muito desagradável.